sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Inteligência artificial contra suicídio é último recurso

É preocupante o noticiário sobre a adoção pelo Facebook de protocolos baseados em inteligência artificial para identificação de posts capazes de prever atividades relacionados a comportamento e incitação a suicídios. Máquinas, mesmo as dotadas de inteligência artificial, não compreendem a perspicácia humana. E o Facebook não consegue, de fato, acompanhar e agir como guardião de vidas privadas, como ficou demonstrado em matéria da BBC sobre como é o ambiente de trabalho (leia). Mas, vamos acreditar que possa. Como vai agir? Aqui, a lei é clara, tem de acionar a polícia nos casos de induzimento de suicídio. E também quando tomar conhecimento da possibilidade de o fato ocorrer, pois é crime deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. Mas como definir isso à distância? Por meio de uma máquina? A única certeza futura é de que está aberta a porta para a rede social ser processada também por ter prévio conhecimento e ter agido de forma errada ou omissa. Ah sim! Se, indevidamente, acionar a polícia e os fatos não forem corroborados pela apuração, o lesado poderá buscar os devido ressarcimento por dano moral.

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