Inserção digital deve ensinar sobre pirataria na Internet
Por Ana Paula Siqueira, sócia de SLM Advogados e coordenadora do Programa Educacional de Proteção contra Cyberbullying para o Jornal Eletrônico do SIEEESP
Como estão os programas de computador da sua escola? Seus professores têm o hábito de baixar torrents para dar aulas? Independente da resposta, a dica importante é que a inserção digital precisa ensinar sobre pirataria na Internet e a quem ela serve. Para ilustrar aula pode ser contado o que ocorreu recentemente. Uma operação policial italiana antipirataria conseguiu tirar do ar o gerenciador de IPTV Xtream Codes e, segundo estimativas, deixou inacessível cerca de 50% do tráfego de televisão pirata. O sistema de gerenciamento atendia mais de 5 mil serviços do tipo no mundo inteiro, o que acabou afetando até mesmo usuários da tecnologia no Brasil.
A fornecedora de equipamentos Sandvine relatou que o tráfego de IPTV caiu de forma considerável em 20 de setembro de 2019, logo após a operação policial ocorrida na Itália colocar fim no Xtream Codes. Utilizada para revenda de serviços de IPTV, a plataforma Xtream Codes fornecia ferramentas de autenticação, estatísticas de acesso e até mesmo proteção contra retransmissões. Infelizmente, a pirataria está presente no Brasil e no mundo. A série da HBO, Game of Thrones, atualmente é a obra mais baixada ilegalmente, a Netflix perdeu muitos assinantes em razão da contrafação de filmes. Desde a sua fundação, em 1997, a Netflix já passou por diversas transformações. Sua queda de assinantes pode ser explicada pelo aumento do uso de torrents e do aumento de canais de streaming, o que está levando a uma inexorável fragmentação do mercado, que encarece o produto para o consumidor final.
Coloco esse dado para apresentar o que é relevante. A pirataria se vale do truque de permitir acesso “gratuito” de um serviço pago para estruturar rede de computadores conectado que lhe permitam acesso a dados pessoais para ofertas irregulares de anúncios, envio de spams, fraudes por phishing, pharming, ataques de negação de serviço, proliferação de vírus e worms. Estas ações alimentam organizações criminosas conectadas com fraudes financeiras, exploração sexual e aplicações de golpes como autorização indesejada de compras por clique em links disfarçados. Fica a dica.
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