quinta-feira, 31 de março de 2016

Pesquisa mostra que prática do “sexting” é comum entre menores de idade


A popularização do Snapchat rivaliza com as redes sociais e é vista como o grande trunfo pela companhia. Entretanto, uma pesquisa realizada no Reino Unido revelou que a ampla utilização do app também trouxe consigo um problema: a proliferação de imagens íntimas de menores de idade. Mais do que uma ilegalidade, o que por si só já é ruim o bastante, esse comportamento estaria se transformando em uma forma de bullying. 

Os dados obtidos pela NASUWT, uma associação britânica de professores, são assustadores. De acordo com a pesquisa, mais de um terço das imagens íntimas compartilhadas por adolescentes foram enviadas por jovens entre os 12 e 13 anos de idade. Também existem casos de crianças, até mesmo algumas de escolas primárias, que já teriam participado desse tipo de prática. 

E o pior de tudo isso é que o sexting – ato de enviar imagens íntimas para parceiros sexuais ou não – também já estaria se transformando em uma forma de bullying. Os professores responsáveis pelo estudo encontraram alguns casos em que os jovens, normalmente meninas, foram aliciados ou chantageados por colegas mais velhos, da mesma escola, para que enviassem imagens íntimas. Em pelo menos um dos casos, a foto enviada pelo Snapchat – que deveria desaparecer após a visualização – foi salva e compartilhada entre os colegas. 

Além dos adolescentes, 1,3 mil professores do Reino Unido foram entrevistados sobre a prática, e a maioria deles afirmou saber que o sexting é uma constante entre os adolescentes. Quase a mesma quantidade deles afirmou também não saber exatamente o que fazer com relação a isso, e que postura devem tomar sobre um tema que normalmente não é compartilhado com eles, e, apesar de fazer parte do dia a dia da sala de aula, é também uma questão altamente íntima dos alunos. 

Mais do que apenas uma forma de abuso, a prática do sexting por menores constitui infrações graves de leis federais. O estudo não entra em detalhes sobre isso, mas cita que as imagens íntimas produzidas pelos menores de idade podem acabar fazendo parte também de círculos de compartilhamento de pornografia infantil, agravando ainda mais um problema que já seria ruim o bastante apenas pela prática de bullying e chantagem entre os próprios adolescentes. 

O estudo foi realizado de forma a alertar pais e professores sobre a situação, chamada pelos responsáveis de “epidemia”. Uma de suas principais conclusões se relaciona à necessidade de aulas de educação sexual nas escolas britânicas, e a ideia de que elas devem começar bem cedo. Os alunos precisam conhecer um pouco sobre a legislação e os perigos de enviarem esse tipo de conteúdo para os amigos, mesmo que próximos, pois a prática pode ter consequências graves.

Por Redação | em 29.03.2016 às 13h20

Fonte: http://canaltech.com.br/noticia/comportamento/pesquisa-mostra-que-pratica-do-sexting-e-comum-entre-menores-de-idade-60891/

quarta-feira, 30 de março de 2016

Um em cada cinco adolescentes pratica bullying no Brasil


O bullying é um dos vilões da adolescência, que envolve quase 30% dos estudantes brasileiros - seja praticando ou sofrendo a violência caracterizada por agressões verbais ou físicas, intencionais, aplicadas repetidamente contra uma pessoa ou um grupo. Mas a grande maioria desse total, 20,8%, é formada por agressores. Ou seja, um em cada cinco jovens na faixa dos 13 aos 15 anos pratica bullying contra colegas no Brasil. O índice é destaque da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) 2012, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram entrevistados 109.104 alunos do 9º ano do Ensino Fundamental (antiga 8ª série), de um universo de 3.153.314, grupo no qual 86% dos integrantes estão na faixa etária citada.

Os outros 7,2% são vítimas desse tipo de abuso. "A grande diferença entre os dois índices reforça a ideia de que essa é uma prática comum em grupo, geralmente, contra uma pessoa", explica Marco Antônio de Andreazzi, gerente de Estatísticas de Saúde do IBGE. O perfil dos agressores também aponta para uma predominância masculina: 26,1% dos meninos praticam bullying, em comparação com 16% das meninas. Também são eles os que mais sofrem a agressão (7,9%), em relação a elas (6,5%).

A Pesquisa de Comportamento de Saúde em Crianças em Idade Escolar (HBSC, na sigla em inglês), feita também em 2012 em 41 países da Europa e América do Norte, mostra que a prática se torna menos frequente à medida que as vítimas ficam mais velhas: 13% dos alunos de 11 anos diziam sofrer bullying na escola, número que caiu para 12% entre os de 13 anos e para 9% entre os de 15.

Uma das consequências comuns dessa violência é psicológica, e leva ao descontentamento da vítima quanto à própria imagem, por exemplo. "Tanto o déficit como, principalmente, o excesso de peso, podem gerar insatisfação e até mesmo distorções em relação à forma como o próprio corpo é percebido", destaca o estudo do IBGE. Esse é um problema que atinge principalmente as meninas. Cerca de um terço delas (31,1%) dizia estar tentando emagrecer, mas uma proporção bem menor, de 19,1%, respondeu que se achava gorda ou muito gorda. Para acelerar esse processo, 6,4% revelaram ter chegado a induzir o próprio vômito ou tomar laxantes - prática característica de distúrbios alimentares, como a bulimia. Por outro lado, entre os meninos, a prioridade era ganhar peso para 19,6% dos entrevistados, e 8,4% deles admitiram ter recorrido a medicamentos sem orientação profissional com esse objetivo.

Saúde - Na verdade, tendo ou não crises com o próprio corpo, o que a maioria desses adolescentes precisa mudar são os hábitos alimentares. Entre os entrevistados, 41,3% contaram consumir guloseimas (doces, balas, chocolates, chicletes etc.) em cinco dias da semana ou mais. Em contrapartida, somente 30,2% afirmaram comer frutas com a mesma frequência. Já o refrigerante é presença constante na vida de 33,2% deles, e os biscoitos salgados e doces para 35,1% e 32,5%, respectivamente. Também foi questionada a oferta de alimentos nas cantinas das escolas, e constatou-se que os salgados de forno estavam disponíveis para 39,2% dos estudantes, enquanto as frutas eram acessíveis a apenas 10,8%.

Além disso, a atividade física ainda não é um hábito para a maioria dos adolescentes - mesmo que, nesse quesito, esteja incluída a aula de Educação Física obrigatória no currículo escolar. Para a pesquisa, o IBGE considerou até o percurso feito entre a casa e a escola, desde que a pé ou de bicicleta, somando no total 300 minutos por semana (cerca de 1 hora por dia, durante cinco dias). Mesmo assim, 69,9% foram considerados insuficientemente ativos ou inativos e só 30,1% foram classificados como ativos. Os meninos se movimentam quase duas vezes mais do que as meninas (39,1% ante 21,8%). Mas quando o assunto é TV, nenhum deles se salva. A PeNSE 2012 mostra que 78% deles assistem a duas horas ou mais de televisão por dia, hábito considerado extremamente sedentário. "É uma atividade muito passiva, e um estímulo ao consumo de alimentos não saudáveis", enfatiza Andreazzi.

Violência - Os jovens entrevistados pelo IBGE também falaram sobre a violência em seu cotidiano. Cerca de 6,4% deles disseram ter se envolvido em brigas com armas de fogo nos 30 dias que antecederam a pesquisa, e 7,3% com a chamada arma branca (faca, por exemplo). Em ambos os casos, os meninos tiveram uma participação maior, 8,8% e 10,1% respectivamente, quase o dobro na comparação com elas. Os estudantes de escolas públicas também se envolvem mais em brigas do que os da rede privada: 6,7% ante 4,9%, no caso das armas de fogo. A violência, muitas vezes, começa em casa. Mais de 10% desses adolescentes disseram ter sido fisicamente agredidos por um adulto de sua família. Nesse caso, o ataque às meninas é mais comum (relatado por 11,5% delas) do que aos meninos (9,6%).

O instituto também abordou a violência no trânsito. O estudo lembra que acidentes dessa natureza "constituem uma das principais causas de morte e hospitalizações de adolescentes e jovens no Brasil". Apesar de a legislação brasileira só permitir a condução de veículos por maiores de 18 anos - e devidamente habilitados -, 27,1% desses adolescentes com idades entre 13 e 15 anos afirmaram ter o costume de dirigir um carro. Cerca de 16% dos estudantes consultados disseram não ter o costume de usar cinto de segurança e 22,9% deles admitem ter sido transportados em um veículo dirigido por alguém que havia consumido bebida alcoólica. Itens de segurança também são dispensados no caso das motos: 19,3% declararam não usar capacete.

Publicado Terça-Feira, 29 de Março de 2016, às 10:17 
Fonte Veja.com | http://www.ariquemesonline.com.br/noticia.asp?cod=305004&codDep=30

terça-feira, 29 de março de 2016

Modelo sofre ataque cardíaco após ser vítima de bullying na web


A modelo pin-up Anna Sugar, de 23 anos, afirma ter ficado tão estressada após sofrer com comentários maldosos e ameaças de morte nas redes sociais que acabou tendo um ataque cardíaco.

Segundo o jornal britânico Mirror, as mensagens começaram quando a moça começou a trabalhar como modelo pin-up, quatro anos atrás. 

Em fevereiro de 2014, Anna sofreu o ataque cardíaco que, embora leve, gerou ainda mais críticas online e, assim, mais preocupação para a moça, que voltou a ser hospitalizada em outubro do ano passado. Nessa época, ela foi diagnosticada com a síndrome de Takotsubo - uma condição cardíaca causada por estresse, também conhecida como síndrome do coração partido.

Agora, recuperada e de volta à casa em Londres, na Inglaterra, a modelo quer conscientizar as pessoas sobre os perigos de cometer bullying na internet. "Na maioria das vezes, as pessoas só veem a imagem e nem pensam que existe uma pessoa por trás disso que irá ficar chateada", explica Anna. "Só queria saber o que eu fiz para merecer tanto ódio, mas todo mundo sofre com isso, mesmo sem razão", reflete ela, acrescentando que muitas pessoas chegaram a dizer que ela "parecia mais sexy agora que estava para morrer".

Anna ainda diz que, como modelo, já esperava receber comentários do tipo, mas jamais pensou que as mensagens maldosas viriam em ondas. "Na época, eu não podia nem pegar meu celular para fazer algo simples, como jogar, sem ver uma notificação aparecer", relembra.

Agora a modelo está incentivando outras vítimas a denunciarem seus agressores à polícia para acabar com o bullying nas redes sociais. "Este é o problema da internet: pessoas escondidas atrás de seus computadores e pensando que podem dizer o que quiserem", afirma.

Fonte: http://www.redetv.uol.com.br/jornalismo/da-para-acreditar/modelo-sofre-ataque-cardiaco-apos-ser-vitima-de-bullying-na-web

segunda-feira, 28 de março de 2016

Drama islandês 'Desajustados' leva o bullying para a fase adulta



Fúsi (Gunnar Jónsson) é um homem grande, obeso, na faixa dos 40 anos de idade, ingênuo, de interesses e comportamentos ainda infantis. Ao conviver com uma menina vizinha, suas atitudes se equiparam às dela. É virgem, vive com a mãe, tem bom coração, sofre bullying de colegas no trabalho como despachador de malas no aeroporto, mas os perdoa com facilidade.

Ele é o personagem central de “Desajustados”, filme islandês que foi o vencedor do Festival de Tribeca do ano passado, cujo título original é “Fúsi”, o nome do protagonista. O longa revela sua rotina sempre repetitiva, do restaurante, das músicas pedidas no rádio e do seu interesse por reconstruir com soldadinhos, tanques e outras peças, batalhas da 2ª Guerra Mundial, ao lado de seu único amigo. 

Que Fúsi possa ser considerado um desajustado, por seus comportamentos, para os padrões sociais esperados para alguém como ele e com sua idade, parece óbvio. Mas o título brasileiro não deixa de ser um julgamento, um rótulo que rejeita a figura. Por que a rejeição a uma doce criatura como essa? Por ser um loser, na visão capitalista difundida pelos Estados Unidos? Por entendê-lo como um doente mental? Ou o quê? 

Acontece que o título está no plural, o que engloba também a personagem Alma (Ilmur Kristjánsdóttir), uma mulher ativa e vibrante, que ama flores e trabalhava numa floricultura. Mas perde seu emprego e o que lhe resta é aceitar um trabalho como lixeira. Ela entra na vida de Fúsi por acaso, ele se dedica a ela e a ajuda numa crise de depressão. Chamá-la também de desajustada só agrega julgamento aos que ficam desempregados e aos que sofrem de depressão. Sem que uma coisa precise levar à outra. Não faz sentido. É muito infeliz o título brasileiro desse belo filme islandês.

Na realidade, o filme é terno como seu protagonista e cheio de vida, como a mulher que se envolve com ele, capaz de valorizar o respeito humano e de entender a mente ingênua dos que passam pela vida sem acesso maior aos bens culturais, sem ambições, sem conseguir vencer uma timidez atávica. Ou, quem sabe, sem conseguir entender esse mundo onde vieram parar.

Basta esquecer o título do filme para perceber que estamos diante de figuras humanas frágeis, que se debatem num dia-a-dia frustrante e pouco acolhedor. Não como derrotadas, mas como sobreviventes. Isso também é uma batalha, às vezes tão dura quanto as da guerra que Fúsi reconstrói.

O ator protagonista, Gunnar Jónsson, recentemente visto em “A Ovelha Negra” (2015), está ótimo, perfeito para o papel. Foi premiado nos festivais de Marrakech e de Tribeca em 2015. Merecidamente. Ilmur Kristjánsdóttir, que faz Alma, também está muito bem. O contraste da dupla, em todos os sentidos, é cativante.

O frio e a neve que fazem parte da história, como é inevitável acontecer em filmes da Islândia, servem para acrescentar um clima cinzento e triste à narrativa. Mas é apenas um elemento acessório e nem tão explorado assim pelo diretor Dagur Kári (que já dirigiu, nos EUA, “O Bom Coração”). Os ambientes internos, um tanto escuros, dizem mais dos sentimentos e limites de vida dos personagens do que qualquer outra coisa. Porém, é um filme que também tem muito carinho e muitas flores. Portanto, é também cheio de esperança.



26 DE MARÇO DE 2016 | Por: ANTONIO CARLOS EGYPTO

Fonte: http://pipocamoderna.com.br/2016/03/critica-drama-islandes-premiado-desajustados-e-muito-melhor-que-seu-titulo-nacional/

quinta-feira, 24 de março de 2016

Escolas desenvolvem programa modelo contra Cyberbullying. Saiba detalhes com a advogada Ana Paula Siqueira

A Rádio Justiça entrevistou a Dra. Ana Paula Siqueira para falar sobre o programa Proteja-se dos Prejuízos do Cyberbullying realizados nos colégios de São Paulo para o cumprimento da Lei 13.185/15, que obriga instituições de ensino, clubes e agremiações a terem um programa de combate ao bullying.



quarta-feira, 23 de março de 2016

Polarização cria 'bullying político' em escolas

Uma camiseta com a bandeira da Suíça, país conhecido por sua neutralidade, teria feito com que um menino de 9 anos fosse xingado e ameaçado em uma escola de São Paulo. O motivo? A peça era vermelha.




Segundo seu pai, João - nome fictício - (*) saía de uma aula de inglês no começo de março quando colegas da mesma idade o chamaram de "petista" e disseram que deveria "ser espancado" e "jogado na rua".

O pai do menino descreveu a história do filho em sua página no Facebook. A postagem tem mais de 4.500 compartilhamentos.

"Fiquei muito assustado em ver as crianças repetindo um discurso de ódio", disse o pai à BBC Brasil.

A polarização política, que tomou conta de ruas e casas no país, está chegando às escolas. Pais, professores e alunos ouvidos pela reportagem contaram que a política nacional tornou-se assunto nas salas de aula. Lá, meninos e meninas com opiniões ligadas à esquerda e à direita se dizem constrangidos por colegas que pensam o contrário.

"(Meus amigos) explicam que a Lava Jato é roubar dinheiro das pessoas pobres. Às vezes, no recreio, ficam falando que o Lula está roubando dinheiro de todo mundo e que a Dilma não presta, é comparsa dele. Chamam ela de trouxa, idiota", diz Luisa, de 9 anos.

Ela conta que os bate-papos acontecem na hora do lanche e que até os "preços muito caros da cantina" são colocados na conta do governo. "Falam que é culpa da Dilma, do Lula e da Lava Jato."

"De vez em quando, ela me pergunta o que é corrupção. Dou exemplos do dia a dia, não de política. Eles são muito pequenos para se envolver nisso. Hoje conversam muito na escola e chega a ter bullying", diz a vendedora Karina, mãe de Luisa.

Coordenador de ciências humanas do Pueri Domus, um dos colégios mais conhecidos da capital paulista, Ricardo Lourenço diz que os alunos do ensino fundamental estão trazendo a opinião dos pais para a classe. "O frisson veio com força nas eleições de 2014 e nas últimas semanas está ganhando novo fôlego", diz ele.

"Para nós é sempre complicado. De vez em quando, o pai fala na mesa do jantar com uma certa brutalidade, e o aluno repete. No fundamental, ele chega com uma falta de compreensão sobre o tema e posições mais cristalizadas."

'É petista, é petista'

A professora de inglês Christina, 40, diz que os filhos dela se sentem "excluídos e acuados" com as discussões cada vez mais frequentes sobre política.

No Facebook, Christina contou o que aconteceu com seu caçula, de oito anos, quando ele chegou na escola na quinta-feira (17), um dia depois da manifestação contra o governo na Avenida Paulista.

Segundo ela, a maioria dos colegas estava de preto, "em sinal de luto pelo país" e, quando viram Luis de uniforme, começaram a apontar para ele repetindo "é petista, é petista". O uniforme é branco e azul.

Ela e o marido são contrários ao impeachment, uma minoria entre os pais do colégio no Itam Bibi, zona nobre de São Paulo. A região teve panelaço durante a posse de Lula como ministro da Casa Civil e Luis foi um dos poucos que não foram para as janelas gritar 'Fora Dilma'.

"As crianças têm que poder ir de preto, vermelho, amarelo, sem achar que precisam se vestir assim para pertencer ao grupo", diz a professora, que também é mãe de um menino de 11 anos.

Para evitar embates, Christina tirou as roupas vermelhas "de circulação" e disse aos filhos que não usassem peças dessa cor.

Questionado sobre casos como esse, Luis Claudio Megiorin, presidente da Aspa-DF (associação de pais e alunos do DF) e coordenador da Confenapa (Confederação Nacional das Associações de Pais e Alunos), diz que é melhor prevenir do que remediar.

"Vai levar tempo para gente voltar a usar vermelho. Até para as crianças não sofrerem nenhuma retaliação e nenhum tipo de crítica: evitem usar vermelho."

Megiorin foi com a família aos protestos contra o governo e aconselhou os filhos a não usarem a cor para não serem confundidos com outros manifestantes.

"Os pais que levam os filhos para as manifestações vão incorporando um sentimento de Justiça. Outro dia mostrei para o meu filho de 10 anos o samba (sobre o) Lula e ele começou a rir porque sabia o que tinha ali", afirma.

"Já começo a ver ele e coleguinhas esboçando um 'Fora Dilma' (e outras) palavras de ordem, porque estão vendo o exemplo."

'Ideologia de esquerda'

Se parte dos pais notam uma intolerância maior contra posições à esquerda, há quem diga o contrário. Uma parcela das familias afirma que pensamentos de direita são subjugados em escolas em que haveria uma "doutrinação marxista".

Em suas provas de história, Mariana, 17, normalmente escreve recados criticando o comunismo e Karl Marx. Ela costuma discutir com o professor sobre a abordagem das aulas e se diz isolada do resto da turma por suas opiniões mais ligadas à direita.

O pai de Mariana, o analista de sistemas Roberto, 37 anos, de Brasília, se orgulha das posições da filha e diz que, por causa delas, a adolescente é excluída pelos colegas. Roberto foi com Mariana e a irmã para as manifestações antigoverno em Brasília.

"Minha filha mais velha sente muito o isolamento, foi chamada perante o coordenador por discordar do professor. Ela gosta do Bolsonaro e se fala no nome dele na sala, é zoada."

O advogado Miguel Nagib, do movimento Escola sem Partido, diz que os ambientes acadêmicos devem ser despolitizados. Ele considera que há muitos docentes militantes, que aproveitam as aulas para disseminar visões de esquerda.

"É evidente que também existem professores de direita que abusam da sua liberdade de ensinar para fazer a cabeça dos alunos. Mas são franco-atiradores. No Brasil, quem promove a doutrinação político-ideológica (...) de forma sistemática (...) é a esquerda."

Conversa

Apesar da forte polarização política, a coordenadora do Núcleo de Psicoterapia Infantil da PUC-SP, Ana Maria Trinca, diz que é preciso deixar as paixões de lado ao explicar para os filhos o momento político.

"A função da escola e dos pais é acalmar e colocar as coisas em termos menos radicais."

A psicanalista diz que hoje a emoção transpassa toda a discussão e isso é perigoso quando as crianças usam o comportamento adulto como modelo.

"As atitudes estão muito extremadas. É fundamentalmente emoção. Quando vai às manifestações, a criança está inserida numa festa. Isso a estimula, mas ela não sabe porquê. Se os adultos não estão entendendo, ela não poderá fazê-lo. E aí (se alguém) está de vermelho, a criança é contra. É simples."

Depois das participações em protestos, por exemplo, é necessário conversar, diz Trape. "Em vez de chamar fulano de burro ou de idiota, o pai e a mãe devem explicar a situação, propor uma leitura com menos violência embutida."

No entanto, para o professor da faculdade de educação da USP Elie Ghanem esse diálogo é difícil, porque os adultos sabem tão pouco do processo político quanto os pequenos.

"Eles têm uma dificuldade semelhante, a pouca experiência com a vida política. De modo geral, os adultos são desinformados. Muitos não compreendem a existência dos três poderes nem a relação entre eles."

Para Ghanem, com deficiências nos colégios e no Estado, que não criam condições para o desenvolvimento de opiniões fundamentadas, o jeito é incentivar a busca por informações e o debate em casa.

A escola também tem um papel fundamental na formação de uma consciência crítica, diz a professora do Instituto de Piscologia da USP Marilene Proença.

Ela explica que as salas de aula são ideais para aprofundar a discussão, mostrar as raízes do problema. "Assim saímos desse lugar do bem e do mal, do 'vermelhos versus pretos'."

*foram usados nomes fictícios para as crianças e suprimidos os sobrenomes dos pais de modo a preservar a identidade dos menores.

Ingrid Fagundes
Da BBC Brasil em São Paulo

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160322_salasocial_polarizacao_criancas_if

terça-feira, 22 de março de 2016

Suspeito de cyberbullying se nega a falar em depoimento em Itajaí



O jovem de 20 anos preso no último dia 16 em Itajaí, em uma operação conjunta da Polícia Civil do Rio de Janeiro e Santa Catarina contra crimes de cyberbullying, não respondeu às perguntas dos policiais em depoimento. Manteve-se em silêncio também quando foi apresentado à imprensa, horas depois de ter sido detido. 

De acordo com o delegado Weidson Silva, da Divisão de Investigações Criminais de Itajaí (DIC), que acompanhou a prisão, o suspeito teria participado diretamente dos ataques à atriz Taís Araújo, em outubro do ano passado, e compartilhado imagens de pedofilia. 

O grupo do qual ele fazia parte também atacou outras celebridades — como a atriz Sheron Menezzes e a jornalista Maju Coutinho — e provocou ações preconceituosas contra grupos religiosos e homossexuais. 

O jovem é natural de Teresina (PI), e a polícia não soube informar há quanto tempo ele vivia em Santa Catarina. A prisão ocorreu por volta das 7h, quando o jovem chegava ao trabalho, em um supermercado. Em seguida os policiais fizeram buscas na casa do dele, uma quitinete que não teve o endereço divulgado. 

Apenas um celular foi apreendido — o aparelho, de acordo com a polícia, era usado para a prática dos crimes e vai integrar o rol de materiais que foram recolhidos nesta quarta-feira em 11 mandados de busca e apreensão em todo país, especialmente computadores. A análise ficará a cargo da polícia do Rio de Janeiro. 

O mandado de prisão contra o rapaz de Itajaí é temporário, válido por cinco dias e prorrogável. Além dele, outras três pessoas foram alvos da operação: um homem de 26 anos, preso em Brumadinho (BA), um adolescente apreendido em São Paulo (SP) e um homem em São José dos Pinhais (PR), que já está preso por pedofilia desde dezembro do ano passado. 

Atriz comenta 

De acordo com o portal Globo.com, Taís Araújo se disse "feliz que a justiça tenha sido feita", e completou: "Espero que crimes desse tipo, contra qualquer mulher negra, não fiquem impunes".

16/03/2016 | 17h00

Por Dagmar Spautz - dagmara.spautz@osoldiario.com.br

Fonte: http://jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/seguranca/noticia/2016/03/suspeito-de-cyberbullying-se-nega-a-falar-em-depoimento-em-itajai-5113017.html

segunda-feira, 21 de março de 2016

Escolas e clubes serão obrigados a registrar casos de bullying

Casos de intimidação sistemática terão que ser notificados às autoridades. Porém, nova legislação federal não prevê punições.

Com a entrada em vigor da lei federal de combate ao bullying, escolas terão que notificar as autoridades os casos de intimidações sistemáticas ocorridos no ambiente educacional, cabendo aos estados e municípios produzir relatórios bimestrais sobre essas ocorrências. Entretanto, como a nova legislação não prevê punições, o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Ermiro Barbini, espera que os conselhos de educação estabeleçam como se dará a adesão das instituições. Ele ainda prevê que uma jurisprudência de punição de estabelecimentos que se omitem em ocorrências possa estimular a adesão. No âmbito estadual, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) criará módulo dentro do Sistema Mineiro de Administração Educacional (Simade) para fazer o registro desses casos pelas escolas. A lei, que vale desde 6 de fevereiro, também abrange clubes recreativos.

A Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte enviou a lei às 180 instituições da rede e fará formação de diretores e gestores a fim de que desenvolvam projetos pedagógicos de combate ao bullying. “Os profissionais precisam de embasamento para notificar os casos, como determinam os artigos 5º e 6º da lei”, afirmou o coordenador do programa Rede pela paz, Cristiano Paulino Leal.



Ele destacou que, desde 2014, quando foi implementado o Plano Municipal de Segurança Escolar, as escolas municipais da capital são orientadas a trabalhar a cultura de paz e o direito à diversidade. Na avaliação do coordenador, ao tratar desses temas, as instituições abordam o bullying. “As escolas querem um clima favorável à aprendizagem do aluno e ao trabalho do corpo docente”, disse Leal, em relação ao engajamento das instituições, uma vez que a lei não prevê punições. Ao fazer as notificações, ele acredita que a secretaria poderá traçar planos de ação, o perfil dos jovens que sofrem e fazem o assédio. “Teremos dados estatísticos para ações mais pontuais e efetivas”, completou.

APELIDOS O artigo 5º prevê que é dever do estabelecimento de ensino assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática. Conforme o artigo 6º, os municípios deverão produzir e publicar relatórios bimestrais das ocorrências de intimidação sistemática para o planejamento das ações.

Se houvesse a lei de combate ao bullying, o publicitário José (nome fictício), que pediu para não ser identificado, teria sofrido menos no período escolar. “Não sei se é porque sou gay ou se pelo fato de eu ter uma irmã três anos mais velha e ter crescido com as referências dela. Fato é que obviamente isso não passava batido pelos colegas machistas e homofóbicos. Passei a infância lidando com apelidos que se referiam tanto a minha orientação sexual quanto à minha cor, inclusive algumas vezes apanhei na saída da escola, sem nenhum motivo aparente”, queixa-se o jovem, que lembra que o bullying é uma ferida aberta com a qual ele ainda tem que lidar na vida adulta.

Para evitar casos como os de José, o Sinep-MG intensificará campanha junto às escolas particulares. Em novembro do ano passado, quando a lei foi aprovada, a entidade enviou uma cartilha com informações para que as instituições façam a prevenção. “A escola é lugar para se ter atitude. O diretor é o responsável por qualquer omissão. A sociedade não vai mais aceitar e a cobrança é maior tanto nas escolas privadas quanto nas públicas”, pontua Barbini. O Sinep orientará as instituições a registrar, em atas, os casos de bullying e todo o acompanhamento. Na avaliação do especialista, a existência da lei e uma jurisprudência de punição das escolas que se omitem em ocorrências de intimidações sistemáticas, vai estimular a adesão das escolas.

DIFERENÇAS A implementação da lei é vista como avanço na avaliação de Walter Ude, professor de psicologia da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FAE/UFMG). No entanto, ele ressalta que o termo bullying – que é de origem inglesa – não pode deixar opaco os diferentes tipos de violência e constrangimento recorrentes no ambiente escolar. “A palavra cria muita confusão. Temos casos de assédio moral, preconceito social, racismo, homofobia e violência física. É preciso entender cada uma dessas violências, que são diferentes. A lei é importante, porque a violência não é mais banalizada”, diz. Na avaliação do especialista, a violência ocorre quando não é possível dialogar sobre as diferenças culturais, raciais, de orientação sexual. “Tanto na escola quanto na família, o diálogo é o melhor caminho”, diz.

A SEE informou que, desde o ano passado, trabalha com o combate ao cyberbullying (os constrangimentos feitos na internet). Para tanto, lançou o Guia participativo de segurança e informação nas escolas estaduais, que trata de bullying e outros assuntos. A secretaria também implementa o Programa de Convivência Democrática no Ambiente Escolar. Um dos objetivos é a prevenção da violência nas escolas, com foco na construção de uma cultura de convivência democrática e no reconhecimento e respeito das identidades e diferenças no ambiente educacional. As escolas também foram orientadas a desenvolver o plano, que ainda prevê a capacitação de gestores e professores, a mediação de conflitos e projetos que discutem a diversidade.


Postado em 12/02/2016 06:00 / atualizado em 12/02/2016 09:01
Márcia Maria Cruz /Estado de Minas

Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2016/02/12/internas_educacao,733544/escolas-e-clubes-serao-obrigados-a-registrar-casos-de-bullying.shtml

sexta-feira, 18 de março de 2016

Aluna acusa professor de cometer bullying: 'me sentia constrangida'

Adolescente diz que professor a chamava de 'gordinha' em escola de MT. Lei federal obriga escolas a discutirem o bullying dentro das escolas no país.


Uma estudante de 14 anos foi vítima de bullying por parte de um professor dentro de uma sala de aula, em Sinop, a 503 km de Cuiabá. A estudante, que não quis se identificar, conta que o caso ocorreu no início do ano e ela precisou procurar a coordenação da escola para dar fim às provocações.

Considera-se bullying a prática de atos de violência física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por uma pessoa ou grupos, contra uma ou mais pessoas com o objetivo de constranger, intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

No caso da estudante, que cursa o 1º ano do ensino médio, os comentários dos colegas de sala e do próprio professor eram sempre a respeito do seu peso. Segundo ela, o professor a chamava de “gordinha” dentro da sala de aula, o que acabou virando um trauma a ponto de a adolescente não mais querer frequentar as aulas.

“Eu me senti muito chateada, deprimida. Não queria mais ir para as aulas dele porque eu me sentia constrangida diante de todos da sala de aula pelas brincadeiras de duplo sentido [que ele fazia]. Chegou um ponto em que eu não aguentei mais e fui falar com a coordenação [da escola]”, relatou.

Mas vítimas de bullying nas escolas é algo mais comum do que se imagina. Segundo os professores, normalmente a prática ocorre nas escolas entre alunos de oito a 15 anos de idade. De acordo com a psicóloga Quetti Nunes, os autores das brincadeiras ofensivas não agem sozinhos.

“O bullying é quando a brincadeira passa a ser algo que eu não faço sozinha. Eu chamo um grupo e coloco aquilo [apelido] como algo que vai denigrir a sua imagem”, afirmou.

Lei federal

Desde janeiro deste ano, entrou em vigor uma lei federal que obriga todas as escolas – seja da rede pública ou particular – a discutirem o bullying dentro das salas de aula. A abordagem, conforme a lei, pode ser feita por meio palestra, teatro ou danças.

18/03/2016 10h39 - Atualizado em 18/03/2016 10h39

quinta-feira, 17 de março de 2016

CLIPES SOBRE BULLYING


Selecionamos clipes que – de diferentes formas – tratam sobre o bullying. Eles servem não só para ilustrar a letra das músicas, mas também, para deixar a mensagem ainda mais profunda.

Who’s Laughing Now – Jessie J

“Mamãe, eles me deram apelidos, eles não me deixavam jogar. Eu corro pra casa, sento e choro quase todos os dias”.


Jessie sempre arrasando e sendo diva, desta vez mais uma vez ela nos ensinou que quando nos derrubam, sempre vamos/devemos levantar, e com ainda mais força!


Fuckin’ Perfect – Pink


O clipe dessa música é bem forte e nos faz pensar em como uma atitude boba como o bullying pode afetar a vida de alguém.

“Mal tratada, deslocada, mal compreendida […] Errada, sempre em dúvida, subestimada”.



Ele também mostra que, apesar de tudo, você pode – e deve – vencer esse tipo de agressão pois você com toda a certeza, e melhor que o seu agressor. 


Numb – Linkin Park

Quem nunca se sentiu um “peixe fora d’água”? Isso normal até certo ponto. O grande problema são as cobranças, que vem em enxurradas para cima, mas sabe...Muitas vezes não conseguimos – ou simplesmente não queremos – ser o que todos esperam de nós.

“Estou cansado de ser o que você quer que eu seja. Me sentindo tão infiel, perdido abaixo da superfície. Eu não sei o que você está esperando de mim, colocado sob a pressão de me colocar no seu lugar”.



Mean – Taylor Swift

E quando alguém tenta – a todo custo – te colocar para baixo? Todos sabem, essa pessoa é apenas cruel. Mas lembrem-se, uma pessoal cruel, não vai a lugar algum.

“Você, com suas palavras como facas, espadas e armas que você usa contra mim. Me colocou no chão novamente, me fez sentir como um ninguém”.



No Rain – Blind Melon

A música, um dos grandes hits dos anos 90, é uma beleza por si só, mas a banda, muito da esperta, potencializou a fofura dos arranjos ao mostrar uma garota vestida de abelha se apresentando numa espécie de show de talentos em sua escola, é impossível não sentir nada quando as outras crianças começam a rir dela e ela foge do auditório.




Thoughtless – Korn

Houghtless do Korn, é uma pancada – sonora e visual.

Refletindo acerca dos reflexos e da violência cíclica gerada pelo bullying, o clipe – e a letra – da canção assume a visão de uma vítima (Aaron Paul) que cansada de sofrer vira algoz. E ao contrário de Jessie J, que cresce e acontece, o protagonista deThoughtless faz algo muito, muito, muito terrível.

Mais terrível, no entanto, é constatar que a situação retratada no vídeo volta e meia acontece de novo.



Beautiful – Christina Aguilera

Por último escolhi esse, que leva um recado a vocês!

“Você é bonita(o), não importa o que eles dizem

Palavras não vão te fazer cair

Você é bonita(o), em todos os sentidos

Sim, palavras não vão te fazer cair”

Nunca esqueçam disso!


Fonte: http://www.radiotalent.com.br/clipes-sobre-bullying/

quarta-feira, 16 de março de 2016

Secretaria apura denúncia de bullying em escola


Pais de menina de dez anos afirmam que a filha é vítima de bullying há mais de três anos em escola estadual, na zona norte paulistana. Na semana passada, a criança caiu dentro da escola e machucou o joelho, após ser perseguida por algumas crianças. A instituição de ensino nega as acusações e diz que não registro de reclamações.

Assista a reportagem aqui:



Data: 15/03/2016

Fonte: http://www.tvgazeta.com.br/videos/secretaria-apura-denuncia-de-bullying-em-escola/#





terça-feira, 15 de março de 2016

Governo Francês alerta pais sobre perigos de fotos de seus filhos no Facebook


Muitos usuários no Facebook utilizam os álbuns de fotos para postar fotografias de suas famílias. Não é difícil encontrar pais que publicam imagens de suas crianças pequenas e até mesmo recém-nascidos; afinal, geralmente acreditamos que estamos entre amigos, e todos querem compartilhar seus momentos de felicidade.

Mas sabemos que a internet não é um lugar tão seguro, e alguns países levam a proteção às crianças a sério. O governo francês publicou na rede social um alerta aos pais sobre a publicação de fotos de crianças, e incentivou que a prática seja abandonada. Entre os perigos, estão os criminosos como pedófilos e stalkers, que podem perseguir vítimas. Além disso, aponta-se a importância da privacidade e possíveis prejuízos psicológicos e sociais para as crianças no futuro.

No caso da França, o advogado especialista em legislação de internet Éric Delcroix lembra que o país possui uma legislação rigorosa de privacidade, que pode gerar processos aos pais que publicam fotos de seus bebês. Isso porque as leis do país proíbem a publicação de fotos de outras pessoas sem a autorização expressa, o que poderia ser aplicado a crianças no futuro, caso essas imagens lhes causem algum dano. A procuradora especializada em direito digital Viviane Gelles endossa essa questão, e afirma que segundo as leis francesas “os pais são responsáveis pela proteção da imagem de seus filhos”.

Pode ser difícil imaginar que fotos de crianças possam ser prejudiciais para elas no futuro, mas nunca é demais lembrar que a superexposição pode nos deixar muito acostumados e despreocupados em relação aos perigos. Não é raro encontrar casos de crianças que foram vítimas de cyberbulliyng, uma prática que às vezes levou alguns jovens à depressão e problemas sociais.

Não é de hoje que a França quer diminuir a quantidade de fotos de crianças nas redes sociais. As autoridades do país realiza há alguns anos uma forte campanha para esse tipo de prática diminua. O próprio Facebook também tem suas preocupações quanto ao assunto, e já desenvolveu alguns recursos para limitar o alcance das fotos familiares. Por exemplo, em um comunicado em novembro de 2015, a empresa anunciou que começaria a enviar alertas quando os pais estivessem postando as fotos de suas crianças no modo público, aconselhando a usar a postagem privada ou restrita aos amigos.

Quanto à pedofilia e crimes virtuais, não é novidade que a internet pode ser um prato cheio para pedófilos e stalkers. Embora no Brasil não existam leis como as francesas, que podem ser aplicadas aos pais que postam fotos de seus filhos, a pedofilia muitas vezes se torna assunto em todas as redes sociais. Basta lembrarmos do caso recente de comentários pedófilos sobre o programa MasterChef Junior, que acabou gerando a tag #MeuPrimeiroAbuso, em que centenas de mulheres relataram terem sido vítimas de abusos ainda crianças.

Ano passado, um investigador do governo australiano citou um site de pedofilia (sem mencionar o nome) que utiliza milhares de imagens de meninos e meninas retiradas do Facebook e do Instagram. As imagens tinham descrições como “Amigas da minha filha no Instagram” “Crianças na praia” e “Ginástica”, entre outros.

Susan McLean, especialista em cibersegurança, diz que as crianças e jovens costumam utilizar as regras de privacidade mais do que os pais.

02 de março de 2016

segunda-feira, 14 de março de 2016

A Cidade Mais Perigosa da Internet: documentário da Norton sobre segurança digital ganha continuação

Na última sexta-feira (11/03), fomos convidados a um brunch com a Norton Brasil (aquela do anti-vírus, lembra?). Ainda que as ferramentas de varredura e detecção de ameaças ainda sejam produtos da empresa, não é assim que eles desejam que você continue se lembrando deles. 




Com um trabalho cinematográfico impecável o documentário A Cidade Mais Perigosa da Internet tem o objetivo de informar e conscientizar as pessoas sobre a existência, meios e propagação do cybercrime ao redor do mundo.

A Internet enquanto business é um meio relativamente novo e portanto as legislações de boa parte dos países para coibir e julgar cybercrimes ainda têm textos pouco práticos e inspirados em casos isolados como no Brasil com a Lei Carolina Dieckman, que foi promulgada após o “vazamento” de imagens pessoais da atriz na Internet em 2012. 

A segunda parte do documentário A Cidade Mais Perigosa da Internet, mostra crimes cometidos contra pessoas e servidores “à prova de balas”, localizados em bunkers ou bases militares abandonadas em águas internacionais, o termo é utilizado para designar hosts que hospedam informação com a garantia de que a mesma não se perderá nem por ordem judicial, o que pode conter desde dados confidenciais de grandes corporações à sites relacionados ao Estado Islâmico. 

Mas se engana quem pensa que somente empresas e pessoas famosas estão no radar dos cybercriminosos. Para Nelson Barbosa, especialista em segurança da Norton Brasil, “para os criminosos toda e qualquer informação é valiosa, seja para fraude em cartões de crédito ou até mesmo casos de cryptlocker, crime no qual as informações do usuário são sequestradas e liberadas somente através de extorsão”. 

Nelson ainda avalia que a melhor forma de se prevenir de crimes digitais é fazendo os procedimentos mais simples como não aceitar e clicar em anexos de estranhos, e ficar atento aos endereços de sites de bancos e outras instituições para que não caia nos chamados casos de phishing

O grande desafio é sem dúvidas estabelecer uma cultura de segurança, afinal, quando foi que você alterou a senha ou fez um backup do seu celular?

Você pode assistir ao excelente trabalho da Norton no documentário “A cidade mais perigosa da Internet” clicando aqui.



Por Diego Silveira.
Fonte: http://geekpublicitario.com.br/11447/norton-cidade-mais-perigosa-internet/

sexta-feira, 11 de março de 2016

"Pornografia de Vingança": divulgação de imagens íntimas mais que dobra

Segundo a Sesp, em 2013 foram registradas 101 notificações da chamada "pornografia de vingança", contra 224 até novembro de 2014. Mulheres são as principais vítimas.



O número de casos da chamada "pornografia de vingança", quando o homem se vinga da ex-companheira divulgando vídeos ou fotos íntimas na internet, mais que dobraram no Espírito Santo em menos de um ano. A informação é da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).

Segundo a secretaria, em 2013 foram registradas no Estado 101 notificações de pornografia de vingança, contra 224 até novembro de 2014. As mulheres são as que lideram as queixas, com 81% dos casos. 

Uma das vítimas foi uma estudante de Direito, de 20 anos, que namorou um instalador de câmeras de segurança por seis meses. Ela conta que a confiança no ex-companheiro era tanta que a jovem permitiu que ele gravasse, no celular, momentos íntimos do casal.

No entanto, três dias depois a universitária decidiu dar um ponto final à relação, mas o namorado não aceitou. De acordo com a jovem, o instalador de câmeras, revoltado com o fim do relacionamento, resolveu divulgar, a um grupo do WhatsApp, as imagens que ele disse à namorada ter apagado.

Mãe de um menino de 1 ano e 10 meses, a futura advogada conta que denunciou o caso à polícia. "Conversei com ele e mostrei o boletim de ocorrência. Entramos em um consenso para não prejudicar nenhum dos dois e ficou por isso mesmo. Eu saí do grupo, para evitar confrontos ou qualquer gracinha, e também cortei as amizades", lembra a jovem.

O advogado Állex William Bello Lino ressalta que, nos chamados casos de "pornografia de vingança", denunciar à polícia não basta. "Por se tratar de um crime contra a honra, ele só se procede perante a Justiça através de uma queixa crime, que é uma peça privativa de advogado. Mas o registro dessa ocorrência é importantíssimo para que a polícia possa trazer a autoria desse fato, para que posteriormente um advogado possa propor essa queixa crime à Justiça", destacou.

Lino ressalta ainda que o artigo 139 do Código Penal Brasileiro trata dos crimes contra a honra. Nesse caso, quando a culpa é comprovada, o acusado é processado por injúria ou difamação. "O crime de difamação tem a pena de três meses a um ano de detenção. Isso vai ser processado perante um juizado especial criminal e certamente a pena será substituída por uma pena alternativa", disse o advogado.

CASOS


Em março de 2014, um caso de vazamento de fotos sensuais terminou de forma trágica no Espírito Santo. Cristian Cunha, de 19 anos, confessou ter matado a ex-namorada, Bárbara Richardele, de 18 anos. Depois de ficar um dia desaparecida, ela teve o corpo encontrado na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha. 

Segundo a polícia, Cristian e Bárbara namoraram durante um ano e dois meses e terminaram por conta da divulgação de fotos íntimas da jovem. O assassinato aconteceu na obra onde Cristian trabalhava, na Praia da Costa, em Vila Velha. O acusado teria usado uma escavadeira para matar a namorada. 

Já em maio do ano passado, outro caso repercutiu no Estado. O ex-marido de uma jovem de 19 anos foi acusado de postar vídeos íntimos dela na internet. A vítima contou à polícia sofrer ameaças e já ter sido agredida pelo suspeito. Segundo ela, o ex-marido também não aceitava o fim do relacionamento.


07/01/2016 às 12h52 (Atualizado em 07/01/2016 às 13h03)

TV Vitória
Redação Folha Vitória

Fonte: http://www.folhavitoria.com.br/policia/noticia/2016/01/casos-de-vazamento-de-imagens-intimas-mais-que-dobra-em-menos-de-um-ano-no-espirito-santo.html

quinta-feira, 10 de março de 2016

Pressionar crianças para que sejam bons alunos resulta em desânimo


Pesquisas apontam aumento na taxa de suicídio entre os jovens brasileiros, e o fenômeno é mundial. Por esse motivo, alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças e jovens. A Academia Americana de Pediatria, por exemplo, recomendou que os médicos devem sempre procurar sinais dessa doença nos mais novos. Sinal amarelo piscando.

Precisamos pensar com atenção na saúde mental de nossas crianças e de nossos jovens. Mas parece que nem as famílias e nem as escolas têm essa questão como importante: ambas são criadoras de muitas causas que podem afetar negativamente a qualidade de vida emocional de quem elas deveriam cuidar. Vamos levantar alguns pontos que podem provocar pressão em demasia, ansiedade e medos de fracasso nas crianças e nos jovens.

Primeiramente, a pressão sobre a vida escolar. Nunca, nunca antes tivemos famílias e escolas tão empenhadas em fazer com que filhos e alunos tenham alta performance escolar, o que significa, é claro, boas notas, aprovação com destaque em exames e provas etc. Mas por quê?

Porque, de repente, decidimos que o bom rendimento escolar da criança é pré-requisito fundamental para um futuro profissional promissor. Posso assegurar-lhe que não é, por dois motivos bem simples. Primeiro: bom rendimento escolar não significa, necessariamente, bom aprendizado. Segundo: estamos um pouco atrasados nessa premissa, já que, hoje, ter estudos não garante nada, absolutamente nada em termos profissionais, e não apenas em nosso país. Agora, imagine crianças –inclusive as mais novas!– e jovens pressionados até o limite para que sejam bons alunos. Só pode resultar em ansiedade, desânimo, receios etc. Junte a isso as acirradas competições às quais eles são submetidos, o bullying –que eu reputo à ausência de adultos na tutela dos mais novos–, as agendas lotadas de compromissos, as intermináveis lições de casa (muitas vezes motivos para brigas entre pais e filhos), a erotização precoce que promove busca infantil por um determinado tipo de beleza etc.

Uau! Se para um adulto essa mistura já pode ser explosiva para a sanidade mental, imagine, caro leitor, para crianças e adolescentes! E o que podemos fazer? Muita coisa! Deixar de confundir cobrança com pressão já pode ser um grande passo. Nossos filhos e alunos precisam ser cobrados a levar sempre adiante sua vida escolar. Mas precisamos ser mais compreensivos quando eles não conseguem, e ajudá-los no esforço que precisam investir para aprender, em vez de pressioná-los mais ainda.

As famílias podem e devem também ensinar os filhos a lidar com suas emoções. Sabe quando uma criança pequena pega algum objeto de vidro e os pais o ensinam a tomar cuidado porque é frágil e ela pode quebrar, mesmo sem querer? Podemos fazer a mesma coisa com os sentimentos que ela experimenta. Posso ilustrar isso que acabei de dizer com o seguinte exemplo: quando uma criança manifesta raiva, devemos ensiná-la que essa emoção e suas manifestações podem machucá-la e também os outros.

E a escola precisa se dar conta de que o ambiente escolar pode ser –e em geral é– neurotizante para muitas crianças! E não é por falta de conhecimento que não mudamos esse panorama.

Vamos cuidar da saúde mental de nossas crianças e jovens tanto quanto cuidamos de sua saúde física!

08/03/2016 02h00 | Por Rosely Sayão

quarta-feira, 9 de março de 2016

Crianças e jovens são principais vítimas do cyberbullying, segundo médicos

Rio - Quase 80% dos jovens já espalharam boatos via redes sociais, cerca de 95% das crianças entre 6 e 9 anos de idade usam a internet, e dentro desse número, 54% tem página no Facebook. O uso da web entre jovens preocupa médicos, já que o público que mais pratica e sofre o cyberbullying são crianças e adolescentes. Além disso, os pediatras acrescentam como preocupante o fato de os adolescentes terem duas vezes mais dependência da internet que os adultos. 

O tema foi discutido no 37º Congresso Brasileiro de Pediatria, no RioCentro. Pediatras querem entender e tentar reverter a situação de riscos que as novas mídias podem causar à saúde da criança e do adolescente, analisando casos anteriores.



Atualmente, há novas ferramentas que podem ser perigosas e virar um instrumento na mão do crime, como a deep web, que torna oculto páginas com conteúdo criminoso. Novas entidades como Sexting, influenciam jovens a mandar fotos de nudez própria um para o outro. Sendo assim, a imagem pode cair na rede e a foto circular pela mídia, causando difamação da vítima. 

Segundo o pediatra residente do Comitê de Saúde Escolar, da Sociedade Brasileira de Pediatria (Soperj), Aberlardo Bastos Pinto Jr., o cyberbullying passou a ser uma forma de bullying mais agressivo porque tem a característica mais presencial, isto é, você pode atingir a vítima a qualquer hora. As imagens, mensagens, podem ser distribuídas rapidamente e com isso há uma grande chance de ser impossível rastrear a fonte. Isto pode causar um desequilíbrio emocional na criança e no adolescente. 

Os jovens mais propensos a serem vítimas de cyberbullying são os mais retraídos, os ‘nerds’, os menos populares. Ele afirma que sua preocupação maior é o risco que esse desequilíbrio pode causar a crianças e adolescentes, levando-as a uma solução extrema, como o suicídio. “Há um estigma social em se dizer que sofre bullying, isso pode dificultar na comunicação da vítima, impedindo que ela busque ajuda”, alerta. É importante a conversa familiar e o debate sobre as medidas a serem tomadas. É preciso recorrer a um profissional, deletar o criminoso e ir atrás de um tratamento. 

Agressor é vítima em casa

As crianças que sofrem maus tratos em casa, possuem uma relação conturbada com a família e são vítimas de baixa autoestima são as que podem exercer o cyberbullying. Elas querem fazer o outro sentir o que recebem em casa com o outro. “É ensinar aos jovens a guardar imagens, colocar senha, ser cuidadoso com o que fala”, aconselha Aberlardo Bastos. 

Qualquer um pode fazer ou sofrer cyberbullying. Pode atingir todas as idades, mas é concentrada na infância e adolescência. Gabriel Belmonte, aluno de Psicologia, 20 anos, relatou aos 18, seu vídeo disseminou na internet na escola. “Gravei vídeo cantando e mandei para amigos. Em menos de um dia, a escola toda assistiu. Foi assustador.”

Marco Antonio Chaves Gama, médico pediatra e especialista em adolescência pela Sociedade Brasileira de Pediatria, afirmou que a dependência à internet já é considerada uma doença. Ela começa na infância, quando a criança já desenvolve contato com os aparelhos tecnológicos comprometendo o desenvolvimento do cérebro e tornando-a mais vulnerável no futuro no contato com a web.

Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/mundoeciencia/2015-10-15/criancas-e-jovens-sao-principais-vitimas-do-cyberbullying-segundo-medicos.html

terça-feira, 8 de março de 2016

Ninguém está a salvo dos trolls, mas mulheres são grupo de risco


Como diz a Lei de Watson: “cada vez que você denuncia violência (de gênero), ela se intensifica”. A "lei" é uma homenagem a Rebecca Watson, blogueira americana que reclamou de uma cantada inconveniente no Twitter e recebeu uma enxurrada de críticas.

Pois um estudo recente realizado pelas pesquisadoras Corinne Moss-Racusin, Aneta Molenda e Charlotte Cramer, da Faculdade de Skidmore, nos Estados Unidos, mostrou que a maioria dos homens não estão preparados para ouvir denúncias de sexismo. Elas analisaram mais de mil comentários de internautas em três sites de notícia a respeito de um estudo sobre a preferência de professores de ciência por alunos homens.

A boa notícia é que apenas 5% dos comentários eram abertamente misóginos, a má notícia é que para entrar nessa categoria era preciso chegar bem longe, do nível falar abertamente que mulheres são seres inferiores. A conclusão das pesquisadoras é que as mulheres tendem a postar comentários mais positivos do que os homens. E eles são mais propensos a fazerem comentários negativos, especialmente se o assunto é sexismo.

Sim, todo mundo pode ser alvo de um troll, mas também é verdade que a situação é pior para as mulheres. Segundo uma pesquisa do centro Pew Research divulgada no final do ano passado, uma em cada quatro mulheres com idade entre 18 e 24 anos será perseguida on-line ou sofrerá assédio sexual pela internet, como ameaças de estupro. Enquanto elas representam 25% e 26% dos usuários de internet que já foram perseguidos e alvo de assédio sexual, o percentual de homens que passaram por isso é de 7% e 13%, respectivamente.

Além disso, ainda em 2006, pesquisadores da Universidade de Maryland fizeram um experimento interessante: criaram vários perfis falsos em salas de bate-papo e perceberam que nomes femininos receberam em média 100 mensagens violentas de cunho sexual, enquanto os masculinos só receberam 3,7. Entre 2000 e 2012, mais de 70% das pessoas que denunciaram assédio online à organização americana Working to Halt Online Abuse eram mulheres.

Na semana passada, Arya Stark (ou a atriz Maisie Williams, como preferir), deixou sua lista de vingança em Westeros e enfrentou monstros que existem na vida real em uma campanha britânica contra cyberbullying. A campanha traz vídeos mensais com duração de uma hora detalhando como é sofrer bullying online para uma adolescente (assista ao trailer abaixo). Como explicamos na matéria de capa da GALILEU de fevereiro, trolls são indivíduos que aproveitam o anonimato da internet para humilhar, ameaçar e perseguir outros. Como autora da matéria, propus focar no agressor, explicando o que leva alguém a se tornar um troll. As vítimas, apesar de mencionadas na matéria, são outro assunto. Um assunto que pretendemos abordar também por aqui, no mais novo blog da GALILEU, sobre gênero.



26/01/2015 - 17H01 - POR GABRIELA LOUREIRO

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/blogs/fator-x/noticia/2015/01/ninguem-esta-salvo-dos-trolls-mas-mulheres-sao-grupo-de-risco.html

segunda-feira, 7 de março de 2016

Mãe dá lição em filho que fez bullying através do Facebook

As redes sociais também servem para educar os filhos.


Terry Evans é mãe de um menino de 12 anos que estragou os sapatos de uma das novas colegas da turma, fazendo “bullying contra uma menina”. Esta poderia ser mais uma história sobre violência entre colegas, mas Terry fez dela uma oportunidade para mudar a visão dos pais e das próprias crianças.

Confrontada com a situação, a mãe publicou no Facebook e explicou que quis fazer o filho “passar vergonha” para que percebesse o erro que tinha cometido, algo que não tinha acontecido na conversa que teve com o rapaz.

Na publicação da rede social, a mãe do adolescente garantiu-lhe que se voltasse a fazer algo do gênero o entregaria aos pais da jovem e frisou que o dinheiro que vier a conseguir será para comprar uns sapatos novos à menina.

A publicação de Terry Evans conta com mais de 57 mil curtidas e 11 mil compartilhamentos e, por essa razão, a mulher retirou a identificação do menino, esclarecendo que resolveu escrever o texto com o intuito de os amigos verem que houve consequências para os atos do rapaz e que não devem cometer esta violência sobre os outros.

A forma de educar a criança foi posta em causa, através de alguns comentários, mas Terry garante ter liberdade para transmitir valores ao seu filho, e mostrar-lhe que alguém sofreu muito com as atitudes dele.

09:14 - 06/03/16- POR NOTÍCIAS AO MINUTO

Fonte: http://www.noticiasaominuto.com.br/mundo/195379/mae-da-licao-em-filho-que-fez-bullying-atraves-do-facebook

sexta-feira, 4 de março de 2016

Jovem é indiciado por divulgar fotos íntimas de adolescente nas redes sociais


Um jovem de 18 anos foi indiciado pela Polícia Judiciária Civil, na sexta-feira (12.02), por divulgar imagens pornográficas de uma adolescente de 15 anos nas redes sociais. O fato foi registrado no município de Confresa (1.160 km a Nordeste). O suspeito, M. S. P. S, irá responder pelo crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Em novembro passado, a mãe da garota procurou a Polícia Civil e relatou que a filha de 14 anos teve fotos íntimas divulgadas em redes sociais, depois de ter envolvimento amoroso com o jovem S.D.D.K, 18 anos, que, na ocasião, foi preso junto com um menor apreendido, que teria gravado as imagens, e um terceiro na cidade de Vila Rica.

Na sexta-feira (12.02), a mãe da adolescente procurou novamente a Delegacia da Polícia Civil e informou que outro rapaz, iniciais M. S. P. S., também de 18 anos, tinha copiado as fotos divulgadas no mês de novembro de 2015 e postado novamente em redes sociais. "A mãe levou print de conversas do jovem difamando a filha no grupo que tinha compartilhado as fotos íntimas", disse o delegado André Rigonato.

O delegado adverte que o simples fato de adquirir, possuir ou armazenar pornografia de criança e adolescente constitui crime tipificado no Artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente e a pena imposta é de reclusão de 01 a 04 anos.

A divulgação de imagens é crime previsto no artigo 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente, qual seja, “oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente”. A pena imposta é de reclusão de 03 a 06 anos sem direito a fiança.

Segundo o delegado o delito vem ocorrendo com frequência na região. “Tem sido cada vez mais denunciado na nossa região e as equipes policiais estarão atuando constantemente para coibir essa prática criminosa que tem resultados catastróficos tanto de ordem pessoal quanto profissional para as 
vítimas”, finalizou.

14/02/2016 - 03:48:08

MT Agora - PJC-MT

Fonte: http://www.mtagora.com.br/policia/jovem-e-indiciado-por-divulgar-fotos-intimas-de-adolescente-nas-redes-sociais/128426992

quinta-feira, 3 de março de 2016

Em casos de bullying, agressor precisa de tanta atenção quanto a vítima


É comum que educadores e pais se mobilizem para acolher e escutar crianças e adolescentes que sofrem bullying. E não há nada de errado nisso. No entanto, o responsável pelas agressões também precisa de atenção.

"Quem agride ou oprime um colega a ponto de constranger ou machucá-lo repetidas vezes expressa muita fragilidade emocional e alto nível de sofrimento psíquico", diz Karyn Bulbarelli, diretora educacional da Escola Lourenço Castanho, de São Paulo. Segundo Cátia Alves, coordenadora pedagógica do Colégio Graphein, também na capital paulista, o agressor, geralmente, sofre de baixa autoestima.

Somente punir o responsável pelo problema não ajuda a acabar com a situação. É preciso investir na educação de todos, para evitar que as relações inadequadas se formem ou se prolonguem.

Educadores têm se mobilizado para fazer campanhas a respeito e, desde fevereiro, está em vigor a lei que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemáticaem todo o território nacional.

O objetivo principal do programa é prevenir e combater a prática de bullying no Brasil. Uma das ações possíveis é fazer um trabalho minucioso e profundo de compreensão para reverter a situação, o que inclui conversas claras com os envolvidos, além de trabalhos com os alunos que estão ao redor.
Acolha o agressor

Para acolher a criança ou adolescente que faz bullying, antes de mais nada, é essencial não pré-julgá-lo e permitir que ele expresse seus sentimentos. Muitas vezes, a fala do agressor é surpreendente e revela problemas em casa, medos e vergonhas. Para se defender e tentar revidar o que o agride, ele ataca os colegas.

É evidente que, ao ser chamado para conversar com um adulto, ele tende a não se abrir de imediato. Por isso, é fundamental validar os sentimentos dele --mas não as ações, claro--, para que ele se sinta acolhido e seguro.

"Não podemos calar, isolar e marginalizar quem comete bullying. Precisamos fazer com que ele se envolva com o grupo de forma positiva, ajudá-lo a se colocar no lugar do outro e a se sensibilizar", fala Edith Rubinstein, psicopedagoga e mestre em psicologia e diretora do Centro de Estudos Seminários de Psicopedagogia, de São Paulo.

Uma estratégia eficiente --cada vez mais comum em escolas-- são as reuniões com alunos em que um educador atua como mediador. São baseadas na ideia de círculos restaurativos --abordagem colaborativa e pacificadora para resolução de conflitos empregada em diversas situações (familiar, escolar, profissional etc.).

Cátia explica que quando, além do agressor e da vítima, a conversa envolve outros colegas de turma, colocações pertinentes são feitas. De acordo com ela, pelo fato de estarem fora do problema, distantes da tensão emocional, é mais fácil para eles ajudarem.

No mais, ao envolver os indivíduos ao redor na resolução do problema, muito pode ser investigado, já que o problema nem sempre está restrito a quem comete bullying e a vítima. "O agressor pode ser porta-voz de um grupo, que assiste de forma silenciosa à situação", afirma Cátia.

Fonte: http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2016/03/02/em-casos-de-bullying-agressor-precisa-de-tanta-atencao-quanto-a-vitima.htm