segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O que fazer em caso de bullying e assédio no Facebook

O Facebook permite que seus usuários compartilhem ideias, opiniões e experiências na plataforma. Com isso, o site dá voz a quem o utiliza e cria um ambiente com diversidade de discursos. Infelizmente, esse espaço de visibilidade e conectividade nem sempre é bem aproveitado. Um exemplo é o uso da página para praticar bullying e assédio.

A rede social tem recursos que podem ajudar a prevenir e combater esses tipos de ataques. Saiba como evitar que seu conteúdo esteja acessível para qualquer pessoa e quais os primeiros passos para agir.



O que pode ser considerado bullying ou assédio? 

Segundo a plataforma, alguns conteúdos que representam bullying ou assédio e violam os padrões da comunidade são: páginas com o objetivo de identificar e humilhar pessoas privadas; imagens manipuladas – também com intenção depreciativa; fotos ou vídeos de bullying físico; compartilhamento de dados pessoais como maneira de chantagear ou assediar alguém; solicitações de amizade e mensagens indesejáveis enviadas de forma repetitiva. 

Como se prevenir de bullying e assédio no Facebook 

Algumas ações podem evitar que seu conteúdo publicado na plataforma esteja acessível a pessoas com más intenções: revisar as configurações da conta para conferir o status de recursos, como a "aprovação de login" (verificação em duas etapas) e a ferramenta de "seleção de público" é importante. 

Com a verificação em duas etapas, para fazer login no Facebook por meio de um dispositivo móvel, navegador ou computador não habitual, um código é enviado para o número de celular cadastrado. Esse recurso dificulta que outras pessoas entrem na sua conta. 

Definir quem pode visualizar suas postagens é essencial para evitar que qualquer um tenha acesso ao que é publicado. É possível fazer um post público, compartilhar apenas com amigos e, até mesmo, uma lista personalizada. Depois que o conteúdo já estiver no ar, ainda é permitido alterar o público capaz de vê-lo. 

Outra dica é analisar quem pode te marcar em publicações. A ferramenta “análise de marcações” torna possível aceitar ou não as marcações que outras pessoas fizeram nas suas publicações. Também existe a alternativa que permite aprovar ou não conteúdos antes que sejam publicados no seu mural. Qualquer uma dessas funções pode ser verificada e ativada nas configurações de conta.


O que fazer se estiver sofrendo bullying ou assédio?

1. A rede social recomenda que a vítima não revide, já que grande parte das pessoas que praticam o bullying contam com uma reação para, então, continuar a constrangê-la. 

2. O usuário deve registrar cada publicação ofensiva. Sejam posts apenas de texto ou com imagens, é importante fazer capturas de tela para, se necessário, comprovar futuramente que aquele conteúdo foi publicado na rede. 

3. Caso o ataque venha de alguém que faça parte da sua lista de amigos, é aconselhável desfazer a amizade. Ao fazer isso, a pessoa ficará impedida de contatá-lo por meio do bate-papo do Facebook e, também, de fazer publicações na sua linha do tempo. 

4. Bloquear a pessoa é outra alternativa válida. Essa ação impede que ela te adicione como amigo e tenha acesso ao conteúdo compartilhado na sua linha do tempo. 

5. O próximo passo é denunciar a pessoa ou qualquer post abusivo que ela tenha feito. Conteúdos impróprios e que violem os padrões da comunidade podem ser denunciados e retirados do ar. Nenhuma informação da pessoa que fez a denúncia é enviada para quem teve sua publicação denunciada. O item será avaliado pela equipe da plataforma e poderá ser removido ou não. Ainda é possível acompanhar o andamento das denúncias feitas na rede social

6. E, por último, não esconda o que está acontecendo. É importante buscar um familiar, amigo próximo ou alguém de confiança para compartilhar o problema e receber ajuda no que for preciso, principalmente em casos de ameaças à segurança pessoal.

por GABRIELLE LANCELLOTTI
Da redação

30/10/2016 06h00 - Atualizado em 30/10/2016 06h00

Fonte: http://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/10/o-que-fazer-em-caso-de-bullying-e-assedio-no-facebook.html

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Especialistas dizem quanto tempo as crianças podem ficar no computador

Academia Americana de Pediatras lança recomendações para garantir o bem-estar físico e psicológico de jovens que acessam a internet; dos 2 aos 5 anos, por exemplo, o uso de dispositivos eletrônicos deve se limitar a uma hora por dia.

Em boa parte do mundo, crianças e adolescentes passam cada vez mais tempo conectados. Segundo estudo do Comitê Gestor da Internet no Brasil, por exemplo, 80% da população do país entre 9 e 17 anos utilizam a rede, sendo que 66% deles navegam por ela diariamente (Leia Para saber mais). O uso exagerado das mídias, porém, pode trazer uma série de problemas para o desenvolvimento dos jovens, como obesidade e insônia. Preocupada com esses impactos, a Academia Americana de Pediatras (AAP) publicou, na última sexta-feira (21/10), um documento contendo uma série de recomendações para ajudar pais e cuidadores a garantirem o uso seguro da internet e da televisão. Divididas por faixa etária (Veja quadro), as sugestões são resultado de uma compilação dos maiores estudos já feitos sobre o impacto das mídias digitais na saúde infantil.

Apesar de comum, não é recomendável que crianças com menos de 2 anos tenham acesso à televisão e aos dispositivos móveis. Segundo o documento publicado, crianças dessa idade não aprendem muito a partir de programas e aplicativos porque não têm a capacidade de transferir as informações que veem na tela para o mundo real. A única atividade digital recomendada para essa faixa etária é a videochamada, ferramenta que pode ser utilizada para que meninos e meninas consigam se comunicar com parentes distantes, fortalecendo os laços pessoais.

A partir dos 2 anos, as crianças podem se beneficiar muito das mídias. Publicados em 2001 e 2013 nas revistas Monographs of the Society for Research in Child Delevopment e Pediatrics, dois estudos mostram que as que estão em idade escolar demonstram claras melhoras cognitivas, linguísticas e sociais ao assistirem a programas de alta qualidade, como Rua Sésamo. Para fazer boas escolhas, a pediatra Jenny Radesky, do Hospital Infantil C.S Mott, nos Estados Unidos, e participante do estudo, recomenda que os pais peçam a opinião de especialistas ou consultem sites que classifiquem programas e séries infantis de acordo com a qualidade. A equipe do trabalho também criou um dispositivo capaz de ajudar os adultos nessa empreitada (Leia Três perguntas para).

Também é necessário limitar o tempo passado na frente das telas, principalmente da televisão, alertaram os especialistas. Segundo eles, um estudo internacional publicado na revista PLoS One em 2013 indicou que assistir à tevê de uma a três horas por dia pode aumentar o risco de obesidade em crianças e adolescentes entre 10% e 27%. A recomendação atual da AAP é que o tempo seja limitado a uma hora diária para meninos e meninas entre 2 e 5 anos. A academia diz também que pais e cuidadores devem cuidar para que os pequenos sigam a quantidade recomendada de atividade física diária, também de uma hora; e de sono, entre oito e 12 horas, conforme a idade.

“Mais do que apenas limites, os pais devem entender os programas usados pelos seus filhos”, disse Etiene Macedo, doutoranda em psicologia clínica na Universidade de Brasília (UnB) e psicóloga infantojuvenil no Plin Psicologia. Segundo ela, a proibição do uso das mídias não é o melhor caminho, mas deve haver limites. A importância deve estar em saber ativamente o que as crianças buscam com os seus dispositivos. “É preciso gastar tempo com eles, mas de forma a realmente participar do universo infantil”, afirma.

A psicóloga alerta que as tecnologias não são perigosas apenas para as crianças: podem afetar também as relações entre pais e filhos. “De um lado, o adulto fica tão conectado à tecnologia, preso até, quanto as crianças. Do outro, a criança acaba imitando o seu comportamento”, explica Etiene Macedo. “É preciso clareza também por parte do cuidador sobre o que ele faz.” Entre as recomendações da AAP, está, inclusive, a importância de os pais compartilharem com outros adultos que têm contato regular com os pequenos, como babás e avós, as regras de uso dos dispositivos eletrônicos.



“Mentores digitais”

As redes sociais devem ser um dos principais alvos de atenção, segundo especialistas. Isso pela preferência dada pelos adolescentes a elas. Conforme dados do levantamento feito pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, 78% dos jovens de ambos os sexos dizem utilizá-las no país. Essas comunidades on-lines permitem uma grande conectividade, fortalecendo laços interpessoais e aumentando a exposição dos jovens a novas ideias. Além disso, podem ser utilizadas para dar suporte emocional aos adolescentes e aumentar as práticas de inclusão, como a da comunidade LGBT e a negra.

Porém, existem menos filtros na internet do que nas mídias tradicionais para proteger os adolescentes de conteúdos impróprios. Segundo a AAP, estudos demonstraram que, quanto mais exposição os jovens tiverem ao consumo de álcool, cigarro e drogas ilícitas, mais cedo começam a usar essas substâncias. Existem também comunidades que pregam atitudes perigosas, como a prática de bulimia, preconceito e extremismo político e religioso. A fim de garantir o uso saudável das mídias sociais, os pais devem conversar constantemente com os filhos sobre cidadania na internet e segurança e saber do conteúdo que eles acessam. Segundo Radesky, os adultos devem “agir como mentores digitais dos filhos”.

Gisele Jendiroba, 51 anos, afirma que o uso excessivo da internet causou problemas para a sua filha Beatriz, 11 anos. “Já aconteceu de as notas dela na escola caírem porque ela passa muito tempo no YouTube”, disse. A mãe afirma ser importante controlar o uso da internet e da televisão e diz utilizar senhas nos dispositivos para evitar conteúdos impróprios. “Não dá pra ver tudo, mas a gente tem que ficar de olho. De vez em quando, pego o celular dela para sabe o que está vendo, mas não faço isso com tanta frequência. Acho até que deveria olhar mais vezes”, afirma.


Jenny Radesky, especialista em comportamento e desenvolvimento de crianças da Universidade de Michigan e um dos autores do estudo

Como reconhecer bons conteúdos para crianças nas mídias?
Recomendamos que os pais assistam aos programas e joguem com seus filhos. Dessa forma, eles podem saber o que as crianças veem, como elas estão reagindo ao conteúdo e se estão realmente aprendendo coisas novas ou apenas mexendo com os aparelhos. Adultos devem confiar na intuição e não se sentirem mal por desinstalar um aplicativo ou jogo ou evitarem programas de televisão que eles não achem adequados para os filhos.

Os pais devem regular o uso de mídias por adolescentes também?
Nossas recomendações para adolescentes e pré-adolescentes priorizam os comportamentos fundamentais para a saúde deles, como aqueles que respeitam o sono, a prática de exercícios, prática de desenvolvimento cognitivo e socialização. O tempo de uso das mídias deve ser personalizado para cada criança, baseado no cumprimento das atividades saudáveis diárias. Isso pode ser alcançado se a pessoa evitar o uso de dispositivos digitais em certos locais, como quartos, e horários, como nas refeições.

Como funciona a ferramenta criada por vocês?

O site (http://healthychildren.org/MediaUsePlan) disponibiliza um guia para que os pais possam criar regras para o uso das mídias em casa, conforme seus valores e suas necessidades, tendo em vista que não existe uma solução que possa ser aplicada a todos da família. Ele permite que os pais registrem o nome e a idade de seus filhos e criem um plano de uso de mídia familiar para cada membro da família. Isso inclui ideias como criar “zonas desconectadas” na casa e “toques de recolher” para os dispositivos. Ele está disponível em inglês, mas esperamos traduzi-lo para outras línguas.

No Brasil, a pesquisa intitulada TIC Kids, divulgada neste mês, mostra que 80% dos jovens com idade entre 9 e 17 anos usam a internet, totalizando 23,7 milhões de crianças e adolescentes. Entre esses, o percentual dos que se conectam mais de uma vez por dia subiu de 21% em 2014 para 66% em 2015. O estudo foi feito a partir de entrevista presencial com 6,1 mil crianças e adolescentes e com 3 mil pais ou responsáveis, em 350 municípios, entre novembro de 2015 e junho de 2016.

A situação não é diferente no resto do mundo. Um estudo publicado em 2015 pelo Ofcom, órgão que regula os meios de comunicação no Reino Unido, mostrou que o tempo gasto on-line por jovens entre 8 e 15 anos mais do que dobrou desde 2005. Os mais velhos, a partir dos 12 anos, passam em média 19 horas por semana conectados. Além disso, o acesso ao mundo digital começa cada vez mais cedo, e o primeiro contato acontece atualmente por volta dos 4 meses de idade. Nos Estados Unidos, 75% das crianças de até 8 anos têm acesso a dispositivos móveis, segundo dados publicados pelo site Common Sense Media em 2013.

Por Correio Braziliense 27/10/2016 16:10
Fonte: http://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2016/10/27/noticias-saude,195991/especialistas-dizem-quanto-tempo-as-criancas-podem-ficar-no-computador.shtml

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Mulher expõe chantagista virtual nas redes e post viraliza


Taruna Aswani é uma mulher indiana, residente nos EUA, e que ganhou enorme notoriedade no Facebook nos últimos dias. No sábado, dia 22, ela fez um post em sua conta pessoal na qual afirma ter tomado a decisão de enfrentar um criminoso cibernético em protesto por todas as mulheres que são assediadas na internet diariamente. O homem em questão é um chantagista virtual que tentou extorqui-la com fotos e vídeos íntimos.

Aswani publicou o conteúdo de dois e-mails que recebeu do rapaz nos quais ele afirma ter invadido a conta dela num serviço de armazenamento de dados na nuvem e obtido fotos e vídeos íntimos feitos por ela para um antigo namorado.

Na mensagem, o hacker dá um prazo de 48 horas para que Aswani envie, por e-mail, novas fotos e vídeos de nudez para ele. Identificado como Kevin John no e-mail, o rapaz ameaça espalhar as imagens íntimas da indiana na internet caso ela não faça o que ele está pedindo.

"Tenho acesso aos contatos de todos os seus amigos, familiares e colegas de trabalho. Acho que alguns vão ficar felizes e alguns, envergonhados quando virem [as imagens]", afirmou o rapaz.

Aswani, porém, resolveu não ceder às ameaças. "Por mais embaraçosos que esses vídeos sejam, eu decidi enfrentar esse homem em vez de me acovardar diante de seus pedidos", disse ela no Facebook. "Eu faço isso para que outras mulheres se espelhem e enfrentem valentões e desgraçados como ele. Não há nada de errado em manter fotos e vídeos privados em seu telefone. Aqueles que invadem seus dados privados são os que estão errados, são eles os criminosos. Nunca se acovarde diante dessas pessoas. Luto por todas aquelas que sofrem assédio virtual."



26/10/2016  15:30

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Mensagem emocionante de mãe de filho que se enforcou devido a bullying



Uma mãe britânica encontrou o filho, de 11 anos, enforcado no quarto, alegadamente por não resistir a ataques de bullying na escola. Agora, decidiu partilhar o seu drama nas redes sociais para combater o fenômeno.

A mensagem comovente de Farheen Khan nas redes sociais tem como objetivo, segundo a própria, acabar de vez com o bullying. A tragédia aconteceu a 28 de setembro, quando encontrou o filho Asad, de 11 anos, enforcado no seu próprio quarto.

"Asad, meu filho mais velho, meu tudo. Ele foi a minha maior força e o meu maior apoio. Não era um rapaz comum. Era muito brilhante para a sua idade. Era sensível, adorável e apaixonado", começa por dizer a mãe, confessando um sentimento de "dor indescritível".

"Não morreu de uma doença terminal ou acidente. Só Deus sabe o que o levou a tomar a decisão de acabar com a sua vida ", prossegue no início da sua emocionante mensagem.

"Ele foi-se e tenho de aceitar. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para mencionar que não existem vídeos do meu filho a ser assediado, nem ele me contou isso", refere a destroçada mãe, que diz só ter tido conhecimento do que se passava, pelo relatos de alguns amigos da escola, após a morte de Asad.

Farheen Khan observa que "nenhuma criança merece ser abusada" e acrescenta que o bullying "é um problema muito sério". "Hoje é meu filho, amanhã pode ser o seu", destaca.

O relato comovente da mulher termina com um apelo direto a outras mães: "Se o teu filho testemunhou como abusaram de Asad, por favor dá um passo em frente. É tudo o que uma mãe pede: justiça para o seu filho".

Fonte: http://www.msn.com/pt-pt/noticias/sociedade/mensagem-emocionante-de-mãe-de-filho-que-se-enforcou-devido-a-bullying/ar-BBx8Irs?li=BBoPWjC

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Pesquisadores alertam sobre perigo de compartilhar informações sobre crianças na web



RIO — Muitas vezes são os pais que criam as primeiras pegadas digitais de seus filhos. O que eles compartilham sobre seus pequenos com outras pessoas no meio virtual pode acarretar riscos, em geral, inesperados. Uma pesquisa apresentada na Academia Americana de Pediatria (AAP), durante a Conferência e Exposição Nacional, nesta sexta-feira, levantou o assunto. 

Mesmo pesquisas anteriores à da AAP já mostraram que 92% dos bebês de 2 anos nos Estados Unidos têm presença on-line, e cerca de um terço tem sua primeira aparição em mídias sociais nas primeiras 24 horas de vida. “A quantidade de informação colocada no universo digital sobre nossos filhos em seus primeiros anos de vida é impressionante”, disse a pediatra Bahareh Keith, diretora de saúde global pediátrica e professora assistente de pediatria na escola de Medicina da Universidade da Flórida. “Muitas vezes os pais consideram a melhor forma de proteger as crianças enquanto a criança está usando a internet. 

No entanto, inicialmente, os pais (como eu) nem sempre percebem como seu próprio uso das mídias sociais pode afetar o bem-estar das crianças, hoje e por muito tempo no futuro”, alertou. As mídias sociais também oferecem muitos benefícios para as famílias, destacou a médica, inclusive dando voz aos pais quando eles expõem as dificuldades e suas experiências na criação dos filhos, promovendo interação e celebrando as alegrias de sua vida. Para combater o problema decorrente do lado negativo do uso das redes, pediatras podem fazer campanha para uma maior sensibilização dos pais para proteger identidade on-line de uma criança, sugerem os profissionais da área. 

O professor de Direito Stacey Steinberg adverte que as informações compartilhadas podem ser roubados ou repetidamente compartilhadas, sem o conhecimento dos pais, caindo nas mãos de pedófilos ou de ladrões. “Precisamos incentivar a partilha responsável e reflexiva e enfrentar uma escassez de discussão sobre o tema que deixa até mesmo os pais mais bem-intencionados com poucos recursos para avaliar a questão antes de pressionar a opção “compartilhar” em seus dispositivos digitais”, destacou Stacey Steinberg, professor de Direito. Keith e Steinberg levantaram um extenso material da literatura médica legal para encorajar a classe profissional a ajudar pais com regras saudáveis de comportamento on-line. 

Com AGÊNCIAS BR
21/10/2016 16h45    
Por: O Globo

Fonte: http://www.jornalfloripa.com.br/noticia.php?id=772120

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Cyberbullying: uma ameaça digital

Com a internet, o bullying ganhou força no mundo virtual, mas suas consequências afetam – e muito – a vida real. Saiba como denunciar e entenda quais precauções tomar para se proteger.



Você recebe uma foto constrangedora de um colega e, sem pensar, compartilha com os amigos. Alguém faz uma piada com outro amigo no Facebook, e você não vê problema em curtir, comentar e repercutir. A “zoeira” não tem limites, né?

Por trás de brincadeiras aparentemente inocentes, pode haver um comportamento social perverso. Quando os envolvidos são jovens e crianças, o problema aumenta. As agressões podem trazer consequências irreversíveis para seu desenvolvimento e, em casos extremos, levar ao suicídio

Mas, afinal, por que o bullying e o cyberbullying acontecem? Diversos estudos associam o problema ao baixo repertório de habilidades sociais. Trocando em miúdos, trata-se da boa e velha empatia, que anda em falta, principalmente entre crianças e adolescentes, devido à imaturidade emocional.

Segundo Angela Marin, professora da pós-graduação em Psicologia da Unisinos, espera-se que crianças e adolescentes se tornem mais maduros emocionalmente e consigam lidar melhor com seus sentimentos à medida que se desenvolvem. “Isso possibilita que direcionem seu foco para outras atividades, dentro e fora da escola”, explica.

Em tempo de internet, a falta de maturidade emocional tende a gerar agressões ainda mais fortes. Afinal, a rede oferece agilidade e alcance para difamar qualquer pessoa, e o fato de estar escondido atrás de um computador, com a ilusão de que não será descoberto, torna o agressor mais ousado e impiedoso.

“O bullying é um fenômeno que tem sido associado à depressão e à baixa autoestima, bem como a problemas na vida adulta relacionados a comportamentos antissociais, instabilidade no trabalho e relacionamentos afetivos pouco duradouros”, observa a pesquisadora.

Além disso, salienta que, quando o bullying ocorre na infância, pode agravar problemas já existentes ou desencadear novos. Transtornos psicológicos e dificuldades de aprendizagem são efeitos comuns. “Há uma associação entre quadros graves de depressão e bullying que pode levar as vítimas a cometer suicídio”, alerta a professora da pós-graduação em Psicologia da Unisinos, Angela Marin.

Para se ter uma ideia do tamanho do problema, uma pesquisa comandada por especialistas das universidades britânicas de Sheffield e Nottingham mostra que 80% dos entrevistados passaram por, pelo menos, uma situação constrangedora de cyberbullying no trabalho.

Mas o alto índice de pessoas atingidas por essa prática não é uma exclusividade de países que já convivem com a tecnologia há mais tempo. No Brasil, um em cada cinco adolescentes pratica bullying, segundo dados do IBGE apurados em 2012. Outra pesquisa, realizada pela ONG Plan Brasil em 2010, mostrou que 10% dos alunos de escolas públicas e particulares disseram ter sofrido com o bullying.

Punir é possível

Um dos principais problemas para a vítima do cyberbullying na hora de denunciar é a dificuldade de reconhecer o agressor, que normalmente se esconde por trás de perfis falsos e contas fictícias de e-mail para difamar, ridicularizar e humilhar seus alvos.

Mas, conforme as tecnologias avançam, surgem novas medidas de proteção às vítimas, o que tende a diminuir a impunidade. “Tudo deixa rastro. É possível mapear as comunicações virtuais, mediante autorização judicial. Isso ocorre muito em casos de ofensas pelas redes sociais”, exemplifica a delegada e professora de Direito da Unisinos, Elisangela Reghelin. “Os vestígios do crime permanecem, mesmo que apagado o perfil”, garante.

Ela ressalta a importância de denunciar o cyberbullying para que o agressor seja punido. “É necessário que a vítima procure a Delegacia de Polícia mais próxima e faça o registro. O registro dos casos de crimes pela internet em cartório é um importante mecanismo de prova. A vítima poderá tomar tais medidas a qualquer tempo, ainda que nem saiba a autoria das agressões”, acrescenta Elisangela.

A legislação brasileira prevê uma pena de até dois anos de detenção, dependendo do crimepraticado na internet – os crimes menos graves, como invasão de dispositivos, podem ser punidos com prisão de três meses a um ano, além de multa. Condutas mais danosas, como obter, pela invasão, informações sigilosas, privadas, comerciais ou industriais, podem ter pena de seis meses a dois anos de prisão, além de multa. O mesmo ocorre se o delito envolver a divulgação, comercialização ou transmissão a terceiros, por meio de venda ou repasse gratuito, do material obtido com a invasão.

Caminhos para solucionar o problema

Colocar-se no lugar do outro e entender as consequências do cyberbullying pode ser um bom começo para acabar com o problema. Nesse contexto, a família e a escola têm papel fundamental. “É importante que pais e professores entendam o que caracteriza o bullying e estejam atentos às relações que são estabelecidas pelos seus filhos e alunos”, afirma Angela.

Além do diálogo – na escola, universidade ou ambiente de trabalho –, é importante que as instituições invistam em Segurança da Informação e mantenham suas ferramentas sempre atualizadas. “Da mesma forma que os meios para o cyberbullying se alteram, os mecanismos de Segurança da Informação utilizados também precisam se adaptar”, alerta Jéferson Nobre.

“Assim, as instituições devem estar atentas para novos meios disponíveis e suas ameaças intrínsecas, assim como para os mecanismos de segurança a serem implementados, como monitoramento das redes e um regimento interno que deixe claro que o cyberbullying não será tolerado naquela instituição”, complementa o professor do curso de Segurança da Informação da Unisinos.

Todos nós temos responsabilidade pelo bullying e pelo cyberbullying, a partir do momento que julgamos o outro, expomos nossas opiniões de maneira pejorativa, desrespeitamos o jeito de ser das outras pessoas. Por isso, o problema só será solucionado quando mudarmos a postura.
Você está disposto a fazer parte dessa mudança? Venha para a Unisinos. A hora de ter novas ideias para o mundo é agora.

20/10/2016 - 15H10/ ATUALIZADO 19H1010 / POR ESTÚDIO GLOBO (PUBLIEDITORIAL)

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2016/10/cyberbullying-uma-ameaca-digital.html

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

De pequenino se mostra o menino. Ou não?

O que será que tem mau publicar fotografias de crianças nas redes sociais? Estarão os pais a expô-las a perigos reais? 



Antigamente, os nossos pais ensinavam-nos a não falar com desconhecidos. Hoje, muitos utilizadores de redes sociais aceitam como ‘amigos’ pessoas que não conhecem na vida real, em carne e osso. Poria a mão no fogo por cada um desses 300 ou 400 ‘amigos’ que tem na sua rede social na hora de garantir que não compartilharam uma fotografia do SEU filho? Que pode até não ter mal nenhum, mas pode, também, chegar às mãos de pessoas mal-intencionadas? E, sabendo disto, vale a pena arriscar?

Na Áustria, uma garota de 18 anos decidiu processar os pais por ‘postarem’ — é esse o termo usado — mais de 500 fotografias suas no Facebook, a rede social mais popular do mundo, que conta com 1,55 mil milhões de utilizadores ativos por mês. A jovem alega que a publicação foi feita sem o seu consentimento e que o compartilhamento chegou aos 700 ‘amigos’ de Facebook que os pais têm na sua conta. “Não tiveram vergonha nem limites e não quiseram saber se a foto que publicavam era de mim sentada no penico ou nua no berço”, disse ao jornal “The Local Austria”. A garota quer ser indenizada por danos e que as suas fotos sejam retiradas do Facebook. O caso sobe à barra do tribunal já em novembro.

Em Portugal, já houve sentenças a proibir os pais de publicarem fotografias dos filhos nas redes sociais. Filipa e João, pais de uma bebê de 2 anos, foram a tribunal por não chegarem a acordo sobre a educação da filha. O Tribunal de Menores e Família de Setúbal proibiu-os de publicar fotografias da filha nas redes sociais. O argumento foi no sentido de garantir o direito à privacidade e a imagem da criança. Não satisfeita com a decisão judicial, a mãe desta menina recorreu. A instância superior, o Tribunal da Relação de Évora, corroborou a sentença, em julho de 2015. No acórdão, justificou-a assim: “Os filhos não são coisas ou objetos pertencentes aos pais, de que estes podem dispor a seu belo prazer. São pessoas e consequentemente titulares de direitos. Se por um lado os pais devem proteger os filhos, por outro têm o dever de garantir e respeitar os seus direitos.”

Este não é caso único em Portugal. Cada vez há mais tribunais proibindo os progenitores de publicarem imagens dos seus filhos menores nas redes sociais. Rita Sassetti, advogada na área de Direito da Família há 25 anos, chama-lhe “direito preventivo”. Nos casos de regulação das responsabilidades parentais que representa, Sassetti prevê “uma cláusula em que ambos os progenitores se comprometem a não partilhar fotografias e informações das crianças nas redes sociais”. A advogada defende, inclusivamente, que já deveria existir uma lei a proibir isso mesmo. E justifica a sua opinião deste modo: “Nada é seguro. Nada é inviolável. Com a falta de controle, invasão de hackers e a facilidade com que se consegue aceder às páginas das redes sociais, ainda que o acesso seja ‘restrito’, o risco é elevado. O perigo de publicar fotografias de crianças nas redes sociais, muitas vezes com menções de locais e datas, é um caminho aberto e perigoso, que pode levar à identificação dos hábitos, regras e locais onde estas estão. Para quem não tiver a melhor das intenções, o manancial é imenso. Há perigo de acesso às imagens, divulgação e troca de imagens, acesso às crianças.”

A INCÓGNITA DA INTERNET

Pensando nessas ameaças, existe um conjunto de recomendações e boas práticas sugeridas pela polícia. Carlos Cabreiro, coordenador de investigação na Secção de Criminalidade Informática da Polícia Judiciária (PJ), explica que “a exposição de crianças e determinados tipos de fotografias em redes sociais não é nada benéfica”. ‘Proibidas’ devem ser imagens de índole provocatória e de nudez. “Naturalmente, a PJ recomenda aos internautas que não aceitem pessoas que não conhecem nas suas redes.” E defende que “não é razoável que um jovem de 14 anos, ou até de 20, tenha 700 amigos” (verdadeiros, note-se).

Cabreiro alerta que “a pornografia de menores e a devassa da vida privada são os crimes mais frequentes” relacionados com esta área. Mas avisa que há “centenas de casos de usurpação de identidade” através do furto da imagem do perfil nas redes sociais. “Só em Lisboa, são 1200 casos de criminalidade informática que chegam todos os anos”, os quais incluem difamação, tentativa de extorsão e outros... É preciso perceber que “uma foto de criança pode ser manipulada ou ajudar a criar perfis falsos”, explica o coordenador.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) está em sintonia com a PJ e já publicou um alerta a pensar nos pais que compartilham fotografias dos filhos nas redes sociais. Partindo do princípio de que “nem toda a gente está de boa-fé no espaço digital”, a PSP aconselha os utilizadores a “rever as definições de segurança no Facebook quanto à partilha das fotos e visibilidade das mesmas” (é possível colocar filtros e selecionar, com bastante rigor, as pessoas que queremos que acedam a cada conteúdo); a “não tirar fotografias exclusivamente à cara da criança”; a optar por fotografias inócuas, evitando dar a conhecer em que local estão; e a não ativar a geolocalização em tempo real. “Na dúvida, não compartilhe repetidamente fotos da criança e, se possível, desfoque-lhe a cara.”

Ninguém sabe muito bem o que será este arquivo digital no futuro. Ficarão estas imagens em poder das redes sociais, como o Facebook ou o Instagram, ou há o risco de ‘caírem’ na net? E, caso isso aconteça, poderá haver fotos, nossas ou dos nossos filhos, que não conseguimos resgatar, a vaguear pelo ciberespaço? O pensamento não é apaziguador.

Sofia Pinto dos Santos não corre esse risco. A empresária de 42 anos, mãe de dois filhos, de 9 e 10 anos, nunca compartilhou uma única fotografia deles em qualquer rede social. Ela e o marido sempre estiveram de acordo neste ponto. “Consideramos que o nosso dever é preservar a privacidade das nossas crianças e que não as devemos expor no Facebook só para ter mil likes”, diz ela. É claro que os filhos, que são “iguais a todas as crianças da idade deles, já pediram para ter conta no Facebook, no Instagram, no YouTube...”, revela. Os pais defendem: “É muito fácil perder horas a navegar no Facebook. Achamos que não devemos introduzir mais um vício. Já têm a PlayStation, o WhatsApp e o Hangouts, onde podem de vez em quando dedicar algum tempo a interagir virtualmente com os amigos e a família.”

Um dos problemas da publicação de imagens nas redes é a facilidade com que o fazemos — por vezes sem medir as consequências. Segundo dados recolhidos pela Parent Zone, uma organização britânica que pretende ajudar os progenitores a lidar com os desafios da era digital, “a maioria dos pais partilha cerca de 1500 fotografias dos seus filhos antes do seu 5º aniversário”. E 32% dos pais inquiridos afirmam ‘postar’ cerca de 11 a 20 novas fotos dos filhos por mês. Será que antes, quando tínhamos de passar as fotografias da máquina para o computador e só depois decidir se as queríamos partilhar, não pensávamos mais sobre todo o processo? Não trará o imediatismo dos smartphones, também, desvantagens?

Outra dificuldade vem dos jovens propriamente ditos. Apesar de a idade legal para ter uma conta no Facebook ser 13 anos, a verdade é que muitas crianças burlam esse limite mentindo. Neste caso, os pais e a escola devem ensinar quais os perigos a evitar e os cuidados a ter. A banalização da utilização da rede social é uma das preocupações. O estudo “Teens, Social Media and Privacy”, levado a cabo em 2013 pelo Pew Research Center, nos EUA, demonstra que 71% dos adolescentes que usam o Facebook revelam o nome da sua escola ou da cidade onde vivem, 53% divulgam o seu e-mail e 20% publicam inclusivamente o seu número de telemóvel. Comportamentos que podem conter perigos...

O pediatra Mário Cordeiro não esconde que considera a publicação de imagens de crianças nas redes sociais um excesso e um exercício de narcisismo, na maior parte dos casos. “Curiosamente, muitos pais que são capazes de ter atitudes agressivas ou até mesmo violentas se alguém, num jardim público, tira uma fotografia na qual aparecem crianças fazem depois, nas redes sociais, demonstrações diárias dos meninos, das gracinhas, do que dizem, contam e fazem, do seu quotidiano... Muitos pais colocam as fotografias no intuito de terem não sei quantos likes, emojis e coisas parecidas, bem como para receberem comentários bacocos e até falsos. A tecnologia é das coisas mais fantásticas que o ser humano tem desenvolvido, mas este mau uso e abuso é exibição de ‘macaquinhos de circo’, para gáudio dos pais. Parece-me, acima de tudo, uma falta de respeito, de senso, de objetivos de vida e de indigência intelectual. Preocupa-me o narcisismo inerente a essas exibições e, por outro lado, à utilização da imagem das crianças sem qualquer pudor”, resume o pediatra.

Ninguém sabe o que o futuro reserva. Ninguém sabe se vão ser criadas leis capazes de porem ordem e direitos no infinito espaço cibernético ou se este nunca se poderá cingir às mesmas leis do mundo ‘real’. Até lá, cabe à responsabilidade, consciência e liberdade de escolha de cada pai decidir o que fazer com a imagem dos seus filhos.

CONSELHOS ÚTEIS

A Polícia Judiciária e a Polícia de Segurança Pública estão de acordo: bom senso e contenção devem ser a pedra de toque quando falamos em partilha de imagens nas redes sociais e na internet em geral. Apesar da liberdade de escolha ser o princípio norteador de cada um, existem comportamentos claramente desaconselhados e outras precauções fáceis de pôr em prática.

IMAGENS A NÃO PUBLICAR

Imagens de natureza provocatória, íntimas ou de nudez não devem ser compartilhadas nas redes sociais. Tenha atenção a certas indumentárias mais ‘atrevidas’ que podem suscitar a atenção de pessoas mal-intencionadas. Fotografias de rostos com marcas distintivas também devem ser evitadas.

REVEJA OS FILTROS DE PRIVACIDADE

Muitas pessoas não sabem, mas é possível criar grupos de acesso restrito às fotografias. Do Público ao Apenas Eu, há muitas nuances: Colegas de Trabalho, Conhecidos, Amigos, Amigos Chegados... As fotografias dos seus filhos só deverão ser vistas por pessoas em quem confia plenamente.

NÃO PARTILHE INFORMAÇÃO PESSOAL

Moradas, nomes de escolas, telefones, e-mails não devem nunca ser partilhados nas redes. Todo e qualquer elemento que permita a pessoas de má índole reconstituir vidas e trajetos é de evitar.

NÃO ACEITE PESSOAS DESCONHECIDAS

Parece um conselho desnecessário, mas nunca é de mais dizê-lo: não aceite pedidos de amizade de pessoas que não conhece. Se fosse na rua, falava com uma pessoa que não conhece? Aqui passa-se o mesmo.

NÃO USE GEOLOCALIZAÇÃO

Saber onde uma pessoa se encontra, em tempo real, só pode trazer desvantagens. Tanto diz ao assaltante que foi de férias e não está em casa como pode dar informação preciosa em caso de rapto. Jogue pelo seguro, não facilite.

NÚMEROS

1500
é o número de fotografias que a maioria dos pais compartilha dos seus filhos nas redes sociais antes do seu 5º aniversário (Fonte: Parent Zone, organização do Reino Unido que ajuda os pais a navegar em segurança na internet)

1200
é o número de casos de criminalidade informática — como usurpação de identidade, difamação e tentativa de extorsão — que chegam todos os anos à Polícia Judiciária só na zona da Grande Lisboa (Fonte: Secção de Criminalidade Informática da Polícia Judiciária)

71%
dos adolescentes que usam o Facebook revelam o nome da sua escola ou da cidade onde vivem (Fonte: “Teens, Social Media and Privacy”, Pew Research Center, EUA, 2013)

53%
dos adolescentes que usam o Facebook divulgam o seu e-mail (Fonte: “Teens, Social Media and Privacy”, Pew Research Center, EUA, 2013)

20%
dos adolescentes que usam o Facebook publicam o seu número de celular.

Por: KATYA DELIMBEUF

(Fonte: “Teens, Social Media and Privacy”, Pew Research Center, EUA, 2013 |  Fonte: http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-10-16-De-pequenino-se-mostra-o-menino.-Ou-nao-)

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Bruno Astuto dá dicas de como usar as redes sociais da melhor forma

O colunista falou sobre o assalto que Kim Kardashian sofreu em Paris, no dia 3/10. Kim estava na capital francesa acompanhando os desfiles da Semana de Moda e foi rendida na suíte do hotel em que estava hospedada. Os ladrões levaram suas joias, inclusive o anel que ganhou de Kayne West, avaliadas em 11 milhões de dólares. A americana havia postado recentemente uma foto do presente do marido nas redes sociais. Com medo, após o acontecimento, Kim avisou que ficará afastada das redes sociais por um mês e vai mudar a sua maneira de postar.

Bruno Astuto alerta sobre o perigo de ficar postando toda a sua vida nas redes sociais: "Ela (Kim Kardashian) posta tudo nas redes sociais! Um tempo atrás, ela tinha postado um anel de brilhantes gigantesco que ganhou do marido dela. O alerta vale para todo mundo. A vida dela é um livro aberto. A Kim postava fotos no hotel, mas não dizia que estava nele por uma política do hotel. Os bandidos ficaram acompanhando. Eles já sabiam que tinham as joias".

O colunista ainda dá dicas de qual é a melhor forma de postar nas suas redes sociais. Confira a lista:

1 - Você tem que ter uma vida real melhor do que a virtual. Sua vida virtual não te define, tem que ter coisas palpáveis.
2 - Seja menos egocêntrico. Quando você só posta você mesmo, você está dizendo ao mundo que não se importa com o resto. Ali vai dizer quem você é, quais são seus valores
3 - Rede social não é diário. Não é para colocar a sua vida inteira.
4 - Modere nas fotos de academia. Qual é o recado que você está dando ao mundo ao postar uma foto de academia?
5 - Publicar ou marcar os outros tem que pedir autorização sempre. Às vezes, a pessoa está na festa e não avisou ao partner [companheiro].
6 - Cuidado com check-in! Isso é perigoso para crianças. Quando for fazer check-in, poste onde você já esteve, depois de ter saído do local. Existem pessoas mal intencionadas que ficam acompanhando essas coisas e crianças não sabem se defender.

Bruno Astuto define os tipos de pessoas que postam nas redes sociais:



17/10/2016 10h38 - Atualizado em 17/10/2016 10h45

Fonte: http://gshow.globo.com/tv/noticia/2016/10/bruno-astuto-da-dicas-de-como-usar-redes-sociais-da-melhor-forma.html

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Menino morre após partida de game online e amigos notam pela webcam

Gustavo Detter, de 13 anos, se enforcou na casa do pai em São Vicente, SP. Tio alerta para perigo dos jogos e acredita que sobrinho foi induzido.



Um garoto de 13 anos morreu menos de 24 horas depois de ser encontrado dentro do quarto do pai com uma corda enrolada no pescoço e em frente a um computador. A suspeita da família é que o incidente tenha relação com o desafio de um jogo online do qual Gustavo Riveiros Detter brincava com amigos e acabou perdendo. O caso aconteceu em São Vicente, no litoral de São Paulo, e está sendo investigado pela polícia.

A corda utilizada pelo menino sustentava um saco de boxe no teto do quarto. Após o enforcamento, o estudante chegou a ser socorrido com vida para o Hospital Municipal de São Vicente ainda na noite de sábado (15). Depois, foi transferido para o Hospital Ana Costa, em Santos, e morreu neste domingo (16).

Um tio materno do garoto disse ter colhido informações sobre a morte do sobrinho. Segundo ele, Gustavo jogava o game League of Legends. Quando alguém perdia o jogo, os participantes davam ao perdedor o desafio do Choking Game ou “jogo da asfixia”, em que a pessoa interrompe o fluxo de ar com as mãos ou com objetos para induzir desmaios, tontura ou estado de euforia.

De acordo com o boletim de ocorrência, o garoto brincava com outros três colegas quando aconteceu o enforcamento. A cena teria sido acompanhada em tempo real pelos outros participantes do jogo, já que todos usavam a internet com uma webcam conectada para se comunicar.

Conversas obtidas pelo parente em aplicativos de mensagem e no próprio computador usado por Gustavo, afirmam que essa não seria a primeira vez que o estudante teria participado do suposto desafio. Um dos jogadores escreveu em uma das conversas que achava que o 'Detter' (sobrenome da vítima) tinha ido se enforcar de novo.

Pela transmissão ao vivo da webcam, os colegas perceberam que a vítima parecia estar "desfalecida" e pediram para que uma prima, que estava no quarto ao lado de Gustavo, fosse verificar.

Assustada, a garota chamou os tios, que conseguiram reanimar Gustavo. Em seguida, por volta das 22h40, os familiares chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para levá-lo até o Hospital Municipal de São Vicente. Já na manhã do último domingo, Gustavo foi transferido por volta das 5h30 para o Hospital Ana Costa, em Santos. A morte dele foi confirmada poucas horas depois.

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o tio de Gustavo, que registrou o caso na delegacia, acredita na hipótese de que os demais jogadores tenham induzido o sobrinho ao fato. O caso foi registrado no 7º DP de Santos, mas será investigado pela Delegacia Sede de São Vicente.

Caso sério

Há alguns anos, algumas escolas do país começaram a alertar os pais para uma prática perigosa que os adolescentes têm feito até mesmo dentro das salas de aula. É o chamado "jogo do desmaio" ou Choking Game.

Vários vídeos de jovens se espalharam pela internet exibindo uma "brincadeira" que pode levar à morte já que os movimentos têm por objetivo diminuir a quantidade de sangue no cérebro.

Na queda podem ocorrer lesões pelo corpo e até traumatismo craniano. Se existir alguma pré-disposição, o adolescente pode sofrer uma parada cardíaca e a falta de oxigênio no cérebro pode deixar sequelas graves, para o resto da vida.

17/10/2016 05h17 - Atualizado em 17/10/2016 16h52

Fonte: http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2016/10/menino-morre-apos-partida-de-game-online-e-amigos-notam-pela-webcam.html

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

35% já sofreram cyberbullying

Pesquisa com quase 3.000 usuários da web aponta que 35% dos jovens já sofreram cyberbullying.


Uma pesquisa realizada recentemente sobre os hábitos na internet, aponta que 62% dos jovens utilizam a rede todos os dias. Desse percentual, os que estão na faixa entre 18 e 23 anos, 86% acessam diariamente a web. Essa busca frenética pelas facilidades da rede mundial de computadores traz a reboque uma das práticas virtuais criminosas mais utilizadas e temidas na atualidade: o bullying.

O levantamento foi feito no Brasil inteiro com 2.834 jovens, de idade entre 09 e 23 anos. As empresas responsáveis pela pesquisa são a SaferNet, uma organização não-governamental que trabalha no enfrentamento de crimes e violações aos Direitos Humanos na Internet, e a operadora de telecomunicações GVT.

Segundo os números, embora 49% dos jovens afirmem temer sofrer bullying nas redes sociais, muitos não admitem que o fazem. Dos entrevistados, 35% tem um amigo que já sofreu cyberbullying e 12% admitem já terem sofrido agressões pelas mídias sociais. Estudos realizados pelos pesquisadores do PesqSUI e por outros especialistas, apontam que o bullying não está ligado a um jovem que seja considerado o “menino mau ou a menina má” da escola ou do grupo, o fenômeno é coletivo.

“O bullying virtual é bem comum, devido a facilidade e o anonimato que a internet oferece. Acho que a única forma de se proteger totalmente contra o bullying virtual seria não usar a internet”, comentou o especialista em segurança na internet e sócio-proprietário da Innobras, David Menezes Tanemsmo. Ele continua dizendo que “infelizmente, o controle sobre os filhos é muito complexo. É preciso se manter atualizado aos movimentos dos seus filhos e pro ativamente acompanhar o que eles fazem online”.

Para os que trabalham com os possíveis ataques via internet, é de extrema importância que a família se mantenha atualizada no progresso do mundo digital, que contorna todos os membros da casa. “É como se manter informado sobre bairros perigosos, horários seguros de transitar publicamente, amizades, etc...”, explicou David. Segundo ele, existem aplicativos que podem ser instalados nos telefones/computadores que ajudam aos pais a monitorar o comportamento dos filhos e os possíveis ataques que esses possam sofrer.

As formas de bullying virtual mas comuns

Exclusão: Ameaças e difusão por e-mail é uma tática de intimidação cibernética usada para inspirar o medo na criança-alvo. Assédio: Mensagens ofensivas para a criança-alvo. Estas mensagens são ameaçadoras, dolorosas e frequentes.

Phishing: Phishing é uma tática de intimidação do cyberbullying que requer enganar, persuadir ou manipular a criança alvo a revelar informações pessoal e financeira sobre a vítima ou seus entes queridos. Uma vez que o bully adquire essas informações, ele começa a usar as informações para acessar seus perfis online, compra de itens não autorizadas com cartões de crédito da criança alvo ou pais.

Impersonar: Personificar ou "Imping" só pode ocorrer com o "véu do anonimato" oferecido pela tecnologia digital. O cyberbully representa a criança-alvo e faz comentários on-line impopulares em sites de redes sociais e em canais de chat. Personificando, o cyberbullying configura sites que incluem informações vitriólicas causando a criança-alvo a ser vitimizada ou banida.

Difamação: é usado em tanto no bullying clássico como o cyber bullying. A tática tem como função postar ou publicar rumores cruéis, fofocas e declarações falsas sobre uma criança alvo para danificar intencionalmente sua reputação ou amizades.

Disseminação de imagens por e-mail ou telefone: Não só uma tática usada em cyber bullying, mas tambem uma forma de intercâmbio de informações que pode ser um ato criminoso se as imagens são pornográficas. As crianças podem receber imagens diretamente em seus telefones e, em seguida, enviá-los a todos seus contatos. De todos os métodos de cyber bullying, esta tática, que serve para constranger uma criança alvo, pode levar a acusações criminais graves.

Imagens e video: o uso de imagens e gravações de vídeo é uma preocupação crescente, que tanto a polícia como as escolas, estão levando muito a sério. Devido, em parte, à e acessibilidade de câmeras em celulares, fotografias e vídeos de vítimas inocentes ou a criança-alvo, tomadas em banheiros, vestiários ou em outras situações comprometedoras e distribuídas digitalmente. Algumas imagens e vídeos são enviados aos colegas, enquanto outros são publicados em sites de vídeo como por exemplo, youtube.com.

Possíveis consequências

Conforme um estudo “Cyberbullying: do virtual ao psicológico”, feito pelos professores da Universidade do Paraná, Fernando Cesar de Castro Schreiber e Maria Cristina Antunes, os efeitos do cyberbullying levam, assim como no bullying tradicional, a várias consequências psicológicas. Segundo a pesquisa e com base em outros estudiosos, existem duas perspectivas para a visão das consequências envolvidas no cyberbullying.

Na primeira se comparam os efeitos deste com os do bullying tradicional, tentando mostrar qual é mais prejudicial para os envolvidos. “Entretanto, impacto dessas consequências depende da forma em que ocorre o cyberbullying e da importância das relações virtuais e da forma como se estabelecem dentro da cultura do país”, destaca. Na segunda perspectiva, seus efeitos são analisados a partir da vitimização do fenômeno, ou seja, a partir das consequências apresentadas pela vítima dentro do ocorrido. A baixa autoestima é uma consequência maior de aparecimento, tanto para as vítimas, quanto para os agressores. A depressão, fobia social e ansiedade também são comuns.

Uma pesquisa citada no estudo revela que 93% das vítimas de cyberbullying foram negativamente afetadas pelo fenômeno e por consequência apresentaram as seguintes porcentagens: raiva (41%), desapontamento (mais de 30%), frustração (20%), vulnerabilidade (15%), depressão (11%) e medo (8%). Outras consequências biológicas também foram identificadas em vítimas desse fenômeno: a insônia, enurese, ansiedade, dores de cabeça e dores abdominais.

Fonte: http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20161011110759&cat=brasil&keys=-ja-sofreram-cyberbullying

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Quase 40% das crianças e adolescentes reconhecem discriminação na internet



Ao navegar na internet, 37% das crianças e adolescentes usuários da rede identificaram alguma forma de discriminação no ambiente virtual. Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil, divulgada hoje (8) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), o percentual equivale a 8,8 milhões de jovens entre 9 e 17 anos. Ao todo, o estudo aponta que existem 23,7 milhões de internautas na faixa etária, equivalente a 80% dessa parcela da população.

Os atos de intolerância atingiram, diretamente, de acordo com o estudo, 6% das crianças e adolescentes usuárias da internet. A visualização de conteúdos ofensivos foi maior entre aqueles com pais que concluíram ao menos o ensino médio (43%), entre 15 e 17 anos (51%) e pertencentes as classes A e B (46%).

Essas faixas são mais atingidas, segundo a coordenadora da pesquisa, Maria Eugênia Sozio, não só porque são as parcelas com mais acesso à rede, mas também os grupos que têm maior capacidade de identificar esse tipo de ofensa. “Por um lado, as crianças mais velhas, cujos pais têm escolaridade maior e de classe sociais mais altas, têm um acesso muito mais intenso à rede, portanto, estão mais expostas a esse tipo de conteúdo. E por outro lado, isso diz respeito a percepção a esse tipo de conteúdo”, ressaltou, ao divulgar os dados.

O preconceito por raça ou cor foi a forma de discriminação mais identificada pelos jovens, encontrado por 23% daqueles que usam a internet. Ações agressivas relacionadas à aparência física foram vistas por 13% deles, por gostar de pessoas do mesmo sexo por 10% e por ser pobre por 8%. São mencionados ainda preconceito religioso (7%), pelo local de residência (4%) e contra mulheres (3%).

Frenquência de acesso

A pesquisa identificou um crescimento significativo da frequência de acessos pelas crianças e adolescentes. percentual dos que se conectam mais de uma vez por dia subiu de 21%, no estudo referente a 2014, para 66% no atual, com dados coletados em 2015.

O aumento do percentual de jovens que navegam na rede mais de uma vez por dia foi ainda mais expressivo na faixa de 15 a 17 anos (de 17% para 77%) e entre os jovens das classes A e B (de 21% para 75%). Entre os recortes apresentados, a menor variação foi entre as crianças e adolescentes das classes D e E. A alta passou de 25% para 49%.

Para elaboração da pesquisa foram feitas 6,1 mil entrevistas presenciais com crianças, adolescentes, pais e responsáveis, em 350 municípios, entre novembro de 2015 e junho de 2016. O trabalho foi realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), através do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).

Celular

O crescimento na frequência de acessos está ligado, segundo Maria Eugênia, a expansão do uso de telefone celular pelos jovens observada nos últimos anos. “Desde 2012 até agora, a frequência de acessos na internet se intensificou por crianças e adolescentes. Muito disso pode ter relação do uso por dispositivos móveis. O dispositivo que permite o acesso a rede de praticamente qualquer lugar, de qualquer forma, a qualquer horário”, destacou a coordenadora do estudo.

O telefone móvel é o principal meio usado pelo público com menos de 18 anos para se conectar, sendo utilizado por 83% deles (82% na pesquisa anterior). O computador de mesa perdeu relevância, era usado por 56% dos jovens no levantamento anterior e agora faz parte do cotidiano de apenas 38%. O tablet era usado por 32% e, atualmente, por 21%. O computador portátil variou levemente, de 36% na pesquisa anterior, para 33% na atual.

Nesse sentido, ficou em 31% o percentual de crianças e adolescentes que acessam a rede somente pelo celular. O índice chega a 41% entre os que vivem em áreas rurais e 53% nos residentes na região Norte. No público entre 15 e 17 anos, 39% utilizam a internet apenas através do telefone móvel.

A partir do aparelho portátil, os jovens acessam à rede de diversos locais. Caiu de 90% para 86% o percentual dos que acessam o mundo virtual em casa. Subiu de 60% para 73% os que usam a internet na residência de outra pessoa. Declararam usar em locais públicos, como centros comerciais, igrejas ou lanchonetes, 35%.

Essa dinâmica traz, no entanto, alguns problemas, na avaliação do gerente do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, Alexandre Barbosa. “Certamente, para comunicação, como o Facebook e redes sociais de uma maneira geral, o celular resolve. No entanto, para desenvolver outras habilidades mais complexas, o telefone celular é um limitador. E , infelizmente nós temos um maior acesso unicamente pelo celular justamente nas classes menos favorecidas”, ressaltou.

10/10/2016 17h02

Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil

Edição: Maria Claudia

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2016-10/intolerancia-na-internet-foi-identificada-por-37-de-criancas-e

9 dicas para segurança das crianças na internet

30% das crianças passam de duas a cinco horas por dia utilizando dispositivo móvel em atividades como assistir vídeos (62%), mídias sociais (59%) e trocar mensagens (47%).



De acordo com estudo da Intel Security, realizado no ano passado, quase metade das crianças e adolescentes brasileiros admite esconder suas atividades on-line dos pais (48%) e mudar seu comportamento quando sabem que os pais estão vigiando (33%). Entre as técnicas mais usadas pelas crianças para esconder o que fazem estão: apagar o histórico do navegador (23%), apagar mensagens (20%), usar um dispositivo móvel em vez de laptop ou desktop (17%) e minimizar o navegador quando adultos estão por perto (16%).

Outro dado preocupante é que quase 30% das crianças passam de duas a cinco horas por dia utilizando dispositivo móvel em atividades como assistir vídeos (62%), mídias sociais (59%) e trocar mensagens (47%).

José Matias Neto, diretor de suporte técnico da Intel Security, comenta que é muito importante que os pais estejam atentos e acompanhem todos os passos das crianças na internet. “Além de ameaças tecnológicas, como malwares, existem ameaças muito piores, como contato com desconhecidos e mesmo agressões virtuais, como o cyberbullying. Muitas vezes, os pais acreditam que os filhos sabem mais de tecnologia do que eles próprios e acabam não dando a devida atenção à exposição e ao comportamento que a criança tem no mundo virtual”, explica Matias.

A Intel Security sugere nove dicas para proteger as crianças na internet.

1. Conecte com seus filhos. É muito importante falar casualmente e frequentemente com as crianças sobre os riscos on-line, e certificar-se que as linhas de comunicação estejam sempre abertas. Comente sobre notícias relevantes ou casos que tenham acontecido na escola ou com pessoas conhecidas.

2. Crie regras. Dependendo da idade da criança é importante definir um limite de tempo para jogos e passatempos na Internet. Também é importante usar ferramentas para bloquear o acesso a conteúdos inapropriados para a idade.

3. Alerte sobre a importância das senhas. Para mostrar amizade e confiança, as crianças podem compartilhar suas senhas de mídia social com amigos ou conhecidos. Amigo ou não, esta é uma prática perigosa e as senhas jamais devem ser compartilhadas.

4. Leia os comentários dos aplicativos usados pelas crianças. Ao conhecer mais sobre os aplicativos como restrições de idade e comentários de clientes, você estará mais bem preparado para avaliar se um aplicativo pode ser adequado para o seu filho.

5. Ganhe acesso. Os pais devem ter as senhas para contas de mídia social dos filhos, assim como as senhas dos dispositivos.

6. Amplie seu conhecimento em tecnologia. Busque informações sobre redes sociais, dispositivos e jogos mais populares.

7. Crie contas nas redes sociais. Tenha contas nas redes sociais que as crianças usam. Ficar bem informado é uma forma importante para entender como elas funcionam e como as crianças se comportam nesses ambientes.

8. Fique atento ao cyberbullying. A possibilidade de anonimato com a criação de perfis falsos nas redes sociais pode fazer com que as crianças tenham comportamento cruel e inadequado com outros colegas. Fique atento se a criança não está sendo alvo de bullying virtual ou se ela não o está cometendo.

9. Instale uma solução de segurança em todos os dispositivos. Mantenha sempre soluções de segurança abrangentes instaladas e atualizadas em todos os dispositivos usados pelos seus filhos, sejam computadores, tablets ou smartphones. Utilize as ferramentas de controle parental para bloquear sites e aplicativos inadequados e para controlar o que as crianças fazem na internet.

Autor: Redação
Fonte: IT Forum 365
Publicado em 10 de Outubro de 2016 às 09h02


Fonte: http://www.itforum365.com.br/noticias/detalhe/121551/9-dicas-para-seguranca-das-criancas-na-internet

Uso de eletrônicos em excesso atrasa desenvolvimento infantil, diz Unicamp

Estudo foi feito com crianças de 8 a 12 anos, na região de Campinas. Pesquisadora se surpreendeu com o tempo gasto com os aparelhos.



Um estudo da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, em Campinas (SP), concluiu que as crianças que usam aparelhos eletrônicos sem controle e não brincam, ou brincam pouco, no "mundo real" podem ter atraso no desenvolvimento. A pesquisa foi realizada com meninos e meninas de 8 a 12 anos de idade, que ficam de quatro a seis horas diante das telas de computadores, tablets, celulares e videogames.

Para a pedagoga Ana Lúcia Pinto de Camargo Meneghel, que desenvolveu o estudo na FE durante o mestrado na linha de psicologia da educação, as crianças que se enquadram neste perfil acabam não brincando e nem tendo uma rotina, o que afeta no ritmo de construção do desenvolvimento cognitivo.

Ao todo, 21 meninos e meninas de uma escola particular na região de Campinas (SP) passaram por testes para avaliar as capacidades que eles precisam ter para, inclusive, aprender bem o conteúdo ensinado na escola. Para a surpresa da pesquisadora, de todas as crianças, apenas uma mostrou as habilidades esperadas para essa faixa.

"Apenas uma criança, de 12 anos, tinha construído as noções lógico-elementares, que seriam as noções matemáticas e a noção de espaço", afirma a pesquisadora da Unicamp.

Brincar aumenta a criatividade

O uso de eletrônicos em si não é exatamente o problema, segundo a pesquisa, mas sim a falta de brincadeiras no "mundo real".

"O mais importante é eles brincarem. Num parquinho, na piscina, na escola. Precisa oferecer para essas crianças atividades criativas. Atividades que eu vou buscar, que eu tenha curiosidade". explica Ana Lúcia.

Moradora de uma chácara em Vinhedo (SP), Isabella Bracalente, de 9 anos, aproveita para subir em árvores e explorar brincadeiras, como andar de bicicleta, patins e pular corda.

"Eu acho que só ficar no tablet o dia inteiro, a gente não desenvolve a nossa criatividade. Por isso que eu gosto de brincar", conta a menina.

Segundo a pesquisa, quando a criança brinca, faz uso das operações infralógicas, que garantem noção operatória de espaço, tempo e causalidade. Um exemplo é uma brincadeira simples de entrar debaixo de uma cadeira. A criança precisa viver a experiência para saber se cabe naquele espaço ou não.

Crianças foram entrevistadas

A pedagoga e pesquisadora Ana Lúcia conversou com as crianças e todas afirmaram ter pelo menos quatro aparelhos eletrônicos em casa. Sobre brincadeiras na rua, os meninos e meninas responderam que não brincavam porque os pais não deixavam, por ser perigoso.

Sobre a prática de atividades físicas, das 21 crianças avaliadas, 14 afirmaram que não praticavam nenhuma. As que disseram sim, afirmaram fazer natação, uma ou duas vezes na semana.

A pesquisadora percebeu em outros questionamentos, sobre o que as crianças fazem quando não estão na escola, que muitas não conseguem descrever suas rotinas.

Dificuldades para medir espaço

Entre os testes desempenhados, as crianças tiveram que montar uma torre com peças de madeira em uma mesa e depois outra no chão, com peças diferentes. A ideia é que construíssem torres de igual tamanho. Elas tiveram dificuldades para medir as duas.

Em outra prova, a pesquisadora avaliou a perspectiva. Com a ajuda de uma maquete de casas e fotos de diversos ângulos da maquete, muitas das crianças não conseguiram definir as posições das casas. Ana Lúcia concluiu que essas crianças ainda não tinham desenvolvido a noção de espaço.

E em atendimentos psicopedagógicos, verificou que as crianças sem oportunidade de brincar, explorar e que passam horas diante dos aparelhos eletrônicos, apresentaram dificuldade na hora de organizar os pensamentos. Foi difícil, por exemplo, montar contas matemáticas no papel com um número embaixo do outro.

29/09/2016 11h50 - Atualizado em 29/09/2016 11h50

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Adolescente sofre bullying na escola e toma remédios para faltar à aula: "Medo de me matarem"


A fase em que se moldam valores éticos e morais em um indivíduo, segundo os estudos, é nos três primeiros anos de vida, isso quer dizer que até mesmo as brincadeiras são assunto sério, pois podem tornar crianças inocentes em potenciais vítimas ou agressores.

O crescimento de casos de agressões entre crianças e adolescentes nas escolas traz uma dúvida aos pais: como orientar os filhos quando eles são espancados ou ameaçados dentro das instituições de ensino? Especialistas revelam dicas ao Hoje em Dia de como agir nestes casos e qual o papel da escola.

Ana Paula Ferreira Oliveira não corrige seus filhos batendo e em sua casa ensina que é importante evitar o confronto e nunca optar pelo revide.

Mas ela se sente perdida em suas próprias orientações, pois seu filho de 14 anos é, desde os 10, vítima de agressão.

— Já chegou vez de ele levar chute, levar tapa, levar cadernada, tapa na cara, jogaram água nele. Todos os tipos de constrangimento que uma pessoa pode ter, ele já teve.

Um caso que repercutiu em todo país nos últimos dias foi o de quatro adolescentes, entre 13 e 16 anos, que foram apreendidas por torturar uma garota de 14 anos em Trindade, na região metropolitana de Goiás.

A vítima levou socos, pauladas e foi esfaqueada. O ato teria sido incentivado porque o ex-namorado de uma das adolescentes estava ajudando a vítima a organizar uma festa de 15 anos

O filho de Ana Paula também, por uma razão absurda, já escapou da morte por pouco. 

— Como eu não me enturmo com ninguém, eles acham que eu sou esnobe, essas coisas. Gostaria de ser mais solto, mas eu não consigo. Sou muito tímido.


Ele lembra que já sofreu de tudo com os colegas de escola. 

— Botaram uma arma na minha cara para me intimidar. [Já deram] Soco, murro, empurrão. Não tem como eu me defende.

Em casa, o adolescente sempre por advertido para nunca reagir e ele não sabe como lidar com a situação. Nem ele e nem sua família, conta Ana Paula. 

— A diretora disse que não poderia fazer nada: "Ah, mãe, é muito aluno para tomar conta"; mas meus filhos vão para a escola para aprender, não para ser judiado dentro da escola. Eu não bato neles dentro de casa.

Depois de quatro anos apanhando constantemente, o garoto passou a ter um comportamento diferente, lembra a mãe. 

— Ele ficou agressivo com meu outro filho. Começou a falar mais alto que a gente.
O adolescente prefere não ir para a escola para não sofrer. 

— Já tentei tomar muito remédio para passar mal, essas coisas para não ir à aula. Para não ver as pessoas, sabe.
O caderno dele está, praticamente, em branco, pois o adolescente perdeu meses de aula. 

— Tiro agora nota baixa, prova perdi, matéria também. O medo é de me matarem mesmo.

A falta de um aluno em classe nem sempre é consequência do bullying, mas, muitas vezes é o reflexo de uma ausência que já existe em casa. Os casos de violência entre crianças e adolescentes provocam uma reflexão: de que maneira a educação da família continua na escola e de que forma a escola pode educar além da sala de aula?

De acordo com a psicóloga da educação Neide Barbosa Saisi, a escola tem tanta responsabilidade quanto a família. 

— Uma criança que passa por humilhações, agressões, ela tende a deprimir. Ela sofre muito. É muito sério o sofrimento causado, é muito sério, então a escola não pode, tem direito de se calar. É preciso que os pais estejam firmes, mas é preciso que a escola corresponda: dentro dela não haverá bullying


Kézia Bombonato, psicopedagoga, explica que orientar o próximo é sempre tão importante quanto ensinar os filhos que é importante escapar de um conflito sem se tornarem reféns de um ciclo de agressões. 

— A escola também tem que ter um papel interventivo, tanto com o agressor quando com a vítima. Por que essa criança que está sendo agredida continua permitindo ser agredida. Acho que a questão não é revidar, mas ensinar essa criança a ser assertiva e confrontar o agressor com firmeza porque se ela for estimulada a revidar com outra agressão, ela passa também a ser agressora e vai achar que na vida sempre vai resolver as questões de agressão com outra agressão.

Para Neide, que ensina professores a lidar com desafios semelhantes, a violência deve ser tema de estudo e debate em todas as séries, nas escolas e em casa o quanto antes. 

— É preciso, então, explicar, conversar, dialogar com aquele que sofre e mostrar apoio da família. Isso é o que a família deve fazer. Mas é preciso também mexer dentro da escola, então a família deve ir, deve falar e a escola deve acolher. Ensinar para a vida é ensinar a viver coletivamente, então é papel da escola, sim! 

Imagem: Hoje em Dia

Fonte: http://entretenimento.r7.com/hoje-em-dia/fotos/adolescente-sofre-bullying-na-escola-e-toma-remedios-para-faltar-a-aula-medo-de-me-matarem-09102016#!/foto/1