sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Estudantes não encontram terreno seguro para se informar pelas redes sociais


Pesquisa mostra que quase 70% de adolescentes e jovens usam o Facebook e o YouTube para se informar. Mas falta preparo para identificar o que é verdade e o que é mentira



Quase metade dos adolescentes e jovens brasileiros passa ao menos cinco horas conectada às redes sociais todos os dias. O WhatsApp, o Facebook e o YouTube são acessados por quase a totalidade dos brasileiros entre 14 e 30 anos conectados à internet. As informações são de um estudo encomendado pela agência Lynx. 

O aplicativo Snapchat, uma incógnita para boa parte dos adultos, é usado por 35% dos jovens no Brasil, um percentual similar ao do Twitter e do LinkedIn. Há mais detalhes no quadro abaixo, mas destaco um dado que chamou a atenção: o Facebook é usado por 98% dos adolescentes e jovens que se conectam à internet. Desses, 68% dizem usar a rede social para se informar. Os outros serviços usados para saber o que acontece no mundo são o YouTube (63% dos respondentes) e o WhatsApp (53%).

Na pesquisa, 82% dos adolescentes não souberam diferenciar um texto publicitário de uma notícia publicada por um veículo de imprensa em sites como o Facebook e o Twitter. Na avaliação dos jovens, um título mais detalhado e uma foto maior contam mais do que a origem na hora de avaliar a credibilidade da informação. Essas características também se mostraram mais relevantes na avaliação de notícias verdadeiras e falsas. Clique aqui para ler o estudo na íntegra (em inglês).

Como melhorar esse cenário? Bom, entrariam em campo os responsáveis e professores que cresceram sabendo identificar a diferença entre uma propaganda, uma notícia e uma notícia falsa. Só que daí a gente cruza com outro dado preocupante divulgado nesta semana. Um levantamento do BuzzFeed Brasil mostrou como as notícias falsas sobre a Operação Lava Jato foram mais compartilhadas no Facebook do que as verdadeiras ao longo de 2016. É bom lembrar que a maior parte dos usuários da rede social é de adultos.

Ou seja: todos precisamos repensar o modo descuidado com que lidamos com informação na era das redes sociais. Precisamos parar de compartilhar qualquer notícia sem checar a fonte ou ao ler apenas o título. Responsáveis e professores têm tarefa dupla, já que precisam, ao mesmo tempo, educar a geração de nativos digitais que cresce tendo o Facebook e o YouTube como principais filtros das informações que consomem. 

É a única forma, junto ao esforço das empresas de tecnologia em coibir a proliferação da desinformação, de tornar o cenário atual menos hostil.







BRUNO FERRARI
24/11/2016 - 10h27 - Atualizado 24/11/2016 11h22

Fonte: http://epoca.globo.com/tecnologia/experiencias-digitais/noticia/2016/11/estudantes-nao-encontram-terreno-seguro-para-se-informar-pelas-redes-sociais.html

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