sexta-feira, 1 de julho de 2016

Insônia ou vício em rede social: qual problema vem primeiro?


As atualizações no Facebook não param de acontecer. O sono também não chega. Mas talvez você não esteja conseguindo dormir porque está conectado. Ou será que é a insônia que não te deixa desgrudar da internet? São essas as dúvidas que os especialistas estão buscando esclarecer. Que existem pessoas viciadas em redes sociais, isso já está comprovado. Mas, talvez, essa dependência esteja sendo motivada pela dificuldade em dormir.

Esse comportamento foi observado também ao longo do dia. Navegar no Facebook e em outras redes sociais de maneira exagerada durante o dia pode ser um sintoma da privação do sono, segundo um estudo realizado na Universidade da Califórnia, nos EUA. Os jovens que dormem pouco à noite passam mais tempo navegando na internet durante o dia.

Os pesquisadores analisaram as atividades de 76 estudantes. A equipe reuniu dados dos computadores e dos smartphones dos participantes usando um software especial. Os alunos também completaram questionários sobre sono, humor e engajamento no trabalho e nos estudos.

Os resultados mostraram que há uma ligação direta entre a falta crônica de sono e o aumento da navegação na web durante o dia, incluindo o uso do Facebook.

Além disso, um levantamento da Universidade de Pittsburgh, também nos EUA, revelou que ficar checando as redes sociais antes de dormir pode ser bastante prejudicial para o descanso, especialmente em jovens.

O estudo focou na relação entre o uso de redes e o sono de jovens adultos entre 19 e 32 anos. Mais de 1.700 jovens foram questionados sobre hábitos sociais, além de terem seus padrões de sono monitorados. Aqueles que checavam as mídias sociais mais frequentemente eram até três vezes mais propensos a ter menos qualidade de sono que os que não checavam a internet antes de dormir.

O que está em questão é se o uso de mídias sociais realmente causa esses problemas de sono, ou se são os padrões menos saudáveis de descanso que encorajam as pessoas a passar mais tempo nas redes. A luz emitida dos dispositivos eletrônicos pode causar “vontades emocionais, cognitivas e fisiológicas” de uso das redes, afirmam os estudiosos.

Perturbação

Hábito. Quem verifica as redes sociais muitas vezes durante o dia tem até duas vezes mais risco de perturbação no sono do que quem passa menos tempo nesses aplicativos e sites.

Especialistas pede atenção

Um número significativo de jovens adultos pode estar sofrendo com o vício em internet, de acordo com uma pesquisa feita pela empresa de marketing Digital Clarity. As informações são da rede britânica BBC. 

Segundo os dados, 16% dos pesquisados apresentaram sintomas do vício, admitindo gastar mais de 15 horas por dia na internet.

O levantamento foi feito com 1.300 jovens adultos, de idades entre 18 e 25 anos.

Os especialistas estão divididos sobre o que é uma desordem de dependência da internet, mas apresentam uma lista de afirmações que devem despertar atenção sobre um possível vício:

Passar horas online.

Ficar irritado ao ser interrompido durante a navegação na internet.

Sentir-se culpado após passar muito tempo na internet.

Isolar-se da família e de amigos devido a atividades excessivas nas redes.

Sentir euforia quando está conectado e pânico quando está offline.

Facebook tem o efeito da cocaína

Até 11% das pessoas sofrem de alguma forma de dependência de tecnologia – e um estudo de tomografia mostrou que o Facebook afeta o cérebro de uma forma semelhante a drogas como a cocaína.

Segundo o “Metro UK”, o professor Ofir Turel, da Universidade Estadual da Califórnia, em Fullerton, monitorou os cérebros de 20 voluntários e descobriu que o sistema “amígdala-corpo estriado”, envolvido no vício em drogas, foi afetado quando essas pessoas viam imagens relacionadas ao Facebook.

“O sistema impulsivo pode ser comparado ao acelerador de um automóvel, enquanto o sistema inibitório pode ser comparado ao freio. Em vícios, existe uma aceleração muito forte associada com o sistema impulsivo, muitas vezes relacionada a um sistema inibidor em mau funcionamento”, explicou ele.

Os voluntários tiveram que pressionar botões quando viam imagens relacionadas à rede social e aos sinais de trânsito. “Os participantes responderam a estímulos do Facebook mais rápido do que o fizeram para os sinais de trânsito. Isso é assustador, uma vez que significa que os usuários podem responder a uma mensagem de Facebook em seu dispositivo móvel antes de reagir às condições de tráfego, caso estejam eles usando a tecnologia enquanto na estrada”. 

App ajuda a combater excessos

Como os smartphones são mais interessantes para as crianças que muitos brinquedos, o desenvolvedor norte-americano Raul Gutierrez criou um aplicativo que une a obsessão das novas gerações pelo celular com a oportunidade de ensinar alguns conceitos básicos de programação: o The Everything Machine.

O nome do app foi inspirado no filho de Gutierrez: quando mais novo, o garoto chamava o smartphone do pai de “a máquina que faz tudo”. Gutierrez quis que seu filho e outras crianças não só jogassem seus games de corrida favoritos no celular, mas entendessem o funcionamento do giroscópio que faz a “mágica” acontecer. Com o The Everything Machine, as crianças podem desconstruir e montar do zero as próprias máquinas, usando os recursos do aparelho.

Em uma interface colorida, baseada em um simples tocar e arrastar, é possível combinar diferentes elementos que formam um smartphone para criar aparelhos totalmente novos. 

Fonte: http://www.otempo.com.br/interessa/insônia-ou-v%C3%ADcio-em-rede-social-qual-problema-vem-primeiro-1.1237575

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