terça-feira, 31 de maio de 2016

Viciados? Estudo revela que crianças e adolescentes extrapolam no tempo diante de smartphones


Recentemente o The Washington Post escreveu um artigo interessante sobre as estatísticas de utilização das redes sociais pelos adolescentes, baseado em uma pesquisa de 2015 realizada pelo Common Sense Media.

A mesma firma divulgou há pouco que os jovens estão gastando em média 9 horas por dia consumindo conteúdo em seus portáteis, e o mais alarmante é que as crianças de 8 a 12 anos estão fazendo o mesmo.

Das 15 horas que ficam acordados ao longo do dia, 6 são dedicadas à escola, e aproximadamente 9 aos smartphones, computadores ou tablets — isso é quase o dobro de tempo de uso cotidiano que um adulto faria.


O problema é que, segundo outra pesquisa feita pela Associação Americana de Transtorno da Ansiedade, o uso exacerbado de redes sociais pode ser diretamente ligado a diversos problemas seríssimos como, por exemplo, a depressão.

Além disso, a luz azul emitida pelas telas pode fazer com que o cérebro pare de produzir melatonina, aumentando as chances de insônia, distração, obesidade e câncer de próstata e mama.

As crianças também estão começando a ser afetadas por esses hábitos; o Center For Generational Kinectics fez uma análise da ”Geração Z” (crianças de atualmente) e descobriu que elas passam de duas a cinco horas por dia olhando para as telinhas...


As informações são alarmantes, pois esse tipo de comportamento pode alterar a forma como o cérebro das crianças se desenvolve, tornando-as menos capazes de se concentrar algo que, por exemplo, poderá impedi-las de ampliar seu vocabulário.

Psicólogos também afirmam que toda essas estimulação constante pode levar os jovens e crianças a algo chamado de “Síndrome da Tela Eletrônica”, algo que afeta diretamente o sistema nervoso, impedindo a habilidade de se ter um sono adequado.

Pais e responsáveis devem começar a prestar mais atenção, e dosar o uso desses aparelhos; por mais que eles reclamem, ou até tentem te envenenar, sabemos que no final das contas, vai ser algo para seu próprio bem.

Data: 27 de maio de 2016

Fonte: http://www.tudocelular.com/android/noticias/n72412/adolescentes-criancas-viciados-smartphones.html

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Veterinária sofre cyberbullying e comente suicídio

Mesmo sendo obrigada a colocar os cães para dormir e fazendo um apelo na TV, internautas começaram a hostilizá-la e chamá-la de assassina.



Uma veterinária de Taiwan, um país que não possui direitos animais como no Brasil (apesar de todas as negligências, ainda há direitos por aqui), foi obrigada a eutanasiar vários cães que chegavam ao abrigo público por não ter lugar para eles ficarem..

Mesmo com a dor de ser obrigada a sacrificá-los, pois as leis e cultura de seu país assim determina, essa veterinária foi à um programa de TV contar o que acontece com os cães que não são adotados e fez um apelo para que as pessoas parassem de comprar cães e começassem a adotar os animais dos abrigos, evitando que eles sejam mortos.

O que era para ter um resultado positivo para essa profissional, tornou-se uma perseguição sem limites na internet. As pessoas xingavam e acusavam Jian Zhicheng de ser uma assassina. Diziam que ela que devia estar morta e que não valia nada.

A veterinária, que amava os animais e sofria por ser obrigada a seguir as regras de seu país, sacrificando cerca de 700 cães no período de dois anos, não suportou ser tão injustiçada e cometeu suicídio de uma maneira lenta e cruel.

Ela injetou em si mesma as ampolas de drogas usadas para sacrificar os cães e deixou um aviso antes de morrer, dizendo que estava tirando a própria vida da mesma forma que fazia com os animais, e que a vida humana não é diferente da vida de um cão. Jian só veio a óbito cinco dias após ter injetado os medicamentos, ficando sofrendo no hospital por todos esses dias.

O caso da veterinária mostra o quanto as palavras de alguém podem ter o peso de vida ou de morte. Quantas vezes ao entrar em uma página ou grupo de proteção animal não vemos uma pessoa que ao invés de ajudar ainda que só compartilhando, prefere comentar embaixo de pedidos de ajuda: ‘Essa pessoa que tirou essa foto é uma (palavrão), devia ter ajudado’ ou ‘Quem devia morrer é você que deixa o cachorro ficar com essa doença’.

As pessoas são más, mas nunca terão coragem de admitir. Sacrificar os cães é horrível, mas lembre-se: Em Taiwan as coisas são bem diferentes e lá é tão comum tratarem os animais como se não fossem importante e estranharem alguém que os protege, quanto no Brasil os bandidos são protegidos e as pessoas são sempre tratadas como culpadas pelos crimes de que são vítimas (você comprou um celular caro e chamou a atenção do bandido, a moça usou uma roupa sensual e é a culpada pelo estupro).

Que a história de Jian não sirva só para reclamar do quanto as regras desse país são malvadas, mas para analisarmos: ‘Será que não estamos prestes a matar alguém com nossas palavras?’ Nunca se sabe o que passou do outro lado, como aquela pessoa se sente ou o que de fato está acontecendo, por isso, tenha sempre um foco, ou estará sendo o projetil que atingirá alguém mortalmente.

Pense nisso.

Publicado: 27 maio 2016

Fonte: http://br.blastingnews.com/mundo/2016/05/apos-ser-obrigada-a-sacrificar-700-caes-veterinaria-sofre-cyberbullying-e-comete-suicidio-00941483.html

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Compartilhar estupro coletivo nas redes, a nova versão da barbárie brasileira

Violação no Rio saiu na imprensa após homem postar que crime teria sido cometido por "mais de 30". Novo caso de estupro grupal de uma adolescente foi registrado em Bom Jesus, Piauí, na sexta.


Um vídeo em que uma adolescente aparece nua, dopada e com marcas de violência se tornou viral na Internet nesta quarta-feira, 25 de maio, acompanhado de comentários que relatavam que ela foi vítima de um estupro coletivo – muitos deles de verve machista. Um grupo de homens a teria violentado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e depois alguns deles teriam filmado o crime com seus celulares para compartilhá-lo nas redes sociais. Uma das imagens compartilhadas mostra um homem com a língua para fora posando diante da pelve ensanguentada da menina.

O caso chegou às mãos da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática(DRCI), que recebeu uma série de denúncias anônimas (mais de 800 foram enviadas ao Ministério Público do Rio), munidas em parte do material virtual que comprova a barbárie. A 23ª Promotoria de Investigação Penal trabalha agora nele junto à Delegacia Anti-Sequestro (DAS). As autoridades já encontraram a vítima – que está estável e teve sua identidade preservada pelo delegado encarregado, Alessandro Thiers – e localizaram dois dos autores das postagens, mas não informaram detalhes sobre a investigação.

Ela tem 16 anos, foi estuprada no sábado, 21 de maio, e encontrada três dias depois, e logo em seguida o vídeo viralizou. Permanece agora com a família, que pede o anonimato para preservar sua segurança e sua saúde física e mental, e terá de se recuperar após uma forte hemorragia e uma ruptura da bexiga. Seus parentes relataram à imprensa que a garota – resgatada na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, por um homem que afirmou que já a havia visto no local – passou alguns dias fora de casa, sem dar notícias, e só souberam de seu paradeiro através do noticiário e das redes sociais. Estão em choque, como boa parte da sociedade brasileira.

Quem contou essa história primeiro, porém em tom jocoso, foi o usuário do Twitter @michelbrazil7. Michel postou inicialmente o vídeo, acrescentando entre risos os comentários de que “amassaram a mina” e “fizeram um túnel na mina, mais de 30”, em referência à violação grupal. Mesmo após a forte onda de protestos pelo seu post – superior à de compartilhamentos do vídeo, que também foi intensa, apesar de configurar crime de acordo com o Código Penal Brasileiro – ele manteve sua decisão de não apagar as imagens, até ter de eliminar seu perfil da rede. Agora é buscado pela polícia como criminoso, tendo ou não participado do estupro (essa, se comprovada, será uma acusação adicional).

Muitos dos que contribuíram com comentários machistas sobre o caso na Internet afirmaram que a adolescente estava bêbada e que tinha buscado que isso acontecesse com ela – como é comum escutar em crimes bárbaros contra mulheres, como esse. “Onde o trem passou... Essas mina dão muito mole mesmo”, escreveu um usuário do Twitter que teve o perfil bloqueado. Na contramão dos posts violentos, outros deram conta da revolta que a selvageria provocou, especialmente em mulheres. “Quando vocês homens saem à noite com medo de levarem seu celular, a gente sai com medo de ter nossos corpos violados”, escreveu Sofia Alves no Facebook. “Que doença é essa que atinge a 100% dos homens que tavam lá?”, concluiu, em um longo texto com mais de 7.000 compartilhamentos.


Casos como o da adolescente carioca são mais comuns do que se espera. Há praticamente um ano da atrocidade registrada em Castelo do Piauí (PI), quando quatro adolescentes foram vítimas de um estupro coletivo e atiradas de um penhasco, um caso parecido voltou a acontecer no Estado. Na sexta 20, mesmo dia em que a jovem da Zona Oeste do Rio foi agredida, um homem de 18 anos e quatro adolescentes estupraram uma menina da mesma idade, 17 anos, em Bom Jesus – cidade de 22.000 habitantes que fica a 644 quilômetros da capital, Teresina. Ela foi encontrada ferida e amordaçada com a própria calcinha em uma obra abandonada depois de passar um tempo supostamente bebendo junto com seus agressores – que ela conhecia, segundo o relato da polícia.

Um estupro acontece a cada 11 minutos no Brasil, de acordo com o 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, cujos dados mais recentes são de 2014. Naquele ano, 47,6 mil pessoas foram vítimas do crime no país.

As redes sociais foram tomadas nesta quinta-feira por mobilizações para organizar atos em várias cidades brasileiras contra agressões a mulheres e contra a cultura do estupro. A ONU Mulheres divulgou, no fim do dia, nota condenando os crimes. Na quarta, as redes dividiram atenção na quarta-feira com a visita do ator Alexandre Frota ao ministro interino da Educação, Mendonça Filho. Frota – que confessou na TV aberta, em 2014, ter abusado sexualmente de uma mulher – teve audiência com o ministro na companhia de membros do Revoltados Online. Eles queriam dar sua contribuição ao MEC e à Educação do Brasil, o que gerou reações negativas, não apenas pelo conteúdo de propostas como a criação de uma "escola sem partido". Escreveu a autora do Blog da Maria Frô: “Espero que vocês estejam felizes com a cultura dos Frotas estabelecida no país”.

Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/26/politica/1464275134_153470.html

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Amizades e apoio da família ajudam a prevenir depressão na adolescência, diz pesquisa


A adolescência é, por si só, um período complicado, que envolve um amadurecimento à flor da pele na medida em que o(a) jovem vai descobrindo o mundo e criando sua própria identidade.

Porém, essa etapa do crescimento pode ficar ainda mais difícil se vivida com uma depressão. 

Pesquisadores da Universidade de Cambridge descobriram recentemente que amizades e o apoio da família ajudam a prevenir que o adolescente tenha uma depressão. 

O estudo, destacado pelo portal de pesquisas Science Daily, também constatou que adolescentes que cresceram em um ambiente familiar tumultuado são mais propensos a sofrer bullying na escola. 

“A adolescência pode ser difícil para qualquer pessoa, mas fica ainda mais difícil para os jovens que tiveram um ambiente familiar desfavorável”, explica a psiquiatra Anne-Laura van Harmelen, principal autora do estudo. 

“Adolescentes que experimentaram ambientes familiares negativos são mais suscetíveis a sofrer bullying na escola, e têm menos chances de receber apoio da família na adolescência. Também vimos que crianças que sofreram bullying na escola primária eram menos propensas a contar com os amigos na adolescência”, completa Harmelen. 

A pesquisa, realizada pelo Departamento de Psiquiatria, observou 322 meninos e 449 meninas e usou um modelo matemático para examinar o impacto das amizades e do apoio familiar, aos 14 anos, em jovens com sintomas de depressão aos 17 anos e que passaram por adversidades na família e bullying na escola.

Estudos anteriores já tinham mostrado que um dos maiores fatores de risco para a depressão na adolescência é uma adversidade familiar na infância, como pais e mães ausentes, falta de afeto, abuso sexual, físico ou emocional, problemas financeiros ou a perda de um ente querido. 

Outro fator de risco é o bullying dos colegas. A combinação de todas essas situações está associada ao aumento da gravidade dos sintomas de depressão. 

Segundo o portal EurekaAlert, da Universidade de Cambridge, essa foi a primeira pesquisa a examinar, ao mesmo tempo, a complexa relação entre depressão na adolescência e adversidades no começo da vida, bullying, apoio da família e amizades. 

“Na realidade, descobrimos uma forte conexão entre um ambiente familiar negativo e o bullying nos primeiros anos de escola. Estas situações colocam os adolescentes em dupla desvantagem e indicam que eles se tornam mais propensos a experimentar sintomas mais severos da depressão no fim da adolescência”, constata a pesquisadora. 

De acordo com o estudo, meninos que sofreram bullying eram menos propensos do que as garotas a desenvolver amizades fortes na adolescência. Os pesquisadores sugerem que isso ocorre porque eles teriam vivenciado bullying mais severo ou eram mais sensíveis às ofensas. 

Os resultados da pesquisa não deixam claro o quanto o apoio emocional influencia a saúde mental na vida adulta. 

No entanto, os pesquisadores sugerem várias possibilidades, inclusive a de que um ambiente amparado pela família e com amigos pode ajudar as crianças a lidar com situações adversas, por meio da promoção de autoestima e pelo alívio do estresse. Isso também encoraja o desenvolvimento de habilidades interpessoais. 

“Nosso trabalho sugere uma maneira de agir preventivamente, como a ajuda aos pais de famílias em risco para que possam desenvolver habilidades para apoio emocional ou a ajudar os adolescentes que sofreram bullying a reconstruir sua confiança e a desenvolver habilidades sociais para se fazer e preservar amigos”, conclui Harmelen.

HuffPost Brasil | De Amanda Mont'Alvão Veloso 
Publicado: 24/05/2016 11:29 BRT Atualizado: 24/05/2016 11:33 BRT

Fonte: http://www.brasilpost.com.br/2016/05/24/adolescencia-depressao-pesquisa_n_10115594.html

terça-feira, 24 de maio de 2016

Dados compartilhados nas redes sociais facilitam ações de bandidos

Criminosos colhem informações na internet para conhecer rotina das vítimas.



Em tempos de redes sociais e de compartilhamento de informações pessoais, a segurança residencial pode ser afetada até por uma inocente selfie. Para evitar exposição desnecessária e situações mais graves, como o roubo à residência devido a informações colhidas nas redes sociais, a ADT, empresa de monitoramento de alarmes, relacionou seis dicas de boas práticas na internet.

"Às vezes, uma foto da família produzida dentro de casa pode conter informações importantes sobre a planta da residência ou revelar a existência de objetos de valor como obras de artes e joias. Algumas vítimas ficam surpresas de saber como as suas informações de redes sociais foram utilizadas para facilitar a invasão no domicílio", alerta Robert Wagner Santos, coordenador de Treinamento e Processos da ADT.

Mas ele lembra que sempre há tempo de seguir algumas dicas simples e eficientes nas redes sociais para se evitar a invasão de domicílio.

1- Dados pessoais

Evite colocar nas redes sociais dados sobre a rotina da família, como escola onde as crianças estudam, os cursos extracurriculares delas e local de trabalho do casal. Muitas vezes, estas informações encontram-se nas imagens postadas, como por exemplo, no emblema do uniforme da criança. Ao informar sobre sua rotina, é muito mais fácil saber quando a casa está sozinha.

2 – Não aceite qualquer pessoa

Nas redes sociais, evite aceitar pessoas que acabou de conhecer em festas ou eventos, ou que sejam amigos de amigos. Lembre-se, nós não temos o hábito de convidar para nossa casa alguém que acabamos de conhecer. Precisamos ter a mesma atitude com os amigos virtuais, evitando que estranhos tenham acesso ilimitado à nossa intimidade, através de fotos e posts.

3 – Perfis falsos

Nunca aceite pessoas desconhecidas no perfil, mesmo que pareça uma pessoa inofensiva e "legal". Muitos perfis criados são falsos, e seu único objetivo é descobrir brechas na rotina das pessoas e descobrir a oportunidade certa para realizar os roubos 

4 – Cuidados com as hashtags

Tenha cuidado com as férias e os feriados. Não suba posts acompanhados com #partiuférias, #fomosviajar, #ferias e #arrumandoasmalas. Este tipo de hashtag atrai aqueles que têm intenção de invadir residências quando estão desocupadas 

5- Informações em sites de busca

Cuidado com as informações compartilhadas nas redes sociais. Elas podem ser indexadas aos sites de buscas como o Google e qualquer um pode ter acesso a elas. Não compartilhe informações onde seja possível identificar o endereço da residência.

6 – Configure seu perfil corretamente

Ao abrir uma nova rede social, faça a configuração correta para que apenas amigos possam ver os seus posts, e não amigos de amigos, pois isso abre um leque enorme de pessoas que podem acessar suas informações sem que você as conheça. Se não souber direito como configurar as redes sociais, existem excelentes templates na internet com estas dicas de segurança.

19/05/2016 às 14:47

Fonte: http://pr.ricmais.com.br/seguranca/noticias/dados-compartilhados-nas-redes-sociais-facilitam-acoes-de-bandidos/

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Sem exageros: saiba como usar apps para crianças de forma positiva


A família se encanta ao ver o seu mais novo membro deslizar com desenvoltura os dedinhos em telas sensíveis ao toque. Não demora muito para alguém comentar que as crianças de hoje já nasceram adaptadas às novas tecnologias ou que se tratam de verdadeiros gênios. Mas para elas, saber usar não significa estar pronto para isso, ou que tenham discernimento para escolher o conteúdo.

O uso indiscriminado de celulares e tablets pode comprometer o crescimento intelectual e motor de crianças e adolescentes. Em 2014, a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria divulgaram uma pesquisa que condenava o uso de tablets e smartphones por crianças com até dois anos. Entre três e cinco anos, a exposição à tecnologia deveria se limitar a uma hora por dia e duas horas até os 18 anos.

Segundo o estudo, crianças que usavam aparelhos digitais apresentaram déficit de atenção, obesidade, problemas de sono, agressividade, demência e dependência. Se seu filho não morar em uma caverna, ele estará exposto diariamente aos aparelhos móveis, dentro e fora de casa. Então, é melhor limitar o tempo em frente às telas e escolher bem o aplicativo que ele usa.

"Muito embora sejam atraentes e, desde muito cedo, exista um interesse pelos aparelhos eletrônicos, quanto mais tarde as crianças puderem usá-los, melhor", diz a psicopedagoga Sandra Lia em entrevista ao UOL. "Os pais devem ficar atentos e selecionar e oferecer jogos com atividades adequadas à faixa etária de seus filhos, propostas que estimulem a percepção, a concentração e o raciocínio lógico na resolução de problemas".

Lia, presidente da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia) seção São Paulo, lembra que jogos violentos devem ser evitados, mesmo que a criança receba estímulo dos amigos. "O melhor caminho é o diálogo para aprofundar o entendimento pela escolha. Deve-se apontar os significados do jogo tanto na vida dele, como na história das pessoas na vida real".

Segundo a psicopedagoga Rebeca Lescher, que trabalha com jogos eletrônicos desde 2006, o ideal é escolher aplicativos que estimulem o aumento de vocabulário, a atenção, a concentração e a memória, além de desafios de lógica e de construção e quizzes. "Aconselho os pais a limitarem horários, pois deve haver hora para estudo, brincadeiras ao ar livre, esportes e artes. E, principalmente, para o ócio, onde a brincadeira pode surgir espontaneamente".

"Ficar simplesmente jogando, sem pausa, pode empobrecer o convívio com outras crianças", diz Lescher. "Também recomendo evitar que usem na hora das refeições, pois é importante que a família possa conversar entre si".

Lia e Lescher concordam que é difícil, se não impossível, manter os pequenos longe da tecnologia. É necessário, porém, a supervisão dos pais e que o uso desses aparelhos não seja desculpa para aquietar os filhos em determinadas situações.

"Existe o lado perverso deste avanço tecnológico de entretenimento", conta Lescher. "Quando você não consegue mais a atenção de seu aluno/filho/amigo/namorado/marido, pois não conseguem deixar de olhar para seu celular, nem por um segundo".

Fabio Andrighetto
Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/01/2016 | 06h00 

Fonte: http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/01/14/apps-para-criancas-podem-ser-aliados-ou-viloes-sabia-o-que-escolher.htm#fotoNav=38

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Especialistas alertam para importância dos pais no combate à violência sexual via internet

No Dia de Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, evento na Câmara debateu o enfrentamento a esse tipo de crime cometido por meio das novas tecnologias.


Os dados foram apresentados, nessa quarta-feira (18), durante debate na Câmara dos Deputados para lembrar o Dia de Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. O objetivo do evento, organizado pelo Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças, com a parceria da Secretaria Especial de Direitos Humanos, foi discutir o enfrentamento a esse tipo de crime, tendo em vista a popularização das novas tecnologias de comunicação.

Expostos a esses perigos, estão as crianças e os adolescentes brasileiros, que são grandes consumidores de internet. 

Segundo o Comitê Gestor da Internet, quem mais usa a rede de computadores no País tem entre 16 e 24 anos. Em segundo lugar, está a faixa etária de 10 a 15 anos. Outra pesquisa da entidade mostra que, entre os usuários de internet que têm entre 9 e 17 anos, praticamente 8 em cada 10 já têm perfil em redes sociais como o Facebook.

Para a Secretária Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Heloiza Egas, é preciso que pais e cuidadores fiquem atentos para equilibrar o direito à informação e à comunicação, e o direito de ser protegido de qualquer mal.


“Você não deixa uma criança brincando em um parquinho sozinha, porque pode acontecer inúmeras coisas – não só um adulto estranho se aproximar, mas ela pode cair do balanço, ela pode cair do escorregador, um amiguinho mais velho pode vir e tomar o brinquedo ou bater nela e aí acontecer um conflito.

Então, você não deixa uma criança solta em um ambiente real, então você não vai fazer isso em um ambiente virtual”, afirmou Heloiza.

Sexting

O representante da organização sem fins lucrativos Safernet, Thiago de Oliveira, alerta que existe uma tendência entre os jovens que exige ainda mais orientação por parte dos adultos, principalmente em relação às meninas, que são vítimas, em 80% dos casos, de vazamento de fotos íntimas, o chamado “sexting”.

“É o famoso ‘manda nudes’, que virou uma febre, e essa febre não é só no Brasil, é no mundo inteiro. Hoje, os adolescentes estão expressando sua sexualidade através das tecnologias, eles estão usando os celulares, smartphones, WhatsApp, etc. E aí? Nós temos esse desafio, que é de um adulto proteger essa adolescente e, do outro lado, assegurar que essas ferramentas possam ser utilizadas para expressão dessa sexualidade. E quem divulgou essa imagens sem consentimento seja punido”, alertou Oliveira.

Uso consciente

Os participantes do debate foram unânimes em dizer que não dá para proibir crianças e adolescentes de usarem a internet, mas que é preciso educar para o uso consciente da tecnologia. Eles lembraram que é crime compartilhar fotos e vídeos íntimos sem o consentimento da pessoa. Se for de criança ou de adolescente, não se pode compartilhar nem com consentimento. Só no ano passado, 144 pessoas foram presas no País por causa de violência sexual infanto-juvenil na internet. Outros 2,5 mil investigações estão em aberto sobre o tema.

Denúncias

Para denúncias sobre esse tipo de crime, há o Disque 100. A ligação é gratuita e pode ser anônima. Em 2015, o serviço recebeu 351 denúncias de pornografia infantil, 131 de sexting e 57 de grooming (assédio pela internet).

Foto: http://www.teciber.com/tech/web/especialistas-alertam-para-importancia-dos-pais-no-combate-violencia-sexual-via-internet

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Choque de gerações expõe ainda mais as crianças na web

Cerca de 22% dos pais já viram os filhos terem contato com ameaças, como conversas com estranhos.



Os desafios da parentalidade não cabem em uma lista nem param de crescer. Os mais recentes têm a ver com a segurança dos filhos nos ambientes virtuais. E a má notícia é que uma nova pesquisa descobriu que, apesar dos esforços, pais e mães não têm conseguido manter as crianças seguras na internet.

O levantamento, realizado pela empresa de cibersegurança Kaspersky Lab e pela empresa de pesquisas B2B International, descobriu que 52% dos pais acreditam que os riscos que as crianças correm online estão aumentando e 22% já viram o filho ter contato com ameaças on-line, como conversas com estranhos ou acesso a material inapropriado. Ao mesmo tempo, 61% dos pais não conversam com os filhos sobre as ameaças virtuais, e 20% dizem não fazer nada para proteger as crianças dessas ameaças.

O problema pode estar em um choque de gerações. “Os pais ficam um pouco perdidos, pois eles vêm de uma época em que o uso da internet não era frequente. A pesquisa revela, no fundo, as diferenças existentes entre as gerações e o aculturamento digital que os filhos têm e os pais, não”, analisa o diretor geral da Kaspersky Lab no Brasil, Cláudio Martinelli.

Se, até cinco anos atrás, a dica de ouro para os pais se manterem vigilantes era colocar o computador na sala ou em outro lugar de passagem dentro da casa, hoje isso já não funciona. “Essa dica ficou obsoleta porque agora a internet vai no bolso da criança – em seu smartphone – para a escola, o cinema, o shopping”, pondera ele.

As ferramentas de monitoramento, como softwares de controle parental, são uma ajuda. “Temos que usar a ferramenta eletrônica como um sexto sentido digital, aquele que vai te dar uma dica do comportamento de seu filho na internet”, comenta Martinelli.

Mas só essas ferramentas não são suficientes. Para a psicóloga Juliana Cunha, coordenadora do helpline da ONG Safernet, que preza a segurança online, é necessária muita conversa para afinar os ponteiros entre pais e filhos quando se trata do mundo online.

“As ferramentas digitais são úteis, mas somente para identificar algo que já está acontecendo. Para prevenir, é preciso haver um ato de confiança. Os pais têm que incluir nas conversas com os filhos o que eles andam fazendo na internet: em quais páginas estão entrando, com quem estão conversando, que tipo de conteúdo estão consumindo”, orienta.

Ela compara essa conversa à preocupação que os pais têm com os filhos no mundo real. Da mesma forma que querem saber aonde os filhos estão indo, com quem e o que vão fazer, também devem o mesmo interesse para com a internet. 

Proteção gratuita
Veja algumas ferramentas: 

Microsoft. bit.ly/seg_microsoft 

Safe Kids. bit.ly/kids_safe

Google. bit.ly/seg_google

YouTube. bit.ly/seg_youtube

Apple (para iPhone e iPad). bit.ly/seg_apple

Queridinho

Celular. Uma pesquisa de julho do ano passado revelou que oito em cada dez crianças que acessam a internet o fazem pelo smartphone. O número é superior ao de computadores de mesa.

Ferramentas grátis ajudam a controlar os sites acessados

Na casa da funcionária pública Adriana Moreira Avellar, 42, o acesso de Arthur, 7, à internet é bem restrito. Durante a semana, nada de eletrônicos e, aos fins de semana, só umas duas horinhas por dia.

As preferências de Arthur são por joguinhos que ele encontra online. Mesmo assim, não é qualquer um que ele pode acessar. “Jogos de luta e de tiros, eu não deixo”, conta a mãe.

Adriana não possui ferramentas de controle em seus gadgets, então, para que Arthur não se aventure em território impróprio para a idade, ela confia na observação direta do menino. “Não dá para ficar o tempo todo do lado dele. Mas fico sempre atenta. Toda hora, quando ele está online, dou uma passada por ele e vejo o que está jogando, em que está mexendo”, diz.

A maior dificuldade, segundo Adriana, está nas buscas na internet. “Se ele quer procurar pelo (jogo) ‘Minecraft’, por exemplo, basta digitar ‘m’, ‘i’, ‘n’, e já aparecem várias outras buscas que não são o que ele está querendo. E muitas delas são impróprias para a idade dele”, comenta.

Resolver isso não é muito difícil: as maiores empresas de internet, como Google, YouTube e Apple, têm suas próprias ferramentas gratuitas para limitar o acesso, principalmente das crianças.

“Os pais podem configurar o Google, por exemplo, para ter uma busca segura. Assim, eles podem determinar exatamente o que não querem que apareça nos resultados, como sexo, nudez, pornografia. É sempre bom os pais se informarem sobre esses serviços”, orienta a psicóloga Juliana Cunha, da ONG Safernet.

PUBLICADO EM 28/04/16 - 03h00

RAQUEL SODRÉ

Fonte: http://www.otempo.com.br/interessa/choque-de-gerações-expõe-ainda-mais-as-crianças-na-web-1.1288136

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Suicídio ao vivo no Periscope relança polêmica sobre limites em redes sociais


O suicídio de uma jovem francesa transmitido ao vivo pelo Periscope, aplicativo de difusão instantânea de vídeos, relançou na França a polêmica sobre os desvios e a falta de controle do que é divulgado nas redes sociais.

Océane, 19 anos, filmou os instantes em que se atirou na frente de um trem suburbano em Egly, no sul de Paris, sob os olhares de inúmeros internautas no Periscope, aplicativo comprado pelo Twitter em 2015, bastante utilizado por adolescentes e com estimados 10 milhões de usuários.

No vídeo do suicídio, que dura 29 minutos, a jovem, segundo comentários de internautas que assistiram às imagens, teria acusado o ex-namorado de tê-la estuprado e divulgado a agressão no aplicativo Snapchat.

Ao ver que a jovem se aproximava dos trilhos do trem, alguns internautas perceberam o risco da situação e tentaram convencê-la de não se matar.

Outros alertaram o Periscope e ligaram para números de emergência.

Após Océane ter se atirado sob o trem, a tela se tornou escura, mas os internautas, cada vez mais numerosos, podiam ouvir os gritos de horror das testemunhas na estação.

Um bombeiro apareceu na imagem, com um trem atrás dele. Ele pegou o telefone da jovem e o desligou.

“Os jovens se definem hoje por meio da imagem e do que eles mostram de si mesmos, sobretudo nas redes sociais, onde a palavra mais difundida é ser popular”, afirma o psiquiatra Xavier Pommereau, do hospital de Bordeaux e autor do livro O Gosto do risco na adolescência.

Para o psiquiatra, o aplicativo pode ter contribuído para amplificar o desejo da jovem de passar à ação.

“Sem ter consciência, ela capturou os olhares de testemunhas que podem ficar traumatizadas. Os internautas se tornaram reféns de um drama", diz Pommereau, que destaca também o risco de fenômenos de imitação.

“Não se trata de proibir as redes sociais. Mas é necessário ter mais moderadores para antecipar os perigos. A internet é um oceano, mas mesmo isso não impede que existam regras", opina.

'Risco de chocar'

A jovem, descrita por pessoas próximas como frágil psicologicamente, havia transmitido ao vivo cinco vídeos no dia de seu suicídio, na terça-feira.

Em um deles, que dura quase uma hora, filmado em seu apartamento e visto por mais de mil pessoas, ela fala sobre coisas banais e repete várias vezes que haverá um novo bate-papo mais tarde.

“O vídeo que farei não é para viralizar. É para fazer as pessoas reagirem e para transmitir uma mensagem. Tem a ver com alguém”, disse a jovem ao marcar novo encontro.

“Quero que a mensagem seja compartilhada, mesmo que choque, é o objetivo. O que vai acontecer corre o risco de ser chocante. Se houver menores (de idade), não fiquem (conectados à sua página no Periscope)”, afirmou Océane.

“Não fazemos comentários sobre contas individuais por respeito à vida privada e razões de segurança”, declarou um porta-voz do Twitter, dono do Periscope, ressaltando que os vídeos da jovem foram retirados do aplicativo.

Mas algumas capturas de tela, logo após o instante do suicídio, foram publicadas no YouTube, como também outro vídeo da jovem antes de sua morte.


Outras polêmicas

Recentemente, o Periscope esteve ligado a outras polêmicas na França, como a dos os insultos homofóbicos feitos pelo jogador do PSG, Serge Aurier, contra o treinador, Laurent Blanc, e outros jogadores do time.

Em março, o presidente francês, François Hollande, também foi insultado ao vivo por internautas no Periscope durante visita a uma empresa.

Dois adolescentes em Bordeaux agrediram violentamente um homem na rua, escolhido por acaso, após prometerem, no Periscope, que se a transmissão ao vivo tivesse 40 espectadores, eles deixariam a pessoa “nocauteada”. O vídeo foi assistido por 1,5 mil internautas.

A Justiça francesa abriu investigações para apurar as circunstâncias do suicídio de Océane. Nesta sexta-feira, o ex-namorado da jovem foi interrogado, segundo o Ministério Público de Évry. Ele está em liberdade.

Os investigadores ainda não dispõe do vídeo do suicídio, que deve ser obtido nos próximos dias.

Daniela Fernandes
De Paris para a BBC Brasil | 13/05/2016 

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/internacional/2016/05/160513_suicidio_periscope_df_if

terça-feira, 17 de maio de 2016

Psicólogos já tratam ‘viciados’ em WhatsApp

Jovens com idade entre 18 e 30 anos estão entre os mais afetados por dependência.


Já faz tempo que o WhatsApp é mais do que apenas um ícone verde perdido em meio aos apps na tela do smartphone. Com mais de 100 milhões de usuários no Brasil, o serviço se tornou indispensável para quem quer se manter em contato com a família, amigos e até mesmo fazer negócios. Quando o aplicativo foi bloqueado pela segunda vez no País, no início deste mês, muita gente entrou em pânico por não poder enviar e receber mensagens. Para algumas pessoas, porém, a aparente irritação escondia um problema ainda maior: o vício no WhatsApp.

“As pessoas não estão conscientes de que estão se tornando viciadas no WhatsApp”, afirma a psicóloga do programa de dependências tecnológicas do Hospital das Clínicas, Dora Goés. “O serviço é algo muito novo na vida delas e na sociedade, então é difícil ter noção disso tão rapidamente.”

Até o momento, ainda não há um grande número de “viciados” em WhatsApp diagnosticados no Brasil. Apesar disso, segundo apurou o Estado, três dos principais centros de pesquisa em dependência tecnológica do País já atenderam pelo menos algum caso relacionado diretamente ao aplicativo de mensagens instantâneas.

O perfil das pessoas dependentes do app de conversas, segundo os psicólogos, é de jovens de 18 a 30 anos. Eles estão em época de estudos ou no ápice de suas carreiras profissionais e o vício no aplicativo pode comprometer seu desempenho. “As pessoas substituem e perdem coisas da rotina para ficar usando o app”, afirma a psicóloga do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática (NPPI) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Ana Luiza Mano. “Eles deixam de dormir, faltam na escola e no trabalho.”

Vazio. O WhatsApp é o mais novo serviço a entrar para o rol dos que podem gerar dependência. O vício em games é um dos mais estudados e antigos e faz com que os usuários joguem sem parar, deixando de lado atividades sociais. Há casos de pessoas que morreram por não conseguir sair da frente da TV. O vício nas redes sociais Instagram e Facebook também tem sido amplamente estudado.

“O Facebook te pega no enredo do voyeurismo e da exibição porque cada um mostra a imagem de si projetada na rede que não necessariamente corresponde ao sentimento verdadeiro dela”, afirma a fundadora da agência de pesquisa em tendências Über Trends, Suzana Cohen. “O Instagram é ainda mais egocêntrico.”

Os estudos têm revelado que, por trás do vício em tecnologia estão fobias e transtornos psicológicos. É o caso do “fomo” (medo de estar perdendo algo, em inglês) e da nomofobia (junção da expressão “no mobile” e fobia, ou seja, medo de ficar sem celular). A dependência da tecnologia quase sempre também está ligada a outros distúrbios psicológicos, como depressão, ansiedade e compulsão. “Esses problemas acabam gerando um ‘vazio’ e as pessoas tentam preencher esse ‘buraco’ de maneira exagerada”, diz Ana Luiza.

Não são poucas as pessoas afetadas pelo vício em tecnologias. De acordo com estudo realizado em 2015 pela Flurry, consultoria da empresa de tecnologia Yahoo, 280 milhões de pessoas no mundo são viciadas em aplicativos para celular. A situação é mais grave entre jovens: estudo da Universidade Federal de São Paulo, realizado em 2014 com 274 estudantes entre 13 e 17 anos, mostrou que 68% deles eram dependentes moderados de tecnologia, sendo que 20% eram dependentes graves.

Tratamento. Como muita gente ainda não está ciente de que usa de maneira exagerada o WhatsApp, o número de pessoas que procuram tratamento ainda é mínimo, de acordo com os especialistas. Entre os principais sintomas do vício no app está a necessidade de checar continuamente as notificações e de responder imediatamente as mensagens.

Há diversos tratamentos para a dependência digital: desde um simples “detox” digital (veja mais no box) ou até mesmo terapia em grupo e com aconselhamento médico. No Hospital das Clínicas, por exemplo, o usuário passa por uma triagem para diagnóstico da dependência em tecnologia. Em caso afirmativo, ele inicia um programa de 18 semanas, no qual psicólogos avaliam a origem e nível do vício.

De acordo com a avaliação, a pessoa pode ser encaminhada para um psiquiatra para tratamento ou, simplesmente, continua no grupo para receber uma educação digital.

“Grande parte da população brasileira usa a tecnologia de forma abusiva”, afirma a psicóloga e fundadora do Instituto Delete, Anna King.

16/05/2016 | 03h00

Por Matheus Mans e Thiago Sawada - O Estado de S.Paulo

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Colégio é condenado a indenizar em R$ 15 mil aluna vítima de bullying



"No momento em que os pais entregam seus filhos menores aos cuidados da escola, esta assume a responsabilidade por sua integridade, seja ela física, psíquica ou emocional, face ao dever de guarda e vigilância intrínseco à atividade educacional". Com essa tese a juíza Priscila Faria da Silva, da 3ª Vara Cível de Taguatinga (DF) condenou um colégio particular a indenizar, em danos morais e materiais, ex-aluna vítima de bullying.

Para a juíza, sendo a escola fornecedora de serviços, sua responsabilidade pelos danos causados ao consumidor-aluno é objetiva, em razão da teoria do risco da atividade, estampada no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. 

"Tratando-se de responsabilidade objetiva, não se exige, para fins de reparação, a comprovação da culpa do agente, mas é essencial a prova da existência do dano e a prova do defeito na prestação de serviço, ou seja, a violação do dever de guarda", explicou a juíza.

No caso, a autora conta que estudava na instituição desde 2005, e que, no início de 2011, passou a sofrer agressões físicas e verbais de colegas de classe, juntamente com uma colega, por ambas possuírem problemas visuais. Diz que buscou a coordenadora da escola, por diversas vezes, para intervir junto aos colegas, mas que ela sempre ignorava seus pedidos e colocava "panos quentes" na situação. Afirma que sua mãe, ao procurar a escola, recebeu o mesmo tratamento da coordenadora, que insistia tratar-se de brincadeiras entre alunos. Sem ver qualquer atitude do colégio para coibir os ataques que recebia, sua mãe optou por transferi-la de escola.

Em sua defesa, o colégio alegou que a aluna só fez uma reclamação sobre os fatos e que não houve omissão em face dessa reclamação, pois os alunos foram advertidos e posteriormente tiveram que assinar um termo de compromisso, juntamente com seus pais. Afirmou, ainda, que não houve reincidência, nem qualquer notícia de que a autora estivesse com problemas psicológicos em virtude dos fatos.

Os argumentos do colégio, no entanto, não foram acolhidos pela juíza. De acordo com a magistrada, faltou ao colégio a sensibilidade de constatar que a autora não estava aceitando nem lidando bem com as alegadas brincadeiras, eis que documentos juntados aos autos demonstram evidente queda em seu rendimento escolar, o que deveria ter sido verificado pela escola. "O caso estampado nos autos revela uma clara situação de bullying, que demanda uma atitude proativa da escola, tanto na sua prevenção, quanto na sua repressão, o que não se verificou na prática", acrescentou. 

A juíza destaca que o colégio até tomou medidas na tentativa de contornar a situação, contudo, tais providências foram inócuas para solucionar o problema, tendo em vista que vários pais não assinaram o termo de compromisso apontado pela defesa, e que as agressões dos alunos se perpetuaram ao longo do ano letivo.

Assim, entendendo que "a reação da escola foi 'tímida', ou seja, "insuficiente ou desproporcional" ante os fatos apresentados, e que esta falhou ao não conseguir promover a integração social da autora dentro daquele ambiente escolar, a juíza condenou a escola a pagar R$ 15 mil de danos morais e a pagar os gastos da aluna com tratamento médico.

O colégio recorreu da sentença e a 1ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal deu parcial provimento ao recurso apenas para fixar prazo quanto ao custeio do tratamento psicológico imposto na sentença original. A turma fixou como condenação do custeio do tratamento psicológico da autora o pagamento de sessões semanais durante o período de um ano, com profissional indicado pela autora. A decisão foi unânime. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-DF.


17 de maio de 2015, 9h00

Fonte: http://www.conjur.com.br/2015-mai-17/colegio-condenado-indenizar-aluna-vitima-bullying

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Você sabe o que seu filho tem feito nas redes sociais?

“O que é necessário para mudar uma pessoa é mudar sua consciência de si mesma.” (Abraham Maslow)


Se vocês se chocam com boatos espalhados pela internet, fiquem atentos: a falta de controle e fiscalização do que seus filhos fazem nas redes sociais pode fazer deles a próxima vítima.

Você conhece o mundo virtual? Conhece as redes sociais às quais crianças e jovens utilizam para se comunicar? Espero que sim, e espero que você que é mãe e/ou pai esteja dedicando uma parte do seu tempo para orientar seus filhos sobre o bom uso dessa ferramenta.

Adolescentes mal orientados e mal fiscalizados usam as redes sociais para falar com bandidos, para marcar encontros com pessoas desconhecidas, para comprar e vender drogas, para trocar fotos e vídeos com forte apelo sexual – isso não acontece só nas favelas da baixada santista, acontece nas escolas particulares da nossa cidade.

Se por um lado o mundo virtual faz parte do nosso cotidiano e tem sido muito útil por uma série de motivos, inclusive a facilidade de comunicação; por outro, tem aberto portas às quais muitas vezes levam a caminhos desconhecidos, perigosos e sem volta.

Quando nós adultos filosofamos e desejamos viver de novo a juventude com a experiência que só o tempo e a vida nos trouxeram, é exatamente porque agora, temos discernimento e podemos fazer escolhas com mais sabedoria, certo? Então por que deixamos crianças e adolescentes tão sozinhos e sem norte achando que, aos dez, treze ou quinze anos eles terão maturidade para cuidar de si mesmo? Não, eles não estão prontos para isso! Precisam de orientação, de limites, de exemplos, precisam que contem a eles como as coisas funcionam por aqui!


Vocês sabem o que busca um adolescente quando expõe uma foto sensual de si ou quando se atreve a conversar com um traficando ou contraventor? Busca autoafirmação, busca combustível para sua autoestima – em resumo: BUSCA AFETO! Somos todos tão carentes…

Uma criança de onze anos ou um adolescente de quinze não podem ter acesso irrestrito à internet, principalmente quando se trata de redes sociais e, o fato dos pais adultos ou os outros colegas utilizarem não é desculpa para se omitir. O padrão primário de comportamento de um ser humano deve vir de sua família, pelo menos até chegar à fase adulta.

Eu me lembro durante a minha infância e adolescência de ter pedido algumas coisas aos meus pais, usando os seguintes argumentos: “todo mundo vai”; “todo mundo tem”. Em resposta ouvia a famosa frase “você não é todo mundo!”. Só hoje, pela própria maturidade, eu entendo o quanto havia de afeto na fala deles. O que eles estavam me dizendo era que: não ser todo mundo é ser especial, é ser cuidado, protegido, amado. Além disso, eles não podiam me dar tudo, nem permitir tudo – ninguém pode, nem deve, por mais dinheiro que tenha!

A grande maioria dos pais se omite em dizer não, em colocar regras e limites, ou em frustrar seus filhos pelo medo de perder o afeto destes, porém essa liberdade desenfreada é interpretada emocionalmente como falta de amor e de interesse.

Amadurecimento intelectual não quer dizer amadurecimento emocional. Se sua filha envia a alguém uma foto sensual aos catorze anos, ela tem razões para isso, e vocês pais, tem muita responsabilidade sobre essas razões. Se culpar ou se omitir não vai resolver nada, mas mudar resolve sim – na infância e na adolescência tudo pode ser feito e todos podem ser salvos. Basta querer.

10/5/2016 às 18h15

Fonte: http://entretenimento.r7.com/pop/jovem/o-segredo/voce-sabe-o-que-seu-filho-tem-feito-nas-redes-sociais-10052016

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Para enfrentar o bullying, em tempos sombrios

Como defender relações colaborativas e fraternas, quando crianças aprendem que para ser precisam ter… as melhores notas, lábios rosados, o último modelo de smartphone e corpos esculpidos?



No último 7 de abril foi aprovado pelo Senado projeto de lei que estabelece a data como Dia Nacional de Combate ao Bullying e à violência na escola. Mesmo dia, curiosamente, em que ouvi o relato de uma mãe cujo filho, de 5 anos, havia chegado em casa mordido por colegas pela primeira vez.

Respondendo às perguntas da mãe, o pequeno contou, assustado, que o colega tinha dito que não queria brincar com ele porque era menor e não sabia ler. E que não fez nada porque ficou com medo. Depois desatou a chorar, dizendo que não queria mais ser pequeno ou sequer ir à escola.

A mãe, aflita, falou que teve vontade de dizer ao filho que, quando alguém o mordesse, mordesse de volta e também deixasse uma marca no colega. Mas sabia que isso não seria a melhor saída para o problema, principalmente neste momento em que imperam a violência, o preconceito e a falta de empatia e se clama, urgentemente, por uma educação voltada à cultura de paz.

Ser mãe e pai não é tarefa fácil para os mais experientes, que dirá para as marinheiras de primeira viagem que sofrem com cada mordida e arranhão. A árdua e maravilhosa tarefa de educar para o exercício da cidadania futura, pautada da ética, empatia e consciência comunitária, nos faz refletir sobre os próprios atos perante os outros e exercitar a coerência, diariamente. Também eu, muitas vezes, fico sem saber como agir, como mãe, quando o assunto envolve os limites estabelecidos na socialização das crianças – já que mordidas, apelidos e certas brincadeiras podem deixar marcas profundas nos pais e nas crianças.

O filme sueco-dinamarquês Hævnen (“vingança”, em dinamarquês), no Brasil denominado Em um mundo melhor – dirigido por Susanne Brie e vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2011 – , nos mostra, de forma belíssima, que o limite entre agressor e agredido é muito tênue. E que, se queremos construir uma sociedade mais humana, devemos refletir sobre nossos próprios atos desrespeitosos, preconceituosos e vingativos ao educar as crianças.

Quão responsáveis somos por atos que, como enfatiza o filme, assumem proporções tão intensas em nível global quanto em nível pessoal? A reflexão moral é imprescindível e urgente. E deve começar com a simples resposta que daremos a nossos filhos quando chegarem da escola depois de ter sofrido uma agressão, assim como o tipo de reação que teremos ao perceber que nosso filho está sendo injusto com os outros.

A discussão sobre bullying está quente. O tema é pauta nas escolas, famílias e sociedade em geral. Especialistas são chamados a dar palestras, depoimentos e receitas de bolo sobre o que fazer em situações de conflito recorrentes entre crianças. As próprias “vítimas” infantis têm protestado sobre discriminações sofridas por colegas – como no recente caso da menina de óculos que viralizou nas redes. E os pais estão cada vez mais preocupados sobre como instruir seus filhos a respeito do tema.

Mas, o que é bullying? Como definir esse comportamento? Como, principalmente, falar com crianças sobre isso? O termo vem do bully, em inglês, que significa amedrontar, intimidar, ameaçar. Qualquer brincadeira ou comportamento que intimide, agrida, ofenda ou exclua, de forma sistemática e recorrente, pode ser rotulado como bullying e até ter consequências legais para os envolvidos – o que mostra que brincadeiras entre crianças podem tornar-se um caso sério. E aí me pergunto: estaremos responsabilizando as novas gerações por conflitos que fazem parte da convivência humana? Ou conflitos rotineiros na socialização das crianças ganharam hoje novos contornos, que os tornam mais difíceis de enfrentar?

O “fenômeno”, na verdade, não é novidade. É sabido que crianças e jovens podem ser bem cruéis no exercício da socialização – até porque estão em fase de formação de valores, tentando entender seus limites e os dos outros. E isso vale principalmente quando falamos de crianças pequenas, ainda sem as habilidades e ferramentas necessárias para expressar com clareza seus sentimentos. É dos adultos, portanto, a responsabilidade de iniciar os pequenos na vida civil, já que eles não conseguem refletir sobre as consequências de suas condutas e não têm formada a capacidade de colocar-se no lugar do outro. A empatia, tão em voga, ainda é para eles algo distante.

É por isso que cabe aos adultos, na família e na escola, educar as crianças para a vida em sociedade, mediando conflitos e principalmente passando valores morais que incentivem relações mais cooperativas e fraternas do que competitivas e discriminatórias. Isso vale ainda mais nos sombrios tempos consumistas que vivemos, quando as crianças aprendem, desde cedo, que para ser precisam ter… as melhores notas, lábios rosados, o último modelo de smartphone, corpos esculpidos – e que ser diferente está fora de moda.

Combate à intimidação sistemática

A lei nº 13.185/2015, que institui em todo o Brasil o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, conhecida também como bullying, em vigor desde o início de 2016, traz uma definição legal para a expressão “intimidação sistemática” – que passa por questões verbais, morais, sexuais, psicológicas, sociais, físicas, materiais e virtuais.

Para além da definição, a lei cria uma política nacional de combate à prática do bullying e assegura atendimento psicológico às vítimas, reiterando as formas e o dever de diligência que escolas (clubes e agremiações também estão elencados na lei) devem ter diante de situações que indiquem haver qualquer tipo de intimidação sistemática contra crianças e adolescentes. Também o cyberbullying, aquele que acontece nas redes sociais, entra no Programa de Combate à Intimidação Sistemática, já que pode ter consequências morais piores do que as do bullying praticado na “vida real” – pois no ambiente virtual as crianças sentem-se ainda mais desamparadas.

A previsão legal é importante, como bem colocou Guilherme Perisse em artigo recente, pois às vezes as crianças escondem o bullying dos adultos, que, por seu turno e não raramente, erram ao tratá-lo como algo normal. Para o advogado do Instituto Alana, com a nova lei fica claro que as escolas, agremiações e clubes não podem mais ignorar as agressões. Da mesma forma, devem promover a conscientização da comunidade escolar, inclusive para orientá-la sobre como agir diante das agressões.

O assunto é espinhoso e difícil, sem dúvida. A saída, a meu ver, está na educação, como prevê a nova legislação. E nesse ponto a lei é mais do que clara, ao dizer que se deve: (i) Capacitar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema. (ii) Instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis diante da identificação de vítimas e agressores e (iii) Evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores, privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de comportamento hostil com a finalidade de se promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros, nos marcos de uma cultura de paz e tolerância mútua.

Contudo, a prática não é tão simples como as palavras escritas. E no meu entendimento precisamos, antes de mais nada, rever nossos próprios atos discriminatórios, os mais triviais e rotineiros. Como querer que as atuais e futuras gerações sejam amáveis, conciliadoras e isentas de preconceitos, se temos sido o pior modelo? É nossa responsabilidade ensinar nossos filhos que tolerância, respeito, delicadeza e empatia são valores que devemos carregar por onde andamos – e que isso começa no recreio da escola, na pracinha do bairro, nos comentários aos posts nas redes sociais e, principalmente, dentro de casa.

Uma educação inclusiva deve prevalecer para que as diferenças sexuais, etárias, étnicas e sociais não sejam causa de discriminação, e sim exaltadas como sinônimo da grandeza e beleza do mundo.

Fonte: http://outraspalavras.net/brasil/para-enfrentar-o-bullying-em-tempos-sombrios/

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Cyberbullying e estresse com provas levam à automutilação e a tentativas de suicídio, dizem professores



Quase metade dos funcionários das escolas britânicas acredita que alunos sob sua tutela se feriram propositalmente e quase um de cada cinco conheciam casos de jovens tentando o suicídio, segundo um novo levantamento.

Dos mais de 400 integrantes da Association of Teachers and Lecturers (ATL) que responderam a uma pesquisa, 81% disseram ter conhecimento de alunos tentando o suicídio por causa de estresse.

O cyberbullying e o desejo de ser popular estão entre as causas de estresse mais comuns entre os alunos.

Evidências informais de membros da ATL, divulgadas na conferência anual da entidade, incluem testemunhos como o de um funcionário de uma escola de Londres, que disse: “Vi um grande aumento nos sintomas físicos de estresse e nos incidentes de automutilação. Pensamentos suicidas estão saindo do controle.”

Samantha Barlow, mentora de uma escola de ensino fundamental de Manchester, disse aos pesquisadores: “O governo e as autoridades estão unicamente interessados em níveis e notas e colocam uma pressão enorme em crianças de apenas seis anos de idade para que elas se sintam ansiosas em relação às provas”.

Um professor de Norfolk descreveu questões de saúde mental como “a maior barreira para o progresso acadêmico”, e um conselheiro em Warwickshire disse que o sistema de avaliações e o tempo passado na frente do computador significam que “não é surpresa que eles sofram cada vez mais com doenças mentais”.

Uma professora do ensino fundamental em Somerset afirmou: “Professores não são assistentes sociais, psicólogos ou terapeutas, mas cada vez mais exige-se que eles cumpram esses papéis”.
quadro
Professores falam de saúde mental
20% dizem que seus alunos tentaram o suicídio
48% dizem que alunos de suas escolas se automutilaram
43% dizem que os estudantes apresentaram transtornos alimentares
A rede de TV Sky News falou com uma estudante chamada Abigail, que disse ter começado a se mutilar quando tinha 9 anos.

“Há muita pressão por bom desempenho”, disse ela.

“Também de se adequar socialmente... todo mundo passa por muitas mudanças... é tudo muito confuso.”

Os comentários de Abigail são sustentados pelo levantamento, que indicou que 89% dos funcionários das escolas acreditam que as provas contribuem para o estresse das crianças.

A pressão para ter boas notas (70%), uma vida doméstica fragmentada (68%) e um currículo escolar sobrecarregado (59%) também foram considerados fatores chave do impacto negativo sobre a saúde mental das crianças, segundo o estudo.
O governo e as autoridades estão unicamente interessados em níveis e notas e colocam uma pressão enorme em crianças de apenas seis anos de idade para que elas se sintam ansiosas em relação às provas
Mary Bousted, secretária-geral da ATL, afirmou: “É terrível que os jovens sintam tanta pressão, que muitos estão se mutilando e contemplando o suicídio”.
“O governo é responsável por muito desse estresse, que parece ter suas raízes num currículo sobrecarregado e muito focado em provas. A ATL quer que todas as escolas tenham profissionais treinados para apoiar os alunos, além de um sistema educacional que motive e envolva as crianças, em vez de um que gera pressão constante.”
Um porta-voz do Departamento de Educação afirmou: “Estamos investindo 1,5 milhão de libras (7,7 milhões de reais) em esquemas de apoio entre os próprios alunos, e também testando um esquema com o serviço nacional de saúde para que haja pontos centralizados de contato, a fim de melhorar a disponibilidade do apoio para questões de saúde mental”.
“Provas são parte chave para garantir que os jovens dominem as habilidades de que precisam para atingir seu potencial e ter sucesso na vida.”
“Mas tomamos medidas reais para garantir que os alunos não estejam numa esteira constante de revisão e provas.”
The Huffington Post | De Steven Hopkins
Publicado: 03/05/2016 09:25 BRT Atualizado: 03/05/2016 09:36 BRT