sexta-feira, 17 de julho de 2015

Pais minimizam cyberbullying sofrido por crianças e adolescentes, diz pesquisa

DO IG DELAS 
10.08.2014 | 04h30 - Atualizado em 09.08.2014 | 08h51

Se da parte dos pais ainda falta conhecimento e familiaridade, o mesmo não se pode dizer das crianças. Elas observam, entendem e sabem usar – com facilidade que salta aos olhos – todo tipo de tecnologia, seja smartphone, tablet ou computador. Mas será que os adultos sabem o que as crianças e adolescentes tanto fazem quando estão conectadas?


Mais da metade dos pais entrevistados (51%) não se considera usuários de internet

A pesquisa TIC Kids Brasil 2013, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC.br) mostra alguns destes hábitos em relação ao uso da internet. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira (06).

De acordo com a pesquisa, a falta de segurança a que as crianças podem estar expostas tem relação direta com a pouca experiência que os adultos têm na internet. Mais da metade dos pais entrevistados (51%) não se considera usuários de internet. Justamente por causa desse distanciamento da tecnologia, têm poucas condições de opinar e avaliar de maneira crítica o que os próprios filhos consumem na rede.

Exemplo disso é a baixa porcentagem de pais conscientes do constrangimento ou incômodo virtual sofrido pelos filhos. Apenas 8% acreditam que a criança ou o adolescente tenha passado por alguma situação de bullying virtual, problema recorrente na internet. Estudos europeus e brasileiros mostram que cerca de 20% dos jovens já sofreram cyberbullying em algum momento da vida. “Pela falta de informação e experiência, os pais colocam esse problema em uma dimensão muito menor do que ela realmente tem”, analisa Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br.


Dispositivos

Outro destaque da pesquisa foi em relação aos equipamentos utilizados por crianças e adolescentes e o local em que eles acessam a internet com mais frequência. Em 2013, o uso de dispositivos móveis cresceu consideravelmente, passando de 21% em 2012 para 53% no ano passado. Já o acesso à Internet por meio dos tablets cresceu de 2%, em 2012, para 16%, em 2013. Apesar da alta, os computadores de mesa ainda são o meio mais utilizado para acessar a Internet por este público: 71%.

O aumento do uso de dispositivos móveis inspira cuidados com o controle do conteúdo consultado online. “Nas classes A e B, principalmente, os filhos acessam os conteúdos no próprio quarto ou outros ambientes privativos, fora do alcance dos pais. Isso dá espaço para alguns riscos, que merecem atenção. Adultos devem passar a orientação do uso seguro da internet para as crianças”, aponta Alexandre.

Redes sociais

Ainda de acordo com a pesquisa, entre os usuários de internet de 9 a 17 anos, 77% apontam o Facebook como a rede social mais utilizada. Em relação às atividades realizadas, destacam-se: pesquisa para trabalho escolar (87%), assistir a vídeos (68%) e baixar músicas ou filmes (50%).

A pesquisa, na sua segunda edição, foi realizada entre setembro de 2013 e janeiro de 2014 e entrevistou 2.261 crianças e adolescentes usuários de internet com idades entre nove e 17 anos em todo o território nacional. O mesmo número de pais ou responsáveis dos jovens selecionados foi entrevistado para falar sobre as experiências dos filhos como usuários de internet.


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