segunda-feira, 26 de março de 2018

Vazamento de dados no Facebook


Olá amigos, 

Vamos conversar sobre proteção de dados nas redes sociais?



pixabay
No dia 17/3 a mídia norte-americana e londrina (The New York Times e The Guardian) noticiou que informações privadas de mais de 50 milhões de usuários do Facebook acabaram indevidamente nas mãos da empresa de análise de dados britânica Cambridge Analytica, que trabalhou na campanha presidencial de Donald Trump. Em 2014, a Cambridge Analytica ofereceu um aplicativo de teste de personalidade no Facebook chamado “thisisyourdigitallife” (“esta é a sua vida digital”, em tradução livre). Na sociedade da informação em que vivemos, o conteúdo pessoal armazenado nos bancos de dados das redes sociais representa, em última estância, a própria personalidade dos indivíduos. Essa posição garante àqueles que possuem a capacidade de acessar dados pessoais um domínio exponencial sobre a vida alheia, representando certo perigo à privacidade e a liberdade de escolha.

A maioria das empresas que coleta dados sobre o comportamento do consumidor rastreia informações de outras companhias, como editoras, lojas virtuais. O Facebook sabe exatamente aquilo que seus usuários gostam, quando eles clicam no botão "curtir", sendo assim o maior banco de dados no mundo .

O escândalo gerou nova onda negativa contra a empresa, que já de questionada pela proliferação de fake news nas eleições americanas.

No dia 19/03, dois dias após a publicação, o valor do Facebook encolheu bilhões de dolares na bolsa de valores de tecnologia dos EUA. O big data (termo utilizado para se referir ao armazenamento de um grande conjunto de dados) e outros tipos de informações são bens preciosos das empresas, acabam chamando a atenção de todo o tipo de pessoas e empresas bem ou mal intencionadas. Por essa razão, as políticas de compliance corporativo e tratamento de dados precisam ser claras. As ações caíram por uma simples razão – ausência de confiança na proteção e tratamento de dados.

A rede social é um espaço que faz a intermediação entre as pessoas, que constantemente trocam opiniões e informações. Por vezes, as informações são privadas e alguns usuários, tomando conhecimento da posse de suas informações pessoais por terceiros, passam a exigir melhor tratamento dos dados pelas empresas que os armazenam e o pelo governo de seu país. Essa postura basicamente resultou em uma mudança de paradigma nos Estados Unidos e Europa.

A Federação das Organizações de Consumidores Alemãs (VZBV), que havia processado o Facebook, comemorou a decisão do tribunal que considerou uma violação o fato de, no aplicativo do Facebook para celulares, um serviço de localização ser automaticamente ativado, mostrando a interlocutores do chat da plataforma onde os usuários se encontram. O tribunal alemão também considerou como violação a configuração pré-definida que permite que ferramentas de busca obtenham um link para a linha do tempo dos usuários. Ao todo, os juízes alemães declararam ineficazes oito cláusulas dos termos de uso da rede, assim como cinco das configurações automáticas.

Para saber mais sobre o tema, confira nosso vídeo no YouTube




Grande abraço e ótima semana! 

Ana Paula Siqueira Lazzareschi de Mesquita

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