sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

A educação física e o bullying nas escolas


Ao final de 2016, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um levantamento preocupante, com o crescimento de casos de bullying escolar no Brasil. A pesquisa mostrou que, em 2015, 46,6% dos 13 milhões de jovens entrevistados, entre 13 e 17 anos de escolas públicas e particulares de todas as regiões do país, disseram já ter sofrido algum tipo de bullying. Em 2012, a porcentagem era de 35,3%. E a aparência física estava entre os principais motivos.

A forma como hoje é tratada a aula de educação física nas escolas, competitiva e excludente, ajuda a rotular crianças e jovens que carecem de habilidade para o esporte, por exemplo. Isso faz com que esse jovem se afaste de vez das atividades físicas, criando um trauma pelos exercícios.

Esse bullying escolar praticado durante as atividades físicas envolve, principalmente, as crianças acima do peso e os mais tímidos, seja para executar os exercícios impostos pelo professor durante a aula, seja naquela divisão de equipes onde os menos habilidosos sempre são deixados por último.

Isso acontece por alguns fatores: a permissividade e até cultura de se apelidar ofensivamente em função da não aptidão física; a cultura de que em qualquer atividade física deve haver um melhor ou campeão, criando intensa competição; e a postura ausente de alguns professores, que se preocupam com a obediência às regras do jogo em detrimento à criação de um ambiente de desenvolvimento social, emocional e de respeito às individualidades.

Para frear o aumento de casos de bullying escolar, é preciso pensar a educação física de modo educacional, como acontece com as demais disciplinas. Ela deve fazer o estudante entender a importância e as diferentes formas de se movimentar, deve compreender como o corpo e o organismo funcionam e como o corpo pode ficar mais debilitado, suscetível a doenças e com formas que podem não agradar a eles mesmos na falta da prática de uma atividade física.

Levar ao aluno essa forma de ensino não exige grandes materiais. Basta ao professor planejar e utilizar o universo gigantesco de conceitos e ideias da área para explicar, dar base e conhecimento para o aluno praticar, entendendo o corpo e o exercício, de modo que se sinta permanentemente estimulado a levar uma vida ativa. Mudar essa cultura é um dos desafios para os profissionais de educação física do país.

O resultado dessa transformação será muito além da redução de casos de bullying escolar envolvendo a aparência física. Será a redução do número de sedentários, uma vez que, com início de vida esportiva positivo, o jovem seguirá motivado a inserir a prática da atividade física em sua rotina por toda a sua vida.

Fonte: https://vidasaudavel.gazetaesportiva.com/destaque-carrossel/a-educacao-fisica-e-o-bullying-nas-escolas/

Imagem: IStock

POR CRISTIANO PARENTE 10:01 26/01/17

Um comentário:

  1. o bullying a muito causado nas escola chama muitos nomes causado pelos colega etem pessoas que nao gosta disso de se apilidado e muito feio

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