terça-feira, 15 de março de 2016

Governo Francês alerta pais sobre perigos de fotos de seus filhos no Facebook


Muitos usuários no Facebook utilizam os álbuns de fotos para postar fotografias de suas famílias. Não é difícil encontrar pais que publicam imagens de suas crianças pequenas e até mesmo recém-nascidos; afinal, geralmente acreditamos que estamos entre amigos, e todos querem compartilhar seus momentos de felicidade.

Mas sabemos que a internet não é um lugar tão seguro, e alguns países levam a proteção às crianças a sério. O governo francês publicou na rede social um alerta aos pais sobre a publicação de fotos de crianças, e incentivou que a prática seja abandonada. Entre os perigos, estão os criminosos como pedófilos e stalkers, que podem perseguir vítimas. Além disso, aponta-se a importância da privacidade e possíveis prejuízos psicológicos e sociais para as crianças no futuro.

No caso da França, o advogado especialista em legislação de internet Éric Delcroix lembra que o país possui uma legislação rigorosa de privacidade, que pode gerar processos aos pais que publicam fotos de seus bebês. Isso porque as leis do país proíbem a publicação de fotos de outras pessoas sem a autorização expressa, o que poderia ser aplicado a crianças no futuro, caso essas imagens lhes causem algum dano. A procuradora especializada em direito digital Viviane Gelles endossa essa questão, e afirma que segundo as leis francesas “os pais são responsáveis pela proteção da imagem de seus filhos”.

Pode ser difícil imaginar que fotos de crianças possam ser prejudiciais para elas no futuro, mas nunca é demais lembrar que a superexposição pode nos deixar muito acostumados e despreocupados em relação aos perigos. Não é raro encontrar casos de crianças que foram vítimas de cyberbulliyng, uma prática que às vezes levou alguns jovens à depressão e problemas sociais.

Não é de hoje que a França quer diminuir a quantidade de fotos de crianças nas redes sociais. As autoridades do país realiza há alguns anos uma forte campanha para esse tipo de prática diminua. O próprio Facebook também tem suas preocupações quanto ao assunto, e já desenvolveu alguns recursos para limitar o alcance das fotos familiares. Por exemplo, em um comunicado em novembro de 2015, a empresa anunciou que começaria a enviar alertas quando os pais estivessem postando as fotos de suas crianças no modo público, aconselhando a usar a postagem privada ou restrita aos amigos.

Quanto à pedofilia e crimes virtuais, não é novidade que a internet pode ser um prato cheio para pedófilos e stalkers. Embora no Brasil não existam leis como as francesas, que podem ser aplicadas aos pais que postam fotos de seus filhos, a pedofilia muitas vezes se torna assunto em todas as redes sociais. Basta lembrarmos do caso recente de comentários pedófilos sobre o programa MasterChef Junior, que acabou gerando a tag #MeuPrimeiroAbuso, em que centenas de mulheres relataram terem sido vítimas de abusos ainda crianças.

Ano passado, um investigador do governo australiano citou um site de pedofilia (sem mencionar o nome) que utiliza milhares de imagens de meninos e meninas retiradas do Facebook e do Instagram. As imagens tinham descrições como “Amigas da minha filha no Instagram” “Crianças na praia” e “Ginástica”, entre outros.

Susan McLean, especialista em cibersegurança, diz que as crianças e jovens costumam utilizar as regras de privacidade mais do que os pais.

02 de março de 2016

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