quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Governo britânico quer que Google e Facebook paguem para combater cyberbullying



Cobrança será voluntária, mas pode se tornar obrigatória em caso de negativa

Empresas de tecnologia serão convidadas a pagar por programas de combate aos riscos cibernéticos -




LONDRES — O governo britânico pretende dividir a conta de políticas públicas para o combate a riscos digitais com as companhias de internet. De acordo com um projeto que está em consulta pública, firmas como Google e Facebook deverão ser convidadas a pagar, de forma voluntária, por programas de segurança na rede, contra perigos como o cyberbullying, assédio on-line, pedofilia e a exposição de pornografia para menores de idade.
As medidas seriam voluntárias, e exigiriam a persuasão das gigantes da tecnologia para que parte de suas receitas fosse empregada no apoio a iniciativas de segurança. De acordo com o “Guardian”, se as companhias se negarem, o governo pode considerar uma abordagem legislativa que as obrigariam a participar, mas ainda não existem planos nesse sentido.
Em entrevista à rádio BBC 4, a secretária de Cultura, Karen Bradley, defendeu que a contribuição seja voluntária, após o Partido Conservador sugerir poderes legais para forçar a cobrança das empresas.
— Eu não descarto a legislação se for preciso, mas espero conseguir conversando com as empresas — disse Bradley. — Nós estamos concluindo a melhor forma de fazê-lo. Levar uma legislação no Parlamento não é a forma mais fácil.



MUDANÇA DE STATUS



Segundo a secretária, o caminho não legislativo é “mais rápido, efetivo e tem melhores resultados para todos”. Mas caso a opção seja o Parlamento, uma das possíveis medidas seria alterar o status das empresas, para torná-las editoras, em vez de plataformas, o que significaria uma maior regulação do conteúdo.
— Legalmente, elas são meros condutores, mas estamos analisando o seu papel e suas responsabilidades para ver qual deveria ser o status. Neste estágio elas não são legalmente publicadoras, mas estamos olhando essa questão — comentou Bradley.
O projeto também prevê a criação de um código de conduta nas redes sociais, de um relatório anual de transparência da segurança na internet e o apoio para que start-ups desenvolvam produtos seguros desde o início. Além disso, as aulas de educação sexual nas escolas devem passar a incluir conteúdos sobre segurança on-line.
Para Bradley, a internet é uma imensa força para o bem, mas “causou sofrimento inegável e pode ser um lugar especialmente danoso para as crianças e pessoas vulneráveis”:


— Comportamentos que são inaceitáveis na vida real são inaceitáveis na tela do computador. Nós precisamos de uma abordagem para a internet que proteja todos sem restringir o crescimento e a inovação da economia digital — pontuou.
Tom Watson, vice-líder do Partido Trabalhista, concorda que todos devem ajudar no combate a conteúdos abusivos nas redes, e apreciou o governo ter aceitado a proposta de aulas compulsórias de educação sexual incluindo conteúdos sobre a segurança on-line, mas pede mais detalhes sobre a ideia de cobrança das companhias.
— Este anúncio tem poucos detalhes. O governo precisa dizer mais sobre quem exatamente pagará por essa proposta, quanto irão pagar e como o dinheiro será gasto. E eles precisam explicar que informações de transparência serão pedidas para as companhias — criticou Watson.Leia mais: 



Por O Globo

11/10/2017 8:58
 Imagem - DAMIEN MEYER / AFP
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