quarta-feira, 31 de agosto de 2016

"O brasileiro se expõe demais na internet", diz diretor da Kaspersky


O brasileiro é despreocupado com a segurança digital dos seus dados e se expõe de forma exagerada na internet, segundo o diretor-geral da Kaspersky, Claudio Martinelli. "A gente posta muito no Facebook e compartilha muita informação que pode ser usada contra nós", diz durante a conferência de segurança da empresa para a América Latina que acontece em Los Cabos, no México.

Para quem confia no lema 'só os meus amigos vão ver o que estou postando', Martinelli faz o alerta: "você não sabe se são todos os seus amigos ou se o perfil de alguém foi invadido e está sendo usado, e você não sabe o que e com quem estes amigos vão compartilhar a respeito do que você informou", observa.

Por isso o executivo recomenda cuidado com a utilização de redes Wi-Fi públicas em restaurantes, hotéis e aeroportos. "Nada garante que você está realmente naquela rede", diz ele sobre a possibilidade de que um ponto de acesso simule a rede local para interceptar as comunicações trafegadas para roubar senhas, dados, contatos e credenciais dos usuários. Tudo o que não for criptografado pode cair nesta armadilha.

O mesmo vale para os pais que gostam de compartilhar imagens de seus filhos na internet. Para Martinelli, é preciso ficar atento e evitar a publicação de posts com crianças que possam divulgar informações pessoais, endereços e até o uniforme da escola, pois estes dados podem servir como pontos de ataque a criminosos ou usuários mal intencionados.

Bom senso em primeiro lugar

Para o executivo, nem mesmo o uso de soluções avançadas de segurança digital pode substituir o bom senso na internet. É, sobretudo, uma questão relacionada ao comportamento dos usuários e a consciência dos prejuízos que estes deslizem online podem causar. "Eu posso identificar que o site é falso e te avisar, mas se você quiser digitar eu não tenho o que fazer".

Segundo pesquisa da empresa FSecure, 70% dos brasileiros dizem temer ataques digitais e ter mudado seus hábitos para evitar ameaças, enquanto 71% se mostram preocupados com a vigilância dos seus dados. Para o executivo da Kaspersky, porém, a "preocupação com a privacidade vem em ondas, quando as pessoas tomam ciência de roubo ou de alguma celebridade que teve suas fotos roubadas".

MARCELO GRIPA 30/08/2016 14H10 
*O jornalista viajou a convite da Kaspersky

Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/fique_seguro/noticia/-o-brasileiro-se-expoe-demais-na-internet-diz-diretor-da-kaspersky/61666

terça-feira, 30 de agosto de 2016

'Snapchat do Facebook' tem falhas graves de segurança


Há algumas semanas, o Facebook lançou o aplicativo Lifestage, (mais um) clone do Snapchat, que só podia ser usado por pessoas com até 21 anos de idade. No entanto, o app possui falhas de segurança que podem colocar em risco a privacidade dos jovens. 

De acordo com o Business Insider, o aplicativo não exige qualquer comprovação de idade da parte do usuário. Como a conta do Lifestage não é vinculada ao Facebook, o usuário pode declarar a própria idade. Qualquer pessoa, portanto, pode dizer ter menos de 21 anos; em seguida, o aplicativo já oferece a opção para que ele escolha em qual colégio ele frequenta o ensino médio.

Esse fato levou a Common Sense Media, uma ONG que atua para fortalecer a segurança e privacidade de jovens na internet, a se pronunciar sobre o assunto. Nas palavras de Amy Shenkan, a presidente da associação, "os pais devem certamente prestar atenção", já que "há alguns recursos preocupantes no aplicativo" que poderiam "dar aos jovens uma falsa sensação de segurança".

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Como não há garantia de que os usuários são de fato adolescentes, seria possível que adultos usassem o app para espionar a vida dos jovens. Um adulto que tivesse acesso às informações trocadas pelos jovens entre si poderia representar um perigo à intimidade e à segurança deles.

Resposta frouxa

Respondendo a essa situação, o Facebook disse que permite que os usuários do aplicativo reportem "atividade estranha" para que a rede social investigue. Além disso, a empresa também afirmou que associa as contas aos números de celular dos usuários como "um nível adicional de proteção". 

"Incentivamos qualquer pessoa usando o aplicativo que experimente ou presencie atividade estranha a reportá-la a nós por meio das opções contidas no aplicativos. Levamos a sério esses relatos. Diferentemente de outros locais na internet, o Lifestage é ligado ao número de celular dos usuários, e apenas uma conta é permitida por telefone", disse o Facebook.

Segundo o The Next Web, no entanto, meramente oferecer a possibilidade de relatar atividade suspeita não é suficiente para impedir que atos ilegais aconteçam. Dados da instituição de prevenção a abuso sexual RAINN comprovam que quase metade dos crimes nos Estados Unidos não são relatados à polícia, por exemplo.

GUSTAVO SUMARES 29/08/2016 09H08

Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/fique_seguro/noticia/-snapchat-do-facebook-tem-falhas-graves-de-seguranca/61601

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Estudantes dizem mais praticar do que sofrer bullying, mostra pesquisa do IBGE


Assim como na pesquisa de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais entrevistados relataram em 2015 terem praticado do que sofrido bullying, não apenas na escola, mas em qualquer ambiente que frequentam. Meninas são menos provocadoras do que meninos: 15,6% das alunas disseram já ter praticado bullying, enquanto entre os alunos a proporção sobe para 24,2%. A prática é um pouco mais frequente nas escolas privadas (21,2% dos entrevistados disseram fazer bullying) do que na rede pública (19,5%).

Sofreram bullying com frequência 7,4% (194,6 mil) dos alunos do 9º ano, principalmente por causa da aparência do corpo ou do rosto. A incidência das provocações é um pouco maior nas escolas públicas (7,6%) que nas particulares (6,5%).

Quase um quarto dos jovens (23,4%) disse ter se envolvido em briga ou luta física nos 30 dias anteriores à pesquisa. Entre os meninos, chegou a 30,3% os que se envolveram em brigas e, entre as meninas, 16,8%.

A proporção é semelhante nas escolas públicas e particulares. Embora em proporções menores, porém mais perigosas, as brigas com armas de fogo envolveram 5,7% dos jovens, ou 150 mil alunos. Neste caso, há grande diferença entre as escolas, com incidência na rede pública quase duas vezes maior que na rede privada (6,1% e 3,4% respectivamente).

Trabalho

Entre os alunos do 9º ano, 13,4% (352,4 mil) disseram ter algum tipo de trabalho, em 2015. O porcentual se manteve em relação à pesquisa de 2012. Trabalham em troca de dinheiro 12,2% dos entrevistados e 1,2% disse não receber pelo trabalho.

A maior incidência de jovens do último ano do fundamental que acumulam estudo e trabalho foi registrada em Goiás, com 22%, seguida de Mato Grosso do Sul (20,9%) e Santa Catarina (20,2%). Os menores índices estão no Rio Grande do Norte (7,1%), Piauí (7,8%) e Acre (8,1%).

Estadão Conteúdo 26.08.16 - 10h28
Fonte: http://istoe.com.br/estudantes-dizem-mais-praticar-do-que-sofrer-bullying-mostra-pesquisa-do-ibge/

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Minecraft expõe privacidade de criança na Internet


As câmeras de vigilância que ficavam situadas no quarto da criança foram invadidas e os hackers começaram a transmitir as imagens que eram capturadas no interior do quarto por meio de servidores livestreaming na internet.

Nunca é demais falarmos de privacidade na internet. A cada dia ela tem se tornado algo cada vez mais preocupante para as pessoas e chamado a atenção especial para uma classe ainda sem muita defesa: as crianças. Bem a pouco tempo começaram a circular na rede questionamentos sobre o Pokémon GO já que o game lançado recentemente pela Nintendo exigia permissões demais na visão de alguns para o acesso ao mesmo. Agora, os pais têm mais uma preocupação, o Minecraft.

Em Houston, no Texas (EUA) um caso chamou a atenção da mídia e serviu para abrir os olhos de muita gente por aí. Tudo por causa da invasão de privacidade. E o pior é que aqui uma criança é que foi exposta. As câmeras de vigilância que ficavam situadas no quarto da pequena foram invadidas e os hackers começaram a transmitir as imagens que eram capturadas no interior do quarto por meio de servidores livestreaming na internet. Curiosamente algo bem parecido acontece logo em um dos primeiros episódios da série de televisão CSI Cyber.

Jennifer, a mãe da criança teve uma boa ajuda do acaso e da sorte aqui. Uma outra mãe que estava há vários quilômetros de distância, Shelby Ivie, navegando pela internet acabou encontrando o livestreaming do quarto da criança. Curiosamente Shelby estava buscando por imagens (ao vivo e por satélite) de seus próprios filhos.

Por meio de um aplicativo chamado “Live Camera Viewer“ que aponta vários feeds em diversos lugares do mundo como eventos de esporte e cruzamentos de ruas é que a nossa segunda mãe acabou achando as imagens da filha de Jennifer.

Shelby não pensou duas vezes e meio que sem saber o que fazer para encontrar a mãe da criança ela começou a compartilhar o material em grupos de Houston. Com isso, as imagens acabaram chegando a Jennifer que por sua vez contratou uma firma de consultoria para ir a fundo na questão. E a firma de segurança conseguiu descobrir o culpado: o Minecraft.

Ao que parece quando a criança de oito anos baixou o Minecraft para o iPad foi questionada por um “nome de servidor”. Sem saber o que realmente era a criança buscou na internet por nomes de servidores no YouTube e acabou configurando o jogo para conectar com qualquer server.

Foi através do IP do iPad da criança que os hackers conseguiram invadir o roteador (que por sinal ainda mantinha a senha e nome padrão) e consequentemente obtiveram o acesso às câmeras do quarto da criança.

Depois do episódio a própria mãe recomenda que outras prestem mais atenção no que seus filhos andam fazendo na Internet. Ela foi radical e cortou por completo o acesso de seus filhos à internet, ao menos até que tenham consciência dos riscos aos quais estão expostos.

Por Denisson Soares

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Netflix divulga trailer de documentário sobre abuso sexual e bullying na Internet

"Audrie & Daisy", que estreia em setembro, conta a história de duas americanas que foram violentadas e expostas nas redes sociais.


Netflix divulgou nesta segunda-feira o trailer do documentário "Audrie & Daisy", que foi produzido pelo próprio serviço de streaming e narra a história de duas americanas que sofreram violência sexual e, em seguida, foram expostas nas redes sociais.

As jovens retratadas vêm de partes diferentes dos Estados Unidos, mas compartilham uma história parecida: não só elas foram dopadas e vítimas de crimes sexuais, mas a violência foi registrada por câmeras e espalhada na internet. O filme analisa as consequências do caso na vida das vítimas, que passaram a sofrer bullying e ameaças nas redes sociais, e em suas famílias, amigos e cidades.

"Audrie & Daisy" foi dirigido por Bonni Cohen e Jon Shenk e se propõe a olhar para "os problemas enfrentados por adolescentes americanas que vêm de um tempo em que o novo mundo do bullying nas redes sociais está se espalhando sem controle". O documentário estreia na Netflix no dia 23 de setembro.



22.08.2016 - 14H02 - ATUALIZADO ÀS 22.08.2016 14H03 | POR REDAÇÃO MARIE CLAIRE

Fonte: http://revistamarieclaire.globo.com/Noticias/noticia/2016/08/netflix-divulga-trailer-de-documentario-sobre-abuso-sexual-e-bullying-na-internet.html

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Jovens que praticam ‘sexting’ sofrem mais violência nas relações


Adolescentes que trocam mensagens digitais com conteúdo sexual, uma prática conhecida como ‘sexting’, são mais propensos a sofrer violência nas relações amorosas, revelou um estudo nesta sexta-feira. 

Em uma pesquisa com mais de 1.000 jovens de 14 a 17 anos de idade na Noruega, 549 relataram já terem tido um parceiro romântico. 

Quase um terço dos jovens amantes disseram ter enviado mensagens sexuais explícitas – imagens e/ou texto – para seus namorados (as). 

Em comparação com os adolescentes que não tinham praticado sexting com um parceiro, esses adolescentes experimentaram quatro vezes mais violência física – tapas, empurrões, estrangulamento ou espancamento com um objeto duro, descobriram os pesquisadores. 

Eles sofreram 2,5 vezes mais abusos sexuais, que vão desde beijo forçado a estupro, e 3,5 vezes mais violência psicológica. 

As descobertas foram publicadas na revista científica Scandinavian Journal of Public Health. 

Para os adolescentes, “há uma maior chance de se tornar vítima de violência por um parceiro íntimo se você enviar mensagens com conteúdo sexual”, disse o autor do estudo Per Hellevik, sociólogo do Centro Norueguês para o Estudo da violência e do Estresse Traumático, em Oslo. 

Mais de 40% dos jovens com interesses amorosos – que não necessariamente incluíam sexo -, tanto os que praticavam sexting quanto os que não praticavam, disseram que eles tinham experimentado algum tipo de violência no relacionamento. 

As meninas eram muito mais expostas à violência do que os rapazes, mostrou o estudo, principalmente aquelas que tinham parceiros mais velhos. 

Os adolescentes de ambos os sexos foram questionados sobre como se sentiram quando sofreram violência em um relacionamento. As respostas variavam desde “triste” e “assustado” até “amado” e “desejado”. 

Em comparação com os meninos, o dobro de meninas expressaram sentimentos negativos sobre a violência. 

No outro extremo, “1% das garotas e 35% dos rapazes tiveram experiências puramente positivas”, disse Hellevik em um comunicado. 

O estudo não concluiu que o sexting causa violência, observando que as crianças que vivenciam brigas ou brutalidade em casa ou na escola são propensas a um comportamento semelhante com os seus parceiros íntimos. 

Em outras palavras, o sexting pode ser tanto um sintoma como uma causa. 

As descobertas levantam questões controversas sobre quando os pais e os professores devem interferir na vida digital privada dos jovens. 

“Nós não deixaríamos os adolescentes passando o tempo nas ruas durante o dia todo sem saber o que eles estão fazendo ou com quem eles estão”, disse Hellevik. 

“Da mesma forma, eles não deveriam ser autorizados a passar o tempo on-line por conta própria”, concluiu.

05.08.16 - 19h57

Fonte: http://istoe.com.br/jovens-que-praticam-sexting-sofrem-mais-violencia-nas-relacoes/

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Redes sociais: perigos concentrados entre os 8 e 12 anos



Na Argentina, Micaela Ortega, de 12 anos, foi assassinada após encontrar-se com um homem de 26 que conheceu pelo Facebook. As crianças de 8 a 12 anos presas à Internet constituem o grupo mais vulnerável para um abusador sexual.

Segundo especialistas citados pelo diário “La Nación” de Buenos Aires, os pais que começam a se preocupar com a vida virtual de seu filho quando esse faz 12 anos estão chegando tarde.

Ainda são crianças, mas não estão mais na infância. Só viveram absorvidas por relações virtuais, quase sem contato com o mundo, e são ignorantes e inermes face aos perigos do mundo real.

“Ë preciso começar mais cedo, pois a partir dos 8 anos já correm risco”, disse Sebastián Bortnick, presidente da ONG argentina Cibersegura, que promoveu a lei que transformou em delito o acosso sexual a menores pela Internet e outros meios eletrônicos.

“Sete de cada dez meninos e meninas entre 10 e 12 anos já criaram um perfil numa rede social”, afirma Roxana Morduchowicz, doutora em comunicação pela Universidade de Paris. “Nós nos reuníamos para brincar na casa de um amigo, na rua ou na praça, mas hoje as crianças se encontram na Rede”, diz ela.

“Temos de fornecer aos nossos filhos as ferramentas de reflexão e pensamento crítico para duvidar das propostas antes dos 11 anos. Se você não olha os perfis dos filhos antes de 12, vai encontrar surpresas, vai ver que houve conversas antes”, explica Marcela Czarny, da ONG Chicos.net.

“É preciso lhes falar dos riscos, perguntar o que eles fizeram esse dia na Internet, o que viram, com quem falaram. Não como um controle policial, mas como um tema de conversação.

“Faz bem às crianças sentirem que nós estamos presentes, que podem conversar conosco sobre o que fizeram e com quem falaram”, diz Morduchowicz.

“O que não pode acontecer é o pai se desentender. É preciso criar nos filhos a ideia de que estão sendo observados para o seu bem. Não podemos ignorar as redes que eles usam, seja Facebook, Instagram ou Snapchat. Não fazer isso enquanto pais é olhar para o outro lado”.

( * ) Luis Dufaur é escritor, jornalista, conferencista de política internacional e colaborador da ABIM

Segunda, 25 Julho 2016 15:17

Fonte: http://www.segs.com.br/info-ti/26412-redes-sociais-perigos-concentrados-entre-os-8-e-12-anos.html

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Monitoramento de pais nas redes sociais pode evitar pedofilia e bullying


Criança ainda não tem maturidade para entrar em rede social, dizem alguns. Não adianta proibir, porque hoje praticamente todas têm celular, acreditam outros.

Enquanto pais e mães se debatem para saber quem está com a razão, há uma única certeza: é preciso orientar as crianças e acompanhá-las de perto no uso das redes sociais.

Apesar de a maioria delas, como o Facebook e o Instagram, recomendar a entrada apenas a partir dos 13 anos de idade, uma pesquisa conduzida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br, composto por membros indicados pelo governo, setor tecnológico e sociedade) mostrou que, em 2013, 43% das crianças de nove e dez anos com acesso à internet já tinham perfil próprio em uma rede social.

Participaram da pesquisa mais de 2.000 crianças e adolescentes (dos 9 aos 17). O objetivo era traçar um panorama de riscos e oportunidades digitais para a faixa etária.

Para os especialistas ouvidos pela Folha, por ainda não terem capacidade de administrar a exposição da intimidade que as redes exigem e por serem mais suscetíveis a investidas de pessoas mal-intencionadas, as crianças devem aguardar a idade mínima recomendada para fazer parte desse universo.

Sentada no sofá de casa, ela não percebe que a internet é um espaço público e que tudo o que ocorre em seus domínios fica documentado, criando uma pegada digital que pode trazer consequências graves não só durante a infância mas também na vida adulta.

A neuropediatra Liubiana Araújo, presidente do departamento de desenvolvimento e comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria, lembra alguns riscos menos conhecidos.

"A criança está construindo sua personalidade e, nas redes sociais, ela tenta se moldar de acordo com o que os outros esperam dela", diz. "Sem falar que, ao ignorarem o limite mínimo de idade, os pais ensinam que as regras podem ser burladas."

Os pais, por sua vez, têm muita dificuldade para resistir aos apelos insistentes dos filhos. "Eles vivem muito atarefados e ficam mais tranquilos quando as crianças estão no celular, nas redes sociais, porque elas dão sossego", afirma a médica.

Gabriela de Moura Brasil, 39, está tentando. Ela liberou o Instagram para o filho Guilherme, de 10 anos, mas não cedeu à pressão para entrar no Facebook. "Não é fácil. A primeira coisa que ele fala é que fulano e sicrano têm. Eu explico que eles mentiram a idade para fazer o cadastro [aberto a maiores de 13 anos] e que eu sou contra", diz.

Já a empresária Andréa Corrêa, 44, mãe de Guilherme, 13, e Gabriel, 9, é do time que acredita que não há como impedir o acesso às redes ""os dois meninos têm perfil no Facebook.

"Proibir não tem como, então tem que fiscalizar. Mas eu avisei que tenho acesso a tudo e os oriento para não conversarem com quem não conhecem", conta.

MARCAÇÃO CERRADA

Uma das melhores estratégias para minimizar os riscos é participar da vida digital da criança –ou seja, observá-la quando joga, assiste a vídeos ou faz buscas.

E ensinar quais podem ser as consequências de se postar uma foto ou publicar um comentário nas redes, como faz a consultora de marketing Daniela Sene, 39, mãe de Nicole, 9, e Beatriz, 3. "Eu tenho a senha dela, mas prefiro entrar junto. Quando vi a foto de uma menina de biquíni, expliquei que há adultos que não são do bem e que não é legal postar esse tipo de foto."

Daniela não vê o acesso às redes sociais como um "problema" porque, segundo ela, a filha foi orientada sobre como usá-las. "Não quero limitar algo que faz parte do mundo dela", afirma a mãe, que é "amiga" de Nicole no Snapchat e no Instagram.

Fazer amizade ou "seguir" o filho nas redes sociais é mesmo uma boa estratégia, de acordo com os especialistas, porque permite saber com quem a criança se relaciona, ver se as fotos compartilhadas são adequadas etc.

A publicitária Sandra Palazon, 51, acredita que as gêmeas Luiza e Isabela, de 8 anos, não têm maturidade ainda para ganhar um celular. As meninas tiveram uma aula na escola sobre os perigos da exposição nas redes sociais e, depois de muita conversa em casa, perceberam que as armadilhas são reais.

"Eu conversei com elas sobre o caso de uma amiguinha que postou a foto ao lado de um amigo sem maldade nenhuma e foi alvo de chacotas. Elas entenderam e não me pedem mais celular", conta.

Segundo a neuropediatra Liubiana Araújo, é possível prevenir muitas situações arriscadas, mas os pais precisam saber falar "não". "Estão banalizando os riscos e, quando acontece algo, todo mundo sofre", alerta.

Autor: Rachel Botelho 

Fonte: http://www.nic.br/noticia/na-midia/monitoramento-de-pais-nas-redes-sociais-pode-evitar-pedofilia-e-bullying/

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Pai compartilha vídeo falando sobre o filho que se suicidou devido a bullying



Daniel, residente em Staten Island (Estados Unidos), tinha apenas 13 anos quando se suicidou. Antes de morrer, deixou uma carta e na mesma dizia que os professores na sua escola nunca fizeram nada para impedir que os colegas o mal tratassem. “Eu desisto”, escreveu.

No mesmo dia, a irmã mais velha encontrou-o morto, com um cinto à volta do pescoço.

Revoltado com a situação, o pai da criança, Daniel Fitzpatrick (mesmo nome do filho), esteve no Facebook para deixar uma mensagem aos pais das crianças que exerciam bullying sobre o filho. Depois de agradecer a todos as pessoas o apoio, começa a falar sobre o que aconteceu.

“Ele passou por muita dor. Sinto muito a falta do meu filho. Nenhum pai devia ter de enterrar o seu filho e nenhuma criança devia passar por aquilo que o meu filho passou. O que ele escreveu na carta é a verdade, são as suas palavras”, começa por dizer.

“Aos pais dos filhos que atormentaram o meu filho, espero que nunca tenham de sentir aquilo que a minha família está passando”, continua dizendo nas imagens desfeito em lágrimas.

Depois do acidente, a escola (Holy Angels Catholic Academy) afirmou: “depois da tragédia, estamos examinando as nossas políticas. O diretor, professores e todo o pessoal da escola estão devastados”.

17/09/2016 | POR INÊS ESPARTEIRO ARAÚJO

Fonte: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/639681/pai-partilha-video-sobre-filho-que-se-suicidou-devido-a-bullying

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Se pode existir uma pior parte no BULLYING na escola, segue uma reflexão desnuda



Muito já foi dito e explicado sobre a prática do bullying, entretanto, vale começar a reflexão lembrando que ele é definido pela prática de atos violentos, intencionais e repetidos, contra uma pessoa indefesa. Tais atos que podem causar danos físicos e psicológicos às vítimas. O termo surgiu a partir do inglês bully, palavra que significa tirano, brigão ou valentão, na tradução para o português. (Fonte Cartilha do BULLYING do Ministério Público).

No Brasil, o bullying é traduzido como o ato de bulir, tocar, bater, socar, zombar, tripudiar, ridicularizar, colocar apelidos humilhantes e etc. A violência é praticada por um ou mais indivíduos, com o objetivo de intimidar, humilhar ou agredir fisicamente a vítima.

Posto isto, quando me referi a uma possível “pior parte desta ação“, visto que toda ela é prática criminosa e danosa, penso ser a falta de importância e de consequência dada ao referido ato.
A criança que sofre com a agressão sistemática no ambiente escolar, tende a buscar se defender, pedir ajuda e contar aos pais, logo que os atos começam a ocorrer, entretanto, quando ocorrem repetidas vezes e pouca importância é dada aos fatos, os mesmos vão calando-se e fechando-se, buscando descobrir razões que os faça entender que mereciam passar por isso. Podem tornar-se pessoas inseguras, medrosas, depressivas.

O agressor, aquele que agride, apelida, tira sarro, também é extremamente prejudicado pela minimização do fato, pois tende a achar que está certo, que pode fazer o que quiser e como quiser, sem, entretanto sofrer as consequências de seus atos. Se generalizarmos essa maneira de pensar para a idade adulta, teremos adultos que não seguem leis, normas e regras sociais, por não acreditarem que precisam segui-las, visto que não sabem lidar com consequências de comportamentos errados.

O acompanhamento, a supervisão, a intervenção e a orientação frequente e contínua dos pais com seus filhos é elemento fundamental no desenvolvimento de uma pessoa saudável e que conviva bem em sociedade e com os demais. O exercício da empatia (colocar-se no lugar do outro e ver como este se sente) deve ocorrer de forma contínua nos lares das crianças. Cabe aos pais a responsabilidade de criar filhos que respeitem o outro e as diferenças, que sejam desprovidos de preconceito e que convivam de forma saudável com os demais.

Cabe à escola cobrar e exigir esse posicionamento familiar, refletir com seus alunos e dar consequência aos atos ocorridos dentro do ambiente escolar, pois, uma vez que agressor sofrer a consequência de sua ação, poderá refletir e perceber se a mesma lhe trouxe bons frutos. E o agredido irá sentir-se fortalecido para não permitir que isso lhe aconteça e ter a certeza que está amparado. 

Em um mundo onde cada vez mais nos deparamos com preconceitos, violência, exclusão, devemos buscar criar e educar nossas crianças para o convívio saudável em sociedade. Para o respeito integral ao próximo e às diferenças.

Por Sophia Rodovalho | 13/08/2016

Fonte: http://alosp.com.br/se-pode-existir-uma-pior-parte-no-bullying-na-escola-segue-uma-reflexao-desnuda/

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Colégio não toma atitude contra bullying e garoto se suicida



"Eu desisto", escreveu Daniel Fitzpatrick, de 13 anos, em sua carta de despedida. Segundo ele, os seus colegas da escola o atormentavam há muito tempo e a direção da instituição de ensino não fazia nada a respeito, mesmo após ele e os seus pais terem feito uma reclamação formal.

A resposta teria sido "Calma tudo vai ficar bem. É só uma fase, vai passar".

A escola, que se chama Holy Angels Catholic Academy, fica em Nova York, nos Estados Unidos, e até o fechamento desta matéria não se pronunciou a respeito. Infelizmente, casos assim podem acontecer em qualquer lugar do mundo, porém, ainda são pouco divulgados.

A palavra bullying é um termo estrangeiro recente, mas sempre aconteceu em praticamente todas as escolas, seja atualmente ou no passado. E isso é grave, precisa ser discutido dentro e fora das salas de aula, tanto pelos pais como por todos os profissionais das áreas pedagógicas.



O pai de Daniel Fitzpatrick resolveu revelar a triste história do seu filho, inclusive a carta de suicídio e a sua foto, justamente para que casos assim não voltem a acontecer. "Nenhum pai deveria ter que enterrar seu filho. Nenhuma criança deveria passar pelo que o meu filho passou", disse ele.

A mãe do garoto disse que as crianças o xingavam de diversos nomes dentro da sala de aula e também atiravam coisas contra ele. Ao longo do tempo, isso foi o deixando cada vez mais triste e frustrado.

Antes que alguém questione o motivo dos pais não terem transferido Daniel do colégio, fica óbvio que culpá-los pela situação é tão cruel quanto o bullying sofrido pela criança. O que precisa mudar é a maneira e seriedade com que encaramos este assunto.

Deve-se ensinar desde cedo, seja dentro de casa ou da sala de aula, que oprimir e ofender as pessoas é errado. Quando vemos alguém fazendo isso, seja uma criança ou adulto, é o nosso dever intervir.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o suicídio é atualmente a terceira causa de mais mortes durante a adolescência.

Aliás, qual a última vez que você conversou com o seu filho ou alunos sobre o bullying? É importante perguntar se ele pratica ou recebe este tipo de comportamento.

14/08/2016 | 21:11

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Crianças e jovens viciados nas redes sociais assumem comportamentos de risco


As crianças e os jovens estão viciados nas redes sociais e assumem comportamentos de risco que os podem colocar na mira de criminosos e cibercriminosos. A conclusão é do estudo Connected Kids, que analisou a relação dos mais novos com a internet em todo o mundo.
A preocupação dos pais relativamente à relação dos seus filhos com a Internet é uma realidade fundamentada. O estudo Connected Kids, elaborado pela Kaspersky Lab e pela iconKids & Youth em todo o mundo, revela que as crianças com idades compreendidas entre os 8 e os 16 anos não só estão viciadas em comunicar através das redes sociais, como também têm comportamentos muito perigosos nas mesmas, colocando-os a eles próprios e ao resto da família em perigo.
As crianças, hoje em dia, dependem da Internet para se conectarem e comunicarem com as outras pessoas e este fenómeno intensifica-se à medida que vão crescendo. Esta é a atividade mais importante que realizam online. O facto é que isto é tão importante para eles que 35% não quereriam, sob nenhuma circunstância, viver sem redes sociais. No entanto, embora as redes sociais permitam que os jovens se mantenham em contacto uns com os outros, também os tornam extremamente vulneráveis devido à maior exposição a que os colocam.
As crianças que querem fazer parte deste grupo de pessoas que utilizam as redes sociais podem acabar por partilhar demasiada informação pessoal nas mesmas. Muitos deles acabam por fazê-lo sem sequer perceberem que a informação que partilham pode ser vista e utilizada por pessoas perigosas. Cerca de 66% partilham o nome da escola que frequentam, 54% compartilham os sites que visitam e um em cada cinco (22%) expõem as suas moradas. O que muitos não percebem é que a compartilha deste tipo de informações pode chegar até criminosos que os tentem encontrar na vida real.
Esses compartilhamentos por parte das crianças fornecem uma quantidade de informação relevante aos criminosos da qual estes podem tirar vantagens. Por isso, é importante que os pais se mantenham alertas, já que alguma da informação partilhada os pode afetar diretamente. Um terço das  crianças (36%) revelam informações sobre atividades dispendiosas que os pais concretizam, 33% partilham qual o emprego dos mesmos e um quinto (23%) conversam sobre os salários que os pais recebem. Juntando esta informação ao conhecimento da localização das crianças, torna-se fácil de perceber como é que os criminosos atuam, cada vez mais, direcionados a um alvo específico.
No entanto, os riscos podem ainda ir mais além se considerarmos que um terço das crianças (31%) está preparada para mentir sobre a sua idade on-line. Cerca de 17% das crianças com idades compreendidas entre os 8 e os 16 anos fingem ser mais velhas do que são e, uma em dez (10%) altera a idade dependendo do website que está a utilizar. Nos casos mais preocupantes, este cenário pode colocar as crianças numa posição vulnerável e deixá-las mais próximas de abordagens inapropriadas por parte de determinados adultos, que podem pensar que estão a falar com pessoas da sua idade, bem como expostas a conteúdos impróprios para a sua verdadeira idade.
“Por vezes as crianças não veem perigos nas conversas que mantêm on-line – elas estão disponíveis, não têm medo e são muito comunicativas. E é precisamente por isto que os pais têm que os alertar sobre os perigos desta exposição. Neste sentido, é sensato explicar às crianças desde cedo o que é que pode ser compartilhado – online e offline – e o que é que deve ser mantido em privado, a fim de proteger os interesses, a segurança e a privacidade de toda a família. É também importante utilizar as configurações necessárias ao nível da privacidade nas redes sociais, para que apenas os amigos consigam ver as publicações e as informações das crianças. Para uma proteção ainda mais reforçada, softwares de segurança especializados como o Kaspersky Safe Kids, permitem que os pais monitorizem constantemente as mudanças nas listas de amigos e nas publicações dos seus filhos, para que os consigam proteger antes que estes se coloquem a eles próprios, ainda que sem saberem, em perigo”, comenta Alfonso Ramírez, diretor geral da Kaspersky Lab Iberia.
“A maioria dos problemas on-line que os jovens reportam às linhas de apoio devem-se a violações de privacidade que ocorreram em algum momento das suas interações on-line. Perceber o que são dados pessoais e como protege-los é crucial nos dias de hoje. As crianças precisam de aprender desde cedo que a privacidade é a sua maior posse – e um direito humano essencial. O novo European General Data Protection Regulation tem como objetivo ajudar os jovens a proteger a sua privacidade, ainda assim a educação sobre proteção que parte dos pais, dos professores e de toda a comunidade na qual as crianças aprendem e vivem não deixa de ser a mais confiável,” afirma Janice Richardson, Consultor Sénior na European Schoolnet.

Fonte: http://www.techenet.com/2016/07/criancas-e-jovens-viciados-nas-redes-sociais-assumem-comportamentos-de-risco/

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Com a Internet, crianças têm acesso precoce a conteúdo adulto

Segundo relatório irlandês, crianças a partir de 6 anos já estão em contato com os vídeos que trazem esse tipo de conteúdo na Internet.



O contato cada vez mais precoce com a internet tem causado um grande impacto na vida das crianças. Segundo a Irish Society for the Prevention of Cruelty to Children (ISPCC), ou Sociedade Irlandesa para a Prevenção da Crueldade contra Crianças, em tradução livre, crianças a partir de 6 anos de idade já têm acesso a conteúdo pornográfico na rede. 

O relatório anual da ISPCC revelou que, em 2015, foram mais de 420 mil chamadas em busca de ajuda. O local possui a "Childline", linha para a qual crianças e jovens de até 18 anos podem ligar para falar sobre seus problemas, conversar e pedir conselhos. Voluntários treinados para ajudar atendem ás chamadas. Segundo a instituição, as pessoas os procuram por motivos que vão desde a baixa auto-estima até a sexualização precoce.

"Quando pergunto aos voluntários da Childline o que os preocupa eles respondem, sem hesitar, que é o fato de as crianças estarem usando pornografia e de falarem com uma linguagem altamente sexualizada", disse Grainia Long, CEO da ISPCC. Ela acredita que o governo precisa colocar em ação uma estratégia de segurança cibernética no lugar. "Precisamos de um debate nacional e de conversa", opinou.

E no Brasil?

Não há dados que comprovem o quanto as crianças brasileiras estão, desde cedo, em contato com material pornográfico. No entanto, não há dúvidas de que o acesso à internet, muitas vezes, facilita essa situação. Para Bruno Mader, psicólogo do Hospital Pequeno Príncipe, essa exposição precoce é preocupante. "Dos 6 aos doze anos, nos valemos de conteúdos fantasiosos pra entender o mundo. Questões tão explícitas assim causam uma confusão de papéis porque as crianças não são maduras o suficiente para entender", explicou. "Não é legal para elas, não tem nada de positivo."

Como proteger seu filho

Para evitar que esse contato precoce aconteça com as crianças, é preciso saber com o que estamos lidando. De acordo com Mader, o mais importante é agir preventivamente. "Os pais precisam se interessar por tecnologia. Entender como funcionam as redes sociais, o bloqueio dos aparelhos. Devem estar alertas porque o problema pode acontecer", explica.

Com tantos vídeos circulando rapidamente, principalmente em aplicativos de mensagens instantâneas, é preciso ficar de olho também no seu próprio aparelho e lembrar de fazer uma limpeza nos arquivos com frequência. Muitas vezes, algum conteúdo impróprio é recebido pelos adultos, passa despercebido e fica armazenado no smartphone. A criança, então, pega o celular e se depara com o material.

Além disso, observar e interpretar o comportamento da criança é fundamental, afinal, por aí é possível identificar quando algo estiver errado. O mesmo vale para a escola, que deve evitar tratar o assunto como tabu.

Se a criança for constantemente exposta a esse tipo de conteúdo pode caber, inclusive, uma ação do conselho tutelar, ou seja, negligenciar nunca é a solução.

Aconteceu. E agora?

E se você descobrir que seu filho tem ou teve acesso a esse tipo de conteúdo no celular, na internet ou na televisão? O que fazer? Veja as dicas do psicólogo:

1. Os pais precisam fazer uma leitura de si mesmos, ver se sentem a vontade e capazes de abordar o assunto. Nem sempre é necessário procurar um profissional.

2. Se a primeira reação dos pais for mais agressiva, tudo bem, afinal, eles também possuem emoções. No entanto, depois desse primeiro momento é necessário retomar a conversa e explicar a situação com calma para a criança.

3. Nesse diálogo, o certo é apontar que aquele conteúdo não é ideal para a idade dela, não usando tom de proibição, mas indicando apenas que não é apropriado.

4. Caso a escola perceba que algo está acontecendo, deve contatar os pais. Se não houver uma resposta adequada, autoridades competentes podem ser acionadas.

5. Em um caso mais extremo, no qual a conversa não funciona, os pais devem procurar a ajuda de um profissional que lide com a saúde mental da criança.

Por Revista Crescer 10/08/2016 20h45

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

“Sequestro virtual” de bebês vira moda e assusta famílias

Os criminosos roubam fotos das crianças e publicam nas redes sociais como se fossem seus filhos.


Já ouviu falar de sequestro virtual? O termo vem do inglês “digital kidnapping”, expressão que está sendo usada para descrever uma situação cada vez mais comum na internet: pessoas que roubam fotos de bebês e as publicam nas redes sociais, como se fossem de seus filhos. 

As autoras desse tipo de postagem costumam ser adolescentes, que fingem ter uma vida completamente diferente da que realmente têm. No Instagram e no Facebook, elas utilizam o termo “adoption role play”, algo como “brincando de adotar” em português. As fotos roubadas levam hashtags como #adoptionrp e #babyrp.

A blogueira norte-americana Lindsey Paris, do estado da Georgia, passou pela situação. Mãe de dois filhos, ela sempre gostou de postar fotos da família nas redes sociais, mas não imaginava que as imagens pudessem ser usadas sem o seu consentimento. Até o dia em que Lindsey viu que um perfil falso estava publicando as fotografias de seu bebê.

“Na legenda da foto, a pessoa que roubou a imagem do meu filho estava dizendo que o bebê era dela. Ela dizia que ele era lindo e que amava seu cabelo ruivo”, afirmou Lindsey em entrevista ao News Channel 3.

“Eu descobri que se tratava de uma adolescente de 16 anos que vive na Califórnia. Felizmente, ela não parecia não ter maldade. Ela me disse que sempre quis um filho ruivo e que não teve a intenção de me ofender ao pegar a foto. Parecia que estava brincando de casinha na internet”, disse Lindsey.

Nas legendas das fotos roubadas, os autores costumam criar um nome para o bebê, dão uma data de nascimento e inventam histórias sobre a criança. Alguns casos chegam a ser assustadores. A americana Ashton Hamner, por exemplo, viu fotos de sua filha circulando nas redes sociais em um post mal-intencionando, que dizia que a criança sofria de câncer e tinha problemas mentais. "Eu chorei. Era tudo o que eu podia fazer. Eu não acreditava no que estava vendo”, disse a mãe em entrevista ao jornal Tucson News Now.

Para evitar ser vítima desse tipo de situação, lembre-se sempre de tomar cuidado com as postagens que envolvem seus filhos na internet e esteja atento às configurações de privacidade de suas redes sociais.

Por Crescer online - 09/08/2016 16h52 - atualizada em 09/08/2016 17h46

Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Curiosidades/noticia/2016/08/sequestro-virtual-de-bebes-vira-moda-e-assusta-familias.html

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Podemos ser melhores



Tenho sorte. É uma existência abençoada escolher uma vida criativa e ter a oportunidade de fazer um trabalho recompensador que às vezes é significativo, que compensa o preço dos desafios que dizem respeito à vida pública.

Às vezes isso significa aceitar humilhações; outras, entender quando o silêncio perpetua um problema maior.

Em outubro de 2014, um tablóide informou que eu provavelmente tinha feito uma cirurgia para alterar meus olhos.

Não importava; apenas mais uma história na pilha de lixo gerada diariamente pelos tabloides e alimentada pelas manchetes sensacionalistas e pelas pessoas que praticam a crueldade de forma covarde em seus púlpitos na internet.

No interesse do jornalismo de tabloide, que lucra inventando e injetando caos e escândalo na vida das pessoas e depois as humilhando, a verdade é reduzida a apenas um lado do argumento fictício. 

Não consigo imaginar que exista dignidade em se explicar para quem vive do comércio de escândalos artificiais, ou em buscar a aprovação daqueles que tiram sarro dos outros por esporte. É entretenimento bobo, é sem importância, e não vejo por que comentar.

No entanto, em nossa cultura atual de transparência não-solicitada, de roupa suja lavada na TV e de pessoas vendendo seus detalhes mais íntimos em troca de atenção e notoriedade, parece que escolher a privacidade te torna uma pessoa suspeita. Hipócrita. 

Uma mentirosa que tem de esconder algum comportamento nefasto. "Ela nega", implica uma tentativa de acobertar a "verdade exposta" pelos tabloide.

E se as histórias inventadas, julgamentos e equívocos dos tabloides ficassem confinados à categoria de entretenimento de baixa qualidade e fossem substituídos na grande mídia por conversas muito mais importantes e necessárias?

Hoje, quando histórias inventadas de internet se tornam a verdade em instantes, escolher a dignidade do silêncio -- em vez de se envolver com o comércio da ficção cruel - te deixa vulnerável não só à ridicularização de sempre, mas também a ter sua narrativa sequestrada por aqueles que lucram com escândalos inventados.

Não estou escrevendo hoje porque fui vítima de bullying público ou porque o valor do meu trabalho tenha sido questionado por um crítico cujo ideal físico de representação de um personagem fictício já tem 16 anos - um ideal do qual ele se sente dono e o qual não atinjo mais hoje. 

Não estou escrevendo em protesto à sugestão repulsiva de que o valor e as contribuições de uma pessoa sejam diminuídas se ela se dobrar às pressões sociais relativas à aparência, e que ela tenha de justificar suas escolhas pessoas no tribunal da opinião pública. 

Não estou escrevendo porque acho que é um direito individual tomar decisões sobre seu próprio corpo, sem julgamentos e por qualquer razão.

Estou escrevendo porque, para ser justa comigo mesma, tenho de reivindicar as verdades sobre minha vida e porque é muito preocupante ver a transmutação do lixo dos tabloides em verdade. 

A matéria sobre a "cirurgia nos olhos" não teve importância, mas se tornou catalisadora da minha inclusão em matérias subsequentes - e legítimas -- sobre autoaceitação e mulheres que sucumbem à pressão social por causa de sua aparência e por causa do envelhecimento. 

Na minha opinião, o fato de especulações de tabloides se tornarem assunto dos veículos de notícia mainstream tem importância.

Não que seja da conta de ninguém, mas não tomei a decisão de alterar meu rosto e fazer cirurgia nos meus olhos. 

Este fato não importa para ninguém, mas que a possibilidade tenha sido discutida por jornalistas respeitados e tenha se tornado uma conversa pública é uma ilustração desconcertante da confusão entre notícia e entretenimento e a fixação da sociedade nos atributos físicos.

Não é segredo que o valor da mulher é medido historicamente por sua aparência. Embora tenhamos evoluído para reconhecer a participação feminina como medida do sucesso da sociedade, e apesar de darmos de barato que as mulheres são símbolos em várias posições de destaque e influência, nossas contribuições ainda são diminuídas com o uso de dois pesos e duas medidas. 

E isso é perpetuado pela conversa negativa que entra na nossa consciência todos os dias na forma de entretenimento maldoso.

Magra demais, gorda demais, aparentando a idade, melhor morena, celulite nas coxas, calvície, barriguinha ou gravidez? Sapato feio, pés feios, sorriso feio, mãos feias, vestido feio, risada feia; material de manchete que enfatiza variáveis que determinam o valor de uma pessoa e serve de parâmetro rígido dentro dos quais todos temos de existir a fim de sermos considerados socialmente aceitáveis e dignos de valor no campo profissional - além de livres da ridicularização. 

A mensagem resultante é problemática para as gerações mais jovens e suas mentes impressionáveis. Sem dúvida, isso vai precipitar inúmeras questões de conformidade, preconceito, igualdade, autoaceitação, bullying e saúde.
Não é segredo que o valor da mulher é medido historicamente por sua aparência.
A repetição constante e onipresente de matérias de tabloide, julgamentos maldosos e informações falsas não é inofensiva.

Ela toma cada vez mais tempo dos incontáveis eventos significativos e sem precedentes que afetam nosso mundo. Ela satura nossa cultura, rebaixa o nível do discurso social e político, torna a crueldade uma norma cultural e inunda as pessoas com informações sem importância.

E se as histórias inventadas, julgamentos e equívocos dos tabloides ficassem confinados à categoria de entretenimento de baixa qualidade e fossem substituídos na grande mídia por conversas muito mais importantes e necessárias? 

E se tomássemos mais cuidado sobre as escolhas que fazemos para nós mesmos, escolhendo melhor como canalizar nossas energias e em que histórias acreditar; lembrar que informação - verdadeira ou fictícia - é frequentemente transformada em produto, e seu conteúdo e como o usamos têm importantes consequências pessoais, sociais e públicas?

Talvez possamos falar mais sobre esse nosso apetite coletivo por ver pessoas diminuídas e humilhadas com base em sua aparência e caráter, e o impacto disso em nossas gerações mais jovens e na luta por igualdade. 

Falar mais sobre a vulnerabilidade da imprensa legítima em relação à ambiguidade entre notícia e entretenimento, que abre um caminho perigoso para que ficções mais perigosas inundem a consciência pública - com consequências muito mais sérias. 

Talvez possamos falar mais sobre nossos reais desafios sociais, e como podemos ser melhores.

Por Renee Zellweger
Atriz, escritora e produtora
Publicado: 08/08/2016 16:21 BRT Atualizado: 08/08/2016 16:34 BRT

Fonte: http://www.brasilpost.com.br/renee-zellweger/podemos-ser-melhores_b_11392378.html

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Por que você deve tomar (muito) cuidado ao expor seu filho nas redes sociais

Passamos gerações dizendo aos filhos: “Não converse com estranhos”. Por que oferecemos uma série de informações sobre as crianças nas redes sociais?



Nunca é demais lembrar. As redes sociais não são um lugar seguro para crianças. Está nas regras do Facebook: “Você não deve usar o Facebook se for menor de 13 anos”. O mesmo vale para Instagram, Pinterest, Snapchat e Twitter. No YouTube, crianças podem até assistir, mas apenas adolescentes a partir de 13 anos podem criar um canal. É bem esquisito que responsáveis deixem seus filhos virar estrelas youtubers mirins. Sem esquecer o WhatsApp... O aplicativo define a idade mínima de 16 anos (sim, 16...), ainda que muitos professores do ensino fundamental usem o aplicativo para manter contato com seus alunos. É uma tentativa de parecer “ligado nas novas tecnologias“, mas ajuda, junto a responsáveis mais permissivos, a construir um cenário preocupante: uma pesquisa publicada por ÉPOCA no ano passado mostrou que mais de 60% das crianças brasileiras com 7 a 12 anos se expõem em serviços como Facebook e WhatsApp.

As redes sociais, que ganham dinheiro com o conteúdo que seus usuários publicam, não querem crianças compartilhando seus hábitos e gostos. Elas sabem que não têm como garantir a segurança desse público e “topam” abrir mão desse dinheiro que poderia ser gerado pela venda de publicidade infantil, por exemplo. Então por que tantos responsáveis insistem em expor seus filhos com fotos e vídeos que contam, com detalhes, cada etapa do crescimento da criança?

Aqui há um desafio em não parecer radical. Não tenho filhos. Muitos amigos com crianças, especialmente em idade pré-adolescente, costumam me responder com o tradicional: “Quando você tiver as suas, verá como é na realidade...”. Também não quero dizer que responsáveis não devem postar qualquer foto de família em que uma criança apareça. Mas dou algumas dicas baseadas em exemplos – alguns um pouco fortes, me perdoem – que mostram que não custa nada tomar muito cuidado em relação ao que você compartilha nas redes.

1. A falta de bom-senso dos amigos e familiares

Se você preza por privacidade, tome cuidado. Sofremos com a falta de conhecimento sobre como as redes sociais funcionam e como elas distribuem nossas informações. Nem sempre por culpa dos serviços que usamos, mas porque não lemos os termos de uso e nem paramos para compreender como funcionam as ferramentas de privacidade. Às vezes, achamos que estamos publicando uma informação direcionada a um público restrito, só de amigos. Mas quem criou o grupo se esqueceu de torná-lo privado. Ou pior: um amigo ou familiar sem noção resolve divulgar aquela foto particular na página dele, com mais de 1.000 amigos que você pouco conhece. Como bom-senso é um conceito subjetivo, é bom evitar dois problemas: o de ver a foto de seu filho circulando por caminhos desconhecidos e o de precisar se indispor com algum amigo ou familiar que acha que não há problema em compartilhar em suas redes.

2. A atratividade de fotos aparentemente inofensivas

Fotos de criança sem roupa – tomando banho, por exemplo – nunca devem ir para as redes sociais. Se na era das fotos reveladas em papel tínhamos o controle de quem poderia vê-las, na das redes sociais é impossível impor um limite. Impossível mesmo. Se essas fotos caem em redes de pedofilia e pornografia infantil, fica impossível rastreá-las e apagá-las. Para usar uma analogia batida, é como querer tirar xixi de piscina.

Censurar fotos de pijamas e roupas de banho parece exagero? A mim parecia, mas vale contar a história de uma colega especializada em mídias sociais que trabalhou para uma marca de roupas infantis. A empresa identificou que nas páginas da loja on-line das marcas havia picos de audiência durante a madrugada de dois setores do site: o que havia modelos crianças com roupas de banho e crianças usando pijama. Especialmente meninas. Essa audiência não se convertia em vendas. Ou seja, não era o público normal comprando roupas. Era gente atrás das imagens das crianças, que também passam a circular em grupos de pedófilos.

3. A segurança física

Passamos gerações e gerações dizendo a nossos filhos: “Não converse com estranhos”. Por que então fornecemos uma série de dados que ajudam esses mesmos estranhos a rastrear, passo a passo, a rotina dos nossos filhos? Um exemplo hipotético: numa manhã você publica a foto da criança na festa junina da escola numa conta aberta do Instagram. Mais à noite, posta outra foto, a imagem dela em casa abraçando o animal de estimação. Marca como localização o nome de seu condomínio. Num espaço de poucas horas, um estranho sabe onde seu filho, ou filha, mora e estuda. E mais...

Às vezes até blindamos as crianças, mas nos esquecemos de proteger nossas informações pessoais. Uma advogada acompanhou o caso de uma menina de 9 anos que foi chantageada por um pedófilo no WhatsApp. Ele enviava uma mensagem do tipo “Oi. Tudo bem com você?” para um monte de números aleatórios. Alguns deles pertenciam a crianças. Algumas respondiam, e a interação começava. Com uma engenharia social básica, o pedófilo conseguiu convencer a menina a revelar o nome de seus pais. Ele então buscou no Facebook e descobriu ali a rotina detalhada da família, com o endereço do trabalho dos responsáveis e os lugares que eles frequentavam. Quando já tinha a confiança da criança, passou a exigir imagens da garota nua. Se ela não enviasse ou contasse para os pais, eles seriam mortos. A criança acabou enviando essas fotos, e os pais só descobriram depois de alguns dias, quando a menina não suportou e contou para a mãe.

4. O direito de não exposição da criança

Esta última parece menos grave, mas entra na mesma linha da privacidade. Nós, adultos, temos controle sobre o que publicamos nas redes sociais. Ou podemos tomar a decisão de não ter controle algum e respeitar os efeitos que isso pode trazer. A criança não tem. São os responsáveis que vão decidir por ela. Só que essa criança vai crescer e virar um adulto. E aí? E se o perfil dela for mais reservado do que dos pais? Não estamos falando de álbuns de fotografia de família guardados dentro de baús empoeirados. Falamos de crianças que em algum momento tomarão conhecimento de que há gigabytes de fotos digitais espalhadas por redes sociais frequentadas por estranhos. Será justo com elas?

POR BRUNO FERRARI
01/08/2016 - 19h23 - Atualizado 01/08/2016 22h59

Fonte: http://epoca.globo.com/vida/experiencias-digitais/noticia/2015/07/por-que-uma-mae-deletou-o-facebook-da-filha-de-10-anos.html

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Aluno receberá R$ 20 mil por ser chamado de “Félix” por professora e sofrer bullying


Uma decisão do Tribunal de Justiça condenou o Estado de São Paulo a pagar R$ 20 mil a um aluno da rede pública de Piracicaba que foi chamado de “Félix” por uma professora em sala de aula, em 2013. A atitude fez com que o jovem fosse perseguido e sofresse bullying pelos colegas até que mudou de colégio. A decisão unânime partiu de três desembargadores que julgaram, em segunda instância, correta a indenização por danos morais.

O caso aconteceu em 2013, quando o jovem foi comparado ao personagem gay “Félix”, da novela “Amor à Vida”. Aos 11 anos, ele estudava na escola Escola Estadual Professora Juracy Neves de Mello Ferracciú e, ao retornar das férias usando óculos, uma professora de Geografia fez uma comparação do garoto com o personagem. Diversos comentários surgiram, e ele precisou mudar de escola para fugir do bullying.

A mãe do aluno conta que registrou um boletim de ocorrência e abriu um processo contra o Governo Estadual, responsável pela escola. A sentença ainda confere tratamento psicológico ao jovem, hoje com 14, pago pelo estado. Sobre a sexualidade do jovem, a sua mãe afirmou que não teria problema em aceitar o filho, mas afirmou que ele dá sinais de sair com “namoradinha”.

Enviado por Redação em 3 Agosto, 2016 - 00:07

Fonte: http://revistaladoa.com.br/2016/08/noticias/aluno-recebera-r-20-mil-por-ser-chamado-felix-por-professora-sofrer-bullying

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Redes sociais estão deixando usuários "viciados" em likes

Especialistas explicam por que muita gente está ficando dependente do feedback de seus seguidores em redes como Instagram e Facebook.


Confesse: ver seu post cheio de likes é bem legal. Muita gente sente o mesmo — e não é por acaso. Quando recebemos uma curtida, nosso cérebro gera uma descarga de dopamina, mesmo neurotransmissor produzido quando comemos chocolate, fazemos sexo ou ganhamos dinheiro. Na prática, Facebook e Instagram nos dão prazer. E, ao que parece, estamos ficando "viciados" — pelo menos os mais jovens.

É o que indica um estudo feito na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e publicado em maio deste ano na revista Psychological Science. A pesquisa mostrou que o cérebro de adolescentes fica exultante com likes. Trinta e dois voluntários de 13 a 18 anos participaram de um experimento à la Instagram: em frente ao computador, foram expostos a 148 fotografias, das quais 40 eram deles mesmos. Ao lado de cada imagem, havia o número de curtidas dadas pelos outros jovens — na verdade, a quantidade era designada pelos pesquisadores. Os cientistas notaram que o núcleo accumbens, parte do circuito de recompensa do cérebro, era ativado toda vez que os adolescentes visualizavam suas próprias fotos com muitos likes. Feedbacks positivos, aparentemente, os deixavam felizes.

Muito provavelmente eles não estão sozinhos. Reação semelhante pode ser compartilhada pelas 1,3 bilhão de pessoas que fazem parte do Facebook. Se fosse um país, a rede seria a segunda maior nação do mundo. E seus habitantes estariam unidos em torno de alguns objetivos em comum: entre eles, compartilhar informações, stalkear, curtir posts e ganhar likes.

Para os críticos das tecnologias, estamos modificando nosso comportamento para conquistar mais curtidas, sobretudo os mais jovens. Em última instância, ficaríamos cada vez mais vulneráveis à aprovação dos outros.

— Acredito ser possível que um tipo de vício possa ocorrer com likes e outros feedbacks virtuais. Eles são bons de receber, e algumas pessoas aparentemente anseiam por eles — afirma William Keith Campbell, professor de Psicologia na Universidade da Geórgia (EUA) e autor de três livros sobre o aumento do narcisismo nas novas gerações.

Essa possível mudança de comportamento foi sinalizada em um estudo de 2012 feito com 292 voluntários pela Universidade de Illinois, também nos EUA. O trabalho mostrou que, quanto mais amigos uma pessoa tem no Facebook, mais narcisista ela tende a ser. Ao mesmo tempo, aumentam as chances da publicação de comentários agressivos.

— Podemos, sim, ficar meio viciados em likes. Conforme as pessoas se refugiam nas redes, elas perdem a habilidade de se relacionar com os outros. Você vê jovens que não se relacionam ao vivo, mas estão nos smartphones. Isso gera a incapacidade de ler a emoção dos outros e faz a pessoa se refugiar dentro da vida online, porque lá temos mais controle — explica Cristiano Nabuco, coordenador do grupo de dependências tecnológicas do Instituto de Psiquiatria da USP.

Reações nesse nível preocupam Sherry Turkle, professora de Psicologia do Massachusetts Institut of Technology (MIT) e referência mundial nos estudos do impacto da tecnologia na sociedade. Ela acredita que o uso massivo das plataformas digitais nos deixa com menos empatia e mais preguiçosos, egoístas e narcisistas. Em seu mais recente livro, Reclaiming conversation, ela tenta responder a uma difícil pergunta: por que preferimos redes sociais à conversa presencial?

"Autobiografia em edição" nas redes

Mark Zuckerberg faz de tudo para isso. Os algoritmos do Facebook privilegiam que visualizemos publicações de quem pensa como a gente. Esse ambiente fraterno é perfeito para que o usuário se exponha e construa uma imagem de si. Caso ele se arrependa, basta deletar. É o que alguns especialistas chamam de "autobiografia em edição". Em outras palavras, é a busca de modificar a memória que os outros têm de nós. Bom, ao menos a memória online.

O ideal é que o ato de postar seja visto de forma crítica. É o caso da blogueira de moda Júlia Fleck. Com 41 mil seguidores em sua página do Facebook e 12,8 mil no Instagram, a porto-alegrense posta de forma comedida para não cansar os seguidores. Ela evita conteúdos polêmicos: prefere publicar fotos com seus cachorros e conteúdos de moda. Júlia também confessa manter no smartphone o InstaFollow, um aplicativo para monitorar quem parou de segui-la. Atualmente, o recurso foi baixado por mais de 10 milhões de pessoas.

— Fico chateada quando uma pessoa de quem gosto ou que admiro para de me seguir. É como se ela não me admirasse de volta. Fico me perguntando: será que publiquei algo que fez ela parar de me seguir? — questiona. 

Novas tecnologias, instintos ancestrais

A curtida é, por enquanto, a nova medida de popularidade do século 21. No entanto, o que motiva esse sentimento não tem nada de novo: pesquisadores veem a origem disso em um comportamento bastante ancestral. "Nossa reputação é importante para nós. A seleção natural fez com que nos importássemos com nossa fama", afirmam cientistas da Universidade Livre de Berlim em um artigo publicado em 2013 no Journal of Frontiers in Neuroscience. Nele, relatam um estudo feito com adolescentes que também provou que o núcleo accumbens está envolvido em dar uma descarga de prazer nos jovens que ganham likes.

É que a boa reputação, há milhares de anos, era essencial para sobrevivermos. Na época, alguém "popular" tinha mais chances de ter um membro da comunidade que pudesse arriscar a própria pele para salvar o amigo. Nossa alegria com likes viria de um instinto de sobrevivência: buscamos ser amados para termos por perto quem nos ofereça ajuda.

Essa ideia de que adaptamos comportamentos do offline para a web é adotada por vários cientistas que são entusiastas das tecnologias. Para eles, as redes foram criadas para suprir as necessidades das pessoas e trazem aspectos positivos. É que elas mantêm laços sociais, em uma espécie de transposição da vida presencial para a mediada pela internet. Com isso, permitem que sigamos em contato com amigos com quem não falaríamos com tanta frequência sem a web.

Essa é uma das razões que motivam 55% dos brasileiros com 10 anos ou mais a usar a internet, o que corresponde a 94,2 milhões de pessoas. Destes, 80% navega na web todos os dias. O que eles (e nós) mais fazem, você deve imaginar: enviam mensagens instantâneas por aplicativos como WhatsApp, Facebook ou Skype. Os dados são do Comitê Gestor da Internet.

Um reforço do que já somos

O gaúcho Henrique Negrini se define como um forte usuário do Facebook. Sócio da SDH Marketing Digital, ele deixa a rede social aberta no navegador ao menos oito horas por dia. Acessando ativamente, são pelo menos quatro. 

Ele não gosta da exposição das selfies — sua "praia" são textos analíticos sobre acontecimentos do dia a dia. Por trás de cada post, está a ideia de interagir e provocar reflexões nos amigos da rede. Negrini já escreveu para blogs, mas vê no Facebook uma ferramenta com maior alcance e possibilidade de feedback. 

— Quando não há o retorno de uma pessoa, mesmo que seja com um like, dá uma desmotivação. Estou escrevendo isso para quem? Não há uma catarse. As pessoas têm a necessidade de que as coisas sejam compartilhadas. Como seres humanos, temos a necessidade de sermos ouvidos — afirma.

Professora e pesquisadora de redes sociais da UFRGS e da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Raquel Recuero lembra que essa necessidade sempre existiu. A diferença de hoje, para a estudiosa, é que a internet permite mensurar esse reconhecimento em números — isto é, em likes e visualizações.

— Muitos trabalhos mostram que as redes sociais funcionam como uma forma de manter conexões que não se manteriam de outra forma, e isso é positivo. Ao mesmo tempo, na mediação pelo computador, eu controlo mais o que quero dizer e a persona que quero mostrar — defende Raquel.

Em outras palavras, construímos personalidades que gostaríamos de ter: o Eu que entende de política, o Eu que entende de cinema, o Eu que sempre sai bonito nas selfies. Mas essas personalidades preexistem dentro de nós, ainda que de forma incipiente.

Uma pesquisa feita na PUC do Chile e publicada no periódico Personality and Individual Differences, por exemplo, fez um questionário para analisar os níveis de narcisismo de 1.225 pessoas. 

As perguntas eram no estilo "Eu sou mais capaz do que outras pessoas" ou "Eu gosto de ser o centro das atenções", para as quais os voluntários precisavam responder em uma escala de 1 a 5 o quanto se identificavam com as afirmações.

No final do período, 314 pessoas responderam o mesmo questionário e classificaram a frequência com que postavam selfies (sete para diariamente e zero para nunca). Os resultados sugeriram que as redes sociais reforçaram comportamentos já existentes: narcisistas tiravam frequentemente fotos de si mesmos, e os likes os motivam a postar ainda mais. A curtida, na prática, é o reconhecimento da importância de um indivíduo e uma moeda de troca: eu curto seu post para você, em um futuro breve, curtir o meu. 

Mas essa relação, de certa forma, já existia, quando as pessoas eram agradáveis com conhecidos à espera de uma recompensa no futuro. A tecnologia coloca, na tela, nosso hábito em uma estética mais bonita: com fotos de viagens, pratos deliciosos e sorrisos de ponta a ponta.

— A tecnologia é uma ferramenta. A gente pode dizer que um martelo é bom ou mau em si mesmo? Qualquer artefato criado pode ser usado para os dois. A pessoa é que faz o uso de acordo com suas motivações. O detonador do problema são aspectos do próprio indivíduo, não da tecnologia — explica a psicóloga Rosa Maria Farah, coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Psicologia em Informática da PUCSP.

O like, ela diz, é um reforço em nossa autoestima importante no dia a dia. Mas o perigo passa a existir quando o usuário fica ansioso na expectativa do elogio, argumenta Adriana Amaral, coordenadora da especialização em Cultura Digital e Redes Sociais da Unisinos:

— As redes têm efeitos positivos e negativos. Elas aproximam pessoas e, ao mesmo tempo, dão visibilidade a comportamentos narcisistas. O problema é que o gerenciamento da imagem pública talvez amplifique algum tipo de transtorno que a pessoa já tenha.

E agora, pais?

A ciência ainda não tem como bater o martelo sobre a total influência das redes sociais no comportamento de jovens. Afinal, o uso dessa tecnologia é muito recente. 

O estudo feito na Universidade Livre de Berlim, que indicou que gostamos de likes por causa da seleção natural, salientou queheavy users das redes sociais podem ter menores notas escolares, redução da produtividade no trabalho e até mesmo depressão. Para evitar o uso prejudicial, pais devem dosar o tempo que os jovens ficam em frente à tela e acompanhar o conteúdo das postagens.

— O jovem termina a maturação do cérebro após os 21 anos. Tudo o que diz respeito ao controle dos impulsos, ele não tem. Os pais devem prestar atenção e acompanhar o jovem da mesma forma como fazem com qualquer outra atividade — aconselha Cristiano Nabuco, do Instituto de Psiquiatria da USP.

Por: Marcel Hartmann/ Especial
12/07/2016 - 03h29min | Atualizada em 12/07/2016 - 14h07min

Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/noticia/2016/07/redes-sociais-estao-deixando-usuarios-viciados-em-likes-6550937.html