quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Saúde mental em escolas

Saúde mental em escolas 

Por Ana Paula Siqueira, sócia de SLM Advogados e coordenadora do Programa Educacional de Proteção contra Cyberbullying para o Jornal Eletrônico do SIEEESP  


 

Conectado às coisas boas e a todas as ruins do mundo exterior, o ambiente escolar demanda cada vez mais atenção redobrada sobre o estresse de professores e alunos. Se já não bastassem os problemas que vêm de casa, ainda se precisa lidar com o noticiário pesado sobre agressão entre estudantes e educadores, pais e gestores, meninas e meninos. Embora, na verdade, a quantidade de casos relatados seja um percentual extremamente pequeno em face da quantidade de pessoas no sistema escolar, a repercussão causa apreensão, tensiona relações, arma espíritos. Foi nesse contexto que o bullying ocasional adquiriu dimensão até exigir políticas públicas de contenção de violência sistemática nas escolas. 

Assim, a saúde mental no ensino fundamental e médio está sob ataque. O quadro pode ser mensurado pela quantidade e qualidade de matérias na imprensa especializada que tenta expor soluções para se lidar com a questão. Infelizmente, não estão numa prateleira. Seja pela diversidade de escolas, seja pela inanição das estruturas familiares em portarem valores que possam capacitar as crianças a serem crianças. E isso numa crença de que esse perfil idealizado do que seja uma criança ao entrar na escola não tenha sido profundamente alterado pelo acesso precoce à internet. 

Num roteiro imaginário, uma instituição de ensino, independente das relações hierárquicas com o sistema e a partir das crenças que a fez abrir as portas para a missão educacional, deveria justapor às suas metodologias de trabalho as denominadas medidas de contingência. 

De uma certa maneira, as escolas têm planos de contingência. Intuitivos em sua maioria, lidam com as questões eventuais do dia-a-dia. Incêndio, doença de aluno, acidentes, brigas, desavenças com pais, segurança de dados, bullying e cyberbullying, até. E tudo isso – bem ou mal – funciona. 

O que proponho é subir dois níveis. Assumir o grau de risco da atividade educacional. Aliar à missão de formação educacional, o zelo pela saúde mental de forma que se possa criar um escudo forte o suficiente para proteger as mentes dos jovens. Aliados, educadores e especialistas nestes temas têm fundamentos para assumir esta importante tarefa. Já existem bons exemplos de que esse é um caminho adequado. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário