quarta-feira, 9 de março de 2016

Crianças e jovens são principais vítimas do cyberbullying, segundo médicos

Rio - Quase 80% dos jovens já espalharam boatos via redes sociais, cerca de 95% das crianças entre 6 e 9 anos de idade usam a internet, e dentro desse número, 54% tem página no Facebook. O uso da web entre jovens preocupa médicos, já que o público que mais pratica e sofre o cyberbullying são crianças e adolescentes. Além disso, os pediatras acrescentam como preocupante o fato de os adolescentes terem duas vezes mais dependência da internet que os adultos. 

O tema foi discutido no 37º Congresso Brasileiro de Pediatria, no RioCentro. Pediatras querem entender e tentar reverter a situação de riscos que as novas mídias podem causar à saúde da criança e do adolescente, analisando casos anteriores.



Atualmente, há novas ferramentas que podem ser perigosas e virar um instrumento na mão do crime, como a deep web, que torna oculto páginas com conteúdo criminoso. Novas entidades como Sexting, influenciam jovens a mandar fotos de nudez própria um para o outro. Sendo assim, a imagem pode cair na rede e a foto circular pela mídia, causando difamação da vítima. 

Segundo o pediatra residente do Comitê de Saúde Escolar, da Sociedade Brasileira de Pediatria (Soperj), Aberlardo Bastos Pinto Jr., o cyberbullying passou a ser uma forma de bullying mais agressivo porque tem a característica mais presencial, isto é, você pode atingir a vítima a qualquer hora. As imagens, mensagens, podem ser distribuídas rapidamente e com isso há uma grande chance de ser impossível rastrear a fonte. Isto pode causar um desequilíbrio emocional na criança e no adolescente. 

Os jovens mais propensos a serem vítimas de cyberbullying são os mais retraídos, os ‘nerds’, os menos populares. Ele afirma que sua preocupação maior é o risco que esse desequilíbrio pode causar a crianças e adolescentes, levando-as a uma solução extrema, como o suicídio. “Há um estigma social em se dizer que sofre bullying, isso pode dificultar na comunicação da vítima, impedindo que ela busque ajuda”, alerta. É importante a conversa familiar e o debate sobre as medidas a serem tomadas. É preciso recorrer a um profissional, deletar o criminoso e ir atrás de um tratamento. 

Agressor é vítima em casa

As crianças que sofrem maus tratos em casa, possuem uma relação conturbada com a família e são vítimas de baixa autoestima são as que podem exercer o cyberbullying. Elas querem fazer o outro sentir o que recebem em casa com o outro. “É ensinar aos jovens a guardar imagens, colocar senha, ser cuidadoso com o que fala”, aconselha Aberlardo Bastos. 

Qualquer um pode fazer ou sofrer cyberbullying. Pode atingir todas as idades, mas é concentrada na infância e adolescência. Gabriel Belmonte, aluno de Psicologia, 20 anos, relatou aos 18, seu vídeo disseminou na internet na escola. “Gravei vídeo cantando e mandei para amigos. Em menos de um dia, a escola toda assistiu. Foi assustador.”

Marco Antonio Chaves Gama, médico pediatra e especialista em adolescência pela Sociedade Brasileira de Pediatria, afirmou que a dependência à internet já é considerada uma doença. Ela começa na infância, quando a criança já desenvolve contato com os aparelhos tecnológicos comprometendo o desenvolvimento do cérebro e tornando-a mais vulnerável no futuro no contato com a web.

Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/mundoeciencia/2015-10-15/criancas-e-jovens-sao-principais-vitimas-do-cyberbullying-segundo-medicos.html

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