quinta-feira, 26 de setembro de 2019

ID Estudantil deve ser tema de aula

ID Estudantil deve ser tema de aula

Por Ana Paula Siqueira, sócia de SLM Advogados e coordenadora do Programa Educacional de Proteção contra Cyberbullying para o jornal eletrônico do SIEEESP 



O anúncio da adoção de uma carteira de identificação digital de estudante feito pelo governo federal propicia oportunidade para diálogos importantes na sala de aula. A medida – que aguarda regulamentação em dezembro – corrige, digamos assim, um defeito institucional. Há décadas, o instrumento – que concede benefícios de acesso a menor custo em espetáculos diversos, por exemplo – tornou-se meio de arrecadação – algumas vezes vultosa - para entidades estudantis. Com regras, digamos assim, frouxas, sempre foi obtida com certa facilidade por estranhos ao meio. 

Assim, muitos que foram às ruas bradar contra a corrupção maior (a praticada pelos políticos, por exemplo) praticavam ou se omitiam em denunciar a corrupção menor (como a fraude de se passar por aluno do sistema de ensino). A banalização do uso das carteirinhas e o crescente número de falsificações prejudica o próprio estudante, sendo que é necessário que as escolas promovam a informação dos alunos sobre ética e uso licito de ferramentas digitais. Nada melhor do que esse tema para conscientizar a partir do comportamento do próprio aluno. 

É importante também que os dados dos usuários estejam protegidos de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados, que entra em vigor em 2020. 

A ID Estudantil servirá para prover meia-entrada a estudantes de ensino básico, profissional, técnico e superior em eventos culturais, como cinemas, teatros e shows. Mas agora, espera-se, apenas para alunos verdadeiros. O cadastro poderá ser feito em agências da Caixa Economica Federal ou por meio de smartphones com acesso à internet, via aplicativo oficial do governo (IOS e Android). 


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Ensinar crianças a diferença de leitura de impressos e telas

Ensinar crianças a diferença de leitura de impressos e telas


Por Ana Paula Siqueira, sócia de SLM Advogados e coordenadora do Programa Educacional de Proteção contra Cyberbullying para o jornal eletrônico do SIEEESP




A comparação entre as formas de leitura impressa e na tela de computadores é um exercício muito legal para se fazer com crianças. Na medida em que o hábito de acesso à Internet se tornou um tipo de cultura compulsiva, ocorreu uma degradação do consumo de conhecimento em jornais e revistas. Muito pouco se escreveu a respeito, ou, quando alguém vai ao tema, compara o perfil do leitor por dicotomias fáceis como antigo ante moderno, lento e rápido, acesso disperso com foco, o que é mais amigável etc.. Quaisquer dessas argumentações são falsas por fazerem escolhas que buscam impor, substituir e submeter o acesso e a fluidez do conhecimento em uma equação algorítmica que se transforme numa moeda de troca para os detentores do acesso, uso e controle da atenção. 

De toda forma, o essencial da questão está num desafio que precisa ser exposto aos que ajudam a quem começa a ter acesso à leitura: O que distingue a leitura em textos no papel daqueles disponíveis na tela de tablets, smartphones e desktops? 

A resposta deve ser dada em três partes. Sistema sensorial. Química da memória. A aventura das descobertas. 

Os sentidos do corpo humano reagem diferente quando lemos uma revista e quando acessamos um computador. A visão, o olfato, o paladar, a audição e o tato são estimulados de forma distinta nestas interações. Concentre-se nisso e compare. 

Quando folheamos um jornal e olhamos manchete por manchete, seção por seção, acionamos sinapses próprias do cérebro que permitem a fixação de informações de modo mais sedimentado e com menos esforço da química cerebral se fazemos isso numa tela com pixels. Há longa explicação para isso, mas uma só importa agora. Desde tempos imemoriais o ser humano adapta seu gene para aprender desse jeito. Não tem 30 anos que vivemos com torcicolo porque não tiramos os olhos de celular. 

Por fim, a leitura de cabo a rabo de um periódico nos permite saber e encontrar coisa distintas do nosso campo de interesse. Com as máquinas, a disputa por atenção colocou em segundo plano a reflexão política, econômica e da cidade dos leitores iniciantes. A tecnologia não os têm como cidadãos mirins, mas consumidores. Como assim? Observe como qualquer leitura numa tela é afetada por chamadas de atenção por todos os lados, via cores, sobreposição de anúncios, outras notícias. Uma poluição caótica. Num meio impresso, a estrutura estática acalma e foca nosso cérebro para a única percepção que importa, a leitura.







quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Estado de negação impede efetividade no combate ao bullying por pais, escolas e autoridades


Estado de negação impede efetividade no combate ao bullying por pais, escolas e autoridades

Por Dra. Ana Paula Siqueira para para o Blog do Fausto Macedo no Estadão



O desenvolvimento pleno e estável da formação das crianças nas escolas brasileiras está em risco. Há anos, apura-se a deterioração do ambiente de educação compreendido por família e escola que tem, como face mais visível, os índices de bullying e cyberbullying e as consequentes demandas judiciais em função de danos morais, físicos e mortes. De forma qualificável como tímida, as autoridades públicas têm enviado sinais desse quadro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem coletado dados que – na visão dos críticos – não refletem a realidade plena, mas confirmam a existência do problema. A judicialização destas questões (todas sob segredo de justiça) se multiplicou a tal ponto desde o advento do acesso à internet pelo celular que o Conselho Nacional de Justiça editou cartilha de orientação aos magistrados. As Ordens dos Advogados passaram a desenvolver eventos orientadores para seus associados. O governo federal editou lei específica para se lidar com o bullying e o cyberbullying. E o Congresso Nacional tem agenda para refletir a questão. 

No âmbito das escolas – privadas, sobretudo – há iniciativas aqui e acolá para enfrentamento do problema, sem efetivamente documentar as atividades pedagógicas desenvolvidas. Modelos têm sido aplicados, especialmente diante dos prejuízos à reputação e financeiro gerados por escândalos envolvendo menores e grupos do WhatsApp. 

Em mais um caso de bullying julgado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, as mães de praticantes de bullying foram também condenadas. A inédita responsabilização objetiva dos de pais e mães (a escola e as menores que praticaram as agressões também o foram) é indicativo do recrudescimento da jurisprudência. As informações sobre o caso demonstram que as agressões aconteceram por meses, que profissionais da escola e os responsáveis pelos agressores foram alertados, que boletins de ocorrência foram lavrados. Nada foi feito. Possivelmente, como em todas as escolas, esse não é caso único neste local. 

Portanto, avalio este conjunto de fatos da seguinte forma. Estamos diante de um estado de negação brutal sobre o que está ocorrendo. Entenda-se negação como um dos fenômenos mais característicos dos indivíduos – e instituições de ensino – para evitar lidar com situações ou circunstâncias que geram algum tipo de conflito. E isso está claro nas escolas públicas e privadas e na maioria absoluta das famílias, de qualquer classe social. 

A agenda de problemas dos gestores da área de educação – notadamente as privadas – entendem a agressividade sistemática no ambiente escolar como “mais um problema”, ao invés de ser tratado como “o problema”. O administrador escolar em estado de negação delega o cyberbullying ao coordenador, ao orientador e se recusa terminantemente a implementar políticas de compliance escolar sérias. E qual a razão? Ao meu ver, duas básicas: os pedagogos do século 21 ainda sentem saudades de uma escola que não existe mais, que está apenas vivente na memória de gestores arcaicos que aguardam sua aposentadoria e enrolam as famílias com a famosa “conversa para boi dormir”. Os pais crédulos, que acreditam na suposta e inexistente “educação tradicional” são mandados para casa com a impressão de que são imprestáveis e incompetentes. 

As escolas que ainda sobrevivem do “glamour” dos anos 80 e 90 precisam abrir os olhos e entender seu papel como ente formador de opinião e, principalmente, como lastro de segurança digital para as famílias. 

Na família ocorre o mesmo com dinâmica particular a ser determinada pela disposição de se investir tempo na vigilância e na orientação de limites na formação do indivíduo. A escola afirma que é dever dos pais vigiar, mas por vezes não explica a forma e os meios mais efetivos. Desta forma, é comum ver pais analógicos reféns de jovens digitais e experts em ludibriar o usuário de tecnologia comum. O adolescente que sabe um pouco de informática tem “salvo conduto” parental para fazer o que quiser no ambiente virtual. 

Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora do colégio. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender! É preciso que as instituições de ensino assumam a linha de frente no compliance escolar para evitar mais processos, mais violência e mais mortes oriundas da comunicação violenta virtual (cyberbullying). 

*Ana Paula Siqueira Lazzareschi de Mesquita, sócia de SLM Advogados e coordenadora do programa jurídico educacional “Proteja-se contra prejuízos do cyberbullying”


quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Mães condenadas no Tribunal por bullying das filhas

Mães condenadas no Tribunal por bullying das filhas 

Por Ana Paula Siqueira, sócia de SLM Advogados e coordenadora do Programa Educacional de Proteção contra Cyberbullying para o jornal eletrônico do SIEEESP



Recente decisão do TJ SP confirma, mais uma vez, a importância das escolas implantarem programas que enfrentem e minimizem os prejuizos causados por bullying e cyberbullying. O caso envolveu vítima do sexo feminino que estudava em uma escola particular em 2014 e passou a sofrer ofensas verbais, como xingamentos e ameaças proferidas pelas colegas de sala, além de ofensas por mensagens de celular e nas redes sociais. Segundo a família, as agressoras faziam campanha contra ela dentro e fora da escola, para que sentisse medo e se recusasse a sair de casa. 

As provas do processo revelam mais: foram feitos vários boletins de ocorrência e que, após isso, as agressões aumentaram de intensidade. A família da vítima do cyberbullying também alega que a filha precisou fazer psicoterapia duas vezes por semana por ter entrado em um quadro de depressão. 

A decisão de 1º grau considerou que as agressões e ameaças foram comprovadas e julgou parcialmente procedentes e condenou as rés a indenizarem a vítima em R$ 8 mil por danos morais. A sentença também determinou a retirada das ofensas postadas na internet. 

O relator do recurso, desembargador Fábio Quadros, votou por negar a apelação das rés. O colegiado de Desembargadores da 4ª câmara de Direito Privado decidiu seguir o voto do relator por unanimidade e, conforme decidiu o Tribunal: “Em suma, não há como negar a conduta grave e desonrosa das filhas das apelantes que, aliás, trouxe danos passíveis de indenização à autora, de sorte que não como afastar a condenação imposta na sentença.” 


segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Carlinhos Maia e Setembro Amarelo!

Carlinhos Maia e Setembro Amarelo!

Tem vídeo novo no canal!!!

O que você acha do Carlinhos Maia escrachar os fãs que estão pedindo ajuda nas redes sociais? Faltou sensibilidade ou ele tem direito a liberdade de expressão?

Deixe seus comentários pois o caso é polêmico e precisa ser discutido nesse #setembroamarelo


Assista:



quarta-feira, 4 de setembro de 2019

O quanto a imaginação depende do conhecimento?

O quanto a imaginação depende do conhecimento?

Por Ana Paula Siqueira, sócia de SLM Advogados e coordenadora do Programa Educacional de Proteção contra Cyberbullying para o Jornal EletrÔnico do SIEEESP

As crianças são realmente educadas ou programadas na escola? Temos a oportunidade de observar jovens programados para um comportamento social, mas não educados para sua estruturação íntima, que depende de atitudes como introspecção e autocontemplação. Saber ouvir e imaginar, por exemplo, faz parte do exercício de autoeducação e poucas instituições de ensino estão preparadas para tal feito.

“Imaginação é mais importante que conhecimento”, segundo Albert Einstein. Segundo Aristóteles, a faculdade imaginativa é a que possibilita ao indivíduo produzir imagens advindas do contato com a realidade, e sendo que tais imagens ficariam retidas na memória. Assim, essas imagens poderiam ser acessadas sem que houvesse a necessidade de nova experiência sensível com vistas a “reacendê-la” em nosso intelecto. Por sua vez, o filósofo Averróis, conceitua a imaginação como a relação existente entre as formas dos objetos físicos e as formas da alma oriundas tanto dos dados externos quanto dos sentidos internos (sentido comum, imaginação, cogitação e memória), por meio do qual os inteligíveis podem ser assim acessados ou adquiridos.

Quando as crianças saírem do mundo do faz-de-conta para se tornarem adultos conscientes de seus atos, será preciso que tenham vencido as barreiras do certo e do errado, do bem e do mal e saibam administrar a realidade que viram nascer de sua fantasia. O papel da escola é muito maior do que a informação pura e simples – a intuição de ensino do século XXI tem o desafio de fazer germinar a autoeducação e criatividade, dentro e fora da sala de aula.


segunda-feira, 2 de setembro de 2019

5 dicas para usar sua inteligência emocional no WhatsApp

Olá amigos! Tem vídeo novo no canal! 

Vamos evitar crimes digitais usando inteligência emocional? É importante que possamos usar nossa mente ao nosso favor, pois a internet não é terra sem lei! 





Não esqueça de ver nossos vídeos sobre:

Compulsão por compras https://www.youtube.com/watch?v=Izg_rkg_55w

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