sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Tecnoporto: crianças monitoradas pelos celulares



Nos dias de hoje, muitos pais sonham com a possibilidade de saber onde os filhos se encontram e poder saber como estão a qualquer momento do dia. A princípio, pensamos logo na compra de um celular, mas essa saída não atende as crianças menores, que podem perder, quebrar ou até se tornar alvo de criminosos. 

Pensando nisso, várias empresas no mundo estão desenvolvendo soluções baseadas na famosa internet das coisas. No Brasil, a operadora Claro acaba de lançar um relógio, o Kids On, que tem tudo para ajudar os pais a terem um pouco mais de tranquilidade. 

O aparelho envia para o pai ou a mãe, que se cadastram como administrador, a localização via GPS da criança que, por sua vez, tem no relógio um telefone celular capaz de fazer e receber chamadas ilimitadas para uma lista de até 15 números cadastrados pelos pais. Nessa lista de contatos podem estar outros relógios, de irmãos, primos ou amigos do dono do Kids On. 

Outra funcionalidade muito interessante é a possibilidade dos pais cadastrarem uma zona de proteção. Cada vez que a criança sair dessa área delimitada o celular dos pais receberá um alerta. O menino ou menina que estiver com um desses aparelhos vai contar também com um botão de emergência. Basta apertar que o celular dos pais é conectado. 

Caso essa conexão não aconteça imediatamente, todos os 15 números cadastrados receberão um alarme com a localização da criança. Para atrair a meninada, o Kids On vem com design e cores bem modernas, o que garante que o alvo do produto – crianças de 4 a 12 anos - vai gostar de usar. Cada relógio custa R$ 360 e a mensalidade do serviço é de 39,90. Um vídeo explicando como funciona esse serviço pode ser acessado clicando aqui.

Conexão móvel x Conexão fixa

A pesquisa de comportamento do brasileiro em relação ao uso da internet em 2015 mostra que o acesso via dispositivo móvel ultrapassou o feito através de outros equipamentos. O estudo foi feito pelo Comitê Gestor da Rede e mapeou o comportamento dos usuários, que somam 

58% da população do país com idade a partir dos 10 anos. Desses, 89% acessam a internet por telefone celular, crescimento de 9% em relação ao número apurado em 2014. O uso de computadores de mesa para acessar a rede, por sua vez, caiu quase 10%. Hoje, apenas 65% dos usuários acessam a rede com o uso desses dispositivos. 

Outro dado da pesquisa mostra que a internet ainda é para os mais ricos em nosso país. 30 milhões das casas de famílias das classes C, D e E estão desconectadas. Isso quer dizer que quase metade da população do Brasil não tem internet em casa. Nas classes D e E, apenas 16% dos domicílios têm Internet, e na área rural esta proporção é de 22%. Para ver a pesquisa todaclique aqui.

Cresce fraude pela Rede 

Em um outro relatório sobre a internet brasileira, o Raio-X do E-commerce, feito pela Konduto – tecnologia de análise de fraudes na internet, é possível ver que a taxa de tentativas de compras fraudulentas em lojas virtuais brasileiras é de 3,83%, ou seja, 1 a cada 26 pedidos é de origem criminosa com cartões de crédito clonados. 

O estudo também indica que o horário de maior atividade dos golpistas é das 5h da tarde às 3 da manhã, 63,57% das compras ilegais são feitas nessa faixa do dia. Os criminosos atacam menos das 5h da manhã ao meio-dia. O relatório também mostra que os golpistas têm preferência pelo navegador Google Chrome e pelo sistema operacional Windows e compram geralmente por smartphones ou tablets. Cerca de 20% das tentativas de golpe contra lojas virtuais brasileiras partem de telefones celulares. A pesquisa completa está no neste endereço.

Hugo Brito (hugo.brito@redebahia.com.br)
15/09/2016 06:31:00

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Crimes de abuso sexual infantil aumentam na Internet



O abuso sexual infantil e o assédio sexual aumentaram na Internet, alertou nesta quarta-feira a Europol, assinalando que há cada vez mais crianças vulneráveis e vítimas de predadores sexuais.

“Os maus-tratos infantis, ao vivo ou à distância, é uma ameaça que está aumentando”, informou o Escritório Europeu da Polícia, com sede em Haia, em seu relatório anual sobre a evolução da ameaça do cibercrime organizado.

“De maneira geral, o cibercrime, por sua extensão, pelos diferentes setores que alcança e os danos humanos e materiais que causa, está chegando a níveis muito elevados”, afirma em um comunicado a Europol.

As atividades mais ilegais ocorrem na chamada “darknet”, a parte subterrânea da Internet, que foge aos controles clássicos.

Antes, os grupos responsáveis por abusos infantis se encontrava principalmente nas Filipinas, mas agora este fenômeno se estende a outros países.

Segundo Steven Wilson, do centro de cibercriminalidade da Europol (EC3), os investigadores enfatizam também o aumento da “revenge porn”, que consiste em difundir publicamente a foto íntima de um ex-cônjuge.

28.09.16 - 10h29

Fonte: http://istoe.com.br/crimes-de-abuso-sexual-infantil-aumentam-na-internet/

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Bullying no trabalho


Imagem: makemoneyinyourlife.com

1 – O que caracteriza o bullying no trabalho?

Em geral, o bullying é caracterizado por agressões intencionais, verbais ou físicas, que são feitas de maneira recorrente. No caso do bullying corporativo, as principais situações são a humilhação e a intimidação, que podem ser feitas por superiores ou colegas.

2 – Como identificar uma situação de bullying?

É difícil listar os indícios, porque cada caso de bullying é muito particular. Por essa razão, o ideal é que os gestores e a direção da empresa fiquem atentos para identificar os tipos de brincadeiras que acontecem dentro da companhia, se elas são de bom ou mau gosto. Porém, o que vai realmente determinar esse limite é quem está sofrendo com a situação.


3 – Quais danos o bullying no trabalho pode causar à vítima?

Assim como ocorre nas escolas, no ambiente corporativo estas situações, se não são resolvidas, podem levar ao isolamento do profissional, afetar sua produtividade e a integração com a equipe, e em casos mais intensos, desenvolver distúrbios ainda mais graves.


4 – Como os profissionais podem se proteger do bullying?

A principal recomendação é que o agredido se manifeste e deixe claro seu incômodo desde o primeiro momento, para tentar inibir o bullying. Essa comunicação pode ser feita diretamente ao agressor, ao gestor – caso o bullying não esteja sendo causado por ele – ou até mesmo ao departamento de RH da empresa.


5 – Qual deve ser o posicionamento da empresa com relação ao bullying?

Em caso de receber uma denúncia de bullying, o primeiro passo da empresa deve ser entender o cenário com as partes envolvidas de maneira franca, apontando caminhos para que a situação não se repita. Mas, independentemente de terem ciência de uma situação de bullying, é importante que as organizações reforcem sempre a importância do trabalho em grupo, não só no discurso, mas com treinamentos que enalteçam esse tipo de iniciativa, promovendo a participação de todos. Também é recomendado tratar o tema de forma aberta, deixando claro quais as políticas da empresa em relação ao tema, possíveis punições ao agressor e alternativas de comunicação das agressões por parte do agredido. É fundamental que se tenha lideranças com sensibilidade para identificar comportamentos que fogem do ideal para tomar as atitudes necessárias, antes que o problema se torne maior.

Daniela Ribeiro 
Gerente sênior de recrutamento da Robert Half

Fonte: http://www.dgabc.com.br/Noticia/2318697/bullying-no-trabalho

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Crianças sem Internet: o que elas fazem?


Um experimento realizado pela psicóloga infantil Yekaterina Murashova observou o comportamento de um grupo de crianças norte-americanas quando elas tiveram que passar um dia inteiro sozinhas e sem acesso à internet e outras tecnologias atuais. 

A pesquisa foi realizada com 68 jovens, de 12 a 18 anos, que voluntariamente se submeteram a essa "tortura", deixando de lado computadores, smartphones, videogames e qualquer outro tipo de aparato eletrônico. Apesar de estar sem diversos confortos, eles tinham acesso a outros recursos, como livros, lápis e canetas, cadernos, instrumentos musicais, caminhadas, esportes, etc. Passear pela cidade, desde que sem contato com produtos eletrônicos, também foi permitido. 

Durante o tempo do experimento, a atividade preferida foi cozinhar e comer. Outros preferiram a leitura de revistas ou livros. Teve gente que, tomada pelo tédio, chegou a pegar os livros escolares e fazer a lição de casa. Esportes e atividades físicas também foram bastante realizados. 

Outro ponto observado por Murashova foi que o tempo sem internet fez os jovens brincarem com seu lado criativo. Mesmo sem ter conhecimento ou treinamento prévio, algumas crianças resolveram experimentar com pintura e instrumentos musicais. Por falar em criatividade, outros realmente pensaram "fora da caixa" para passar o tempo. Um passou cinco horas andando de ônibus pelos bairros de sua cidade. 

Falando assim, até parece que a pesquisa foi tranquila. Ledo engano. Somente três dos participantes - dois rapazes e uma garota - chegaram bem ao final das oito horas. Um dos rapazes ocupou seu tempo montando uma miniatura de um navio, com pausas para refeições e brincar com seu cachorro. Três crianças tiveram pensamentos suicidas. Cinco tiveram ataques de pânico e vinte e sete voluntários passaram por algum tipo de desconforto físico como tonturas e dores. Todos demonstraram sintomas de medo ou ansiedade e tentaram dormir para ver se o tempo passava, mas não conseguiam devido ao estado mental abalado. 

Terminado o experimento, 14 jovens imediatamente logaram em redes sociais, 20 ligaram para amigos no celular. Outros ligaram a TV ou computadores. Apesar dos resultados preocupantes, todos os jovens não apresentaram traumas dias depois da pesquisa. 

Por Redação | em 24.09.2016 às 18h47

Fonte: Brightside.me

Matéria completa: http://canaltech.com.br/noticia/comportamento/criancas-sem-internet-o-que-elas-fazem-80837/

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

CVV utiliza redes sociais para proteger crianças e adolescentes dos riscos de suicídio

Solidão, abandono, violência doméstica e abusos sexuais estão entre as causas que fragilizam crianças e adolescentes em busca de ajuda.


O telefone toca uma, duas, três vezes, tempo suficiente para o voluntário beber mais um gole de água antes de voltar ao posto de atendimento. Do outro lado da linha, a voz trêmula do menino repete fragmentos de uma história comum entre crianças e adolescentes que pedem ajuda ao CVV (Centro de Valorização da Vida. Vítimas de omissão, abandono, ausência dos pais ou violência doméstica e sexual, elas representam 3,5% [foram 16 casos] dos 452 suicídios registrados em 31 cidades Santa Catarina entre 1º de janeiro e 21 de agosto deste ano. Neste período, outros quatro menores de 18 anos atentaram contra a própria vida, nos mesmos municípios. Entre os adultos, foram 330 homens e 106 mulheres, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde.

“Solidão, depressão, ausência dos pais pela correria do dia a dia, desestruturação familiar ou sequelas físicas e psíquicas de violência doméstica e abusos sexuais são os relatos mais comuns”, diz a responsável pelos atendimentos nas redes sociais do CVV em Santa Catarina, Marlise Resener. Responsável pela implantação do atendimento na internet desde 2009 e voluntária de apoio no posto de Florianópolis, onde começou como atendente ao telefone, Marlise explica que tratar com criança exige dose maior de sensibilidade.

“É preciso usar uma linguagem que crie a confiança na relação, para entender o que está acontecendo com a outra pessoa”, diz. Para Marlise a internet é ferramenta fundamental para facilitar o acesso dos mais jovens. Dos 1.500 atendimentos mensais, em média, 19% foram a adolescentes entre 13 e 16 anos. Outros 31%, na faixa etária de 17 a 20.

“O atendimento pelo chat ainda não é integral, faltam voluntários para o plantão 24 horas. Mas, estamos em ascensão, e a tendência é de expansão na web”, acrescenta. Segundo Marlise, a demanda reprimida é de 40 a 50 pessoas na fila de espera a cada plantão no chat do CVV. A expectativa é trabalhar com 100 atendentes até o fim de 2016.


Sigilo é regra básica entre voluntários

Ao telefone, no chat, pessoalmente ou em palestras em escolas, associações comunitárias e de classe, os voluntários são a alma do CVV. Em todo o Brasil, são apenas 76 postos com 2.200 homens e mulheres para ouvir e orientar pessoas em situação de desespero.

No CVV, “crac” virou sinônimo de coisa boa, explica o voluntário José Vilela. A sigla representa as palavras compreensão, respeito, aceitação e confiança, base da orientação que os voluntários devem repassar a quem os procura em busca de apoio psicológico.

“É quando um simples telefonema pode fazer a diferença entre a vida e a morte”, diz Vilela. Para ser voluntário, é preciso ter mais de 18 anos e disponibilizar quatro horas semanais para a escala de plantão, com escalas aos sábados, domingos e feriados – inclusive Natal, Ano Novo e Carnaval. 

A preparação é feita em curso de 33 horas, sobre características socioeconômicas, público alvo, perfil do voluntariado e maneiras de abordagem e atendimento. “Precisamos estar prontos para um simples desabafo ou para acolher alguém na iminência de causar a própria morte”, emenda Vilela. Em Florianópolis, o próximo curso do CVV para atendentes será no início de outubro.

Apolítico a sem vinculação religiosa, o voluntariado do CVV é multidisciplinar e multifuncional. Outra regra básica é não se utilizar dos próprios saberes, crenças ou ideologias durante o atendimento, e a garantia de sigilo absoluto.

Discussão para romper estigmas

Em Florianópolis, uma das novidades do CVV é a criação do GASS (Grupo de Apoio ao Sobrevivente do Suicídio), com reuniões na sede da avenida Hercílio Luz para as pessoas contarem suas experiências. A estrutura será a mesma utilizada para cursos e palestras, junto ao posto de atendimento do edifício Alpfa Centauri, na avenida Hercílio Luz.

“É mais uma forma de abrir a discussão, quebrar paradigmas e o tabu. Como houve com outras doenças, como câncer e aids”,diz Vilela. O voluntário explica que o grupo funcionará como as AAA (Associações de Alcoólatras Anônimos)

No mundo, ocorrem 804 mil suicídios por ano, de 2.000 a 3.000 por dia, ou um a cada 40 segundos, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Para cada caso consumado, a relação é de pelo menos 20 tentativas. “E, de acordo com os estudos, 90% deles poderiam ter sido prevenidos”, acrescenta Vilela. 

Os homens tentam menos contra a própria vida, mas morrem mais; as mulheres tentam mais, e morrem menos. Eles, segundo as estatísticas do OMS, se utilizam de métodos mais letais – arma de fogo, enforcamento, veneno ou queda provocada. Elas, geralmente tentam por meios menos letais – cortes nos pulsos ou ingestão altas dosagens de medicamentos.


Saiba com opedir ajuda:

Florianópolis - Fones: 141 e 3222-4111

Avenida Hercílio Luz, 639, edifício Alpha Centauri, sala 408

Na web



Quem busca:

Por idade
Até 12 – 1%
13 a 16 – 19%
17 a 20 – 31%
21 a 30 – 33%
31 a 40 – 11%
41 a 50 – 4%
51 a 60 - 2%



1.500 atendimentos é a média mensal de atendimentos pela rede

1/3 dos atendimentos têm conteúdo autodestrutivo


OCORRÊNCIAS EM SC/2016 *:

De 1º de janeiro a 21 de agosto:

330 homens

106 mulheres

16 adolescentes

Capital:

18 homens

Sete mulheres

Um adolescente

São José:

Sete homens

Quatro mulheres

Dois adolescentes

Palhoça:

Oito homens

Duas mulheres

Joinville:

32 homens

11 mulheres

Um adolescente

Blumenau:

27 homens

13 mulheres

Rio do Sul:

23 homens

Sete mulheres

Quatro adolescentes

*Foram registrados casos em outros 25 municípios

No Brasil:

2.200 voluntários, em 76 postos em 18 estados e Distrito Federal

1 milhão de atendimentos anuais


EDSON ROSA, FLORIANÓPOLIS 
26/09/2016 08H30 - ATUALIZADO EM 26/09/2016 ÀS 09H09

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Palestra para pais sobre combate e prevenção de bullying e cyberbullying no Colégio Piaget

No dia 21/09/2016 a Dra. Ana Paula Siqueira conversou com os pais sobre prevenção de incidentes digitais e combate ao cyberbullying/bullying. Muitos pais tiveram a oportunidade de tirar diversas dúvidas na palestra. Essa orientação faz parte do programa de combate ao bullying obrigatória pela Lei 13.185/15.





Menino de 9 anos se suicida após sofrer bullying


Um menino de 9 anos cometeu suicídio em sua casa no Estado de West Virginia, nos Estados Unidos, após meses sofrendo bullying na vizinhança e por parte de colegas de escola. Segundo a família de Jackson Grubb, o menino estava se sentindo cada vez mais solitário e foi encontrado morto em seu quarto no último sábado.

“Por favor, parem com o bullying. Eu acabei de perder meu irmão menor, Jackson. Ele se enforcou”, escreveu uma de suas irmãs no Facebook, horas após o ocorrido. A adolescente foi até o quarto de Jackson no sábado para mostrar um sapo que havia capturado para alegrá-lo, mas acabou encontrando o garoto sem vida.

De acordo com a avó de Jackson, Betsy Baber, ele costumava responder com humor às crianças que o confrontavam, porém, começou a mostrar uma mudança de comportamento semanas antes de sua morte. “Eu estava passando tempo com ele, tentando que ele se abrisse, mas Jack era do tipo que guardava as coisas para si”, disse à avó em entrevista à emissora de TV WVVA.

A família de Jackson contou que ele havia construído uma casa na árvore no quintal de casa semanas antes na esperança de fazer novos amigos. “Essa mensagem precisa ser divulgada para que as crianças que não tem com quem conversar não contemplem o suicídio”, escreveu o tio do menino, Shane Baber, no Facebook. “Ouçam as vozes dos seus filhos antes que seja tarde demais”, pediu.

Uma campanha foi criada pelos familiares do menino no site de arrecadação GoFundMe para cobrir os custos do funeral, que está marcado para o próximo sábado (17). Segundo o jornal Washington Post, a polícia do condado de Raleigh confirmou que os ferimentos de Jackson foram causados por ele mesmo. 

Autoridades de educação do condado, porém, afirmaram que nenhum caso de bullying foi relatado nos últimos tempos pela Escola Elementar Sophia Soak Creek, onde o garoto cursava o terceiro ano.

Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo/menino-de-9-anos-se-suicida-após-sofrer-bullying-nos-eua/ar-BBwfu1A

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Pais de vítimas e agressores devem ficar atentos aos sinais de bullying e agir



Vítimas de bullying no momento atual são constantemente confrontadas com a máxima de que “isso não existia na minha época”. Alguns afirmam que era brincadeiras, apenas uma graça com o coleguinha. Mas, essas pessoas já chegaram a perguntar aos apelidados se realmente achavam que era brincadeira? Repetir isso, principalmente para os filhos, pode prejudicá-los ainda mais quando são constantemente importunados no ambiente escolar.

O problema já é amplamente discutido, mas as ações ainda são escassas, de acordo com a psicopedagoga Jojemima Mesquita. Segundo a profissional, o mal precisa ser cortado pela raiz: é ainda na infância, entre os 2 e 5 anos, que o bullying dá seus primeiros sinais. A criança que pratica, inclusive, pode sofrer dentro de casa situações semelhantes e, por esse ser o exemplo, passa a incomodar os coleguinhas.

Para que os pais identifiquem que o filho é vítima de agressões verbais é preciso observar o comportamento da criança. A psicopedagoga destaca, entre os “sintomas”, o isolamento e a falta de vontade de ir à escola. “Se instala uma ansiedade, um medo, fala que a professora é chata, todas as vezes que dá o horário da aula sente dor de barriga, sente indisponibilidade”, elucida Jojemima Mesquita.

E, quando o problema é deixado de lado na educação infantil, ele se fortalece na adolescência. “A adolescência guarda arquivos cognitivos que ele traz da infância e isso passa a ser revisto”, explica. Vítimas quando criança são potenciais agressores na fase seguinte da vida.

A professora Deyse Montenegro utiliza a sala de aula para trabalhar com os alunos o bom convívio. “Procuro realizar atividades educativas com os alunos, fazendo um trabalho preventivo a respeito do bullying”, disse. Ainda assim, algumas vezes ela precisa intervir nas situações. “Converso bastante com os meus alunos sobre o tema, passo a minha experiência e tento sensibilizá-los, fazendo com que eles se coloquem no lugar dos colegas”, relata a professora.

Ela tem uma boa razão: já esteve do outro lado. Quando era adolescente, no fim da década de 1990, Deyse passou a praticar o bullying contra colegas de sala. “Brincadeiras, musiquinhas e apelidos (tudo isso feito constantemente) fizeram com que eu me reconhecesse no papel de agressora. Para minha surpresa, eu só vim dar conta disso quando estava na faculdade, com quase 20 anos”, destaca a professora.

Ao se aprofundar no tema, Deyse passou a se questionar sobre a garota que ela e o resto da turma incomodavam. Decidiu procurá-la. “Minha maturidade se dava conta do quanto eu e meus amigos poderíamos ter prejudicado a formação daquela menina e eu queria pedir desculpas”, disse. A então vítima da professora achou estranho o pedido, por ser algo do passado, mas agradeceu.

Os agressores, segundo a psicopedagoga Jojemima Mesquita, também requerem atenção e acompanhamento. “Quem pratica precisa de olhar, porque ele busca atenção, quando ele agride ele pede socorro”, disse. O não solucionamento pode acarretar desvios de caráter em convivência social para o valentões e baixa autoestima nos subjulgados.

Passados vinte anos, a jornalista Isabela Dias não teve, ainda, a mesma sorte que a vítima de Deyse, mesmo que os agressores de outrora saibam como encontrá-la. Ela sofreu a “violência constante sem motivo aparente” (significado da palavra de língua inglesa bullying). O incômodo chegou a prejudicar o desempenho escolar dela, que repetiu de ano por não conseguir manter o foco. A queda no rendimento acadêmico é um grande resultado do bullying, segundo Jojemima.

Quando os pais dela se reuniram com os docentes, porém, apenas o aproveitamento foi citado. Isabela foi ridicularizada por quatro anos, até o momento em que reprovou, no ensino médio. Não eram só os apelidos. “Colavam papéis nas minhas costas, com coisas do tipo ‘sou feia’”, relembra.

Para se encaixar, jornalista pedia para ter roupas caras, mudar o cabelo e chegou até a procurar um endocrinologista para engordar. “Sempre fui magrinha e colocavam apelidos diversos . Eu tinha vergonha das pessoas e onde estudei, por ser um colégio com pessoas de classe alta, as pessoas formavam grupos e eu me sentia excluída, porque não usava as roupas de marca e não fazia parte desses grupos”, relata Isabela. 

Mãe de Rafael Dias, de 16 anos, a jornalista ensina ao filho adolescente o respeito às diferenças “Quero que ele trate as pessoas como gostaria que fosse tratado e que conte qualquer agressão ou xingamento feito a ele. Tenho cuidado para que comente qualquer coisa feita com ele”, garante Isabela.

As reações de Deyse e Isabela, depois de estarem em ambientes permeados pelo bullying devem ser tomadas como exemplos. Jojemima Mesquita assegura: os pais precisam confiar nos relatos dos filhos e ir até a escola, que deve intervir.

Publicado em 21/09/2016 , às 22 h05 | Por Karol Albuquerque - NE10

Fonte: http://noticias.ne10.uol.com.br/grande-recife/noticia/2016/09/21/pais-de-vitimas-e-agressores-devem-ficar-atentos-aos-sinais-de-bullying-e-agir-638818.php

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Como fazer que a Internet seja aliada (e não inimiga) dos seus filhos

A Academia Americana de Pediatria recomenda que as crianças não tenham smartphones ou tablets antes dos 12 anos de idade.



A geração de nossos filhos já nasceu no mundo digital e virtual. As crianças demonstram, desde cedo, muita agilidade no uso da internet e das redes sociais.

Através dessas ferramentas, eles têm acesso a uma ampla gama de conhecimentos, desempenham multitarefas e estão sempre conectados. Ao mesmo tempo não demonstram um raciocínio linear.

Diante desta realidade o que nós, pais, da geração não digital, e de raciocínio linear, podemos fazer?

São dois mundos diferentes, e somos nós, pais, que temos que fechar o gap, entender e entrar no mundo dos nossos filhos.

O mundo da internet tem vários pontos positivos, mas também alguns negativos. Nesse sentido, devemos tomar certas precauções.

Sabemos que o cérebro não consegue multiprocessar informações e decisões.

Quando os filhos fazem várias coisas ao mesmo tempo, acabam se distraindo e o nível das respostas fica prejudicado.

Internet e falta de foco

Para chegar a realidades de pensamento mais profundas, precisamos focar em uma única atividade e ter tempo para consolidar os pensamentos.

Dessa forma, a geração 2000 acaba tendo muitas informações, porém mais superficiais.

Além disso, um uso grande da internet pode causar prejuízos em nível cerebral, falta de sono, obesidade e déficit de atenção.

Por isso a Academia Americana de Pediatria recomenda que as crianças não tenham smartphones ou tablets antes dos 12 anos de idade.

Também devemos ajudar os filhos a serem navegantes virtuais com critério. Ver os conteúdos deles e ajudá-los a terem “unidade de vida”, ou seja, que sejam a mesma pessoa em todos os lugares e situações, inclusive nas redes. Mentir ou criar perfis falsos pode ser bastante danoso para a sua formação de caráter.

Além disso, podemos passar alguns princípios:

– Que só entrem e escrevam o que possa ser compartilhado por todos.

– Que evitem o isolamento.

– Que pensem, mesmo no mundo virtual, nos outros, em como promover o carinho e a união entre os amigos e familiares.

– Quando navegarem terem bem claro: o ponto de saída, de chegada e a rota para evitarem se perderem e divagarem.

– Consultar e pesquisar quais são os sites seguros.

– E o mais importante: ver a internet como meio, e não como fim. Buscar compartilhar informações, filmes, músicas de qualidade com as outras pessoas, usando a internet como ferramenta para a melhoria de vida das pessoas.

Por: juliaescolaaed  | 14 Setembro 2016 | 16h27

Fonte: http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/educar-para-a-felicidade/como-fazer-com-que-a-internet-seja-aliada-e-nao-inimiga-dos-seus-filhos/

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Como dar apoio a alunos transgêneros na sala de aula

Alunos transgêneros enfrentam vários obstáculos. Leia como garantir que nenhum deles apareça na sala de aula.



Desde bullying até isolação, alunos transgêneros têm que lidar com muita coisa. Professores estão em uma posição única para criar um ambiente seguro e encorajador para alunos em posições vulneráveis. Seguindo algumas dicas, você pode se tornar um aliado na jornada de autodescobrimento e aceitação desses alunos. Esse breve guia apresenta alguns dos problemas enfrentados por alunos transgêneros e estratégias para deixar o ambiente escolar mais inclusivo.

Entendendo igualdade dos gêneros e variabilidade dos gêneros

Como define a Human Rights Campaign no seu guia “Schools in Transition” (ou “Escolas em Transição”), “transgênero” é um adjetivo que descreve alguém que se identifica com um gênero diferente do associado com o sexo de nascimento. Para entender o termo “transgênero” melhor, ajuda saber a diferença entre gênero e sexo biológico. Sexo biológico é definido pelas características físicas, e divide as pessoas entre corpos femininos e corpos masculinos. Gênero, por outro lado, é determinado pela complexa relação da pessoa com a sua aparência física, o modo como ela quer se apresentar, sua identidade de gênero e como a pessoa escolhe se apresentar e comportar. Alguém que nasceu biologicamente mulher, por exemplo, não necessariamente se identifica como mulher.

Sexualidade não é determinada pela identidade de gênero. A orientação sexual se refere a quem essa pessoa sente atração (romântica ou sexual). A identidade de gênero pode começar a ser expressada em crianças quando elas ainda são muito novas. Em crianças pequenas, a identidade transgênera pode se expressar como vontades da criança em provar roupas de outro gênero ou comentários que sugerem um conflito com o gênero de nascimento. Por exemplo, “eu tenho um cérebro de menino e um corpo de menina”.

Nas últimas décadas, adotou-se um entendimento mais amplo de gênero. Agora a divisão binária de gêneros entre homem ou mulher foi substituída por um espectro. Uma pessoa não-binária, ou com gênero não-conforme, expressa interesses e comportamentos que não se alinham ao que é esperado do seu gênero de nascimento. Por exemplo, um menino que gosta mais de brincar com bonecas e outros brinquedos tradicionalmente de meninas. Mas só se desviar das expectativas colocadas nos gêneros não significa que alguém seja transgênero.

Estudos recentes discutem como crianças que não se encaixam na norma dos gêneros são percebidas. Termos como “Maria-rapaz” e “boiola” tem conotações negativas. Mas garotos com comportamentos considerados femininos aparentemente sofrem mais. Emanuella Grinberg escreveu para a CNN que “meninos tem mais risco de sofrerem bullying quando eles saem da caixa da masculinidade para brincar com bonecas e usar a cor rosa do que as meninas quando usam jeans e brincam com carros”. Misoginia internalizada talvez seja a culpada. Traços masculinos são historicamente associados a conotações positivas, muito mais do que traços femininos.

O problema

O HRC reporta que crianças com comportamento de gênero diferente do esperado pela sociedade, e particularmente crianças trangêneras, passam por altos níveis de estresse quando não recebem o apoio necessário. Jovens transgêneros sem apoio podem perder interesse na escola, se envolver com álcool e drogas, e até desenvolver problemas mentais e pensamentos suicidas. Bullying baseado no gênero pode ter efeitos duradores. Estudantes que passam por altos níveis de vitimização tinham o dobro da chance de não querer dar continuação à sua educação no futuro, de acordo com um estudo do GLSEN (Gay, Lesbian, and Straight Education Network).

Parte do desconforto e medo das crianças trangêneras vêm dos vários mitos cercando o termo. Como diz a diretora de advocacia do SPARTA, Brynn Tannehill, esses mitos incluem que crianças transgêneras saíram da norma do gênero devido aos pais, que os ensinaram a ser assim, e que crianças são novas demais para saber o próprio gênero. Outro mito seria de que existem meios de “consertar” o “problema”. Alguns pais e professores acreditam que ao desencorajar esse comportamento nas crianças eles vão poupa-la de sofrer bullying, quando na verdade isso só coloca a culpa na vítima ao invés de ir para a raiz do problema.

A solução

Como professor, existem vários jeitos de deixar o ambiente da sala de aula mais segura para todos os seus alunos, inclusive os que forem trangêneros. É muito importante cultivar o respeito e aceitação na sala de aula, assim como deixar claro que nenhum tipo de bullying será tolerado. Referir-se a um aluno transgênero pelos pronomes que ele escolheu, assim como respeitar as suas escolhas de roupa e outras preferencias ajuda a afirmar a identidade da criança para com os outros colegas. Assim, você pode prevenir o bullying antes dele começar.

Educar-se no assunto também faz toda a diferença. Não só para se comunicar corretamente com o aluno como também para ter os meios de responder as perguntas de outros alunos. Lembrando que a privacidade de um aluno que não se identifica publicamente como transgênero sempre deve ser respeitada.

Se algum aluno começar o processo de transição durante a escola (o processo passado pela pessoa transgênera para que elas possam viver com o gênero com o qual se identificam), o professor pode desenvolver junto com a escola um plano para suavizar a transição para o aluno. Alguns pais podem não aceitar a identidade dos filhos, mas a escola não deve tentar se comunicar com a família sem antes falar com o estudante.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Jovem está processando os pais por fotos constrangedoras no Facebook


Sabe aquela foto hilária em que seu filho, irmãozinho ou outra criança conhecida está fazendo algo estupidamente adorável ou adoravelmente estúpida? Talvez seja uma boa ideia pensar várias vezes antes de compartilhá-la nas redes sociais. Uma jovem austríaca de 18 anos está processando seus pais por postarem quase 500 fotos dela – muitas das quais ela acha embaraçosas – no Facebook sem o seu consentimento.

A adolescente, que não teve o nome revelado, falou à revista austríaca Die ganze Woche que, quando ela tinha 11 anos, seus pais começaram a publicar fotos de vários estágios de sua vida na rede social de Mark Zuckerberg. Segundo a reclamante, ela mesma só foi descobrir que as imagens estavam lá 3 anos depois, quando criou sua própria conta no Facebook.

Sabe aquela foto hilária em que seu filho, irmãozinho ou outra criança conhecida está fazendo algo estupidamente adorável ou adoravelmente estúpida? Talvez seja uma boa ideia pensar várias vezes antes de compartilhá-la nas redes sociais. Uma jovem austríaca de 18 anos está processando seus pais por postarem quase 500 fotos dela – muitas das quais ela acha embaraçosas – no Facebook sem o seu consentimento.

A adolescente, que não teve o nome revelado, falou à revista austríaca Die ganze Woche que, quando ela tinha 11 anos, seus pais começaram a publicar fotos de vários estágios de sua vida na rede social de Mark Zuckerberg. Segundo a reclamante, ela mesma só foi descobrir que as imagens estavam lá 3 anos depois, quando criou sua própria conta no Facebook.

Na Alemanha, por sua vez, adolescentes com 14 anos de idade ou mais podem processar os próprios pais por invasão de privacidade por meio de postagens com imagens em plataformas sociais. A polícia da cidade alemã de Hagen chegou até a figurar no noticiário internacional no ano passado ao recomendar que responsáveis parassem de compartilhar indiscriminadamente fotos de seus descendentes na internet, dizendo que isso poderia atrair pedófilos.

POR LEONARDO ROCHA | EM REDES SOCIAIS
15 SET 2016 — 13H26

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Vítima de bullying cria app para que crianças não passem o recreio sozinhas

O "Sit with Us" promove colaboração entre colegas da mesma escola.


Toda criança passou pela aterrorizante experiência de passar o recreio sozinha, ou pior, de tentar sentar com um grupo de colegas e ser rejeitada por eles. Para a americana Natalie Hampton, hoje com 16 anos, a situação foi um pouco pior: ela foi bastante excluída durante toda a 7ª série, o que fez com que passasse muitos intervalos — ou o horário do almoço, nos Estados Unidos — sozinha e fosse vítima de bullying.

Determinada a fazer com que nenhuma outra criança passe por isso, Hampton, que desde então mudou de colégio, criou o aplicativo "Sit With Us" (sente-se conosco, em tradução literal), no qual estudantes podem encontrar grupos com os quais se sentar. A ferramenta funciona da seguinte forma: uma criança pode ser a anfitriã e criar um convite aberto de lanche ou almoço no aplicativo. O app conecta essas pessoas com as que estiverem buscando com quem se sentar durante o período na mesma escola. 


O aplicativo ajuda o processo a ser mais particular. É por meio do telefone, então ninguém tem que saber", a adolescente explicou em entrevista ao NPR. "E há uma garantia de que você não será rejeitado ao chegar na mesa." 

Hampton contou ainda que os alunos da sua escola, em Sherman Oaks, na Califórnia, já estão utilizando o "Sit With Us", que no momento só está disponível em inglês. "Estou bem empolgada que as coisas estão começando bem", comemora.

14/09/2016 - 18H09/ ATUALIZADO 18H0909 / POR ISABELA MOREIRA

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2016/09/vitima-de-bullying-cria-app-para-que-criancas-nao-passem-o-recreio-sozinhas.html

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

“Não aguento ir ao colégio”: Diego, de 11 anos, suicida-se por bullying na escola


Hoje queremos compartilhar uma história triste com a qual todos nós podemos refletir muito: Diego, um menino de apenas 11 anos, decidiu tirar a sua própria vida no dia 14 de outubro de 2015. A razão? O bullying que ele sofria na escola.

Todos nós sabemos o que é o bullying e o que este assédio psicológico e físico é capaz de fazer na vida das pessoas mais jovens. Mas fica a reflexão… como um menino tão pequeno foi capaz de tomar esta decisão? Nestas situações, não apenas nos chama a atenção a perda de uma vida tão jovem, mas também nos perguntamos se instituições, como a própria escola ou os serviços sociais, não desconfiaram nada a respeito da situação pela qual Diego estava passando.

A OMS, Organização Mundial da Saúde, publicou um informativo há pouco tempo no qual revelou que todos os anos cerca de 600 mil jovens se suicidam em todo o mundo com idades compreendidas entre os 14 e os 28 anos. Dentro desta cifra, o bullying é a causa de pelo menos metade dos casos.

Trata-se de um drama social que todos nós devemos compreender para combater com as estratégias mais adequadas.

Hoje, devemos conhecer o caso de Diego, este menino de Madri, Espanha, que encontrou na morte a única solução para os seus problemas da vida.
O bullying na escola e o adeus a uma criança especial

O menino vivia em Leganés, um bairro de Madri onde passou os 11 anos de sua vida. Diego não quis mais seguir adiante, não quis mais crescer, só desejava ser livre de sofrimentos, de ataques e de pressões que sofria no colégio.

E por isso ele decidiu se jogar da sacada do apartamento onde morava, no quinto andar. Há quem pense que o suicídio é um ato de covardia por não saber enfrentar as dificuldades da vida. Entretanto, a verdade é que ninguém pode criticar a opção que acaba sendo escolhida pela pessoa em um momento como esse.

Neste caso estamos diante de uma criança e a realidade adquire um tom muito grave. Tanto é assim que os pais de Diego decidiram publicar a carta de despedida que seu filho lhes deixou e denunciar o caso à presidente da Comunidade de Madri e ao conselheiro de educação.
O caso de Diego, um bom aluno que não queria ir à escola

Diego tirava boas notas, era um bom aluno e seus pais estavam orgulhosos dele. A sua mãe contou que em algumas ocasiões, quando ela o buscava na escola, ele pedia que ela fosse embora rapidamente, correndo para fugir de algo ou alguém.

Ele só parecia verdadeiramente feliz quando chegavam o verão e as férias,quando ele ficava livre das aulas ou do seu colégio em Leganés. Os pais lembram também que durante quatro meses ele esteve afônico. Uma afonia nervosa que, de acordo com o médico, era certamente causada por algum impacto.

A família nunca soube ao certo que o motivo realmente era o que eles temiam e qual era a realidade que Diego vivia na escola.

Por outro lado, o próprio centro, quando deu início às investigações, explicou que a criança não apresentava nenhum problema e que não havia denunciado nenhuma incidência.

Fica claro que, em algumas ocasiões, os recursos de um centro não são suficientes para detectar o abuso, mas é possível intuir a tristeza de um menino. Os professores a veem, e os próprios colegas de classe que observam os acontecimentos simplesmente se calam.

Atualmente não há nenhum responsável que possa ser julgado ou investigado por causa da morte deste menino, e por isso os pais de Diego buscam, antes de tudo, colocar em evidência a gravidade do bullying, deste abuso escolar que levou a vida de seu filho tão pequeno.
A carta de despedida de Diego

Diego decidiu escrever uma carta de despedida para seus pais. Ele deixou uma nota que dizia “Vejam em Lucho” na janela da qual ele pulou rumo ao vazio.

Lucho era seu bicho de pelúcia favorito, aquele que em seu quarto guardava em silêncio as últimas palavras da vida de um menino de 11 anos infeliz, que dizia adeus aos seus pais de um modo maduro, admirável e emotivo. Porque Diego era, sem dúvida, um menino especial.

As frases que ele deixou foram as seguintes:

“Papai, mamãe, estes 11 anos em que estive com vocês foram muito bons e eu nunca me esquecerei deles assim como nunca esquecerei de vocês. Papai, você me ensinou a ser uma boa pessoa e a cumprir as promessas, e além disso, brincou muito comigo. Mamãe, você cuidou muito de mim e me levou a muitos lugares. Vocês dois são incríveis, mas juntos são os melhores pais do mundo.

Tata, você aguentou muitas coisas por mim e pelo papai, e eu agradeço muito e te amo muito. Vovô, você sempre foi muito generoso comigo e sempre se preocupou. Te amo muito. Lolo, você me ajudou muito com as minhas lições de casa e me tratou muito bem.

Desejo sorte a você para que possa ver Eli. Digo isso porque eu não aguento mais ir ao colégio e não há outra maneira para não ir. Por favor espero que algum dia vocês possam me odiar um pouquinho menos. Peço que vocês não se separem, mamãe e papai, pois somente vendo-os juntos e felizes eu também serei feliz. Eu sentirei saudades e espero que um dia possamos voltar a nos ver no céu. Bom, me despeço para sempre.

Assinado Diego. Ah, uma coisa, espero que você encontre um emprego bem rápido Tata.”

Diego González.


TEXTO ORIGINAL DE MELHOR COM SAÚDE | 07/09/2016
Fonte: http://www.psicologiasdobrasil.com.br/nao-aguento-ir-ao-colegio-diego-de-11-anos-suicida-se-por-bullying-na-escola/

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Assassinato de reputações


Não é de hoje que os internautas têm sido alertados para os perigos que a Internet, principalmente as suas redes sociais, pode causar a pessoas e instituições. Uma vez postada, uma mentira acaba sendo replicada como verdade e prejudica o caluniado quase sempre de forma permanente, uma vez que a postagem, mesmo que deletada pelo seu responsável, continua circulando na rede em razão dos chamados “reposts” e compartilhamentos. Os traços persistem e podem continuar destruindo a reputação e o moral das vítimas.
 
O mesmo ocorre com o chamado “cyberbullying”, que já provocou o suicídio de jovens e adultos, em razão de postagens maldosas e desmoralizantes. Um boato disseminado pela Internet, principalmente nas redes sociais como Facebook e Twitter, funciona como um rastilho de pólvora impossível de impedir. Anos depois ainda continuam ativos no ciberespaço e prejudicando suas vítimas. Quaisquer ações policial e judicial, embora possam responsabilizar o seu autor, não são capazes de apagar completamente o texto mentiroso.
 
Recentemente, o caso da morte de uma criança depois de consumir um achocolatado ganhou dimensões de calúnia. As postagens se disseminaram em redes sociais, como Facebook e Whatsapp, usando o nome da principal marca no Brasil e até postando fotos com vermes dentro do produto. No final, a verdade: o achocolatado tinha sido envenenado por um aposentado e a criança foi vítima inocente desta trama. Depois de divulgada a verdade, nenhum dos que dispararam as mensagens caluniosas desmentiu sua versão original. Esta é mais uma demonstração de que nem tudo o que está na Internet, principalmente nas redes sociais e blogs, é verdade. Antes de compartilhar ou comentar, é preciso que o internauta use o discernimento e busque informações a respeito. Se não há dados em portais noticiosos, ligados a um veículo de informação sério, não passa de boato ou mentira.
 
As páginas da Internet estão cheias de teorias da conspiração e de tentativas de negar fatos históricos, como o holocausto judeu na Segunda Guerra Mundial. Por isso, não se deve acreditar em tudo o que se lê na rede. Notícias falsas, mentirosas e caluniosas superam em muito as verdadeiras, principalmente nas redes sociais. Se todos permitirmos que este tipo de informação circule sem freio, por nada pessoas e entes, comerciais ou não, continuarão sendo atingidos sem que tenham chance de apagar os traços destas postagens verdadeiramente criminosas. A Internet, embora seja um instrumento poderoso e útil, reunindo um grande volume do conhecimento humano, caso seja usada de forma errada provocar um estrago muito difícil de recuperar.

Data: 04/09/2016

Fonte: http://gcn.net.br/noticias/331904/opiniao/2016/09/assassinato-de-reputacoes

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Por que nunca é demais falar sobre o bullying

Estudo detalha os motivos do porquê o bullying, atos de violência intencionais e frequentes contra um indivíduo (geralmente dentro de relações em que há assimetria de poder), requer atenção em todas as fases da vida.

A violência persistente na infância tem o poder de provocar traumas tão profundos em meninas como o abuso físico ou sexual grave, sugere pesquisa com estudantes universitários. O estudo, que envolveu 480 pessoas, indicou também que os efeitos nocivos do bullying podem durar anos e afetam negativamente a saúde mental das vítimas. A pesquisa foi publicada na edição on-line da Social Psychology of Education.

O levantamento é importante porque, enquanto a maioria dos estudos sobre o bullying se concentra em crianças de 3 até 12 anos (e por isso a mídia também relata mais os efeitos do trauma nessa idade), os cientistas estudaram o bullying em estudantes universitários. Os dados sugerem que essa população também está sujeita a traumas e, por isso, políticas de saúde específicas devem considerar suas necessidades.

Para chegar aos resultados, pesquisadores questionaram participantes do estudo sobre uma variedade de experiências traumáticas – incluindo o bullying, o cyberbullying e crimes como roubo, agressão sexual e violência doméstica e da comunidade. O trauma poderia ter ocorrido desde o nascimento até os 17 anos. Os alunos também relataram sobre a presença de sintomas de depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).



Os alunos que experimentaram o bullying quando crianças relataram significativamente maiores níveis de problemas de saúde mental na vida adulta, concluiu o estudo. A experiência com o bullying também foi o mais forte fator de risco para sintomas do transtorno de estresse pós-traumático entre os estudantes universitários que participaram da pesquisa, superando outros tipos de trauma, tais como a exposição à violência na comunidade.


Ainda, de acordo com a pesquisa, mulheres sofreram mais com danos emocionais causados ​​pelo bullying e reportaram significativamente maiores níveis de depressão, ansiedade e transtornos do que seus colegas do sexo masculino.

“A prevalência de sofrimento psíquico em crianças que foram vítimas de bullying é bem documentado, e essa pesquisa sugere que o sofrimento psicológico dos estudantes universitários pode ser ligado, em parte, às suas percepções de experiências de bullying na infância”, diz Dorothy Espelage, professora de psicologia da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, e uma das autoras do estudo.

A pesquisadora sugere que o tratamento e a abordagem do sofrimento na universidade deve levar em consideração experiências vividas também na infância.

“É preciso que esforços sejam feitos para desenvolver e implementar programas que aumentem a sensação de poder e de controle dos alunos sobre a sua vida na universidade”, disse Espelage. “Isto seria possível em um clima no campus que promova os laços de apoio entre os alunos e também entre eles e a comunidade.”

06/09/2016 8:04, atualizada às 05/09/2016 22:11

Fonte: http://brasileiros.com.br/D5d0N

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Filme “Nerve” aborda perigos da tecnologia, do mundo virtual e do anonimato



No dia 25 de agosto, a Paris Filmes lança no Brasil “Nerve – Um jogo sem Regras”, estrelado por Emma Roberts e Dave Franco.

A premissa básica do longa-metragem trata do jogo virtual Nerve, que pretende levar a proposta do “Verdade ou Desafio” ao extremo, onde só é possível aceitar desafios.

Neste game, os jovens podem decidir se querem ser jogadores ou espectadores. Quem opta por jogar deve cumprir determinados desafios que são votados pelos observadores. A cada desafio ganho, o jogador recebe uma quantia em dinheiro em sua conta bancária.

Acontece que o jogo tem algumas regras, e a brincadeira pode não ser tão tranquila como muitos imaginam. Além disso, é importante notar que todos que usam o Nerve estão proibidos de comentar sobre o jogo com pessoas que estão fora dele — principalmente com a polícia — e há penalidades para quem desobedecer esta regra.

A trama do filme aborda o envolvimento de jovens em joguinhos similares, em que tudo parece apenas uma brincadeira, mas leva as situações ao limite máximo para mostrar os perigos do mundo virtual. Neste artigo, vamos falar um pouco das tecnologias abordadas no filme e como isso tem conexão com a nossa realidade.

Um jogo que pode existir de verdade

Como funciona o jogo? O filme não dá detalhes sobre as tecnologias de Nerve, mas é claro que não é difícil identificar os conceitos para o funcionamento do game. Ele tem duas pontas: os desafios (para jogadores) e os streamings (para observadores).

Quem é jogador precisa de um celular para acessar a interface principal. Ainda que não possamos ver detalhes do sistema de Nerve, dá para entender que o jogo usa a câmera do celular (para capturar vídeos dos desafios em tempo real), a rede de celular com acesso à internet (para enviar os dados) e o GPS (para identificar a posição de cada jogador).

O conceito parece familiar? Pois é, Nerve é um game que usa realidade aumentada para levar os jogadores para uma nova realidade, tal qual você já deve conhecer em Pokémon Go. A diferença aqui é que você não interage muito com a tela, mas apenas aceita os desafios e faz streamings, como se fosse um gameplay da vida real transmitido para o Twitch.

Quem é observador utiliza outra interface, na qual não é possível enviar vídeos, mas apenas assistir aos streamings disponíveis. Apesar disso, os espectadores contam com sistemas de comentários e de votação, podendo assim decidir as tarefas dos jogadores. A interação para este grupo pode ser feita via celular ou computador.

Como tudo isso é conectado? Conforme o filme explica, o game Nerve não está instalado em um servidor, de forma que ele se propaga via P2P (peer to peer) ou talvez via Magnet Link. É o mesmo conceito do antigo compartilhamento de músicas, em que cada usuário é um servidor e também um cliente.

Os perigos do jogo

Nerve é um game que se mostra bastante simples. Basicamente, os jogadores apenas precisam realizar desafios — como beijar um desconhecido ou experimentar um vestido caríssimo em uma loja de grife — para receber uma boa grana em troca. É tentador, e não é por acaso que muitos jovens topam entrar na brincadeira.

O roteiro do filme insiste em diferentes tipos de desafios, entrelaçando vários jogadores, que acabam alterando as provas uns dos outros. Essa interação se mostra bastante interessante, ainda mais porque os observadores é que estão por trás de todas as decisões.

Acontece que o jogo pode tomar proporções exageradas. Os desafios podem envolver ações ilegais, violência e até chegar a situações em que os jogadores colocam a vida em risco. Não há exatamente situações paralelas nos jogos similares do mundo real, mas o filme debate justamente as questões de descuido, inocência e empolgação dos envolvidos nos joguinhos.

É curioso notar que, assim como temos casos similares no mundo real, o jogo Nerve cria uma relação entre estrelas (os jogadores) e fãs (os observadores). Todavia, o grande diferencial aqui é que há fãs que tomam decisões para encurralar alguns famosos, seja apenas para ver a desgraça alheia ou simplesmente para que seu ídolo saia na frente.

O anonimato faz suas vítimas

Obviamente, com todos esses argumentos no roteiro, o filme vai além e aborda a comunidade online. Falando da nossa realidade, a gente sabe que o mundo virtual é uma loucura, algo ainda mais saliente em sites que não exigem qualquer tipo de documento comprovando a identidade dos internautas, ou seja, estamos falando aqui de quase toda a web mesmo.

Nerve mostra o perigo do anonimato, já que os espectadores podem decidir os desafios dos jogadores

Qualquer pessoa pode criar uma conta (ou dezenas delas) em redes sociais, serviços, joguinhos, e tudo é de graça. Tirando lojas e sites que mexem com finanças, o único tipo de registro que a maioria dos sites usa é o endereço IP, que em geral apenas identifica a localização de um acesso, mas não necessariamente a pessoa que está atrás da máquina.

É possível que você conheça vários casos de famosos que não souberam lidar com a fama, com a pressão, com os comentários maldosos, com os bisbilhoteiros. A vida de quem decide viver na web vira de cabeça para baixo, e o anonimato acaba só piorando as coisas. O bullying não tem limites no mundo virtual e isso pode levar a consequências trágicas.

Em “Nerve – Um Jogo sem Regras”, toda essa questão do anonimato se mostra ainda pior, já que os espectadores podem decidir os desafios dos jogadores. O filme mostra como as intrigas, os xingamentos ou um simples clicar num botão pode levar uma pessoa a situações perigosas.

Nesse debate latente, fica evidente que cada jogador aceitou participar do jogo por livre e espontânea vontade (ou seria uma pressão da sociedade?), mas também é ressaltado que cada observador também está pagando por um show que pode ter um resultado bem inesperado. Afinal, até que ponto o anonimato é benéfico? Será que somos reféns das novas tecnologias? Até que ponto isso pode chegar?




EM FILMES
25 AGO 2016 — 16H33

Fonte: http://www.tecmundo.com.br/filmes/108840-filme-nerve-aborda-perigos-tecnologia-mundo-virtual-do-anonimato.htm

Sofrer bullying traumatiza tanto quanto abuso sexual, diz estudo

Entre os participantes da pesquisa que sofriam de depressão, ansiedade e estresse pós-traumático, o bullying era uma constante maior que qualquer outra forma de trauma.




É melhor os pais da turminha de Stranger Things ficarem de olho no amadurecimento dos meninos: as consequências emocionais do bullying na escola são ainda piores do que se imaginava. 

Não é novidade que quem é vítima da provocação persistente, assim como Dustin, Mike, Will e Lucas na série, tem mais chances de desenvolver depressão, ansiedade e estresse pós-traumático. Mas agora um estudo mostra que bullying causa mais desses distúrbios do que agressões consideradas mais graves, como abuso sexual. E mais: essa tendência persegue a pessoa por muito tempo, pelo menos até a faculdade.

A pesquisa é da Universidade de Illinois, nos EUA, e reuniu os depoimentos de 480 alunos da graduação da faculdade, de diferentes cursos e semestres - metade homens, metade mulheres, de etnias e origens sociais diversos. 

Os pesquisadores perguntaram aos participantes sobre as experiências traumáticas que eles haviam sofrido desde o nascimento até os 17 anos - incluindo bullying, cyberbullying e crimes como violência doméstica e abuso sexual. "Bullying", no estudo, foi definido não só como uma brincadeira boba entre crianças, mas como um conjunto de ameaças violentas, pressão psicológica, violência física e exclusão social. Os estudantes também precisavam relatar se tinham, no presente, algum tipo de problema psicológico, como ansiedade, depressão ou estresse pós-traumático.

os resultados, uma surpresa: entre as pessoas que afirmavam ter algum desses problemas, grande parte tinha sido vítimas de bullying na infância. Dos que sofriam de depressão, por exemplo, 19% relataram terem passado por algum bullying, enquanto só 0,2% afirmaram ter sofrido violência doméstica e 0,8% violência sexual por adultos. No caso de quem tinha ansiedade, a proporção se manteve: 12% diziam ter sofrido provocações na infância, 0,2% passaram por violência doméstica e 0,5% por abuso sexual.

A conclusão foi que os participantes que tinham sofrido as provocações persistentes nos primeiros estágios da vida desenvolveram mais doenças mentais associadas a experiências traumáticas do que todos os outros, inclusive os que tinham passado apenas por traumas diferentes do bullying.

POR Helô D'Angelo | EDITADO POR Denis Russo Burgierman | ATUALIZADO EM 07/09/2016

Fonte: http://super.abril.com.br/comportamento/sofrer-bullying-traumatiza-tanto-quanto-abuso-sexual-diz-estudo

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Sexting: os perigos reais da intimidade virtual

A troca de conteúdos eróticos entre parceiros é um fenómeno. Que perigos esconde?


No início era um envio de mensagens marotas (sex) por sms (texting). Depois vieram os smartphones e o sexting e a respetiva troca de conteúdos eróticos ganhou outra sofisticação ao incluir fotografias e vídeos. Com aplicações como Whatsapp, Snapchat, Viber ou Skype, os perigos de a nossa intimidade cair em mãos erradas são agora imensos. O verão torna os utilizadores mais disponíveis para esta prática.

Quando Jessica Logan se despiu, não era bem aquilo que tinha em mente. A jovem nunca previu a iminência do fim. Fotografava o próprio corpo com um celular e só pensava na surpresa que o namorado teria ao receber aquelas imagens. No fundo, só queria dizer «Dou-me a ti porque estou apaixonada». Aos 18 anos, não se lembrava de algum dia ter se sentido tão atraente. Mas o namoro terminou. E o namorado que passou a ex compartilhou as fotografias reveladoras com amigos, que as distribuíram por outros via Facebook, MySpace e sms num crescente de violência psicológica difícil de conter.

No mesmo quarto onde fez sexting durante meses, a linda e desinibida Jesse enforcou-se, tornando-se em 2008 a primeira vítima mortal conhecida pelo uso irresponsável (do namorado) do fenômeno de troca de mensagens eróticas, com ou sem imagens, via celular, chats ou redes sociais.

«Registar fotografias ou vídeos da nossa intimidade em formato digital é dar o primeiro passo para perdermos o controle sobre ela», alerta Tito de Morais, fundador do projeto MiúdosSegurosNa.Net para ajudar famílias e escolas a promover a segurança on-line dos jovens. O dispositivo pode quebrar-se, perder-se, ser roubado, alvo de intrusão ou de um acesso indevido acidental. «O que era privado torna-se público e, com a internet, a audiência para esses conteúdos escala exponencialmente.» Muitas vezes as vítimas acabam perseguidas, ameaçadas, afastadas à força da vida que faziam antes da sobre-exposição on-line. Sobretudo no verão, diz: «Além da quantidade de fotografias em biquíni suscetíveis de reprodução não consentida e descontextualizada, as férias são uma época de novos namoros, desinibição e experiências sexuais, exprimíveis através do sexting.»

Uma vez enviado um vídeo ou fotografia de natureza erótica, ninguém sabe que usos lhe podem dar os receptores mal-intencionados, confirma Sofia Rasgado, coordenadora do Centro Internet Segura, um projeto da responsabilidade da Fundação para a Ciência e Tecnologia, que envolve outros organismos públicos e privados, com vista à disponibilização de informação para proteção e prevenção de riscos no uso da internet. Fato: não é novidade duas pessoas envolvidas numa relação séria trocarem material «quente» entre si. Fato: fazê-lo sempre implicou o risco de esse conteúdo poder ser usado contra quem o compartilhou. «O problema hoje decorre, porém, de o fenômeno ser especialmente comum entre adolescentes e jovens adultos, criados com as novas tecnologias de comunicação e informação», diz a responsável. Se por azar uma imagem cai nas mãos erradas, a velocidade vertiginosa a que tudo se processa fará que seja enviada, copiada e partilhada em múltiplas plataformas, sem controlo possível.

«Não existem dados claros de que as mensagens puramente textuais caíram em desuso, contudo vemos que uma das aplicações mais descarregadas entre jovens é o Snapchat, que permite o envio de conteúdos multimédia (texto opcional) que se autodestroem passados 15 segundos», diz Sofia, ciente do tráfego de caráter erótico que circula por este meio. Daí o aviso: «Apesar de a aplicação dizer que destrói estes conteúdos, eles podem ser registados com métodos digitais (capturas de ecrã) ou analógicos (filmar o dispositivo quando recebe mensagens). Há ainda a possibilidade de serem armazenados, de forma não autorizada pelos utilizadores, em servidores passíveis de sofrerem ataques que resultem em compartilha/publicação indevida.»

E de repente, sem querer, ficamos sujeitos a exposição pública, humilhação, chantagem, exclusão e vergonha, que podem conduzir a estados depressivos e até automutilação ou suicídio.

«O sexting tornou-se uma moda, uma mudança comportamental associada à revolução dos smartphones e das redes sociais. Passamos do erotismo como um tabu para o extremo de expor o que faz sentido manter na intimidade », diz a psicóloga e terapeuta sexual Cristina Mira Santos.

«Assistimos a uma excessiva erotização social e mediática do corpo, a que se junta adolescentes a amadurecer sexualmente, influenciáveis e com desejo de pertença a um grupo.» Regra geral, eles compartilham mais e elas expõem mais, pressionadas por uma sociedade que continua a ver no corpo feminino valor de objeto e troca – o que não significa que os rapazes não se exponham ou não sejam alvo de compartilhamentos abusivos. O desgaste psicológico de tudo isto pode ser devastador e causar estragos para o resto da vida. «Recordo-me de jovens que viram a sua localidade de residência exposta e foram alvo de processos de aliciamento sexual, ameaça e extorsão», diz Tito de Morais, impressionado com a gravidade do cyberbullying nos casos em que o sexting é feito sob ameaça ou coação, e as imagens divulgadas «por mera brincadeira ou para ofender, humilhar e difamar o(s) visado(s)». A nível internacional (os primeiros fenómenos de sexting identificados remontam aos EUA em 2005), inúmeros casos de finais trágicos sucederam-se ao de Jesse Logan: Hope Witsell, de 13 anos, também se enforcou por razões idênticas um ano depois.

Sofia Rasgado lembra ainda Amanda Todd, muitas vezes referida nas sessões de apoio/esclarecimento do Internet Segura. «Enquanto estava no 7.º ano, a jovem participou num chat e conheceu um estranho que a elogiou e a convenceu a mostrar os seios diante da câmara», diz a coordenadora do Centro Internet Segura. O sujeito passou a chantageá-la: ou ela voltava a mostrar-se, ou ele compartilhava publicamente o registo. Durante uma série de tempo, Amanda foi perseguida, sofreu de ansiedade e depressão graves, mudou de casa com a família. «A par do consumo de álcool, drogas e mais tarde automutilação, o seu estado de saúde mental piorou.» Suicidou-se em desespero no final de 2012. Em 2014, um homem de 35 anos dos Países Baixos foi acusado de vários crimes de extorsão, aliciamento on-line, assédio criminoso e registo de pornografia infantil ligados ao caso de Amanda.

Ainda assim, o sexting e as tecnologias não são bons nem maus em si mesmos. «Tudo depende do uso que fazemos deles», ressalva Daniel Cardoso, doutor em Ciências da Comunicação (na vertente de Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias) e autor da tese Entre Corpos e Ecrãs: Identidades e Sexualidades dos Jovens nos Novos Media, defendida na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Cristina Mira Santos dá-lhe razão, apoiada num estudo de 2015 da Universidade Drexel, de Filadélfia, EUA, segundo o qual casais que trocam mensagens sexuais pelo telemóvel têm maior satisfação física e afetiva. «Como mecanismo erótico, é poderoso a reacender a chama numa dada fase do relacionamento. Esta noção do provocar, do proibir, seria bastante confortável se não houvesse tanto risco de uma eventual exposição do corpo na internet», diz a psicóloga. O problema reside precisamente aí: na divulgação. As sequelas não advêm da prática, mas sim da exposição reprovável de conteúdos pessoais.

Mas podemos concluir que os jovens estão constantemente a fazer sexting? A resposta também é difícil, mas «existe um descompasso entre a perceção que têm da conduta dos seus pares (acham que estão sempre a fazê-lo) e o seu próprio comportamento», diz Daniel Cardoso.

O inquérito EU Kids Online, sobre usos, riscos e segurança na internet a nível europeu, sustenta que 15 por cento dos jovens entre os 11 e os 16 anos receberam mensagens sexuais em 2014, mas só três por cento as terão enviado.

Seja como for, o compartilhamento indevido é crime qualquer que seja a escala, avisa o especialista. «Há uma espécie de normalização social desta coisa de andar a ver e mostrar imagens íntimas. O primeiro passo é valorizar a ideia de que se a outra pessoa não consentiu em mostrar, então nós devemos tentar não ver.» Na dúvida, nunca fazer aos outros o que não queremos que um dia nos possam fazer a nós.

E FREXTING, JÁ EXPERIMENTOU?

Não há nada que bons amigos não partilhem exceto a intimidade, essa fronteira para lá da qual a amizade passaria a outro patamar. Mas agora a moda do frexting(friends + sexting) diz que os amigos podem compartilhar mesmo tudo, inclusive imagens todos nus para que os outros lhes digam como estão esplenderosos e retribuam na mesma moeda, mostrando-se como vieram ao mundo para reforçar os laços. O conceito espalhou-se muito por conta da escritora norte-americana Kelly Williams Brown, que no seu Adulting Blog garante que a prática é libertadora e faz maravilhas pela nossa autoestima. Mandam depois as regras de etiqueta que se responda com emojis positivos, nomeadamente a chama, o gato com corações nos olhos e as mãos a bater palmas. Sempre sem esquecer que a internet não esquece o que lá vai parar.

NET COM CONSCIÊNCIA

É este o nome de uma web série lançada pela Internet Segura, abordando diferentes situações do cotidiano dos jovens. O episódio 4 foca-se no impacto do sexting na reputação do utilizador. O seguinte aprofunda a revenge porn (pornografia vingativa), em que uma pessoa partilha imagens sexuais do anterior parceiro.

Por: Ana Pago 31/08/2016 - 16:18 • Ilustrações Shutterstock 

Fonte: http://www.noticiasmagazine.pt/2016/sexting/