segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Pesquisadores alertam sobre perigo de compartilhar informações sobre crianças na web



RIO — Muitas vezes são os pais que criam as primeiras pegadas digitais de seus filhos. O que eles compartilham sobre seus pequenos com outras pessoas no meio virtual pode acarretar riscos, em geral, inesperados. Uma pesquisa apresentada na Academia Americana de Pediatria (AAP), durante a Conferência e Exposição Nacional, nesta sexta-feira, levantou o assunto. 

Mesmo pesquisas anteriores à da AAP já mostraram que 92% dos bebês de 2 anos nos Estados Unidos têm presença on-line, e cerca de um terço tem sua primeira aparição em mídias sociais nas primeiras 24 horas de vida. “A quantidade de informação colocada no universo digital sobre nossos filhos em seus primeiros anos de vida é impressionante”, disse a pediatra Bahareh Keith, diretora de saúde global pediátrica e professora assistente de pediatria na escola de Medicina da Universidade da Flórida. “Muitas vezes os pais consideram a melhor forma de proteger as crianças enquanto a criança está usando a internet. 

No entanto, inicialmente, os pais (como eu) nem sempre percebem como seu próprio uso das mídias sociais pode afetar o bem-estar das crianças, hoje e por muito tempo no futuro”, alertou. As mídias sociais também oferecem muitos benefícios para as famílias, destacou a médica, inclusive dando voz aos pais quando eles expõem as dificuldades e suas experiências na criação dos filhos, promovendo interação e celebrando as alegrias de sua vida. Para combater o problema decorrente do lado negativo do uso das redes, pediatras podem fazer campanha para uma maior sensibilização dos pais para proteger identidade on-line de uma criança, sugerem os profissionais da área. 

O professor de Direito Stacey Steinberg adverte que as informações compartilhadas podem ser roubados ou repetidamente compartilhadas, sem o conhecimento dos pais, caindo nas mãos de pedófilos ou de ladrões. “Precisamos incentivar a partilha responsável e reflexiva e enfrentar uma escassez de discussão sobre o tema que deixa até mesmo os pais mais bem-intencionados com poucos recursos para avaliar a questão antes de pressionar a opção “compartilhar” em seus dispositivos digitais”, destacou Stacey Steinberg, professor de Direito. Keith e Steinberg levantaram um extenso material da literatura médica legal para encorajar a classe profissional a ajudar pais com regras saudáveis de comportamento on-line. 

Com AGÊNCIAS BR
21/10/2016 16h45    
Por: O Globo

Fonte: http://www.jornalfloripa.com.br/noticia.php?id=772120

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