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Essa geração que não sabe o que era o mundo antes da internet acabou criando um vínculo fortíssimo com o universo virtual dos computadores e dos smartphones a ponto de isso virar problema de saúde pra alguns adolescentes.
A liberdade está logo ali, e elas no telefone. Mary e Savanna são amigas na corrida, na escola e no mundo virtual.
"Eu gosto de fazer vídeos", Mary conta.
"Eu adoro tirar fotos e seguir pessoas na rede", diz Savanna.
Mary pega o celular a cada dois minutos: "Às vezes estou entediada, vou jogar no celular, fico nas redes sociais e mando muitas mensagens de texto", comenta a jovem.
A ansiedade dos jovens com o celular foi detectada numa pesquisa com mais de 200 adolescentes de 13 anos nos Estados Unidos. Alguns disseram que preferiam passar uma semana sem comer a ficar sem o celular. Os mais conectados chegam a entrar nas redes sociais mais de 100 vezes por dia.
Um comportamento que muitas vezes está ligado à insegurança, necessidade de aceitação: 61% disseram que queriam ver se os amigos tinham curtido e comentado o que eles postaram, 36% queriam conferir se os amigos estavam fazendo um programa sem eles e 21% admitiram que a maior preocupação é saber se tem gente falando mal deles na rede.
Savanna diz que tem paranoia só de pensar nisso.
"Tive uma experiência ruim. Espalharam boatos na escola, disseram coisas horríveis, que eu sou esquisita. Passei por uma fase bem difícil e aprendi que nunca vou publicar uma coisa de que eu possa me arrepender", conta a menina.
O medo mudou o comportamento. Mary conta que não posta mais fotos dela para não correr o risco de ser ridicularizada.
"Só tiro fotos de flores, de coisas engraçadas. Eu ficaria triste se visse coisas ruins sobre mim", diz Mary.
A pesquisa mostrou que 94% dos pais não têm ideia dos problemas que os filhos enfrentam na rede. Os especialistas se surpreenderam com a quantidade de palavrões, pornografia e referências ao uso de drogas nas mensagens que os adolescentes de 13 anos publicam na internet.
Na China, pais de adolescentes viciados dopam os filhos. Quando eles acordam, descobrem que foram internados numa clínica de tratamento.
A realidade foi mostrada no documentário Web Junkie, algo como "Viciados na rede".
A China foi um dos primeiros países a considerar o vício na internet como risco à saúde pública. Muitos jovens se desesperam quando ficam sem internet.
Uma preocupação de psicólogos e psiquiatras é com as emoções. Como demonstrar e perceber, usando apenas mensagens de texto? Estamos diante de uma geração que muitas vezes prefere escrever a conversar pessoalmente.
Mary admite: "Eu tenho medo, não gosto de conversar. Às vezes, fico triste, com raiva e prefiro descarregar escrevendo".
O psiquiatra Larry Sandberg diz que evitar as conversas pode afetar a empatia, a capacidade de se colocar no lugar dos outros. "Você não consegue fazer isso virtualmente. E essa é uma habilidade essencial em qualquer relacionamento", afirmou.
Na casa de Savanna, os pais criaram uma regra para frear os exageros.
"Quando eu vou dormir, eu entrego o celular a eles para não passar a noite ligada", conta a jovem.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/11/pesquisa-revela-que-94-dos-pais-nao-sabem-o-que-filhos-fazem-na-internet.html
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