A utilização da internet em idades muito precoces aumenta o risco de dependência desta rede na idade adulta, assim como o seu "uso desregulado e excessivo".
O estudo foi realizado entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015 com 1.105 internautas, de idades entre os 16 e os 75 anos, de vários países; de acordo com o investigador português Halley Pontes, da Nothingham Trent University, no Reino Unido.
Os investigadores verificaram que uma grande parte da adição à internet pode ser explicada pelas variáveis "idade", "idade de iniciação ao uso da Internet" e "tempo despendido online semanalmente por lazer".
"Concluímos que, de um modo geral, a adição à internet está muito desenvolvida pelo fator da idade e iniciação ao uso da internet", disse Halley Pontes em entrevista à agência de notícias Lusa.
Segundo o pesquisador, as crianças que utilizam a internet antes dos cinco, seis anos "estão potencialmente em maior risco para desenvolvimento da adição à internet".
"Estes resultados revelam que os pais têm que ter alguma preocupação sobre o modo como deixam os filhos utilizarem essa ferramenta, que inclui os videojogos, porque realmente há aqui uma associação clara entre idades precoces, utilização dessas ferramentas e problemas futuros", sublinhou.
Nesse sentido, os pais devem exercer esse controle e ajudar os filhos a autorregularem o uso dessas ferramentas, defendeu Halley Pontes.
"Os pais ou os guardiões legais deverão ter em conta a idade com a qual permitem que os seus filhos acedam à internet", sendo que, quanto mais precoce for permitido esse acesso, "maior a tendência para o desenvolvimento subsequente em idade adulta da adição à Internet", refere o estudo.
O estudo adverte que a dependência à internet "gera variados prejuízos psicológicos e sociais aos sujeitos", incluindo disfunções comportamentais, tal como suportam a maioria dos estudos recentes.
Também "o uso desregulado e excessivo" desta tecnologia é um fator de risco importante para o desenvolvimento da dependência à internet, especialmente nos casos em que "os internautas apresentam um uso disfuncional, persuasivo e descontextualizado da internet".
Esse comportamento pode ser explicado como "navegar apenas por navegar sem haver uma necessidade acadêmica ou profissional inerente ao uso".
O estudo aponta como exemplos deste tipo de utilização "o uso constante e excessivo" das redes sociais online, como o Facebook e o Twitter, serviços de
mensagens instantâneas, 'streaming' de conteúdos online, etc.
Fonte: http://www.noticiasaominuto.com.br/tech/209954/criancas-que-utilizam-internet-correm-mais-risco-de-dependencia
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