sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Rede social não é lugar para criança

Uma pesquisa mostra que mais de 60% das crianças brasileiras com 7 a 12 anos se expõem em serviços como Facebook e WhatsApp. Episódios como o ocorrido no programa "MasterChef" mostram por que nenhuma delas poderia estar ali


BRUNO FERRARI, IGOR UTSUMI E ANA HELENA RODRIGUES 
27/10/2015 - 20h01 - Atualizado 27/10/2015 20h14

CURIOSO - Kauã, de 8 anos, entrou no Google para buscar a palavra “sexo”. Os pais o observavam, à distância, e falaram com ele (Foto: Letícia Moreira/EPOCA)


As duas edições do programa MasterChef, exibido pela Band desde 2014, foram um sucesso nas redes sociais. Serviram de bom exemplo do fenômeno conhecido como segunda tela – quando o espectador assiste à TV enquanto comenta na internet sobre o que está assistindo. Os participantes e jurados viraram celebridades instantâneas na rede. Isso criou grande expectativa para o MasterChef Júnior, com participantes entre 9 e 13 anos. O primeiro episódio foi ao ar na semana passada. Mas a segunda tela, desta vez, tornou-se um cenário de horror. Amparados na falsa ideia de que a internet é uma terra sem lei, usuários poluíram o Twitter com mensagens de incentivo à agressão sexual e à homofobia. Garotos de 10 anos foram chamados de “bichas” e “viados”. Os comentários mais chocantes trataram da participante Valentina Schulz, de 12 anos. “A culpa da pedofilia é dessa mulecada (sic) gostosa”, escreveu @kemper_guedes. “Sobre essa Valentina, se tiver consenso é pedofilia?”, escreveu @andersoberano. O nome da garota foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter. “Estávamos preparados para o assédio, mas não imaginávamos encontrar tarados”, disse o publicitário Alexandre Schulz, pai de Valentina, ao portal iG. “Teve gente que pediu que ela mandasse foto nua.”

Os culpados nesse tipo de ataque, é óbvio, são os assediadores e agressores, e não as vítimas e suas famílias (leia a coluna de Ruth de Aquino). O problema é que a maioria dos pais parece subestimar os riscos. Engana-se quem pensa que o problema com Valentina ocorreu apenas por ela estar em evidência na televisão. O assédio a menores em redes sociais e aplicativos ocorre em tempo integral. Uma pesquisa obtida com exclusividade por ÉPOCA mostra que ainda são poucos os pais e responsáveis por crianças no Brasil que impõem regras de uso na internet para seus filhos. O estudo, coordenado pela consultoria paulistana Officina Sophia, ouviu 1.000 crianças, entre 7 e 12 anos, que usam a internet, em diferentes capitais brasileiras, sempre acompanhadas de um maior de idade. Do total, 65% disseram não ter regras ou tempo determinado para acessar a internet.

Faltam dados precisos sobre assédio digital – os responsáveis não costumam denunciar, por medo de expor os filhos ou prolongar o episódio. Mas evidências não faltam. A consultora de mídias sociais Liliane Ferrari já trabalhou para marcas de roupas infantis. Mãe de uma menina de 9 anos, ela ficou chocada ao analisar os dados de tráfego nos sites dessas marcas. “Durante a madrugada, crescia o acesso às páginas que mostravam crianças em roupa de banho e pijama”, diz. “As pessoas chegavam a essas páginas buscando no Google por expressões impronunciáveis.” No início de outubro, a revista inglesa The Economist publicou um levantamento com o site de pornografia PornHub, mostrando qual era a palavra mais buscada por usuários de diferentes países. No Brasil, a expressão mais popular foi “novinha”, originária do funk e usada para identificar garotas adolescentes ou mulheres com características muito juvenis.


A advogada e pedagoga Cristina Sleiman, atende regularmente em seu escritório pais cujos filhos foram assediados em redes sociais. Ela explica que uma tática comum dos criminosos é descobrir, pelo próprio serviço, o nome dos pais do menor. Depois, exigem que a vítima envie fotos sem roupa, sob ameaça de matar seus pais. “Imagine isso sendo dito a uma criança de 8 anos”, diz Cristina. “Elas costumam mentir para os pais durante um tempo, com medo de que algo aconteça. Quando contam, o estrago já está feito.” Em julho, o site de ÉPOCA contou a história da carioca Eduarda*, que permitia que sua filha Cecília*, de 10 anos, mantivesse uma conta no Facebook “por pressão dos amiguinhos”. Um dia, a menina contou, assustada, que havia recebido uma mensagem de um estranho. Ao acessar o perfil da criança, a mãe encontrou 92 pedidos de amizades de desconhecidos. Decidiu continuar a conversa com o estranho, que a assediou mesmo pensando ser uma criança de 10 anos. A mãe apagou a conta da filha.

Para evitar casos assim, a maior parte das redes sociais estabelece uma idade mínima para o usuário. Está nas regras do Facebook: “Você não deve usar o Facebook se for menor de 13 anos”. O mesmo vale para Instagram, Pinterest, Snapchat e Twitter. No YouTube, crianças podem assistir, mas apenas adolescentes a partir de 13 anos podem criar um canal. O WhatsApp define limite maior, de 16 anos. ÉPOCA conversou com dezenas de responsáveis por crianças nas últimas semanas. A maioria desconhece os limites de idade e disse permitir que seus filhos acessem algumas redes sociais e aplicativos de mensagens. É um fenômeno global. No Brasil, segundo o estudo da Officina Sophia, ao menos 62% das crianças entre 7 e 12 anos usuárias de internet acessam uma rede social. Espontaneamente, mencionaram Facebook, WhatsApp, YouTube, Twitter e Snapchat. Nenhuma delas poderia usar nenhum desses serviços.

VERGONHA - Valentina (no centro) em prova do programa MasterChef Júnior. Usuários do Twitter assediaram a garota de 12 anos (Foto: divulgação)

Diversas razões levam os responsáveis a deixar menores de 13 anos criar contas em redes sociais. O mais comum é alegar que os colegas de escola fazem isso. Em Baldim, Minas Gerais, a cabeleireira Helena* observa suas filhas Maria*, de 10 anos, e Ana*, de 6, brincando em seus perfis no Facebook. Segundo Helena, a filha mais velha costuma entrar na rede social para curtir páginas de filmes. Ela também troca mensagens por WhatsApp com os colegas de escola. “A caçula não sabe ler direito, mas coloco algumas fotos dela com a irmã”, diz Helena. Ela receia que as filhas encontrem conteúdo impróprio ou sofram algum tipo de assédio e acredita tomar todas as medidas para protegê-las. “Por mim, ninguém tinha nada, mas abrimos mão por todo mundo ter conta no Facebook e celular com WhatsApp. A gente se sente pressionada para evoluir também”, afirma.

Outros pais acham que os filhos estão seguros por usar sistemas de controle parental e conversar sobre o tema. A analista de logística Eliana Silva, mãe de Kauã, de 8 anos, descobriu que não é bem assim. O garoto usa o computador para jogar e assistir a vídeos. Desde cedo, Maurício, o pai, que trabalha com tecnologia da informação, orienta o filho sobre o que ele pode e não pode fazer on-line. Há poucos meses, por um desencontro nas agendas de trabalho dos pais, Kauã precisou ficar sozinho em casa por um breve período. O menino achou que poderia navegar incógnito pela internet, mas o pai estava usando um software que espelha a tela do PC de casa no computador do trabalho. “Foi só o pai sair de casa que ele abriu o Google e digitou a palavra ‘sexo’”, diz Eliana. O pai telefonou e perguntou ao filho o que ele estava fazendo. A criança respondeu genericamente que estava brincando. Mesmo com a insistência do pai, continuou a negar que estivesse no computador. “Eles ficaram no telefone até a hora em que eu cheguei”, afirma Eliana. “Quando o pai voltou, conversamos sobre a idade adequada para ter interesse por esse tipo de assunto e ele entendeu que tínhamos acesso a tudo o que ele fazia no computador.”

O caso revela muito sobre a mente infantil. A curiosidade é natural e saudável, e deve ser estimulada. Mas os pais têm de acompanhar as ações dos filhos e suas descobertas. Isso vale na rua e também nos ambientes virtuais. “É importante que as crianças aprendam o conceito de público e privado”, diz Patrícia Cintra, diretora pedagógica da Escola Eduque, de São Paulo. “Uma vez que elas colocam uma foto ou um conteúdo qualquer em seus perfis, pode ser impossível voltar atrás.” A escola tem alunos de até 11 anos e não permite o uso de smartphones durante o período de aula. Incentiva o acesso a tablets, mas com aplicativos e rede próprios. “Mesmo quando a família tem um perfil coletivo, deixamos claro para os pais essa relação entre o público e o privado.”


Frequentemente, os próprios responsáveis expõem demais os filhos nas redes sociais. Não veem problema em publicar imagens de crianças usando pijamas, tomando banho ou usando roupa de praia. “Os pais estão deslumbrados com a tecnologia, andam para lá e para cá com o pescoço abaixado, olhando o smartphone”, diz Naira Maneo, diretora da Officina Sophia, responsável pela pesquisa. A falta de discernimento chega a extremos. Em julho, um tribunal de Évora, em Portugal, proibiu os pais de uma menina de publicar fotos da filha no Facebook. “Tão natural quanto garantir a saúde e a educação dos filhos, é o respeito pelo direito à imagem e à reserva da vida privada”, afirmou o juiz.

CUIDADO - Karina e Clara, na cama. A menina, de 9 anos, não pode usar redes sociais e tem horário restrito para usar a internet (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA)

O problema, muitas vezes, não nasce em casa, e sim na escola. A empresária paulistana Karina Gentile, mãe de Clara, de 9 anos, ficou surpresa ao descobrir que uma professora de sua filha havia criado um grupo de WhatsApp para se comunicar com seus alunos. Aplicativo, vale lembrar, permitido apenas a maiores de 16 anos. Na primeira noite, um garoto da sala enviou 77 fotos dele para o grupo e foi criticado pelos colegas. A empresária define para a filha regras restritivas de acesso à tecnologia e a deixou fora do grupo criado pela professora. A menina acessa a internet, pelo tablet, uma hora por dia, três vezes por semana. Redes sociais são proibidas. Clara só acessa o YouTube, e supervisionada pelos pais. “Podem me chamar de radical. Mas acho que para tudo tem seu tempo – para as bonecas, o livro, o tablet”, diz a mãe. A proibição não é apenas por segurança. Leva em conta o desenvolvimento de habilidades da menina. Karina teme os exageros. “Hoje, as crianças ganham num só aniversário o tanto de brinquedos que os pais ganharam na infância inteira”, afirma.

Não se questionam os benefícios oferecidos pela tecnologia. Mas seus eventuais efeitos colaterais exigem avaliação. O assédio virtual, como no caso do programa MasterChef Júnior, é só um dos problemas que as redes sociais podem acarretar, com o crescente uso por crianças com menos de 13 anos. Elas são também expostas a cyberbullying e podem ser usadas por sequestradores e ladrões na busca de informações pessoais sobre a família. Há alguns sinais alentadores. Uma pesquisa da empresa de segurança digital Kaspersky mostrou que a preocupação dos pais com o acesso dos filhos às redes sociais vem aumentando. Em 2013, somente 22% dos responsáveis se diziam receosos de seus filhos acessarem esses serviços. Em 2015, essa parcela aumentou para 54%.

A estratégia dos pais não deveria ser tratar a internet e os aplicativos como vilões. É preciso tratar as redes sociais como qualquer área ou atividade de risco existente no mundo físico. “Minha filha não pode mexer no fogão, sair de casa sozinha e usar o Facebook”, diz a consultora de redes sociais Liliane. Alguns pais receiam que os filhos possam se tornar inocentes e atrasados, diante de uma geração de crianças conectadas – como se não acessar redes sociais pudesse criar uma espécie de bolha isolante. Os conectados a esses serviços não se tornam mais proficientes em nenhuma habilidade fundamental. Eles são meras ferramentas de comunicação. Quando chegar à idade em que pode interagir sozinho com estranhos e com o mundo, o adolescente saberá decidir como usá-los.

*Os nomes de alguns pais e filhos na reportagem foram trocados, a fim de proteger a identidade das famílias

Fonte: http://epoca.globo.com/vida/experiencias-digitais/noticia/2015/10/rede-social-nao-e-lugar-para-crianca.html

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Conheça o perfil, os motivos de quem faz bullying e como evitar que você ou seu filho seja um agressor


bullying é um comportamento violento, continuado ao longo do tempo, em que há a intenção clara de afligir, intimidar ou agredir outra pessoa. É um abuso sistemático de poder e pode acontecer em qualquer lugar: escola, empresa, etc.
Pesquisas mostram que, de modo geral, crianças ou adultos que cometem bullying são pessoas que:
  • Não aprenderam a transformar sua raiva em diálogo;
  • Não se importam com o sofrimento do outro. Pelo contrário, sentem-se satisfeitas com a opressão do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima.
  • Tem baixa autoestima, no fundo sentem-se infelizes, incapazes ou rejeitadas;
  • Escondem algum medo ou frustração por trás.
Geralmente, cometem atos repetidos de humilhação e depreciação para:
  • Tentarem ser mais populares no grupo;
  • Tentarem obter uma boa imagem de si mesmo;
  • Esconderem os próprios medos;
  • Tornar outras pessoas infelizes (como ele);
  • Vitimar outras pessoas por terem sido vítimas de alguém no passado.
É possível ajudar um adulto ou uma criança para evitar que eles sejam um agressor. Veja algumas dicas:
  • Faça um autoexame sobre suas ações do dia-a-dia. Para uma criança deixe claro quais são as ações que humilham, depreciam e agridem as pessoas. Ensine o que é bulllying;
  • Identifique ou ajude as crianças a identificarem as próprias inseguranças;
  • Reflitam como se sente ao intimidar os outros. Se houver prazer, identificar porquê ver o outro sofrendo dá prazer e encontrar outras formas de resolver as próprias dores que são sanadas de forma errada com o sofrimento do outro;
  • Retire-se de grupos de pessoas que te recompensam por intimidar os outros. Ajude os filhos a fazer novas amizades e evitar encontrar com pessoas que exercem má influência;
  • Pratique empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro;
  • Pratique elogios. Façam mais elogios uns aos outros e reflitam sobre as consequências disso;
  • Busque ter opiniões positivas sobre si ou ajude os filhos nesta tarefa, mostrando-lhes concretamente seus pontos positivos, suas potencialidades, etc.
  • No caso de pais: dialoguem com os filhos, ensinando-os a resolver conflitos numa conversa. Não transmitam excesso de raiva, impaciência e incômodo em relação aos filhos. Ajude-os a se sentirem amados e aceitos. Pesquisas revelam que filhos rejeitados pelos pais tendem a ser agressivos e fazer bullying em outras pessoas.
  • Busque corrigir os erros, pedindo desculpas. No caso de crianças, os pais devem ser firmes em exigir esta postura.
  • Procure um profissional especializado em último caso.
Táticas para ajudar as vítimas de bullying são muitas, embora não sejam fáceis. Difícil é tratar o assunto e buscar alternativas que ajudem (além de punir) quem comete estes atos de covardia.
Isso pode acontecer com qualquer família e os pais precisam estar atentos para garantir que os filhos não tenham o perfil de quem comete bulllying.
Para ajudar os filhos a não terem o perfil de quem recebe bullying leia esta matéria publicada em minha coluna na semana passada.
Vamos ajudar a diminuir estes casos de violência! Compartilhem estas dicas!
Por RACHEL MATOS (IPC Digital) – 27/10/2015
*Os artigos aqui publicados são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem, necessariamente, as opiniões do Portal IPC Digital.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Em debate sobre cyberbullying, adolescentes mostram como Internet pode ser cruel


O bullying é algo que afeta crianças e adolescentes de um modo bem negativo, fazendo com que eles se isolem do contato social e, em alguns casos extremos, até leve ao suicídio. Com a Internet, este tipo de prática migrou para as redes sociais e continua fazendo vítimas em proporções muito maiores.

E os relatos dos adolescentes mostram que cada vez mais esse é um problema real. Primeiro eram os e-mails, depois o Orkut, veio o Facebook e a coisa piorou com o WhatsApp. Por isso, a escola Harmonia resolveu discutir o assunto com os alunos em uma roda de debates na noite de ontem e colaborar para a saúde mental da garotada.

E os casos são graves, atingem de forma cruel as vítimas. Basta ter o cabelo fora do padrão, criar um estilo diferente na forma de se vestir ou ter aqueles períodos normais da adolescência, como as espinhas, para virar motivo de piada na escola.

Anna Beatriz, estudante de 15 anos do Harmonia, também teve uma amiga que sofreu com a prática por WhatsApp. “Tinha algumas outras garotas que criaram um grupo, essa minha amiga não participava porque fizeram para depreciar ela. Até que um dia uma montagem dela começou a circular entre outros estudantes e isso causou muito constrangimento até em mim que era amiga”, conta.

Segundo ela, por fim, os pais das garotas que criaram o grupo e a montagem conversaram com elas e os ataques terminaram e foi pedido desculpas. “A desculpa é um primeiro passo, mas ela só não resolve também. Quem faz isso e se arrepende tem que mostrar mesmo que mudou”, reflete.

João Vitor Rosa da Cruz, de 16 anos, foi um dos estudantes a compartilhar casos de pessoas próximas que já enfrentaram o cyberbullying. “Tínhamos uns 13 anos e ele era bastante estudioso e por isso um monte de gente zoava ele no Facebook”, lembra.

Chamavam o garoto de nerd, diziam que ele não tinha amigos e namorada e que nunca iria ter, que não vivia, entre outras coisas. “Quando conversávamos ele dizia que estava muito triste, até chegava a chorar às vezes, mas dizia que tinha a sorte de me ter como amigo, de ter pelo menos alguém com quem trocar ideias”, afirma.

O caso terminou bem. João aconselhou o amigo a conversar com os pais e procurar ajuda de alguém mais velho. Os pais o levaram a uma psicóloga para tratar o adolescente e conversaram com seus colegas de sala e depois disso pararam de fazer cyberbullying com ele.

A psicóloga Maria das Graças Rojas explica que o "golpe" emocional surge justamente do espaço onde os garotos tem maior facilidade de comunicação. Os adolescentes tímidos costumam ficar bastante tempo na Internet, por não conseguirem se relacionar muito bem em grupo, e acabam virando alvo. “Eles constroem suas relações por lá, então quando são atacados neste ambiente acabam ficando ainda mais reclusos”, explica.

Para Maria é importante que eles tenham essa visão e conscientização do que é o bullying virtual, pois assim terão uma melhor formação de caráter para que não cometam isso com outros adolescentes e consigam socializar melhor. Isso depende muito de conversas na escola mas, principalmente, um bom bate-papo em família.

Fonte: http://www.campograndenews.com.br/lado-b/comportamento-23-08-2011-08/em-debate-sobre-cyberbullying-adolescentes-mostram-como-internet-pode-ser-cruel

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Crianças ganham celular com 8 anos e o uso vira problema sério nas escolas

Segundo pesquisa, 100% das escolas já tiveram problemas com o uso inadequado do celular.


Foto: Divulgação/Ilustração

Na América Latina, 60% das crianças ganham o primeiro celular aos 12 anos, mas no Brasil, a média de idade dos filhos que são presenteados com o aparelho é de 8 anos.

Em uma pesquisa realizada pelo Instituto iStart, 100% das escolas ouvidas alegaram já ter passado por incidentes envolvendo o uso inadequado de celular entre alunos.

Todas também afirmam que a grande maioria ou todos os alunos da escola têm o aplicativo de troca de mensagens WhatsApp e que já tiveram problemas com alunos que tiraram fotos dos colegas e compartilharam em redes sociais. 

De acordo com o estudo, os incidentes mais comuns são: cyberbullying (75%), distração, dispersão e interferência no andamento da aula por conta do manuseio do celular (56,25%) e a exposição de intimidade com o compartilhamento de imagens íntimas de menores de idade (31,25%).

Patricia Peck Pinheiro,  fundadora do Instituto iStart, destaca o poder que os celulares têm e recomenda: “Os pais devem alertar seus filhos sobre os riscos. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)‎, a criança, que é o menor até 12 anos incompletos, não pode ficar desacompanha de um adulto, seja em casa, na rua tradicional ou na Internet. Sempre tem que haver um adulto responsável supervisionando e assistindo."

Por IG São Paulo | Publicada em 09/10/2015 12:23:02

Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br/2015/10/09/criancas-ganham-celular-com-8-anos-o-uso-vira-problema-serio-nas-escolas

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

MINISTÉRIO PÚBLICO USA MASTERCHEF PARA CAMPANHA CONTRA PEDOFILIA

Conselho Nacional do Ministério Público fez campanha inspirada em episódio polêmico. Ministério Público faz campanha contra pedofilia Ministério Público faz campanha contra pedofilia 

O caso de pedofilia na internet envolvendo participantes do 'MasterChef Júnior' está dando o que falar. No entanto, entidades públicas mostram querer usar o caso como exemplo, para assim estimular as denúncias contra o abuso de menores. Uma dessas entidades é o Conselho Nacional do Ministério Público, o CNMP. O órgão usou as redes sociais na tarde desta sexta-feira, 23, para fazer uma publicação que acaba, querendo ou não, fazendo uma referência ao reality show culinário apresentado pela jornalista Ana Paula Padrão.

Veja abaixo o post feito pelo Ministério Público:

Até o fechamento desta reportagem, o post tinha quase dez mil compartilhamentos e mais de quatro mil curtidas, um recorde para a fanpage. Na legenda da imagem, o Ministério Público lembro que constrangimento e pedofilia contra adolescentes e crianças na internet são crimes, todos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente. A instituição ainda pede que todos que virem alguma coisa estranha na web, façam uma denúncia através do 'Disque 100'. Para denunciar, não é necessário se identificar. A ligação é gratuita. A página ainda usou a hashtag #nãoàpedofilia para fechar a publicação.



Entenda como tudo começou:


A polêmica começou nesta terça-feira, 20, noite de estreia do 'MasterChef Junior'. Mal a atração começou e comentários absurdos ganharam as redes sociais. Uma das participantes mais afetadas foi uma menina de doze anos. Ela teve o seu nome e também fotografia colocadas em uma fanpage que estimulava relações íntimas com menores de idade. Já outro menino, da mesma idade foi chamado de "criança viada" e recebeu ameaças na internet. Comentário homofóbicos foram feitos pelo participante mirim, já eliminado.

Os pais da menina envolvida no caso da fanpage pediram que a imprensa pare de escrever e colocar o nome dela em matérias que falem sobre o assunto. Eles também entraram em contato com o Facebook, nos Estados Unidos, pedindo que publicações pejorativas ou que estimulem a pedofilia, sejam retiradas do ar.

25/10/2015 às 17:46

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Aluna é chamada de 'gorda' e sofre bullying de professor durante a aula

Mãe da menina de 12 anos registrou o caso na Polícia Civil de Piracicaba. Docente disse que garota, que pesa 90 kg, 'precisa procurar uma academia'.

21/10/2015 16h43 - Atualizado em 21/10/2015 16h50



Plantão e 1º DP de Piracicaba ficaram vazios nesta manhã de quinta-feira, em Piracicaba (Foto: Leon Botão/G1)
Ocorrência foi registrada no 1º DP de Piracicaba
na terça-feira (Foto: Leon Botão)
A mãe de uma aluna da Escola Estadual Luciano Guidotti, no bairro Jupiá, em Piracicaba (SP), registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil após a filha sofrer bullying do próprio professor e ser chamada de gorda por ele durante uma aula. Segundo ela, o caso aconteceu na terça-feira (21) e o docente ainda disse que a jovem precisava "ir para a academia". A adolescente de 12 anos tem sobrepeso e pesa 90 quilos. O estado informou que fará "apuração imediata" do caso.

A mãe da aluna, que preferiu não se identificar, contou ao G1 que quer que o professor seja afastado da escola. Segundo relato dos colegas de sala da adolescente, os estudantes do sétimo ano estavam fazendo uma atividade de língua portuguesa, quando o homem foi até a garota e disse: "você está muito gorda, vá procurar uma academia".

“Quando cheguei lá me deparei com um alvoroço de alunos na secretaria e me contaram o que aconteceu. A única reação que minha filha teve foi abaixar a cabeça e começar a chorar”, afirmou a supervisora de vendas. De acordo com o registro da ocorrência, os colegas de sala da menina chamaram a diretora, que tentou acalmar a aluna com um copo de água com açúcar.

A mulher contou ainda que os alunos se revoltaram com o professor e foram até a secretaria da escola prestar ajuda à adolescente. Ela foi até o 1º Distrito Policial, onde o boletim de ocorrência por "submeter criança ou adolescente a vexame" foi registrado. “Em casa, eu e meu marido conversamos muito com ela, mas não tem palavras que ajude nesse momento”, disse a mãe.

Sobrepeso


De acordo com a supervisora, a adolescente sempre teve sobrepeso e fez acompanhamentos médicos e nutricionais. Atualmente, com 90 quilos, a menina faz tratamento com psicóloga, atividades físicas e segue uma alimentação com restrições. “No jantar ela não quis comer e disse que era melhor fazer uma dieta, ela ficou traumatizada”, desabafou.

A garota estuda na escola há dois anos e, segundo a mãe, nunca sofreu bullying dos outros alunos e nem teve problemas com outros professores. “Ela é muito educada e bem próxima de todos. É uma escola de bairro, todos estão comentando, imagine o constragimento que ela vai passar", explicou.

Na manhã desta quarta-feira (21), a mulher afirmou que foi até a Diretoria de Ensino da cidade, onde foi informada que o professor não ministraria aula neste dia. “Minha filha teria aula com ele hoje e ela só aceitou ir pra escola porque soube que ele não estaria lá”, relatou. A mulher disse que também vai registrar a ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).

O que diz o estado


A Secretaria Estadual de Educação informou, em nota oficial, que determinou abertura de apuração preliminar após ter acesso à denúncia contra o professor de língua portuguesa. A pasta ainda afirmou que reconhece o erro de postura do docente, "que ministrava aulas com o assunto alimentação saudável".

"A direção da unidade de ensino já recebeu os pais da estudante, orientou sobre as providências adotadas, advertiu o professor sobre sua conduta diante de seus alunos, além de ter organizado uma discussão com todos os adolescente que estão na mesma sala que a aluna", afirma o texto da nota.

Fonte: http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2015/10/aluna-e-chamada-de-gorda-e-sofre-bullying-de-professor-durante-aula.html

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Cyberbullying: inimaginável até para o "De Volta para o Futuro II"

Hoje, 21/10/2015,  é o tão esperado dia em que o personagem Marty McFly (Michael J. Fox) e o Doc Emment Brown (Christopher Lloyd), do filme De Volta para o Futuro II (1985), chegam ao "futuro". No longa metragem é possível ver diversos avanços tecnológicos que o diretor Robert Lee Zemeckis e o roteirista Bob Gale imaginaram existir no ano de 2015. 

No entanto, nem eles puderam imaginar a popularização da Internet e, com ela, a proliferação do bullying, o qual existe há tanto tempo que não é possível saber a data de seu início. O bullying é algo muito comum, e no próprio filme o filho do Marty McFly sobre agressões por um grupo de jovens delinquentes. Mas na história, o bullying acontece da formal tradicional, que é a praticada presencialmente.

Marty McFly sendo intimidado por um grupo de agressores. (Foto: Reprodução)

O bullying presencial ainda é recorrente e pode ser extremamente grave, dependendo de seu nível. Mas ele não fica registrado, podendo ser esquecido com o tempo. No entanto, o cyberbullying, que é ocorrido na Internet, pode ter a mesma intensidade de gravidade e ainda pior, já que tudo o que foi dito e compartilhado poderá ser encontrado na rede para sempre. Quando uma foto ou um vídeo agredindo alguém vai para a Internet, é como uma maldição. Ainda que os juízes determinem que o conteúdo seja retirado do Google e das redes sociais, isso apenas amenizará o caso, pois sempre poderá haver alguém que postará novamente, pois guardou o conteúdo em um dispositivo pessoal. E mesmo a Lei do Esquecimento não possui poder para extinguir totalmente da web uma postagem assim.  

Por isso o ideal é que o cyberbullying não ocorresse. Para tanto, é preciso dar educação digital para população, pois as pessoas precisam saber que, se prejudicar alguém por meio da Internet, elas podem ser encontradas, já que o anonimato na web é uma ilusão para usuários normais. E as agressões são consideradas crimes com penas graves, desde indenizações altíssimas até a prisão. Os agressores costumam desconhecer o tamanho das consequências de seus atos, por esse motivo agem sem preocupações.

Ao contrário do que o De Volta para o Futuro II previu, nosso sistema judiciário não é eficiente o suficiente à ponto de não precisar de advogados e, muito menos, as pessoas são cientes de seus direitos e deveres para saberem em como agir em casos de cyberbullying sem precisarem de um profissional para as defenderem. Por isso, em casos de agressão on-line, procure um advogado especializado e de sua confiança. Não haja precipitadamente, pois o problema se tornará pior. 

E lembre-se: o futuro já chegou, estamos em uma Era que é possível agir conscientemente, buscando sempre o bom-senso, e não retroceder, sendo violentos como na pré-história. 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

O bullying contado às crianças

A atriz Kate Winslet, que já venceu um Óscar, dá voz à narração deste filme de animação australiano feito pelo pai de uma criança vítima de agressão pelos colegas

ontem às 16:31/ CF



Buttercup Bree é uma menina vítima de bullying. A história criada por um pai australiano quando o seu filho foi vítima deste tipo de agressão na escola, ganhou “vida” num filme de animação de cinco minutos produzido na Austrália. A atriz Kate Winslet, vencedora de um Óscar em 2008, narrou a história "Daisy Chain". 

Um conto que nasce da necessidade de explicar o bullying às crianças. Galvin Scott deu-se conta de que, embora tivesse muitos livros infantis, nenhum se debruçava sobre a temática do bullying

Depois de contar a história ao filho, Galvin Scott quis oferecê-la a todas as crianças de forma gratuita. Há uma app e um site criado em redor da imagem da criança sem olhos que vê mais do que as outras meninas. 



"Daisy Chain" é um conto de fadas em versão moderna. As “bullies” penduram as fotografias de Buttercup Bree a chorar, rodeada pelas suas margaridas destruídas, em todas as árvores do caminho, numa alusão às agressões que agora se publicam na Internet, em vídeos e fotos. 

A tradição mantém-se, no entanto, em alguns aspetos. A história tem um final feliz. Buttercup Bree ganha o respeito e a admiração das outras meninas ao consertar o parque infantil. O bem vence o mal. 

O filho de Galvin Scott também ultrapassou o problema com os colegas. Convidou os “bullies” para, juntos, criarem um livro de banda desenhada, conforme conta o The Guardian. Também aqui a história tem um final feliz. O bem venceu o mal.


Fonte: http://www.tvi24.iol.pt/internacional/escola/o-bullying-contado-as-criancas

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Estudante chamada de 'demônia' é transferida após sofrer bullying virtual

Mãe diz que escola só passou a acreditar na história após bullying virtual. Estudantes compartilhavam foto de menina como 'diabinha' e a xingavam.

Mariane Rossi
Do G1 Santos


Adolescente sofreu bullying virtual dentro de escola em Itanhaém, SP (Foto: Arquivo Pessoal)
Uma adolescente de 15 anos precisou travar uma batalha, ao lado da mãe, para conseguir uma transferência escolar após ser alvo de insultos constantes dos colegas de classe. A garota, que estuda em Itanhaém, no litoral de São Paulo, chegou a pensar em desistir de frequentar a escola após ver montagens utilizando fotos dela circulando pelas redes sociais.

A dona de casa Arlete Simões de Oliveira, de 36 anos, conta que a filha de 15 anos era maltratada pelos colegas de sala desde o ano passado e sempre chegava em casa chorando. A mãe da garota diz também que falou com a equipe técnica da escola, que não acreditava na versão da jovem, o que ajudou o bullying a aumentar dentro do colégio.

“Ela sofria de bullying. Xingavam a minha filha de demônio. Eles tinham muita raiva dela, xingavam de tudo quanto é nome. Ela chegava em casa chorando e falava que não ia mais para a escola. A escola falava para mim que era coisa da cabeça dela, que ela inventava e que precisava passar por um psicólogo”, conta.
Fundos da escola estadual Benedito Calixto (Foto:
Divulgação/Prefeitura de Itanhaém)



Após vários meses de reclamações, Arlete teve as provas que precisava para comprovar que a filha estava sendo constantemente humilhada. Alguns colegas de classe da menina utilizaram o WhatsApp para compartilhar uma montagem de fotos em que colocavam a menina caracterizada como uma ‘diabinha’.

“Chamavam ela de demônio. Montaram uma foto dela com um chifre, um rabo e um garfo na mão. Aquilo mexeu muito com a cabeça dela. Nem ela sabia o motivo de ser o foco da sala. Ela não conseguia ter amigos, era uma pessoa sozinha, ninguém queria fazer trabalho com ela. Eu dei todas as fotos para a delegada e fiz um Boletim de Ocorrência. Procurei todos os órgãos de Itanhaém”, diz a mãe.

Segundo Arlete, após o caso ficar mais conhecido na região e a diretora da escola ver as fotos do Whatsapp, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo autorizou que a menina mudasse de sala, o que aconteceu apenas em setembro.
Vítima de bullying não queria ir a aescola em
Itanhaém (Foto: Arquivo Pessoal)
Hoje, a mãe da estudante diz que não vê mais a filha chorar, que a jovem voltou a ter boas notas e está frequentando a escola normalmente. “Ela está tranquila. As notas dela melhoraram. Ela está melhorzinha. As pessoas ficam com medo de xingá-la. Eu acho um absurdo isso que aconteceu. Ela era parada e xingada na rua. Isso sempre vai ficar marcado para ela”, finaliza Arlete.

Em nota, a Diretoria Regional de Ensino de São Vicente esclarece que a direção da Escola Estadual Benedito Calixto acionou o professor-mediador – educador capacitado para criar ações e aproximar a comunidade das unidades em campanhas de prevenção à violência, racismo e demais formas de discriminação como o bullying. A direção também se reuniu com a responsável pela estudante, que foi transferida de sala, e se mantém à disposição dos familiares. 

Ainda segundo a Secretaria de Educação do Estado, os casos de bullying, quando ocorrem dentro das unidades escolares, são analisados separadamente. As direções das escolas sempre acionam os responsáveis pelos alunos envolvidos para que contribuam nas questões disciplinares visando evitar que a situação volte a ocorrer.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Câmara aprova projeto que obriga escola a combater bullying

Projeto de lei já havia passado pelo Senado e segue agora para sanção. Texto determina a capacitação de docentes e orientação aos pais.



A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (15) um projeto de lei que obriga escolas e clubes a adotarem medidas de prevenção e combate ao bullying.

Os deputados rejeitaram mudanças feitas pelo Senado e mantiveram o texto que havia sido aprovado em 2013 pela Câmara. O projeto segue agora para sanção presidencial.

Pelo texto aprovado, bullying é definido como a prática de atos de violência física ou psíquica exercidos intencional e repetidamente por um indivíduo ou grupo contra uma ou mais pessoas com o objetivo de intimidar ou agredir, causando dor e angústia à vítima.

O projeto determina que seja feita a capacitação de docentes e equipes pedagógicas para implementar ações de prevenção e solução do problema, assim como a orientação de pais e familiares, para identificar vítimas e agressores.

Também estabelece que sejam realizadas campanhas educativas e fornecida assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores.

Segundo o texto, a punição dos agressores deve ser evitada “tanto quanto possível” em prol de alternativas que promovam a mudança de comportamento hostil.

Os deputados decidiram rejeitar o substitutivo do Senado e mantiveram o texto aprovado anteriormente pela Câmara por entenderem ser mais amplo.

15/10/2015 14h32 - Atualizado em 15/10/2015 14h36
Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília

Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/10/camara-aprova-projeto-que-obriga-escola-combater-bullying.html

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Mais de um terço dos professores são vítimas de bullying virtual


Engana-se quem pensa que o bullying virtual – o cyberbullying – é um abuso que acontece apenas contra crianças e jovens. Agora, nem os professores estão escapando dos insultos virtuais. E o mais impressionante é que as agressões não vêm apenas dos estudantes, mas dos pais também.

Um novo estudo realizado na Inglaterra descobriu que mais de um terço dos professores tem sido vítimas do cyberbullying. A maior parte dos abusos, 72%, veio através dos alunos, mas mais de um quarto foi iniciado pelos pais.

No total, 35% dos professores entrevistados disseram já ter sido vítimas de cyberbullying, dentre os quais 60% eram mulheres. 

A maior parte das agressões acontece nas redes sociais. Alguns grupos foram criados no Facebook, por exemplo, especificamente para unir críticas e ofensas a professores. Em alguns casos, estudantes postaram vídeos de professores no YouTube, ou colocaram comentários degradantes em sites voltados para estudantes darem notas aos professores (como o ratemyteachers.com).

Os pais responderam por 26% dos comentários abusivos na internet. Muitas vezes, eles iniciaram campanhas negativas na web contra outros alunos também. 

Casos de crianças que sofrem bullying on-line são bastante conhecidos e só agora o abuso contra os professores nas redes sociais está recebendo atenção, pois é um problema crescente. O custo humano de tudo isso é alto. 300 professores vítimas de cyberbullying foram entrevistados, e relatos de problemas psicológicos e tendências suicidas foram comuns.

Esse novo fenômeno ilustra bem a nova visão que os pais estão tendo sobre a escola e os professores – que muitas vezes são tratados como mercadorias ou objetos que devem ser essencialmente produtivos. O professor já não é visto como alguém que deve ser apoiado para o desenvolvimento da educação, e as queixas dos pais são cada vez mais comuns (bem como o sentimento de que seus filhos podem tudo). 

Algumas redes sociais resolveram combater a situação. O Facebook oferece dicas para professores e promete responder a denúncias de assédio moral dentro de 24 horas. “Essas discussões online são um reflexo do que está acontecendo offline”, afirmou um porta-voz do Facebook. 

Tradução: http://hypescience.com/mais-de-um-terco-dos-professores-sao-vitimas-de-bullying-virtual/
Fonte: http://www.bbc.com/news/technology-14527103

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Intel Security alerta sobre os perigos escondidos nas mídias sociais

45% das crianças brasileiras começaram a usar mídias sociais quando tinham entre 08 e 10 anos; 20% dos respondentes entre 8 e 12 anos dizem já se encontraram ou se encontrariam com alguém que conheceu na Internet.

http://cenariotocantins.com.br/principal/wp-content/uploads/2012/03/Perigos-das-redes-sociais.jpg


No dia das crianças, a Intel Security alerta os pais para que fiquem atentos à segurança dos pequenos na Internet. Uma pesquisa [1] realizada pela companhia, que ouviu 507 crianças e adolescentes no Brasil, revelou que 83% das crianças entre 8 e 12 anos já são ativas nas redes sociais. O índice sobe para 97% entre adolescentes de 13 a 16 anos.

A pesquisa revelou também que as crianças começam a atuar nas mídias sociais bem cedo. Quase metade das crianças entrevistadas (45%) criou sua conta no Facebook quando tinha entre 8 e 10 anos de idade. As regras de segurança da rede social só permitem a criação de contas para pessoas com mais de 13 anos; mesmo assim crianças mentem a idade para conseguir criar o perfil. Outro dado bastante assustador revelado pela pesquisa é que 20% dos entrevistados entre 8 e 12 anos dizem que já se encontraram ou se encontrariam com alguém que conheceu na Internet.

Thiago Hyppolito, engenheiro de produtos da Intel Security, comenta que esta realidade é bastante preocupante, pois as mídias sociais escondem vários perigos que não são identificados pelas crianças. “Muitos pais acham que os filhos sabem mais sobre mídias sociais do que eles próprios e, por isso, não acompanham de perto o comportamento das crianças. Além da possibilidade de ser abordado por algum estranho mal intencionado, a mídia social também é muito usada pelas próprias crianças para cometer cyberbullying”, explica. 

De acordo com o estudo da Intel Security, as crianças e adolescentes brasileiros admitem esconder suas atividades online dos pais (48%) e mudar seu comportamento quando sabem que os pais estão vigiando (33%). Entre as técnicas mais usadas pelas crianças para esconderem o que fazem estão: apagar o histórico do navegador (23%), apagar mensagens (20%), usar um dispositivo móvel em vez de laptop ou desktop (17%) e minimizar o navegador quando adultos estão por perto (16%).

Nas mídias sociais, para esconder o que fazem, parte das crianças prefere usar nomes falsos ou apelidos em seus perfis (26%). Segundo eles, fazem isso para postarem o que querem sem que os colegas saibam quem eles são (53%) ou porque não querem que os pais ou professores descubram que estão envolvidos com algum tipo de conteúdo impróprio (40%).

O tempo que as crianças estão passando conectados também é bastante preocupante. Quase 30% das crianças passam de 2 a 5 horas por dia usando dispositivo móvel em atividades como assistir vídeos (62%), mídias sociais (59%) e trocar mensagens (47%). Entre as informações pessoais que as crianças dizem que já postaram em mídias sociais estão fotos (73%), nome da escola (44%), data de nascimento (35%), endereço de e-mail (34%), nome de familiares (28%) telefone (23%) e endereço residencial (10%).

Hyppolito explica que a superexposição nas redes sociais também pode causar muitos danos às crianças hoje e no futuro. “A criança muitas vezes encara a mídia social como uma ferramenta para a sua popularidade entre os amigos e não tem noção do alcance dessas informações. Ao divulgar os locais onde frequenta, ostentar seus pertences ou postar foto com uniforme da escola, ela está divulgando informações pessoais que podem ser usadas por criminosos”, comenta.

Veja algumas dicas da Intel Security para aumentar a segurança das crianças nas mídias sociais.

1. Converse com seus filhos. Frequentemente converse com as crianças sobre os riscos das mídias sociais e assuntos como reputação online, cyberbullying, interação com estranhos, etc. Aproveite os temas sobre violação de segurança abordados em notícias ou casos acontecidos em escolas para conversar com as crianças.

2. Defina regras. Defina um tempo máximo que a criança pode ficar na Internet por dia e quais são os jogos, sites e aplicativo que ela pode usar.

3. Tenha acesso às senhas. Os pais devem ter as senhas para total acesso aos dispositivos dos filhos e também as senhas usadas por eles nas contas de mídia social e aplicativos.

4. Conheça as mídias sociais que seu filho usa. Crie contas nas mídias sociais mais populares para entender como funcionam e quais os perigos que podem oferecer. Tente ficar bem informado sobre os novos aplicativos e redes sociais que aparecerem.

5. Leia as indicações de jogos e aplicativos. Antes de permitir que seu filho baixe um novo jogo ou aplicativo conheça as restrições de idade e leia os comentários de clientes sobre eles, assim você será capaz de discernir se um aplicativo é adequado para o seu filho ou não.

Pesquisa: Realidade cibernética: O que os pré-adolescentes e adolescentes estão fazendo on-line, 2015.

Sobre a Intel Security

A McAfee agora é parte da Intel Security. Com sua estratégia Security Connected, a abordagem inovadora para a segurança aprimorada por hardware e o exclusivo McAfee Global Threat Intelligence, a Intel Security concentra-se intensamente no desenvolvimento de soluções e serviços de segurança proativos e comprovados que protegem sistemas, redes e dispositivos móveis para uso profissional e pessoal no mundo todo. A Intel Security combina a experiência e especialização da McAfee com a inovação e o desempenho comprovados da Intel para tornar a segurança um ingrediente fundamental em cada arquitetura e em cada plataforma de computação. A missão da Intel Security é proporcionar a todos a confiança para viver e trabalhar com segurança no mundo digital. www.intelsecurity.com.

Intel, o logotipo Intel, McAfee e o logotipo McAfee são marcas registradas da Intel Corporation nos EUA e em outros países.

Outros nomes e marcas podem ser reivindicados como propriedade de outros.


Data: 06/10/2015 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Facebook tem 5,6 milhões de crianças em sua rede social


Não Pode! Mas estima-se que 5,6 milhões dos usuários do Facebook, aproximadamente 3,5 por cento de seus usuários norte-americanos, sejam crianças, as quais a companhia diz que estão banidas de participar da rede social.

O Facebook e muitos outros sites proíbem pessoas abaixo de 13 anos por que o Ato de Proteção à Privacidade Online de Crianças (COPPA, na sigla em inglês) exige que sites dêem tratamento especial para crianças com 12 anos ou menos.

A lei busca evitar que análises obtenham informações pessoais de crianças ou utilizem os dados delas para fazer publicidade. Sites devem conseguir permissões dos pais antes de permitir que crianças entrem neles, e devem tomar medidas para proteger sua privacidade.

A questão ganha relevância à medida que um regulador dos EUA, a Federal Trade Commission (FTC), finaliza as regras para restringir ainda mais companhias e sites cujo público-alvo são audiências infantis.

O Facebook, maior rede social do mundo, com 955 milhões de usuários, disse que a lei não se aplica a ele porque explicitamente restringe a utilização do site a pessoas com menos de 13 anos.

O Facebook fez progresso na identificação de pré-adolescentes e em excluí-los do site. Um estudo da June Consumer Reports mostrou que o Facebook elimina até 800 mil usuários abaixo de 13 anos por ano, em um processo de busca que a empresa declina em detalhar.

Mesmo assim, o estudo estima que 5,6 milhões de crianças ainda estão no Facebook, um número sobre o qual, segundo especialistas, grande parte dos pais ajudam a criar as contas.

O Facebook rejeitou discutir os dados ou descrever seus esforços sobre esta questão. O porta-voz da empresa, Frederic Wolens, disse em um email apenas que o Facebook está “comprometido a melhorar proteções para todos os jovens online”.

Por: Thais Ferreira Guimarães 
Fonte: http://www.geekaco.com/facebook-tem-56-milhoes-de-criancas-em-sua-rede-social

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Plenário aprova urgência para projetos de combate a drogas e ao bullying


O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para dois projetos de lei:

- PL 4852/12, que estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas sintéticas; e

- PL 5369/09, que obriga as escolas e os clubes de recreação a adotarem medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate ao bullying.


Está em votação nominal, no momento, o regime de urgência para o PL 6726/13, que retoma o regime de concessão para a exploração de petróleo nas áreas do pré-sal, atualmente licitadas pelo regime de partilha, no qual a União fica com uma parte do óleo explorado.

Para ser aprovado, o requerimento precisa de 257 votos favoráveis.

Íntegra da proposta:

06/10/2015 - 18:23 
Fonte: Câmara Notícias | http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=visualiza_noticia&id_caderno=20&id_noticia=134479

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Perfil on-line das crianças brasileiras está mais social e pornografia não chama mais tanta atenção, segundo a Kaspersky Lab

Empresa também une forças com o projeto Enable, que tem o apoio da União Europeia, para combater a prática de bullying na Internet.



De acordo com as estatísticas de 2015[1] da ferramenta de Controle dos Pais da Kaspersky Lab, a maior preocupação dos pais brasileiros é as redes sociais. Neste período, a empresa registrou cerca de 6,5 milhões de tentativas de visitas a redes sociais, seguido de mais de um milhão de tentativas de acesso ao e-mail (1,3 milhão) e a jogos online (1,05 milhão). O mais curioso é que a categoria pornografia ocupa agora o 7º lugar, com um pouco mais de 200 mil tentativas de acesso.

Em 2013, o bloqueio de conteúdos com conotação sexual ocupava a 2ª colocação no Brasil, sendo quase 19% das ocorrências; atualmente este índice representa 0,65%. Já as redes sociais apresentaram um crescimento vertiginoso, passando de 22,34% (1ª colocação) há dois anos para 54,48% em 2015[1].

As ferramentas de correio eletrônico não apareceram entre as principais categorias do ranking nacional de 2013 e este ano ocupam o segundo lugar, com 11,11% dos bloqueios. Apenas para referência, no ranking global o e-mail ocupava a quinta colocação há dois anos, sendo 7,39% das restrições de acesso.

Outra mudança no comportamento infantil ocorreu no horário em que os bloqueios acontecem. Em 2011, as detecções aconteciam principalmente no fim da tarde entre 15h e 20h, com pico às 16h. Ao levantar as dados de 20151, Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab, verificou que o pico acontece hoje em dia mais próximo das 19h e o surgimento de um pico menor logo após o almoço, entre às 13h e 14h. 

Para Assolini, esta mudança de comportamento está diretamente associada à maior preocupação dos pais em terem seus filhos como vítimas de cyberbullying – que é qualquer assédio moral realizado pela internet. De acordo com uma pesquisa global da Kaspersky Lab com a B2B International (2014), quase metade (48%) dos pais têm esta preocupação.

“Nosso estudo mostrou que as crianças são relutantes em admitir que são vítimas de bullying, tanto que 51% dos pais só descobriram depois de um longo tempo (25%) ou quando o abuso online se transformou em assédio moral no mundo real (26%). O impacto emocional do cyberbullying pode ser devastador para os jovens e os pais precisam se informar mais sobre este tema para saber agir”, orienta o analista.

É difícil evita-lo completamente, mas existem algumas medidas simples para proteger as crianças: as configurações de privacidade em redes sociais permite que os adultos ajudem as crianças a controlar quem pode ver suas publicações e escrever mensagens. A utilização plena das definições de controle parental nos aplicativos e em soluções de segurança, como o pacote Kaspersky Total Security Multidispositivos para PCs, Mac ou Android, ajudam a dar mais proteção às crianças e paz de espírito aos pais.

Mas também é preciso ir além da tecnologia. Os pais precisam conversar com seus filhos para alertar sobre os riscos no mundo online, mas apenas 38% o fazem! Da mesma forma que eles educam suas crianças em como se comportar no mundo real, é preciso explicar a importante de manter as informações pessoais protegidas e não revelar online detalhes como endereço, número de telefone, escola etc. “Reflita sobre o que eles estão compartilhando e com quem; e a quem recorrer em busca de apoio quando houver abuso ou alguma angustia”, sugere Assolini.

Para ajudar a combater o cyberbullying, a Kaspersky Lab acaba de fechar uma parceria com a ENABLE (European Network Against Bullying in Learning and Leisure Environments – Rede europeia contra o bullying em ambientes de aprendizagem e lazer) e está apoiando o evento Hackathon, que tem como objetivo promover inovações em TI e combater o problema mundial dos assédios morais pela internet.

O ENABLE Hackathon ocorrerá dia 13 de outubro, no European Coding Week 2015, e incentiva jovens entre 9 e 17 anos a trabalhar em equipe para criar um aplicativo ou ferramenta criativa que ajude na redução do bullying. Como parceiro, a Kaspersky Lab selecionará a equipe que apresentar a solução tecnológica mais revolucionária e a premiará com uma viagem para a fábrica e o museu da Ferrari em Maranello, Itália, para conhecer e falar com um dos pilotos de Fórmula 1 da Scuderia Ferrari.

“Queremos ver os jovens desenvolvendo suas habilidades online enquanto os ajudamos a entender a dinâmica por trás do bullying e orientamos seu trabalho em equipe para encontrar soluções criativas para combatê-lo”, afirma Janice Richardson, consultora sênior da European Schoolnet, ex-coordenadora da Insafe Network e coordenadora da ENABLE.

Para David Emm, pesquisador-chefe de segurança da equipe global de pesquisa e análise (GReAT) da Kaspersky Lab, a empresa está empenhada em tornar a internet um lugar mais seguro. “O bullying – especialmente o cyberbullying – é um problema muito grave com implicações sociais e emocionais. Nossa missão é educar e apoiar as crianças e seus pais na luta contra as ameaças que encontram online”, afirma.

Em março de 2015, a Kaspersky Lab organizou um grupo para debater o problema no Mobile World Congress, em Barcelona. A empresa também se comprometeu a doar um Euro para o Insafe Helpline Fund a cada Kaspersky Total Security multidispositivos vendido pela Internet na Europa durante o mês de dezembro de 2014, garantindo ainda uma doação mínima, em 2015, para lidar com nove mil chamadas adicionais referentes a problemas on-line, como cyberbullying e violência cibernética.

Para saber mais sobre o trabalho da Kaspersky Lab para evitar o cyberbullying, sua parceria com a EUN e outras atividades de responsabilidade social, acesse https://kas.pr/CSR_2014_eng.


Data: 06/10/2015

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Manda nudes?

Com apps como o WhatsApp, enviar fotos de si mesmo nu ganha nome e fica popular, mas gera medo de vazamentos




Fotos de nudez do ator Stênio Garcia, 83, e de sua mulher vazaram na semana passada e geraram rebuliço nas redes sociais – só no dia do vazamento, houve mais de 71 mil menções relacionadas a "nudes" no Twitter, segundo medição da empresa de monitoramento Scup. O número é três vezes maior que a média do mês.

Fotografar-se nu não é, obviamente, um comportamento restrito ao ator. E não só fotografar, mas também "mandar nudes" – expressão que ficou popular na Internet para o ato de enviar fotos sensuais principalmente por apps de mensagens.

Segundo pesquisa on-line do Instituto Qualibest com 579 pessoas feita na semana passada, 12% dos entrevistados já compartilharam fotos ou vídeos da própria nudez na Internet. O levantamento reflete a população internauta brasileira de 16 a 30 anos.

O WhatsApp é o principal aplicativo para esse tipo de troca de mensagens, escolhido por 87% dos usuários. O Snapchat, em que as fotos desaparecem após serem vistas, aparece na segunda posição, com 25%.

A universitária Tatiana (nome fictício), 20, de São Paulo, e o namorado têm até dia para enviar nudes: quartas-feiras. O casal mora em cidades diferentes e escolheu esse dia para matar a saudade.

"O nude é uma forma de se relacionar a distância. Nos sentimos mais próximos e até ganhamos confiança, pois estamos mandando algo bastante íntimo", afirma.
Na opinião da psicanalista Marielle Kellermann, que pesquisa a relação entre psicanálise e tecnologia, a instantaneidade dos aplicativos de mensagem exacerba o exibicionismo. "Eles despertam e potencializam a vontade intrínseca das pessoas de valorizar o corpo", diz.

O estudante João Godoy, 19, criou um um grupo no WhatsApp com mais nove amigos e amigas só para mandar imagens sensuais.

A brincadeira, que durou quatro dias, era temática – os assuntos foram de "cowboy" a "dia do estudo". "Meu amigo tirou uma foto deitado em cima da cama, do lado de vários livros." No final, eles escolhiam a melhor imagem.

AS ORIGENS

"Manda nudes" virou uma expressão popular depois que o publicitário Vinícius Curi, 27, criou uma página no Tumblr com esse nome. Ali, ele alterava imagens conhecidas, como o logo da "Sessão da Tarde", para "Manda Nude". As ilustrações viralizaram na rede.

"No começo fiquei assustado, porque diziam que o meme incentivava as pessoas a mandarem fotos peladas. Depois percebi que muita gente acabou discutindo os perigos", diz Curi.

Entre os riscos está o vazamento das imagens, que já provocaram casos de suicídio no Brasil. A ONG SaferNet, que oferece auxílio psicológico a vítimas do crime, atendeu a 224 casos desse tipo no ano passado, um crescimento de 120% em relação a 2013.

Isabela (nome fictício), 15, é uma das vítimas da exposição indesejada. Colegas da escola da menina criaram um grupo anônimo no WhatsApp com o objetivo de divulgar fotos íntimas suas para todo o ensino médio.
"Eu fiquei muito mal, me sentindo muito culpada", conta a garota, cujo maior medo é que as imagens cheguem até seus pais. "Eu não tinha conhecimento de que isso poderia me prejudicar para o resto da vida."

Das denúncias recebidas pela SaferNet, 81% são de mulheres. E a maior parte dos outros 19% são de homens que marcaram encontros com outros homens e passaram a ser ameaçados de ter sua orientação sexual revelada.

"Trata-se de uma questão de gênero. Geralmente os homens heterossexuais não procuram ajuda e não sofrem grande consequência. As mulheres sentem um impacto social grande", afirma a coordenadora psicossocial da SaferNet, Juliana Cunha.

Godoy, o estudante que montou o grupo de WhatsApp para trocar imagens íntimas, diz que não tem medo de suas fotos vazarem. O motivo: ele ser homem.

"Se alguém recebe uma foto de homem, fala só: 'Nossa, que merda'. Se é de uma menina, a foto se espalha."


Por: MATEUS LUIZ DE SOUZA | JÚLIA BARBON
DE SÃO PAULO